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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Filipa Cristóvão
Psicóloga Clínica
Muito frequentemente ouve-se nos mais variados sítios, de cabeleireiros a lojas, de grupos de amigos a conversas de café, “ah eu também sou um pouco psicólogo”.
Apesar da familiaridade da frase, penso que é importante fazer algumas considerações.
Obviamente que a rede social de suporte de cada um de nós é uma peça importante na nossa saúde e equilíbrio. Estar integrado num grupo de amigos ou família, onde existe confiança, e com o qual se partilham preocupações, mas também alegrias, constitui um recurso inegável.
Por outro lado, conceitos como escuta activa, e empatia devem estar presentes nos mais variados contextos, sejam eles formais ou informais, para bem de uma comunicação eficaz, interessada e de respeito para com o outro.
Contudo, não se deve confundir estas componentes de relações humanas saudáveis com um processo terapêutico.
A psicoterapia é um processo de transformação, perante o sofrimento, auto-conhecimento ou crescimento pessoal. No espaço terapêutico encontra-se uma relação íntima, aceitante, disponível, segura, de confidencialidade, focada em objectivos e sustentada por profissionalismo e investigação científica.
Este confundir de papéis, muitas vezes traduzido em discursos como “ah eu vou contando a minha história aqui e ali e vou me sentindo assim assim” constitui recorrentemente uma maneira de aliviar mágoas, entrando em círculos, sem a garantia de um ambiente apoiante, e nem sempre tendo como resultado uma verdadeira mudança que conduza a maior satisfação interior.
Assim sendo, não deve afectar a decisão de investir na psicoterapia se o momento for considerado oportuno.