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Dúvidas de carreira

por oficinadepsicologia, em 31.03.11

Autora: Madalena Lobo

Psicóloga Clínica

 

 

Madalena Lobo

As nossas escolhas de futuros possíveis começam demasiado cedo para o conhecimento que temos de nós próprios e do mundo. Infelizmente as escolhas que vamos sendo chamados a fazer, desde as áreas específicas no secundário, até ao primeiro emprego, vão-nos restringindo a latitude das opções posteriores, afunilando progressivamente o âmbito de actuação a que poderemos aspirar, moldando um futuro profissional com o qual nem sempre descobrimos afinidades no momento de o viver quotidianamente.

 

 

Muitos adultos, por vezes, já bem lançados numa carreira profissional, demonstram dúvidas e desconfortos com a sua situação ocupacional, tão significativos para o seu bem-estar quanto o é a percentagem do tempo de vida passada a trabalhar. E, pensando numa re-orientação profissional, surgem impedimentos que terão de ser ultrapassados em primeiro lugar: as questões práticas de tempo e orçamento; depois, as crenças tacitamente aceites de que se presume estabilidade e linearidade de percurso na idade adulta, ao invés de diversidade de escolha e dispersão de interesses; finalmente, as dificuldades em concretizar, num horizonte temporal congruente com a impaciência adulta, opções que frequentemente exigem requalificação académica. E a insegurança… de não saber exactamente se o caminho é esse, com o peso da responsabilidade de quem já sabe que os retornos se vão tornando mais complicados à medida que a vida avança.

Aliado à insatisfação profissional que muitos vivenciam, existe o facto incontornável de se viverem dificuldades excepcionais, rodeadas do pessimismo da falta de horizontes. Mas, mesmo nas crises mais graves, escondem-se oportunidades e escrevem-se histórias de sucesso – talvez um pouco mais esforçadas e menos evidentes, mas ainda assim possíveis.

 

 

 

publicado às 09:24

As máscaras

por oficinadepsicologia, em 26.03.11

Dia 27 de Março - o dia do Teatro!

 

Máscaras... Todos nós usamos máscaras. Todos nós construimos imagens sociais para nos adaptarmos a determinados ambientes sociais, para responder à expectativa de certas pessoas. O perigo de usarmos máscaras é o de nos perdermos no mundo da desejabilidade social e do facilitismo das expectativas que criamos nos outros. O perigo é o de o nosso eu ficar totalmente difuso entre todos os outros que vão aparecendo na nossa vida.

Esta temática das máscaras é muito interessante, porque remete para outra questão... Desde de quando usamos máscaras? Desde quando tivemos de construir determinados eus para sermos aceites pelo outro? Provavelmente fomos construindo eus desde que nascemos... Mas então onde nos encontramos? Será que temos uma real identidade para além de todas estas máscaras com que alegremente nos vamos enfeitando todos os dias? Se tirarmos todas as máscaras, todas as construções que fizemos de nós próprios ao longo da nossa vida o que é que resta? E será que resta alguma coisa? Será que nos deparamos humildemente com o vazio de que falam as tradições contemplativas orientais? E como seria sabermos que somos vazio e que tudo o resto são jogos sociais e fantasias que fomos criando para viver no mundo da aceitação social? Penso que vale a pena pensar sobre isto!

António Norton

 

 

Máscara, aquilo que te mostro a ti, para me esconder de mim.

Helena Gomes

 

 

 

 

 

publicado às 17:41

Os olhos também comem...

por oficinadepsicologia, em 26.03.11

Autora: Joana Florindo

Psicóloga Clínica

 

 

Joana

“Comer com os olhos” é certamente uma expressão familiar para a maioria de nós. Tendemos a apreciar a comida pela sua apresentação, pelo seu aspecto, tamanho, forma e cor, e facilmente nos rendemos a alimentos que despertam deliciosamente os nossos sentidos. Se a isto adicionarmos ainda uma forte expectativa de que determinada comida terá um sabor divinal, é certo que o iremos confirmar.

 

 

Mas será que a apresentação, o volume dos alimentos e até as experiências anteriores que temos com eles, influenciam a intensidade e a duração da fome que sentimos após uma refeição? Pesquisas recentes parecem confirmar estas questões.

 

 Vejamos os resultados de um estudo apresentado por um conjunto de investigadores da Universidade de Bristol, Reino Unido, na Conferência Anual da Sociedade para o Estudo do Comportamento de Ingestão, citados na edição on-line de 14 de Julho de 2010 do ScienceDaily. A experiência envolvia a elaboração de um batido, com a exibição prévia de diferentes quantidades de fruta a dois grupos de participantes – um dos grupos observava uma maior quantidade de fruta a ser utilizada e o outro uma menor quantidade, ainda que na realidade, e sem que desconfiassem, fosse ser utilizada a mesma porção em todos os batidos. E de seguida, a todos os participantes pedia-se que estimassem a fome que esperavam vir a sentir após a ingestão do preparado e a fome experimentada 3 horas mais tarde. Os resultados obtidos levaram os autores a afirmar que o volume e a quantidade dos alimentos influenciam realmente a fome sentida após as ingestões. Os participantes que observaram antecipadamente maiores quantidades de fruta, referiram sentir significativamente menos fome, e durante um maior período de tempo, quando comparados com os participantes que observaram menores quantidades de fruta.

 

Tendemos a apoiarmo-nos na quantidade e no volume dos alimentos para sabermos se comemos muito ou pouco, e em consequência disso percebermos se sentimos mais ou menos fome. Mas quantos de nós conseguimos calcular a quantidade de  calorias existentes na refeição que comemos ao almoço? Poucos certamente. No entanto, conseguimos facilmente dizer que comemos duas coxas de frango e três colheres de arroz, tentando sempre apontar para quantidades que consideramos razoáveis. Somos guiados pelos nossos olhos, e desta forma acreditamos não ser a quantidade de calorias que vai dizer ao nosso corpo e a nós próprios que estamos cheios ou satisfeitos, mas sim o volume que percepcionamos ingerir.

 

Os mesmos investigadores referem ainda não ser só o volume ou a quantidade dos alimentos que condicionam a intensidade e a duração da fome sentida. As experiências passadas com os alimentos podem ter também um peso determinante nesta questão. Eles avançam com a ideia de que as experiências anteriores com um determinado alimento levam-nos a criar crenças e expectativas acerca das futuras ingestões, bem como a mudar o nosso comportamento. E deste modo, se à luz da nossa experiência anterior, acreditarmos que nos iremos sentir “cheios” ou “empanturrados” se ingerirmos determinado alimento, tendemos não só a ingeri-lo em menores quantidades, como  a sentirmo-nos satisfeitos e sem fome por maiores períodos de tempo. 

 

Esteja atento à sua percepção e faça a experiência da próxima vez que olhar para o seu prato de comida. Repare se não é o tamanho do bife ou a quantidade de sopa que tem diante de si que imediatamente lhe vão indicar se vai sentir-se satisfeito ou esfomeado após a refeição. 

O nosso estômago tende a ser enganado pelos nossos olhos e aquilo que percepcionamos comer pode ser bem diferente daquilo que realmente comemos. 

 

publicado às 10:06

Sabia que...?

por oficinadepsicologia, em 24.03.11

Autora: Isabel Policarpo

Psicóloga Clínica

 

 

Isabel Policarpo

Psicólogos  da Universidade de Harvard, do MIT e da Universidade de  Yale  desco-briram que as interacções sociais podem ser profundamente influenciadas,  ainda que inconscientemente, pelos atributos físicos dos objectos presentes no meio ambiente.

 

Efectivamente, usando objectos de diferentes pesos, texturas e resistências, os investigadores realizaram diversas experiências, concluindo que os nossos julgamentos acerca dos acontecimentos e situações, podem ser influenciados inconscientemente pelas características desses objectos.

Assim por exemplo verificaram que as pessoas sentadas em cadeiras duras são tendencialmente vistas como menos flexiveis, e se se tratar de um negociador imagina-se mesmo que ele será mais estável e menos emocional, e por isso um negociador potencialmente mais duro e difícil. Igualmente, detectaram que os resumos de trabalhos apresentados com clips pesados, tendem a ser percepcionados como mais sérios, de melhor qualidade e revelando maior empenho.

O tacto tem sido um dos sentidos mais esquecidos na investigação, mas a actual pesquisa  sugere que as primeiras impressões podem ser influenciadas pelo ambiente táctil e como tal o controle do meio ambiente pode ser particularmente importante para negociadores, gestores de recursos humanos e outros intervenientes na comunicação interpessoal. Como diz o autor - “ O uso de tácticas tácteis pode representar uma nova fronteira na influência social e na comunicação”.

Geralmente tem-se assumido que a exploração de coisas novas ocorre primeiramente através do olhar. Sendo o olhar uma irrefutável e poderosa fonte de informação, ele não é responsável por toda a informação. A informação adquirida através do tacto, embora imperceptivel tem  uma influência importante sobre a cognição.

O tacto sendo o primeiro sentido a desenvolver-se, pode continuar ao longo da vida a funcionar como um pano de fundo sobre o qual nós construimos os nossos julgamentos e decisões.

 

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publicado às 09:31

Procrastinação

por oficinadepsicologia, em 22.03.11

Autora: Isabel Policarpo

Psicóloga Clínica

 

Isabel Policarpo

Procrastinar é evitar um trabalho ou uma tarefa que tem que ser feita.

 

Procrastinar é um problema muito comum e está provado que a maioria dos estudantes é vulnerável à procrastinação. Geralmente há uma carga de estudo e/ou trabalho(s) para fazer, e a sensação que se tem é que independentemente do tempo que se possa passar a estudar, é impossível concluir o trabalho escolar. Por outro lado, para a larga maioria dos alunos somente uma pequena parcela do seu tempo é passada em aulas, pelo que uma fatia importante do seu tempo não é estruturada, sendo cada um responsável por decidir o que fazer e quando fazer.

Acresce que no ambiente universitário, em particular quando se reside numa residência de estudantes, há sempre coisas mais agradáveis para fazer do que estudar – isto é, muitas actividades competem pelo mesmo tempo, e o estudo é quase sempre relegado para último lugar.

 

Causas da procrastinação. Porque é que a procrastinação é tão forte?

 

Pobre gestão do tempo A gestão inadequada do tempo pode ser uma das causas da procrastinação. De facto, nem sempre nos sentimos seguros em relação às nossas prioridades, metas ou objectivos. É fácil confundir urgência e prioridade – pelo que é frequente sacrificar a prioridade à conveniência, para realizar actividades que nos são mais confortáveis, convenientes ou interessantes, que a tarefa em questão.

Outras vezes sujeitamo-nos à tirania do urgente e incapazes de estabelecer prioridades, procuramos sair desse stress realizando tarefas que não são nem prioritárias nem urgentes. É frequente quem procrastina referir que uma determinada tarefa ficou para depois, porque apareceu outra coisa para fazer. Estabelecer fronteiras emocionais, dizer não a nós mesmos, limita a atenção à multiplicidade de distracções.

Por vezes sentimo-nos tão oprimidos com uma determinada tarefa, que ou procuramos adiar os nossos compromissos para depois, ou optamos por passar muito tempo com os amigos e em actividades sociais, ou excedemo-nos em preocupações com os exames ou projectos escolares que hão-de vir, em vez de os completarmos.

 

Falta de relevância. “ Isto é muito chato” – Se uma coisa não é importante para nós, ou é aborrecida ou desinteressante, é difícil estar motivado para a começar a tarefa.

 

Crenças negativas. Medo de falhar – Pensamentos do tipo “não sou capaz de realizar nada”, ou “ faltam-me as capacidades necessárias para efectuar esta tarefa”, podem conduzir-nos a não fazer aquilo que tem de ser feito. É comum confundirmos aquilo que somos, com os resultados que obtemos, isto é, podemos pensar que se não tivermos um 20 que somos uns falhados, ou que se não passarmos no exame falhamos como pessoas.

 

Problemas pessoais – Problemas financeiros, familiares ou com o(a) namorado(a) podem levar-nos a desfocar das tarefas que temos entre mãos.

 

Dificuldades de concentração – A organização do ambiente de trabalho pode influenciar a nossa concentração. As nossas distracções internas impedem-nos muitas vezes de trabalhar, como quando nos sentamos para trabalhar e começamos a sonhar, ou simplesmente a olhar para o espaço ao nosso redor ou para as fotografias do namorado(a). É difícil estar focado no trabalho se passamos a vida a levantarmo-nos para ir buscar isto ou aquilo.

 

Aceitação dos objectivos dos outros – Se um projecto nos é imposto ou delegado, mas não é consistente com os nossos interesses, podemos sentir relutância para despender tempo para o concluir.

 

Perfeccionismo – Ter standards irrealistas desencoraja-nos de prosseguir a tarefa, como por exemplo pensar que temos que ler todos os artigos que se escreveram sobre um tema antes de começar a trabalhar. A perfeição é inatingível.

Geralmente quem procrastina não se assume como perfeccionista - “ senão a tarefa já estaria pronta”, o que não é verdade. O perfeccionismo pode conduzir a “arranques e paragens” súbitas. O perfeccionista planeia e define deadlines, escreve e apaga, promete e toma resoluções, organiza-se e reorganiza-se –mas após este impulso tudo volta ao mesmo, o que pode levar à depressão e espírito crítico.

Estudantes que não se satisfazem com menos de “20” podem procrastinar numa tarefa, para se a nota obtida não estiver de acordo com os seus standards, eles poderem culpar a ausência de tempo ou a tarefa realizada “à pressa”, não beliscando as suas capacidades, pelo que a auto-estima se mantém intacta.

 

Ansiedade de avaliação – Uma vez que não podemos controlar directamente as respostas dos outros ao nosso trabalho, sobrevalorizar essas respostas, pode criar um tipo de ansiedade que interfere com a finalização da tarefa. A tarefa oprime-nos e temos medo de falhar, consequentemente passamos grande parte do tempo a preocuparmo-nos em vez de trabalharmos.

 

Ambiguidade – Quando não se tem a certeza do que é esperado de nós pode ser difícil começar a realizar a tarefa.

 

Medo do desconhecido – Se nos estamos a aventurar num novo domínio, não temos qualquer forma de saber quão bem desempenharemos uma tarefa, tal incerteza pode inibir o nosso desejo de começar.

 

Inabilidade para a tarefa – Se por falta de habilidade, treino ou formação não temos recursos para uma determinada tarefa, podemos evitar conclui-la.

 

publicado às 09:58

Técnicas de relaxamento na gravidez

por oficinadepsicologia, em 21.03.11

Autora: Tânia da Cunha

Psicóloga Clínica

 

 

Tânia da Cunha

Numa visão alargada podemos definir o relaxamento como um estado de consciência caracterizado por sentimentos de paz e alívio de tensão, ansiedade e medo. O termo relaxado é usado quer para referir o relaxamento muscular quer para pensamentos de tranquilidade.

 

 

O relaxamento é considerado em situação pré-natal desde os anos 30, quando foi percebido que funciona como uma forma de quebrar o ciclo dor-medo-tensão-dor no parto.

As técnicas que usam formas controladas de respiração têm vindo a perder credibilidade ao longo dos anos. (Hiperventilação).  


Estudos apontam que uma mãe grávida em trabalho de parto cuja respiração natural é artificialmente aumentada mais facilmente sofrerá os efeitos nefastos dos baixos níveis de dióxido de carbono do que obterá vantagens do aumento dos níveis de oxigénio.

Tem-se recorrido cada vez menos a exercícios de controlo da respiração encorajando em vez disso as mulheres a respirar livre, natural e facilmente.

 

A consciencialização da respiração, tem sido largamente ensinada. É vista como uma forma de ajudar a mãe a compreender o seu próprio corpo.

 

O relaxamento muscular é um método bem conhecido de redução da tensão aplicado a mulheres em trabalho de redução da tensão em trabalho de parto.

O relaxamento pode ser ensinado em várias posições: deitado, sentado, de gatas, de joelhos com braços apoiados no assento de uma cadeira, em pé com os braços levantados e apoiados na parede, ou qualquer outra posição que a mulher considere confortável tem assim a possibilidade de escolher uma de entre um vasto leque de posições.

 

Outra técnica, que proporciona maior tranquilidade, são as imagens mentais que podem ser utilizadas para reforçar o relaxamento durante a gravidez e o trabalho de parto, dado que através da capacidade que têm para distrair a atenção podem ajudar a bloquear as vias da dor para o cérebro.

Quebre o ciclo dor-medo-tensão-dor e tenha um parto tranquilo!

publicado às 09:51

Ingestão compulsiva

por oficinadepsicologia, em 20.03.11

Autora: Joana Florindo

Psicóloga Clínica

 

 

Joana Florindo

Será possível alguém dizer que nunca comeu em demasia? Será possível alguém dizer que nunca se excedeu e abusou ferozmente daquele tentador preparado, bolo, pudim, chocolate ou gelado? Raros serão aqueles que vão responder afirmativamente a estas questões.

 

Aliás, se pensar nelas durante breves instantes, naturalmente se recorda daqueles deliciosos almoços em família, tão bem preparados pela avó e capazes de reunir de forma entusiasta todos os familiares em seu redor, ou daqueles demorados jantares de amigos, com deliciosas e tentadoras iguarias, dispostas sobre a mesa como uma arrebatadora obra de arte, ou talvez ainda, de um apetitoso e abundante banquete de festa de aniversário, casamento ou baptizado.

 

Seguramente que em alguma destas ocasiões, senão mesmo em todas, se recorda de ter cometido um ou outro excesso, de ter abusado de um ou outro alimento, tendo até por vezes comido para lá do exagero, ao ponto de sentir enfartada e indisposta. Talvez até consiga contar pelo número de dedos, as vezes em que isso lhe aconteceu, mas nem todas as pessoas o conseguem fazer. Há algumas que experimentam esse exagero com tamanha frequência, que já há muito perderam a conta aos dedos, e passaram a integrar esse comportamento excessivo no seu dia-a-dia. 

 

Quando toda uma vivência diária é ditada por estes comportamentos, podemos estar perante um problema alimentar designado de Ingestão Compulsiva, no qual é comum estarem presentes:

- Pensamentos constantes e intrusivos acerca de comida e/ou comer;
- Sentimentos de vergonha, de poder ser observada nessas ingestões compulsivas;
- Isolamento na tentativa de esconder essas ingestões;
- Perda de controlo e inevitável comer excessivo;
- Mal-estar e cansaço físicos;
- Tendência para o aumento de peso;
- Baixa auto-estima;
- Culpabilização e sentimentos negativos face a si mesma;
- Isolamento social;
- Reduzida esperança na possibilidade de mudança;

 

 

 

publicado às 13:16

Dia do Pai

por oficinadepsicologia, em 17.03.11

Fala-se muito da interacção mãe-bebé nos primeiros tempos de vida como organizadora do psiquismo do bebé. O pai não tem um papel menos importante. Parece que os bebés ficam vinculados aos pais bem como às mães, mas outros indícios indicam que estas duas vinculações possuem algumas características diferentes. Estudos demonstram que é mais provável que os pais brinquem com os filhos do que as mães. Além disso, as suas brincadeiras são mais físicas e vigorosas, podem levantar e balançar os bebés ou lançá-los no ar. Ao contrário, as mães geralmente brincam de forma mais calma com os bebés e realçam mais interacções verbais do que as físicas. Em consequência, enquanto a mãe é aquela a quem é mais provável que a criança recorra para obter carinho e conforto, o pai é frequentemente o companheiro de brincadeira preferido.

 

Tânia da Cunha

 

 

 

Jamais me vou esquecer

Desse teu triste olhar

Ter dias certos para ser

Quando o único verbo é amar

 

Será que ninguém entende

Ou não querem enxergar

Que o coração não compreende

Dias marcados para estar

 

A privação da convivência

Deixa marcas no ar

Para fazer face às conveniências

De quem escolheu sem me consultar

 

Se eu quero estar contigo

E só amanhã isso terá lugar

O que faço com este castigo

A quem devo eu culpar?

 

Se somos livres de amar,

Porque é que me sinto preso,

A este desejo de te abraçar

Como conviver com este peso?

 

Que neste Dia do Pai, em que muitos de nós comemoramos uma presença diária, ao nosso alcance sempre que desejamos, não esqueçamos dos que sofrem por se verem privados de exercer a sua parentalidade, dos que são sujeitos a regras rígidas para poder usufruir de um momento com os filhos, de um momento com o pai. Ser pai não cabe num dia mundial, nem tão pouco num fim-de-semana de quinze em quinze dias, em que as horas parecem escorrer entre os dedos como areia, e a angústia do tempo marcado tantas vezes impede a vivência plena do momento presente.

Que estes dias mundiais não sirvam só e apenas como aliciantes ao consumismo desenfreado e tantas vezes vazio de conteúdo. Que sirvam também outro propósito: o de pensar sobre estes muros invisíveis que tantas vezes advêm dos divórcios, que separam pai e filho(a), que os tentam forçar a acreditar que existem dias marcados para se estar com quem se ama.

Neste como em outros temas, importa não deixar que a nossa felicidade nos cegue para a tristeza dos outros.

Pense nisto…

Ana Crespim

 

 

 

 


publicado às 20:24

Regulação emocional em crianças

por oficinadepsicologia, em 15.03.11

Autora: Tânia da Cunha

Psicóloga Clínica

 

 

Tânia da Cunha

Frequentemente em contexto familiar, escolar ou outro, somos confrontados com comportamentos desajustados de algumas crianças. Exemplos disso podem ser: as birras nas “caixas” do supermercado, as dificuldades em cumprir regras, a pouca tolerância à frustração, a baixa auto-estima, a dificuldade em expressar, etc.

 

 

 A intervenção nas áreas de dificuldades na gestão das emoções e/ou de problemas sociais tem vindo a afastar-se da perspectiva da diminuição ou extinção de comportamentos considerados inapropriados, concentrando-se mais em ajudar as crianças a desenvolver ao máximo as suas capacidades pessoais e relacionais expressando os seus sentimentos, atitudes, desejos, opiniões e direitos de um modo mais ajustado. 

Existem programas de competências sociais e emocionais, que propõem às crianças estratégias de carácter lúdico para desenvolver comportamentos assertivos, com o objectivo de fortalecer e desenvolver atitudes livres e saudáveis.

Trata-se de programas que permitem uma série de aprendizagens destinadas a evitar o aparecimento de comportamentos considerados desajustados, proteger e tentar ajudar aqueles que se encontrem em “risco” de assumir tais comportamentos.

Em jeito de conclusão, é importante promover junto das crianças a aquisição e desenvolvimento de aptidões individuais e sociais básicas de modo a potenciar as relações com o outro, bem como desenvolver competências relativas à identificação, expressão e regulação de emoções.

 

publicado às 20:37

O mundo secreto da Anorexia e da Bulimia

por oficinadepsicologia, em 13.03.11

Autora: Joana Florindo

Psicóloga Clínica

 

 

Joana Florindo

Imagine-se insatisfeita com o seu corpo, descontente com a imagem “gorda e disforme” que ele anuncia. Imagine-se decepcionada consigo própria por ter experimentado inúmeras dietas, sem conseguir obter qualquer resultado estável e duradouro. Sente-se culpada por não controlar o seu corpo, e pensa que precisa de seguir uma dieta mais rigorosa, que não lhe dê espaço para falhar. Pensa que precisa também de ser mais rigorosa na sua postura, ter maior controlo sobre si, para não ceder às tentações da comida. Controlo e rigor, se quer mesmo emagrecer.

 

 

Naturalmente, liga-se à Internet, e num motor de busca procura informação sobre dietas rápidas, rígidas e eficazes. Depressa encontra inúmeros sites carregados de material que considera útil e convincente. Entre eles, destaca-se um em particular, diferente de todos os outros, e para o qual dirige a sua atenção. Trata-se de um site, criado provavelmente por uma jovem que partilha dos seus problemas, que apresenta ideias e formas de atingir o emagrecimento idealizado, controlando-se ao máximo e ingerindo o menor número possível de calorias. Nesse site, surge em destaque a fotografia de uma modelo, adorada pelos media e famosa pela sua magreza, ao lado de “10 Mandamentos” para se obter um corpo assim:

 

 

publicado às 22:40

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