Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Irina António
Psicóloga Clínica
Esta parte da reflexão sobre a autoestima ajudar-lhe-á a conhecer melhor as características da sua voz autocrítica. O exercício proposto tem uma vertente diagnóstica, um passo importante tendo em conta que o processo de mudança depende do grau de conhecimento do seu funcionamento interno. Tente ser mais verdadeiro com as respostas. Não se esqueça, a mudança acontece mais facilmente quando permitimos conectar com o nosso verdadeiro Eu.
Começamos pela seguinte pergunta (Passo 1): “Como habitualmente se autorecrimina?” Que palavras, frases criam maior impacto em e/ou afectam a sua autoestima, puxando-a para baixo, criando a sensação de desconforto interno? Escreva-as.
Passo 2. Estude bem cada frase. Que tipo de comportamento fica sobre a mira da recriminação? Que tipo de comportamento é reconhecido como favorável, desejável?
Passo 3. Vamos experimentar trabalhar com comportamento censurado pela voz crítica. Feche os olhos e imagine-se a praticar este comportamento, o que está a fazer e como está a fazer? Estude este comportamento ao pormenor.
Passo 4. As frases críticas pertencem a si ou a uma outra pessoa? Quem é essa pessoa? Descreva as suas características: sexo, idade, aparência, estatuto social, assim como o tom de voz com que expressa as palavras. Feche novamente os olhos e imagine essa pessoa a falar consigo. Continuando no mundo da fantasia agora experimente trocar de papéis: agora é você quem critica e diz aos outros como devem viver e gerir as suas vidas. Repare nas características dessa pessoa que sente como atractivas (por exemplo, a assertividade, capacidade de confronto). Ela tem alguma razão no que diz? Ao longo desta experiência tome atenção às suas sensações físicas e reacções emocionais. Há algo que pode aprender com essa pessoa, algumas competências que faz sentido levar consigo? E o que não quer de todo para si, que não se ajusta à sua pessoa?
Passo 5. Agora volte novamente ao comportamento “recomendado” pela frase crítica. Feche os olhos e tome o papel de quem que está a exercitá-lo. É fácil / difícil de imaginar a fazê-lo? Está a gostar?
Passo 6. Caso sinta este comportamento como agradável, continue a permanecer neste papel durante algum tempo. Estude bem os pormenores: a sua expressão vogal, os movimentos, as sensações físicas, o timbre de voz. Experimente absorver ao máximo o estado físico e emocional que desperta esta experiência.
Passo 7. A partir deste estado experimente falar consigo mesmo: dê um conselho, uma dica, como pode transformar um comportamento não desejável em algo mais satisfatório.
Passo 8. Agora experimente falar com a figura crítica. Pergunte se já chegou altura para ela desaparecer da sua vida interior ou pelo menos dar espaço a outras vozes, mais amigáveis e criativas?
Passo 9. Experimente fazer mais uma coisa com o comportamento não satisfatório. Tome consciência do que não gosta nele e diga isso em voz alta. Pense mais uma vez se o mesmo tem algo de útil para si? E o que ainda poderá ajudá-lo em algumas situações da sua vida?
Espero que esta experiência lhe tenha proporcionado um momento rico em autoconhecimento. Porque também acredito que “o empenhamento no crescimento pessoal e maturidade emocional promovem muito a nossa autoestima”(Nancy McWilliams).
Em breve irei propor a última experiência para explorar o mundo da sua autoestima.