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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autor: André Viegas
Psicólogo Clínico
Inseridos num momento atual crescentemente globalizado, onde constantemente somos convidados a alcançar uma meta chamada êxito, tão “atritizada” pelo cenário de crise socioeconómica generalizada, deparamo-nos não poucas vezes nas nossas vidas com lógicas diárias desarmónicas, descontínuas e “despessoalizadas” que se repercutem constantemente em momentos de sofrimento psicológico que levam ao bloqueio do estar bem.
Que significará então estar bem?
O conceito de Bem-Estar é amplo, assumindo-se com diversas faces, nomeadamente bem-estar subjectivo, bem-estar psicológico e bem-estar social.
Realizando um enfocar no conceito de Bem-Estar Subjetivo, pode dizer-se que este constitui-se como uma dimensão positiva da Saúde Mental.
É consensual na comunidade científica que o conceito de bem-estar subjectivo é composto por uma dimensão cognitiva, em que há um juízo avaliativo, usualmente expresso em termos de satisfação com a vida – globalmente e especificamente – e uma dimensão emocional, positiva ou negativa – expressa globalmente em termos de felicidade, ou, em termos específicos, através das emoções, positivas ou negativas (Galinha, 2008).
A Satisfação com a vida é um processo de julgamento cognitivo que depende de um nível de comparação das circunstâncias do individuo com o que este considera ser um padrão adequado, sendo que quanto menor for a discrepância entre a percepção das realizações na vida e o seu padrão de referência, maior será a Satisfação com a Vida. Esta delimitação traduz-se pela existência de Satisfação Global com a Vida - grau em que o indivíduo avalia de forma positiva a qualidade da sua vida como um todo; e a Satisfação com a Vida em Domínios específicos – avaliação da Satisfação em vários domínios de vida específicos, como domínio familiar, profissional, conjugal, etc (Galinha, 2008).
As emoções positivas ampliam o reportório do pensamento e da acção e possibilitam construir recursos pessoais duradouros, tendo o poder de desfazer o efeito das emoções negativas e optimizando a saúde e o Bem-Estar, predispondo o sujeito a envolver-se de forma ativa com o meio e a perseguir os seus objectivos.
Num encontro psicoterapêutico, o objectivo não é apenas intervir no mal-estar e na perturbação do cliente mas também promover a capacidade de estabelecer, manter, monitorizar e reconstruir o seu sentimento de Bem-Estar (Vasco, 2009).
Não deixa de ser pertinente relembrar isto…