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Lidar com a timidez

por oficinadepsicologia, em 30.07.12

Autora: Cristiana Pereira

Psicóloga Clínica

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Cristiana Pereira

Consegue lembrar-se de como era fazer um discurso na escola em frente à turma inteira ou quando entra numa sala cheia de pessoas que lhe são desconhecidas e tem a sensação que todos estão a observá-lo? Provavelmente a sua boca ficou seca, sentiu-se agitado e com uma sensação de borboletas no estômago, enquanto o seu coração foi batendo cada vez mais rápido.

 

Quer sejamos introvertidos ou extrovertidos, todos nós podemos experienciar este sentimento de timidez em algum momento das nossas vidas. Socialmente ou culturalmente, construiu-se a ideia de que só os introvertidos vivem a experiência da timidez, mas não é verdade.

 

A timidez está relacionada com o à vontade consigo mesmo, especialmente quando se depara com situações sociais. Talvez hesite em fazer um telefonema ou abordar alguém para pedir uma orientação. Por vezes, estas hesitações podem prejudicar mais do que ajudá-lo. Começa-se a evitar algumas situações, evitam-se lugares, evitam-se constrangimentos, pode até evitar defender a sua opinião por receio do confronto e da exposição.

 

O que é a timidez?

A timidez está enraizada no medo, num medo irracional de falar e ser humilhado ou ignorado. Porque é que muitos de nós têm tanto medo de falar ou de se expor? Existem alguns factores que podem estar na base deste medo, como a hipersensibilidade, a insegurança, a ausência de habilidades sociais ou o perfeccionismo.

 

Todos nós sentimos timidez de formas diferentes e em graus variados. No entanto, existem algumas razões que podem estar na origem da timidez que nos prejudica:

 

Fraca auto-imagem: quando existiram certas experiências negativas de afronta ou diminuição de si mesmo no passado, pode levar à criação de uma crença negativa de que as qualidades pessoais não eram interessantes ou dignas de admiração. Provavelmente esforçou-se por ser como as outras pessoas (crianças/jovens), resultando num sentimento pejorativo acerca de si mesmo afectando-lhe a auto-estima e a auto-confiança.

 

Preocupação consigo mesmo: algumas pessoas quando se encontram rodeadas por outras tornam-se extremamente sensíveis ao que estão a fazer, como se estivessem no centro do palco. É uma situação que cria bastante ansiedade e surge um comportamento de vigilância a tudo o que fazem, ou seja, fica-se com a atenção auto-centrada: “o que estou a fazer de errado?”. Este comportamento pode causar uma espiral de negativismo.

 

Rotulagem: Quando nos rotulamos como uma pessoa tímida, psicologicamente sentimo-nos inclinados a viver de acordo com essas expectativas. Podemos dizer a nós mesmos: “eu sou uma pessoa tímida. É como eu sou, e este é o modo como as coisas são.” Quando rotulamos algo, existe a tendência a viver de acordo com as expectativas desta rotulagem.

 

E como lidar com a timidez?

Compreendê-la. Procure compreender como é que a sua timidez se manifesta na sua vida. Com que frequência? Compreender os acontecimentos e estímulos que provocam essa sensação. E em que grau lhe causa incómodo ou prejudica o seu dia-adia?

 

Transforme a autoconsciência em autoconhecimento. Reconheça e perceba que as outras pessoas não estão necessariamente a olhar para si. Ao invés de olhar para si pelos olhos dos outros, transporte essa consciência para dentro de si. Tome consciência daquilo que faz e alimenta a sua timidez. Procure dentro de si que tipo de pensamentos, atitudes e crenças tem que possam estar a funcionar como combustível para essa sensação de acanhamento social.

 

A psicoterapia é, sem dúvida, uma aliada nesta caminhada do autoconhecimento. Assim como o autoconhecimento, o desenvolvimento da autoconsciência é também um factor determinante para qualquer mudança ou melhoria na qualidade de vida.

publicado às 16:53



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