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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Ana Beirão
Psicóloga Clínica
Podemos definir auto-estima no sentido em que cada pessoa constrói uma ideia de si própria e, ao longo da sua vida e das suas experiências, constrói uma imagem. Imagem esta que varia com o tempo. É como se construíssemos o nosso auto-retrato ao longo da vida estando sempre a modificá-lo. A auto-estima é mais do que um juízo positivo de si próprio, pressupõe a existência de consciência e auto-conhecimento.
É uma representação afectiva que a pessoa tem de si no que respeita às qualidades e às habilidades, assim como a capacidade de conservar na memória essas representações de forma a actualizá-las e a superar dificuldades, a aceitar desafios e a viver com esperança. É um equilíbrio dinâmico e por vezes flutuante entre sobrestimar-se e subestimar-se. Por exemplo: No emprego consegui apresentar um projecto que foi bem aceite e sinto-me muito bem e sobrestimo-me. Mais tarde, tenho uma situação em casa que não consigo resolver e desvalorizo-me. Após esse período de desequilíbrio acalmo-me e volto a lembrar-me das minhas forças e qualidades e recupero a auto-estima. Assim, a auto-estima pressupõe um juízo realista de nós próprios. Um exemplo disto pode ser quando a pessoa diz de forma realista e honesta “Tenho qualidades, forças e talentos que fazem com que me atribua um valor pessoal, isso faz parte da minha bagagem, mas devo fazer face a dificuldades e conheço limitações em determinados domínios que não põem em causa o meu valor pessoal.” A auto-estima modifica-se e enriquece à medida que as experiências se sucedem e que a personalidade se desenvolve (Duclos, 2006).
Ter uma boa auto-estima implica integridade pessoal e consideração pelos outros. Implica também ter consciência das suas forças e dificuldades, aceitar-se no que se tem de mais pessoal e precioso. Assumir responsabilidades, ter objectivos pessoais e meios para os conseguir atingir.
A auto-estima é feita de 4 componentes:
Nas primeiras fases da nossa vida, aprendemos a sentirmo-nos seguros e a ganhar confiança e só depois surgem as outras componentes, componentes estas que podem ser estimuladas em todos os estádios do desenvolvimento.
Falamos muitas vezes de uma fraca auto-estima ou de uma diminuição desta. Quando tal acontece exprimimo-nos frequentemente através de sentimentos de indignidade pessoal ou de culpa e por um repúdio generalizado da vida, observável nas formas mais graves de depressão (Duclos, 2006).
Como dito anteriormente, a auto-estima não é fixa, e é possível encontrar estratégias para a fortalecer:
Quando em momentos de dúvida acerca de si mesmo, de como se vê, de como se sente visto(a) apreciado(a) pelos outros, pare para pensar e pergunte-se “O que estou a sentir neste momento é realista?; A avaliação que estou a fazer de mim é aceitável?; Reconheço o meu valor fora desta situação?, Quais são as minhas qualidades e competências?; Qual o meu valor pessoal?; Como posso olhar de novo para esta situação?. Estas são apenas algumas questões que lhe podem permitir ser objectivo e carinhoso para consigo mesmo quando olha para a sua auto-estima.