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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Marta Gonçalves Porto
Psicóloga Clínica
A ansiedade pode ser definida como um estado emocional em que a pessoa se sente de forma desagradável, alarmada e tensa, na expectativa de que qualquer coisa desagradável e indefinida lhe vai acontecer. O indivíduo sente-se inseguro e indefeso perante uma ameaça que não consegue identificar. Por outras palavras, é um estado de alarme e medo relativamente a algo que é percepcionado como perigoso.
Assim, a ansiedade resulta de uma antecipação do futuro, impedindo o sujeito de experienciar o presente.
A inquietação psíquica característica dos estados ansiosos é acompanhada por uma inquietação motora (tiques ansiosos) e sintomas físicos (taquicardia, palpitações, dificuldade respiratória, tremores, sudação, náuseas e vómitos, entre outros).
Quando estamos a abordar a temática da ansiedade, podemos verificar a existência de duas formas deste estado emocional: ansiedade normal e ansiedade patológica. A primeira, que é uma resposta natural à percepção de ameaça, encontra-se associada a acontecimentos e é explicável em função do estímulo que a desencadeia. Outra das características da ansiedade normal prende-se com o seu carácter reactivo e esporádico, não acarretando repercussões na eficiência cognitiva e no funcionamento corporal. Possui uma função mobilizadora e adaptativa que permite criar estratégias de resposta perante os problemas. Neste sentido, podemos dizer que a ansiedade normal não requer tratamento, dada a sua natureza lógica e cronológica.
Já no que se refere à ansiedade patológica deparamo-nos com uma desproporção intensa entre o estado emocional do sujeito e a importância do acontecimento, ou, então, com uma resposta sem relação com estímulos externos, sendo persistente e repetitiva. A ansiedade patológica, contrariamente à ansiedade normal, afecta a eficiência cognitiva (diminuição no rendimento da memória, atenção e pensamento), faz reviver situações passadas também vividas como ameaçadores na altura e acarreta repercussões corporais significativas.
Tendo em consideração as diversas repercussões desorganizadores do mundo interno e relacional do sujeito, a ansiedade patológica requer tratamento psicoterapêutico, sendo que quanto mais precoce for a intervenção, menos consequências negativas provocará na vida do indivíduo.