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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Ana Crespim
Psicóloga Clínica
“Amôriiiiii, quando é que sai a janta?”
A divisão de tarefas no casal
Diálogo de um casal algures neste nosso pais canininho:
- Amoriiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!
- Ahhhhhhhhhhhhhh?
- Quando é que sai a jantaaaaaaaaa?
- O quêeeeeeee?
- Tenho fomeeeeeeeee!
- Não consigo fazer tudo ao mesmo tempo!
Ok, deixe-me cá ver se adivinho o que está a imaginar depois de ter lido isto: Trata-se de um casal, em que o marido exige saber quando é que pode matar a sua fome. Ora pois… não é nada disso! Quem lhe garante a si que não pode ser o contrário? A mulher chega a casa cansada, está com fome e pergunta ao marido se ainda demora muito para sair o jantar. Pois é, a tradição já não é o que era. E hoje em dia podemos encontrar ambos os sexos com a barriguinha encostada ao fogão, bem como a realizar tarefas que antes pertenciam, por norma, a apenas um deles.
Esta nova forma de encarar os papéis de cada um trouxe grandes vantagens, mas também grandes confusões. Afinal, se hoje homens e mulheres podem realizar grande parte das tarefas que antes pertenciam apenas a um, a quem exigir que determinadas “coisas” apareçam feitas? O giro da coisa é que existem tarefas que não têm obrigatoriamente que pertencer a um ou a outro, mas que podem ser feitas em conjunto pelos dois.
A partilha de tarefas constitui-se com um dos pontos principais para o bom funcionamento do casal. Esta importância é maximizada no caso dos casais em que ambos estão empregados e, portanto, já possuem longas horas de trabalho fora do lar. A revista “SOL” faz referência (na sua edição online de 22 de Julho de 2007), a um artigo americano em que diversos casais foram inquiridos, no sentido de verificar quais os aspectos fundamentais ao bom funcionamento marital. A divisão de tarefas aparece em terceiro lugar, e, veja só, antes dos filhos! Em primeiro surge a felicidade e em segundo a vida sexual satisfatória (Semanário SOL, 2007).
A propósito do referido, um estudo norte-americano do “Journal of Family Issues”, demonstra que a divisão de tarefas pode resultar numa vida sexual mais satisfatória. Isto só prova a importância desta partilha, e que, no fundo, em matéria de casal, estas coisas são uma “pescadinha de rabo na boca”, ou seja, um ciclo vicioso em que, de uns aspectos, dependem e variam os outros. Por isso, pense bem antes de dizer “não” quando o seu parceiro ou parceira lhe pedir para dar uma ajudinha com o aspirador, afinal, nunca se sabe… Não recomendo, contudo, chantagens ou troca de favores, que podem resultar no efeito contrário e acabar em greve geral, sem abertura a qualquer tipo de negociação! Cuidado!
Por inúmeras vezes nos queixamos da falta de tempo para estar com a nossa “cara-metade”. Se pensarmos neste sentido, podemos descobrir na partilha de tarefas uma boa forma, não só de passar mais tempo com o nosso “Amori”, como também de despachar a parte chata mais cedo e usufruir do restante tempo para actividades mais agradáveis e relaxantes para ambos. Seja Feliz!