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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autor: Francisco de Soure
Psicólogo Clínico
O suicídio constitui-se, actualmente, como uma causa de morte de dimensão significativa a nível mundial. A OMS estima que, a cada dia, cerca de 3000 pessoas terminem com a sua vida de forma voluntária e que, para cada uma que concretiza o acto, outras 20 o tentem. É assustador pensar que, a cada dia, qualquer coisa como 60000 pessoas procurem para si a morte. Só em Portugal, serão cerca de 1200 pessoas por ano. E mais assustador se torna se considerarmos as graves repercussões que uma morte por suicídio tem nas famílias e pessoas chegadas de quem o comete.
Quem nunca considerou o suicídio como um cenário possível costuma ter dificuldade em compreendê-lo. O mais básico dos nossos instintos é o da auto-preservação. Assim sendo, como explicar a nós próprios um acto que da forma mais gritante contraria este instinto? Compreender o suicídio é compreender o desespero. Injustamente apelidado de “uma chamada de atenção”, o atentado à própria vida é visto por quem o comete como a única saída possível para uma situação intolerável, a única forma de acabar com a dor, ou uma oportunidade quase mágica de começar de novo. O suicídio aparece, frequentemente, associado a quadros de depressão. De facto, a investigação aponta para que cerca de 15% das pessoas que tentam ou cometem suicídio estarão clinicamente deprimidas. E as estatísticas da OMS apontam, também, para que a depressão continue a aumentar de forma galopante, particularmente nos países ocidentais.