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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Marta Porto
Psicóloga Clínica
A auto-afirmação espelha um conjunto de comportamentos emitidos por uma pessoa, num contexto interpessoal, no qual exprime os seus sentimentos, desejos e opiniões, ou ainda os seus direitos, de forma directa, firme e honesta, respeitando os sentimentos, atitudes e direitos dos outros. Assim, não tem como objectivo controlar, manipular ou punir os receptores, invocando simultaneamente uma atitude de respeito.
Existem três passos ou princípios para aplicar a assertividade, sendo que a sua prática segue sempre uma determinada ordem. No início, pode parecer muita coisa a aprender, mas a sua aquisição é semelhante à aprendizagem da Condução de Automóveis. Inicialmente, poderá ser complicado e difícil, contudo à medida que vamos praticando acaba por se tornar natural.
Passo1 Força-o a focalizar toda a sua atenção no seu interlocutor e não a usar o tempo que este usa para lhe falar em favor da sua defesa ou ataque. Ao escutar activamente, demonstra compreensão e empatia para com o outro e o seu ponto de vista, mesmo que não esteja de acordo com ele.
Passo 2 Leva-o a expressar de uma forma directa os seus pensamentos e sentimentos sem insistência e sem pedir desculpa.
Passo 3 É essencial, a fim de que possa indicar de modo claro, consistente com o objectivo, qual a acção e/ou resultado que deseja sem hesitações ou insistência.
Assim, a atitude de auto-afirmação, permite-lhe estar à vontade na relação face-a-face, controlar a situação, negociar na base de objectivos preciosos e claramente fixados, procurando compromissos realistas. Lembre-se sempre do seguinte: em caso de desacordo, é fundamental negociar mais na base do interesse mútuo do que na ameaça.
A Passividade: um comportamento ineficaz
Uma atitude passiva implica medo de se envolver, o que pressupõe submissão e uma tendência a evitar o conflito, o que espelha uma atitude de fuga na presença de contrariedades. Assim, a passividade caminha lado a lado com a permissão de que as outras pessoas o tratem, aos seus pensamentos e sentimentos, como eles quiserem, sem que você se defenda. Significa fazer o que os outros querem que faça, independentemente dos seus desejos.
Os comportamentos característicos da passividade são os seguintes:
1- Mostrar acordo em relação a assuntos que não lhe interessam
2- Não conseguir pedir um favor
3- Evitar contacto visual
4- Apresentar um padrão de discurso hesitante
5- Apresentar postura corporal tensa e movimentos corporais desajustados ou ansiosos
6- Falta de confiança
O comportamento passivo produz irritação, aborrecimento e pena por parte dos outros receptores, estabelecendo-se um padrão em que os outros abusam constantemente. O problema é evitado, os seus legítimos direitos são postos de lado, deixando que a zanga e ressentimento cresçam dentro de si.
Neste sentido, perante uma situação em que se depara com a necessidade de fazer face às reacções dos outros, quando deles necessita, ou quer emitir o seu desacordo (situações diárias, com os amigos, familiares ou no trabalho), a passividade não traz resultados satisfatórios, nem assegura relações agradáveis com os outros, ao passo que afirmar-se tranquilamente traz-lhe mais possibilidades de resultados positivos nos seus relacionamentos.