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Quando somos emocionalmente dependentes

por oficinadepsicologia, em 04.10.12

Autora: Cristiana Pereira

Psicóloga Clínica

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Cristiana Pereira

Como todos já ouvimos dizer, “o que é demais faz mal” e não seria diferente em relação às nossas relações interpessoais. A dependência emocional funciona da mesma forma que as outras dependências (álcool, drogas, comida, etc.) e, por isso, merece a mesma atenção.

 

Alguém dependente a nível emocional tem medo da liberdade e caracteriza-se por comportamentos submissos, falta de confiança, dificuldade em tomar decisões, dificuldade em expressar os seus pensamentos, medo da separação, de ser abandonado e, principalmente, da solidão. A dependência emocional não se manifesta apenas no comportamento afectivo, mas em todos os contextos vivenciais (sexual, profissional, social e económico).

 

A dependência pode surgir durante o período da infância, quando a criança não tem as suas necessidades emocionais satisfeitas. Assim, esta criança cresce com a sensação de vazio, que lhe falta algo e vai em busca desse algo que a complete. Pode fazê-lo nos relacionamentos, na comida, no sexo, nas drogas, etc. Por se sentir incompleta, poderá apresentar alguma tendência para ser um adulto com pouca auto-estima e com uma necessidade excessiva de aprovação pelos demais.

 

Na dependência emocional, por norma a pessoa é extremamente prestável, criando a falsa sensação de controlo nos seus relacionamentos.

Como em qualquer outra dependência, a recuperação é um desafio, pois aparentemente é mais fácil continuar a procurar a felicidade em factores externos do que construir recursos internos para preencher o vazio.

 

O primeiro passo é procurar ajuda. Partilhar com outras pessoas as suas dificuldades facilitará o processo de independência. Como tantas grandes caminhadas, todas elas começam com um pequeno passo.

publicado às 15:41

Saudades

por oficinadepsicologia, em 21.09.12

Autora: Filipa Jardim Silva

Psicóloga Clínica

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Sente falta de algo ou alguém que um dia teve e já não tem

Ambiciona voltar a encontrar-se dentro do labirinto que há em si

Um suspiro acorda-o todas as manhãs

Dúvidas habitam-no sistematicamente

Angustia olhar para o calendário aparentemente vazio

Dias uns a seguir aos outros

Encarrilhados em tonalidades cinzentas

Somam um amontoado de horas de desprazer pela vida.

 

Talvez possa estar a sofrer de um mal chamado Saudades. Do que foi e já não é, do que nunca foi e sempre esperou que fosse, do que lhe prometeram que iria ser e não chegou. De quem partiu demasiado cedo, de quem se ausentou sem aviso prévio, de quem fugiu injustamente, de quem nunca chegou e estava anunciado.

As saudades são um sentimento que habitam em muitos de nós e que nos obrigam a um baloiçar persistente: para trás guardando o que há para guardar, para a frente ganhando impulso para o momento presente e futuro. Desgastamo-nos no balançar mas reciclamos energia neste movimento, até que ele se extingue, sinal de que o baloiço parou e as saudades acalmaram. Por vezes precisamos entrar no parque infantil que existe em todos nós. Escorregamos por dificuldades, driblamos obstáculos, escondemo-nos dos dias difíceis, baloiçamos pela vida.

publicado às 20:16

Azares que se repetem

por oficinadepsicologia, em 15.09.12

Autora: Catarina Mexia

Psicóloga Clínica

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Catarina Mexia

Por mais vezes que repitam as promessas de que da próxima vez será diferente, estas pessoas vivem paixões intensas, mas acabam invariavelmente a chorar as mágoas de uma relação que deixa para trás recordações e destruição.

 

Recebi recentemente em consulta uma mulher que recuperava de uma tentativa de suicídio, subsequente a mais uma ruptura na sua vida. O namoro decorreu aparentemente sem problemas e até os amigos comentavam que ela parecia muito mais feliz desta vez, capaz de falar sobre a relação, mas parecia, uma vez mais, estar a "dar tudo de uma vez". Não sendo propriamente uma relação entre jovens adultos - ambos vinham de relações anteriores das quais existiam filhos - começaram a fazer planos para viverem juntos. Subitamente o namorado recuou e cortou todo e qualquer contacto.

 

No decorrer da terapia foi possível apurar que esta foi apenas mais uma das relações que seguiu o mesmo padrão. E o sentimento de desilusão e desespero desta mulher foi tal que o suicídio pareceu a única saída.

 

O envolvimento em relações potencialmente complicadas não é um privilégio do homem nem da mulher e pode acontecer em qualquer idade. Na verdade, quem vive este padrão de relacionamento vai- se habituando, com o tempo, a suportar os embates mais terríveis à sua autoestima, acabando por fortalecer a sua capacidade de tolerar desilusões. E assim vai perpetuando o papel de vítima, continuando a lamentar a sua falta de sorte e incapacidade para mudar o destino.

 

Esta incapacidade, no entanto, não resulta de uma partida do destino, mas da inexistência de uma pausa que permita avaliar o que aconteceu para trás antes de apostar num novo relacionamento ou seja, não foram pensados os papéis, o nosso ou o do outro. Nestes casos é comum existir um processo de autocomiseração que facilmente mobiliza os outros no sentido de nos confortarem. É como ir ao posto de abastecimento da autoestima. Recuperamos alguma, voltamos ao campo de batalha das relações. Mas um depósito cheio não nos permite perceber o que funciona mal no motor. É como se nós, mecânicos do nosso bem-estar, apenas nos preocupássemos em fazer andar o carro, sem cuidar de o lubrificar, ouvir o seu funcionamento, detectar as peças que precisam ser substituídas.

 

Aqueles que não possuem uma boa autoimagem, que não se sentem suficientemente merecedores de dar e receber amor, atraem frequentemente parceiros que apenas vêm confirmar essas profecias. E quando conseguem alguém que os acarinha e estima, muitas vezes dizem para si mesmos que não estão habituados e como tal não sabem lidar com essas atenções! Está assim criada a condição para que a sua relação não vingue.

 

Trata-se de amores que começam com um relacionamento sexual e paixão muito intensas, mas um envolvimento emocional superficial. Rapidamente o abandono, a traição, falta de consideração e, no extremo oposto, a agressão física vem substituir a ilusão do início. E o amor em que estas pessoas tanto apostaram inicialmente é rapidamente substituído por sofrimento e desilusão.

 

A autoimagem faz parte integrante da nossa personalidade e começa a delinear-se na infância. Um relacionamento com um adulto significativo e importante para nós (o pai, a mãe, um professor, um avô, etc.) mas que não é capaz de valorizar, respeitar e amar o nosso ser leva-nos a acreditar que não temos valor suficiente para merecer o seu amor. Se durante o nosso crescimento este padrão de relacionamento não se alterar, muito provavelmente viremos a ser adultos possuidores de uma baixa autoestima e autoimagem. Assim, quando procuramos um parceiro, muito provavelmente iremos encontrar alguém com quem iremos repetir a situação infantil. Para ultrapassar este padrão de relacionamento precisamos de compreender quem somos, fazer alguma introspeção, recuperando e reconstruindo a nossa autoestima.

 

Vivemos uma época em que o autoconhecimento é uma ferramenta essencial. As pessoas que se envolvem neste tipo de relacionamentos caracterizam-se por uma enorme dificuldade em verbalizar — muitas vezes até em saber — o que as faz felizes, quais os seus objectivos, o que querem da vida. Geralmente, o desejo de agradarem leva-as a centrarem-se de tal maneira nas necessidades e anseios do outro, que é como se a sua própria existência apenas se justificasse em função dele.

 

Muitas vezes, o outro desfruta de um carinho e atenção que vai para além daquilo que esperou da relação. E os conflitos surgem quando se iniciam as cobranças. Aquele que se sentiu alvo daquilo que julgava ser um amor intenso e desinteressado vê-se confrontado com "fiz tudo por ti e tu nada me deste em troca".

 

Compreendermo-nos, é o melhor caminho para a mudança.

publicado às 09:44

Começar de novo

por oficinadepsicologia, em 09.09.12

Autora: Filipa Jardim Silva

Psicóloga Clínica

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Filipa Jardim Silva

Paro, olho à volta e demoro uns segundos até que a visão deixe de ficar turva. Sinto-me como se tivesse sido atropelada por um camião em câmara lenta. Cinco caixotes e duas malas é o que ocupa três anos da minha vida. 1095 dias reduzidos a tão pouco espaço físico, mas arquivados numa biblioteca imensa dentro do meu espaço psicológico. As coisas pesam pouco, as recordações pesam toneladas. Fecho os olhos à espera que por um segundo esteja a ter um pesadelo, mas depressa o eco de sons nesta casa vazia me puxam para a realidade. Acabou. O amor juntou-nos, o amor separou-nos. Filmes em sucessivo correm dentro da minha cabeça: filmes de amor, de suspense, de terror, de drama por fim. Tivemos tudo, terminámos no nada, quando as palavras se esvaziaram, quando nos perdemos de nós.

 

O Sol invade o meu espaço sem pedir autorização, recorda-me que começou um novo dia, quase a gritar-me que também eu estou a começar uma vida nova. Empurro-me até a um banho frio que me acorda para o momento presente. Limpo as lágrimas, visto-me e arregaço as mangas. Os músculos estão fracos, a mente trémula, mas tudo se treina e fortalece. É tempo de começar de novo no dia de hoje com intervalos para chorar o ontem e instantes para sonhar o amanhã. Não tenho resposta a todos os porquês mas também não ambiciono ter. Fecho a porta aos “se’s” que se atropelam uns aos outros. Guardo o que há bom de guardar, e a cada dia que passa a respiração serena, o sono acalma e o apetite volta. Por uma história de amor não ter um final feliz não significa que foi um fracasso. Recuso-me a sintetizar três anos da minha vida a uma palavra como falhanço. Todas as gargalhadas que dei foram magia pura, todas as partilhas cúmplices conquistas, todas as aprendizagens feitas são heranças eternas que nem o tempo nem gente podem apagar. Ninguém me tira o amor que vivi mas também ninguém me pode puxar para a vida novamente, apenas eu. É tempo de recomeçar. Voltar a preencher os dias de maneiras distintas, descobrir sítios até agora desconhecidos, viajar sozinha, carregar sacos pesados, dar espaço a novas pessoas. Não é uma vida a substituir a outra, é uma nova vida. Passado algum tempo recordo com um sorriso a história vivida e sim, há noites chuvosas que me levam a derramar uma lágrima de nostalgia sobre o que foi e mais ainda podia ter sido. Mas o dia amanhece e revigora a alma, para esta que é mesmo uma vida nova. Estou agora numa relação comigo mesma, e como em qualquer início de relação estou a descobrir-me, a mimar-me, a tentar surpreender-me, à procura das palavras que me fazem brilhar o olhar, dos sítios que me aquecem a alma, dos cheiros que me arrepiam, dos sabores que me extasiam.

 

Esta é a história da Alice que podia chorar o ontem mas estaria a enevoar a visão do hoje e a bloquear o amanhã. Podia lamentar o que não resultou e até quiçá procurar culpados, mas estaria a reduzir uma história de amor a um desencontro final. Podia designar-se de pouco afortunada mas nunca gostou de rótulos. Preferiu arrumar a bagagem das viagens passadas e seguir com uma mochila leve no presente. A Alice não é mais que ninguém e conhece bem as suas fragilidades, mas desde que saiba que merece e quer ser feliz, tem as coordenadas necessárias que a orientam por entre as tempestades e conduzem a oásis perdidos. Porque é sempre possível começar de novo.

publicado às 11:01

Amores de Verão

por oficinadepsicologia, em 28.08.12

Autora: Catarina Mexia

Psicóloga Clínica

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Catarina Mexia

O período estival é sinónimo de liberdade do corpo e do espírito. Sinónimo de despreocupação, as férias são, para muitos, ricas em aventuras e encontros amorosos. Mas serão estes amores feitos para durar?

 

Mais do que a Primavera, o Verão é, por excelência, a época dos amores. E a razão por que isso acontece não deriva do acaso. Existem diversas teorias e condicionantes que parecem contribuir.

 

Redescobrir o corpo. Durante o ano os relacionamentos amorosos têm falta de sensualidade. As inquietações, o stress e a fadiga são os piores inimigos do desejo e a chegada do Verão revela-se o momento ideal para acordar uma libido adormecida pelos dias mais frios. O corpo, finalmente descoberto das roupas de Inverno, revela-se nas suas formas, cores e odores que despertam sensações e atracções. Geralmente apresentam-se peles bronzeadas, sem rugas de preocupações, distendidas pelo conforto da liberdade de movimentos.

Associada a esta exposição corporal parece estar a teoria que diz sermos ainda influenciados pelas feromonas, hormonas associadas à atração e disponibilidade sexuais, especialmente importantes nos animais não racionais. Para nós terão passado para segundo plano, mas muitos cientistas creem que ainda têm um papel muito importante nos mecanismos de atração entre humanos.

Verdade ou não, o que parece é que o calor favorece a libertação de odores corporais que incluem estas hormonas a que inconscientemente continuamos sensíveis.

 

Tempo livre. Suspender a monotonia do quotidiano, interromper rotinas, autorizar-se a fazer nada, tirar partido das horas extra de luz, sair e passear, tudo nesta altura parece contribuir para reencontrar o gosto e a disponibilidade para estar com outras pessoas. A época de Verão é eleita pela maioria de nós para gozar as merecidas férias grandes. Sem imposição de horários, esquecemos os pequenos males do quotidiano que nos deixam de mau humor e subitamente descobrimos ter tempo para cuidar de nós, o que nos deixa agradavelmente felizes e bem dispostos. Interessa-nos pouco mais do que o dia-a-dia e mesmo as situações sociais daqueles que conhecemos são irrelevantes. Provavelmente travamos conhecimento com pessoas que nos agradam, mas que em circunstâncias normais nunca teríamos conhecido. A rotura do momento propicia a união de duas pessoas que fora deste tempo certamente nunca se encontrariam. O que conta é o prazer de estar junto.

 

Uma questão de luz. O sol influencia todos os nossos comportamentos. Dependemos totalmente da sua luz para o nosso metabolismo e biorritmos. Em países em que predominam as horas de luz e a presença do sol a expressão emocional é mais expansiva, como nos países latinos, enquanto que nos países do Norte da Europa, por exemplo, com menos horas de sol, essa característica é mais contida.

Estas são algumas das condições que o Verão e as férias reúnem para que o amor "ande no ar", especialmente o amor romântico, efémero por natureza. Mas raramente estes amores perduram até à estação fria. Ainda que o amor de Verão seja intenso e muitas vezes recíproco, raramente resiste à prova do tempo, da distância e da realidade. Quando estas contingências regressam, muitas vezes assistimos a verdadeiras transmutações do outro. Aquele que tinha agradado pela sua espontaneidade, alegria de viver e capacidade de aventura modifica-se radicalmente. O seu penteado torna-se mais formal, as suas roupas transformam-se em verdadeiras carapaças, máscaras que tem de envergar para enfrentar a sua profissão.

Apenas alguns encontros extraordinários parecem resistir ao fim do Verão. Mas serão eles capazes de resistir à distância?

 

Longe da vista. Além do Verão ter acabado, a distância geográfica também é uma realidade em muitos amores de Verão e pode ser uma vantagem que ajuda a manter uma relação que tanto prazer deu, não só porque mantém o drama, como evita o desgaste. Permanece a incerteza, a impaciência da espera de um sinal do outro. A alegria dos reencontros predomina e muda o humor, pois são tão raros que há que aproveitá-los bem.

A distância tem ainda a virtude de não favorecer a rotina. Estar fora de contacto impede que os hábitos de casal se instalem, tornando cada encontro uma oportunidade para novas descobertas. Os assuntos de conversa nunca se esgotam. Mais: esta distância permite continuar uma vida de celibatário, sem a necessidade de estar comprometido ou de fazer cedências imediatas.

Suspender a monotonia do quotidiano, interromper rotinas e autorizar-se a fazer nada, tudo no Verão parece contribuir para reencontrar o gosto e a disponibilidade para estar com outras pessoas.

E evita discussões, porque raramente os elementos do casal estão em "dia não". Vêem-se tão pouco que não faz sentido estragarem tudo com críticas ou desentendimentos.

Mas o reverso da medalha existe e revela-se quando impede a criação de hábitos de partilha característicos e necessários numa vida de casal, como, por exemplo, conhecer verdadeiramente a pessoa por quem nos apaixonámos no Verão. Mesmo que a maioria dos romances de Verão não dure, a verdade é que não nos devemos privar deles, até porque nos permitem aprender a conhecer e experimentar outras características que desconhecíamos em nós.

publicado às 11:08

É possível a amizade entre homens e mulheres?

por oficinadepsicologia, em 20.08.12

Autora: Catarina Mexia

Psicóloga Clínica

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Catarina Mexia

A crença antiga e ainda muito vulgar de que a amizade entre homens e mulheres não é possível provém do tempo em que os nossos antepassados tinham tarefas perfeitamente divididas: a mulher em casa e o homem no trabalho. A única maneira de poderem estar juntos era quando queriam iniciar um romance.

 

Atualmente, no entanto, homem e mulher trabalham e praticam desporto juntos e estão envolvidos desde cedo num processo de socialização que deixa espaço para desenvolver com sucesso uma amizade próxima e com cada vez mais boas razões para o fazer.

 

O que é a amizade? Comecemos por definir o que é amizade. Trata-se de um sentimento complexo que aparece sem aviso ou premeditação. Não conhece critérios de idade, de condição social ou de origem e é um misto de confiança, abandono, sensibilidade e amor desinteressado. A questão está em saber se esta genuinidade resiste numa relação entre um homem e uma mulher. Se um conjunto de pessoas responderia sem hesitar que não, outro diria ser perfeitamente possível. A maioria, porém, iria hesitar antes de responder num ou noutro sentido.

A verdade é que a sexualidade prejudica a amizade entre homens e mulheres. Quantas vezes um homem se contenta em manter-se apenas amigo quando o que deseja é ser amante?

De facto, é muito difícil lidar com uma proposta para mantermos apenas a amizade, até porque isso desencadeia sentimentos opostos. Tantos os homens como as mulheres podem sentir rejeição num primeiro momento, mas logo a seguir felicidade, justamente por compreenderem as vantagens de uma relação que não passa necessariamente pela cama. Quando tal acontece, já nada é como dantes. Curiosamente o inverso pode acontecer, ou seja, uma relação de amantes pode tornar-se numa relação de amigos.

 

Lidar com o desejo. O tema desejo é quase inevitável nas relações de amizade entre homens e mulheres. A questão é saber se queremos estragar ou modificar uma relação que até aí funcionou bem. Nesses momentos de particular tensão em que o desejo ganha força, a proximidade e o toque físico devem ser evitados, para que a distância permita tomar uma decisão sem comprometer a posição do outro. Como bons amigos, tal será compreendido como uma necessidade íntima a respeitar e não como um afastamento precipitado.

O contexto que uma amizade cria, e a forma pode ser partilhada no que respeita aos nossos amigos, filhos, pais e trabalho, não afasta nem permite negar a existência desta tensão sexual, mas ajuda a delimitar a intimidade de cada um. Acontece que estas amizades, tal como as que se desenvolvem entre pessoas do mesmo sexo, baseia-se na possibilidade de falar, ouvir, servir de suporte ao outro, de ser companheiro, de partilhar algo mais profundo do que uma relação sexual que provavelmente não teria futuro.

 

Que vantagens? Quando um homem e uma mulher mantêm urna relação de amizade, com frequência nos perguntamos que benefícios existem nessa relação. Será a sua função constituir um pilar afectivo baseado numa relação democrática e igualitária numa sociedade sem respostas nem certezas?

Na vida amorosa os sentimentos explodem como fogo de artifício, enquanto que na amizade são canalizados com paciência, limites e compreensão. Mas esta amizade exige renúncia e, por isso, precisa de acontecer entre dois seres emocionalmente maduros. Ao invés das amizades entre pessoas do mesmo sexo, esta beneficia de uma dualidade muito enriquecedora que se traduz em perspectivas diferentes, por vezes novas mas sempre complementares, que o outro tem sobre determinados assuntos.

Cumplicidade, estímulo intelectual e serenidade são razões que convidam a estabelecer uma relação de amizade com uma pessoa do sexo oposto. Mas por vezes essas razões podem dissimular perturbações de identidade ou revelar dificuldades de identificação em relação aos outros, uma vez que se trata de uma relação menos exigente do que o amor e que responde, na nossa época, ao medo de envolvimento.

 

Quase casais. "Ficar apenas amigos" significa menos compromissos. E estes "quase casais" são cada vez mais numerosos. Algumas ideias feministas sobre a independência das mulheres e certas tendências masculinas que privilegiam uma via individualista encorajam o seu aparecimento. Uma vez encontrado o amor desinteressado, não o devemos deixar partir. A amizade entre homens e mulheres segue o mesmo caminho da amizade entre pessoas do mesmo sexo, mas deve resistir aos caminhos da sedução e deslocar-se no sentido da conivência, confiança e suporte para poder sobreviver. Não pode ser um modelo universal a seguir, pois alimenta- se da particularidade de cada relação e responde a necessidades mais ou menos confessáveis.

Nasça antes ou depois de uma relação marcada pela sexualidade, antes ou depois de uma relação de casal, a amizade entre homens e mulheres é importante e preciosa num mundo pouco amigável e pobre em laços humanos.

publicado às 13:54

Conjugalidades - Parte 2

por oficinadepsicologia, em 13.08.12

Autora: Inês Franco Alexandre

Psicóloga Clínica

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Inês Franco Alexandre

Em terapia de casal, as crenças de cada um dos elementos sobre a relação tornam-se visíveis,  através do conteúdo do que me dizem – como quando explicitam o que desejam da relação ou o que acreditam serem os factores de (in)satisfação – e também através da forma que a relação assume, mesmo em sessão – se há um dos elementos que fala mais, se os dois têm igual espaço, se existem lutas ou competição na tomada da palavra . Através da observação destas dinâmicas vamos entendendo quando um dos elementos está, naquele momento, mais centrado na relação – no nós – e menos em si (quando, por exemplo, propõe passar mais tempo em casal ou lhe é imprescindível ter projectos a dois) enquanto o outro elemento está mais focado nos espaços de diferenciação (quando propõe mais tempo individual, fala mais sobre si e das coisas de que gosta, fala mais sobre o outro enquanto indivíduo separado de si, apreciando-lhe a individualidade). Este tipo de dinâmicas, resultante de uma diferença na perspectiva que cada um adopta sobre a relação entre o eu o tu e o “nós” (ver parte I), pode facilmente causar conflito. Quando sinto que o outro não age de acordo com o mesmo modelo que eu, surgem muitas vezes medos e inseguranças – se não está tão centrado em “nós” é porque já não gosta de mim, porque esta relação não lhe faz sentido, porque não retira prazer do tempo comum, porque não lhe basto – medos estes que também estão, na maior parte das vezes, relacionados com a nossa história individual.

 

Alguns casais dizem-me, com alguma surpresa, que a relação entre eles é diferente na sala de terapia do que quando estão sozinhos, ainda que discutindo os mesmos assuntos. Falam-me da importância de um árbitro, que tem como função a mediação entre eles. Talvez tenham razão, porque julgo que um dos factores de sucesso da terapia seja a maior consciência dos casais de que podem e sabem fazer diferente, e que o poderão fazer também sem a presença de um terceiro elemento. No entanto, não me coloco no papel de um árbitro, porque não considero que seja minha função a de impor regras e faltas. Perguntei-me então várias vezes o que faria com que os casais conseguissem discutir, na minha presença, de uma forma que lhes trouxesse menos sofrimento. Julgo que uma das razões será o facto de, apesar de não ser neutra relativamente aos temas que me trazem (desengane-se quem imaginar que a neutralidade é uma possibilidade para algum ser humano, ainda que terapeuta), permanecer sempre disponível para conhecê-los, individualmente. Ou seja, tendo a adoptar uma postura de curiosidade e compreensão em relação a estas três entidades – os dois “eus” e o “nós” – dando espaço a cada um deles e tendo em atenção os modelos relacionais que cada um dos elementos terá como base, quais as suas crenças, o que acreditam dar-lhes significado à vida e à relação. Isto permitirá que os casais redescubram que diferentes perspectivas não implicam que o outro não nos valida ou não gosta de nós, mas simplesmente que isso resulta de uma forma diferente de olharem para si e para a relação naquele momento das suas vidas, o que por sua vez depende em grande medida da história individual de cada um. E, claro, poderão também descobrir que o modelo do outro não se coaduna com as suas necessidades e crenças fundamentais sobre o que querem para si e para a relação.

 

A minha presença parece então permitir que cada um dos elementos entenda que é possível que as duas perspectivas coexistam, porque eu mesma entendo que as duas podem coexistir, sem que uma invalide a outra. Para isso, tento manter uma postura de abertura e curiosidade, dando-me espaço para ouvir e compreender cada uma das pessoas. Tento por um lado colocar-me no lugar do outro, e por outro lado entender como é que a perspectiva de cada uma das pessoas me faz sentir, enquanto indivíduo. Este exercício dá-me alguma flexibilidade que me permite compreender as duas perspectivas. Por último, tento colocar mais questões e fazer menos afirmações.

 

Para os casais torna-se difícil, é claro, fazer este tipo de exercício, sobretudo em alturas de conflito, quando os medos e as inseguranças emergem. Ao longo do tempo fui também entendendo que, para haver este movimento de abertura e compreensão de parte a parte, que implica descentrarmo-nos e entendermos que as nossas reacções imediatas são grande parte das vezes causadas por inseguranças nossas, seria importante ter sempre presente o amor que temos pelo outro e que ele tem por nós. Por mais banal que pareça, este é o grande reservatório de energia para lidar com o conflito e que permite aos casais não colocar uma grossa armadura quando discutem. Para que esse amor esteja presente, torna-se imprescindível promover o conhecimento mútuo, estimulando a curiosidade sobre a pessoa que temos ao lado, perguntando-lhe sobre si, sobre os momentos mais importantes da sua vida, os seus sonhos, projectos, ambições, princípios de vida. Não menos essencial, será lembrarmo-nos do que nos apaixonou no outro, nos momentos bonitos da nossa história comum. Centramo-nos com frequência no que corre menos bem na nossa relação, e esquecemo-nos de relembrar e de manter o que gostamos tanto nela. E por último, não posso deixar de mencionar a necessidade de nos focarmos nos detalhes – nos bilhetes, nas mensagens, nos abraços inesperados, nos sorrisos, nas surpresas. O essencial pode estar contido num detalhe.

publicado às 10:15

Conjugalidades - Parte 1

por oficinadepsicologia, em 12.08.12

Autora: Inês Franco Alexandre

Psicóloga Clínica

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Inês Franco Alexandre

Num casal, existem três elementos: o eu, o tu e o nós (Caillé, 1991). Existem duas pessoas, cada uma com a sua história de vida, os seus sonhos e projectos, as suas alegrias e os seus fracassos, os seus medos e fantasmas, a sua forma própria de olhar para o mundo, e uma entidade relacional, também com uma história e uma identidade própria. Em consonância com esta ideia, existirá então um espaço próprio para estas três entidades: um espaço de diferenciação de cada uma das pessoas – do eu e do tu - e um espaço de comunhão – do nós – que resulta da intersecção dos outros dois.

 

A conjugação destes três elementos e dos respectivos espaços nem sempre é fácil. Num casal existem, por vezes, perspectivas diferentes entre as duas pessoas sobre os espaços que a diferenciação e a comunhão devem ocupar. Isto acontece, por exemplo, quando uma das pessoas julga que o nós deverá ocupar muito espaço e exigir naturalmente disponibilidade e energia de cada um, e a outra pessoa imagina que deve existir mais espaço individual e menos de casal. Nestes casos, existe uma dificuldade na conjugação das duas perspectivas sobre o casal. É a diferença de perspectivas, e não o facto de haver uma mais válida do que a outra, que cria o conflito.

 

As perspectivas ou modelos que criamos sobre as relações dependem de muitos factores: da sociedade em que estamos inseridos, que dita quais as regras de funcionamento numa relação (um relacionamento com sucesso no mundo ocidental e no mundo oriental terá, com alguma certeza, contornos diferentes); dos modelos que tomamos como referência de sucesso - pais, avós, familiares, amigos – que nos levam a tender a perspectivar as relações da mesma forma; dos modelos que tomamos como referência de insucesso - pais, avós, familiares, amigos - e que nos fazem ter medo de repetir outras histórias e nos levam a comportar-nos de forma inversa.

 

Estes modelos de relação são muitas vezes inconscientes, e consistem em crenças que vamos construindo sobre como devem ser as relações para que tenham sucesso, funcionando como um guião de actuação. Como este guião é, na maior parte das vezes, inconsciente, o que sentimos, os comportamentos que adoptamos e a forma como reagimos aos comportamentos do outro também são, muitas vezes, automáticos. Ou seja, não temos consciência de que sentimos e agimos com base nesses modelos. Mais ainda, temos tendência a confirmar os nossos modelos, através do mecanismo de atenção selectiva, o que quer dizer que nos focamos nos sinais, internos e externos, que nos dizem que o nosso modelo está certo. E porquê?

 

Todos nós precisamos de crenças sobre as quais assentamos o nosso comportamento. Por exemplo, acreditamos que num mundo justo não devemos roubar, o que faz com que não roubemos. Estas crenças são-nos essenciais, porque são elas que nos permitem explicarmos, a nós e aos outros, o nosso comportamento, uma necessidade presente em todos os seres humanos e que parece estar relacionada com a questão da confiança: confiamos mais em quem sabe explicar melhor o seu comportamento, porque poderemos prever com maior confiança qual o comportamento que irá adoptar em circunstâncias semelhantes.

 

Do mesmo modo, acreditamos que para sermos felizes num relacionamento deve haver respeito, simpatia, amor, paixão, cordialidade, que devemos reservar mais ou menos tempo para o casal, mais ou menos tempo para cada uma das pessoas, devemos dar-nos com amigos ou não, sermos mais ou menos fechados, etc. E, uma crença que creio fundamental, acreditamos que é mais ou menos fácil conjugarmos quem somos, a nossa individualidade, com a criação do nós.

 

Construímos então teorias: sobre nós, sobre o outro e sobre as relações. Tendo como base algumas crenças, tendemos a comportar-nos de acordo com estas, e tendemos também a confirmá-las e reconfirmá-las. Por exemplo, se acredito que o outro gosta de mim, tenderei a procurar sinais que mo confirmem – o meu companheiro diz-me muitas vezes que gosta de mim, está alegre quando está comigo, envia-me mensagens carinhosas a meio do dia – e a desvalorizar sinais do contrário – não agiu como de costume, anda mal disposto há muito tempo, não faz o que lhe peço o que quer dizer que não me ouve.

 

Sendo incontornável termos crenças, não é incontornável que elas se mantenham as mesmas a vida inteira, e sobretudo que não as possamos flexibilizar. Ao longo do tempo os nossos modelos de actuação tornam-se rígidos, como se fossemos engrossando as paredes da nossa sala e se tornasse cada vez mais difícil comunicar entre compartimentos.

 

Num casal, os modelos individuais podem funcionar em determinado momento da vida, sendo fácil a conjugação de perspectivas, e não funcionar noutras, sendo necessária alguma mudança ou flexibilização. As diferentes etapas do ciclo de vida do casal, o crescimento individual, os acontecimentos por que vão passando, são elementos que vão obrigando, naturalmente, cada uma das pessoas a rever os seus modelos e o casal a mudar o seu funcionamento. Por exemplo, é provável que a conjugação dos espaços individuais numa fase inicial de paixão não seja semelhante à que acontece quando nasce um filho. Como conjugar, então, a influência de tudo isto na forma como cada uma das pessoas se vai construindo e reconstruindo, na forma como olha para o mundo e para a relação, mantendo um relacionamento satisfatório?

 

Nestes momentos de alguma crise, torna-se essencial transformá-la numa oportunidade de crescimento a dois. Muitos dos casais que acompanho em terapia e que ultrapassam períodos mais difíceis relatam como muito importante a sensação do esforço ter valido a pena, no sentido de fortalecimento da relação. Na parte II deste texto abordarei alguns dos aspectos que considero relevantes na gestão conjugal destes períodos.

publicado às 13:52

Contos terapêuticos: Ep1 - História da Eduarda

por oficinadepsicologia, em 10.07.12

Autora: Fabiana Andrade

Psicóloga Clínica

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Fabiana Andrade

Ao pensar no que escrever para o meu próximo artigo, percebi que estava a ficar aborrecida com o meu formato tradicional de escrita.

Surgiu-me então a ideia de iniciar o que chamei de Contos Terapêuticos.

 

Observei muitas e muitas histórias de clientes, vi que muitas delas apresentam temáticas semelhantes. Essa semelhança estende-se também por histórias que observo mesmo fora do consultório, no meu próprio dia a dia e das pessoas que me rodeiam.

 

Assim, para cada temática decidi criar um personagem. Nesse personagem, represento características de várias pessoas e num breve conto exponho uma situação em que o personagem utiliza as suas características e o seu modo de estar para resolver situações do dia a dia. Além disso, conto ainda como, com a psicoterapia, ele foi capaz de superar seus obstáculos.

Com esse formato, espero que cada um dos leitores possa identificar-se com um ou mais personagens, e assim, encontrar inspiração nas estratégias utilizadas por eles.

 

Abordaremos temas como a solidão e dificuldades de relacionamento, estado de medo/ansiedade, comunicação com os filhos, comunicação com os pais, sexualidade, traumas, depressão, obesidade entre outros.

 

Como o projeto é contínuo, sempre que as histórias que ouço me inspirarem e remeterem a uma temática específica, transponho para o papel e partilho com todos os leitores.

 

Hoje decidi começar pela temática da Comunicação entre Casais!

Assim, surge-nos a Eduarda.

 

Eduarda é casada, tem dois filhos, e pede ajuda pois está a ter problemas no seu casamento com Carlos.

 

 

publicado às 12:24

Nenhum homem é uma ilha

por oficinadepsicologia, em 08.07.12

Autora: Ana Beirão

Psicóloga Clínica

www.oficinadepsicologia.com

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Ana Beirão

Nós não somos apenas indivíduos, pertencemos a um grupo, somos membros de uma sociedade e relacionamo-nos com os outros. Interagimos no nosso quotidiano não só por necessidade, mas porque precisamos de estabelecer relações interpessoais, as quais proporcionam ligações emocionais. Relações estas que se caracterizam pela intimidade, crescimento e resiliência. Construímo-las com base numa vinculação segura, com expectativas na procura de companhia, amizade, camaradagem, amor, compreensão. Enquanto seres sociais, relacionamo-nos com a família, amigos, companheiros, colegas de trabalho, patrões, os empregados do café onde vamos habitualmente, os funcionários das diferentes lojas, entre tantos outros.

 

O relacionamento humano é complexo, pressupõe o sabermos interagir uns com os outros, ter em conta os papéis, as normas, as expectativas, a cultura, a comunicação, as diferentes formas de ver o mundo. A interacção social é um processo no qual agimos e reagimos face ao que nos rodeia. Os relacionamentos têm de ser trabalhados e a sua eficácia influencia o contacto social permanente. Um novo estudo da Universidade da Califórnia, menciona como o simples facto de nos lembrarmos de uma pessoa querida pode reduzir a percepção da dor. O suporte social toma uma importância a nível da nossa saúde, física e mental. É assim altura de voltar a dar o devido valor aos relacionamentos interpessoais, que afinal de conta, nos ajudam a ser mais saudáveis.

 

A nossa vida é organizada através de padrões semelhantes de comportamentos. Somos criaturas de hábitos, sabemos o que fazer no quotidiano e isso proporciona uma vida estável e regular, sabendo com o que contar. No entanto, a vida actual pode não possibilitar o contacto social mais estreito. Muitos são os que trabalham em casa, outros tem trabalhos mais solitários, horários diferentes, perdem muito do seu tempo em deslocações. Estamos na era das redes sociais onde a internet está muito presente, e é verdade que continuamos a falar com a nossa família, amigos e conhecidos mas perdemos pouco tempo em relacionamentos cara a cara. Falta a cumplicidade do momento, com partilha de emoções e sentimentos, faltam interacções humanas e o suporte social. Como podemos então ter tempo para nos relacionarmos melhor uns com os outros?

 

Comece por reorganizar a sua semana, tenha como uma das suas prioridades o estar com o outro. Sempre que possível evite marcar o encontro com o amigo na internet e faça-o num local onde goste de estar, onde possa conviver. Dê importância às suas relações, são preciosas. Tente esclarecer dúvidas ou desentendimentos num curto espaço de tempo, não permita que a não compreensão de uma posição pese mais do que a relação que tem com aquela pessoa. Tenha algum tempo para si junto dos outros. Inscreva-se num workshop, procure um hobby que possa partilhar com outras pessoas. Marque o tal café ou o jantar que ficou suspenso por uma razão qualquer. Faça um pequeno esforço para estar com os outros, os que tem significado para si ou os que já não vê há muito tempo. Esquecemo-nos que uma boa conversa desanuvia o espírito e proporciona prazer. Seja meigo consigo e procure ter tempo para se relacionar ...

publicado às 09:37


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