por oficinadepsicologia, em 26.02.10
Email recebido
Boa tarde,
Tenho uma duvida. Tenho 41 anos e sou muito timida. Quero encontar uma relação amorosa realista, quer dizer, sem a fantasia do principe encantado. Já tive alguns relacionamentos que não deram certo, o ultimo no ano passado. Hoje estou sozinha. Gostaria de ter um filho para me sentir realizada. Começo a ficar desesperada, pois mesmo saindo para conviver, não consigo encontrar ninguém. Devo ter esperança ou devo desistir de tudo. A familia sempre foi um pouco distante, nunca ligou a esta dificuldade. Não tive apoio na adolescencia e inicio da idade adulta. Os anos foram passando e eis-me com 41 anos. Sei que há mulheres que conseguem ter uma relação séria nestas idades, mas já estou desesperada. Não quero ter uma depressão por causa disto. Por favor ajudem-me.
Resposta
Cara M.
O relógio tem a particularidade irritante de não parar mas, mesmo assim, conseguimos encontrar tempo nesse ritmo implacável, esticando-o até limites que aqueles que nos rodeiam dizem não ser possíveis! Não os oiça, porque a pressão raramente contribui com algo de bom e siga no caminho que as suas decisões traçaram, sem impaciência, que, por vezes, parece conspirar contra nós.
A nossa história de vida sensibiliza-nos para várias situações fazendo com que as vamos sentindo de formas mais agudas do que poderia ser de esperar - por exemplo, relata-nos ter sentido falta de apoio ao longo da vida, pelo que provavelmente estará a sentir a falta de um parceiro estável na sua vida como mais desesperante do que seria merecedor. Se conseguir voltar a acreditar - e não vejo porque não há-de retomar a esperança - seguramente encontrará soluções onde hoje encontra becos sem saída.
Sugiro-lhe que leia um pouco dos artigos que o Dr Hugo Santos tem vindo a escrever sobre a "descomplicação" dos afectos, e que pode encontrar nas nossas páginas em
http://www.oficinadepsicologia.com/descomplicar_afectos_artigos.htm. Talvez encontre ideias e caminhos que lhe possam transmitir a confiança em si que parece andar um pouco escondida.
De todos nós, receba um voto de força e confiança. Fique bem!
Um abraço solidário,
Madalena Lobo
Psicóloga Clínica