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Fobia Social

por oficinadepsicologia, em 10.05.11

E-mail recebido

 

"Boa Tarde,

 

O meu marido tem vindo a sofrer de uma fobia social, que se tem vindo a agravar. 

 

Tendo uma profissão bastante exigente em termos de relacionamento interpessoal e exposição perante terceiros, que nunca lhe causou qualquer tipo de nervosismo ou ansiedade, 

tem agora ataques de ansiedade no momento das refeições (por vezes, até com grupo de amigos). 

 

Continua a fazer reuniões e apresentações publicas sem quaisquer problemas ou ansiedade. 

Porém, sempre que tem um almoço de negócios/ trabalho ou um evento (casamentos, festas, etc.) sofre de ansiedade, tremem-lhe as mãos e imagina ter todos a olhar para ele e para o que faz. 

 

Ciente do problema, que se tem vindo a agravar, chegou a fazer algumas consultas com um psicólogo, mas que em nada resultaram. Imagino que este tipo de fobia requeira um tratamento especifico e especializado. 

 

Gostaria de me indicassem qual o tipo de tratamento (psicoterapia individual? Hipsone? …?)  que consideram adequado a esta situação e qual a frequência e duração estimada para o mesmo. 

 

Obrigada"

 

 

Cara R

 

Antes de mais, muito obrigado por se dirigir a nós no sentido de ver esclarecidas as suas questões.

De facto, a fobia social é uma perturbação que provoca um enorme sofrimento em quem dela sofre. E é muito frequente que se manifeste de forma mais intensa em situações em que há potencialmente menor exposição, por contraste, de forma muito contra-intuitiva, com outras aparentemente mais exigentes. A um determinado nível, subir ao palanque ou ao palco pode ser sentido como o vestir de uma personagem, com menor exposição pessoal real. Pelo contrário, quando estamos em situações de interacção social, somos realmente nós que lá estamos, sem capas nem personagens. Para muitas pessoas, é mais fácil sentirmo-nos nus nestas situações, o que pode gerar muita ansiedade.

Em circunstâncias ideais, qualquer psicólogo deveria estar equipado para lidar com esta perturbação. No entanto, cada profissional tem a sua maneira de trabalhar, e a investigação tem vindo a demonstrar que factores como a compatibilidade entre técnico e cliente, a gestão de expectativas, ou o grau de preparação para a terapia podem ser determinantes no seu sucesso.

A investigação demonstra que a Terapia Cognitivo-Comportamental (preferencialmente em grupo) será, potencialmente, o tratamento mais eficaz para esta perturbação. Em traços largos, a intervenção caracterizar-se-á pela modificação de crenças e expectativas negativas relativas ao desempenho de papéis sociais e sua percepção por parte dos outros, pela aquisição de competências de gestão das manifestações físicas de ansiedade, e pela superação gradual de ansiedade em situações de ansiedade. A regularidade recomendada pela maioria dos autores é de uma sessão semanal. No que diz respeito à duração, não me parece possível estabelecer prazos absolutos. A investigação demonstra que ao fim de 12 semanas será altamente provável observar resultados. A duração real duração da terapia dependerá muito, também, dos objectivos que o seu marido traga, da sua disponibilidade para pôr em prática as mudanças propostas em terapia, e das suas características pessoais.

Espero ter-lhe sido útil. Caso tenha mais alguma questão, estamos sempre ao seu dispor.

Um abraço,

Francisco de Soure

Oficina de Psicolo

gia


publicado às 23:08



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