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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Cristina Sousa Ferreira
Psicóloga Clínica
O mês de dezembro foi desgastante! O João teve que mobilizar todas as suas energias para se distribuir entre as mudanças para a casa nova e a entrega do relatório final daquele projeto à sua responsabilidade. A casa antiga tinha que ser entregue até ao final do ano e o prazo de entrega do relatório tinha que ser respeitado para não comprometer a sua empresa perante o cliente. Os dias passaram a correr e a tal velocidade que muitas foram as noites mal dormidas para que o João conseguisse cumprir com estes dois objectivos. Mas conseguiu!
Merecia os últimos 4 dias do ano de férias na Costa do Alentejo com os amigos. As férias iriam ajudá-lo a recuperar os sonos, a livrar-se do cansaço e a encontrar a tranquilidade perdida.
Tudo estava a correr bem. Apesar do frio estava um sol radioso, o grupo estava animado, o primeiro dia de passeio tinha sido retemperador e à noite dormiu como um “anjinho”. No dia seguinte, último dia do ano, estava todos inscritos para fazer aquela Caminhada pelo trilho dos pescadores. Desde que tinham iniciado o planeamento destas férias que todos falavam desta Caminhada de sonho e o entusiasmo e expectativa eram grandes.
O passeio começou pela manhã. Depois de um pequeno percurso de carro começaram a andar pelos carreiros dos barrancos, montes e vales e junto às arribas e falésias abruptas e recortadas. O passeio estava a ser agradável e divertido. Num dos trilhos, no cimo de uma falésia, o João começou subitamente a sentir o coração muito acelerado e uma dor no peito, a cabeça zonza, nauseado, com a sensação de que não estava a conseguir respirar. Achou que ía morrer! Bloqueou, não conseguia dar mais um passo. Estava pálido, suava em “bica” e as suas mão estavam geladas. Alguns dos amigos preocupados, não sabiam como ajudar. Uma das amigas do João , Psicóloga na Oficina de Psicologia, conversou com ele numa voz pausada e traquilizante, chamou-lhe a atenção para o que o rodeava, os amigos que estavam com ele, como se chamavam, quantos eram, o equipamento que tinham trazido, as botas de caminhada que tinham calçado, trazendo-o para o aqui e agora dos seus sentidos e enumerando objectos visíveis e as suas características: os sons, os cheiros, e aquilo que objectivamente o João podia sentir. O chão sobre os pés, o calçado adequado, e a segurança dos amigos. Tranquilamente disse-lhe para fazer a respiração abdominal e respirou com ele.
Passaram alguns minutos até o João voltar a ter a noção de que o mundo que o rodeava era mesmo real e que era, de facto, dono incontestável do seu corpo. O João conseguiu sair da falésia e regressou pelo trilho dos barrancos até ao local de encontro.
O pânico, é uma perturbação progressiva: sem tratamento eficaz, vai piorando. O João vai iniciar o Grupo de Pânico. Aqui vai encontrar pessoas que passaram por experiências semelhantes e que viveram e conhecem este tipo de sofrimento.
Para si que se identifica com este tipo de sofrimento perante exames, apresentações em público, locais públicos ou conhece alguém que também queira retirar este “peso” da sua vida a Oficina de Psicologia tem a solução no Grupo de Pânico ou em Psicoterapia Individual.