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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Vera Lisa Barroso
Psicóloga Clínica
A timidez só por si não representa um problema grave, uma vez que quase todos nós podemos ter algum traço inibitório (rubor, vergonha, insegurança) em determinadas circunstâncias, sobretudo as de exposição social.
Mas há um grau realmente perturbador nestas manifestações... quando existe um sofrimento tão acentuado que provoca limitações, chegando à chamada fobia social - esta sim tem características patológicas e é conveniente procurar a ajuda de um profissional. Aquilo que acontece muitas vezes é que os tímidos procuram ajuda só em limite extremo, quando estão já em sofrimento muito elevado. Por isso, enquanto pai, aprenda a distinguir os sinais.
Sinais de alerta: pessoas tímidas são retráidas, têm medo de se êxpor em situações sociais, apresentam comportamento inibido, são muito sensíveis a críticas, acham que serão alvo de avaliação negativa e não é raro que abusem de bebidas e outras drogas, geralmente com o objectivo de ganhar coragem para as situações temidas! Assim, quando antes dos 5 anos a criança já mostra sinais muito fortes de que é tímida, os pais devem ficar atentos.
A timidez excessiva tem consequências: fisicas (boca seca, taquicardia, rubor nas faces, dor de cabeça, dor de barriga e suor excessivo); comportamentais (a pessoa fala pouco, tem gestos pouco expressivos, desvia o olhar facilmente, apresenta hesitação em falar e pode muitas vezes acompanhar o discurso com movimentos corporais involuntários); psicológicas (pensamentos recorrentes de que estão a ser avaliados, de que ninguém tem interesse por aquilo que dizem, de que todos os outros fariam melhor que ele) e emocional (sentimentos de insegurança, vergonha, medo, comparação e inferioridade - a timidez pode estar muito relacionada com a baixa auto-estima).
Em termos sociais, isto não significa que a criança tímida seja pouco sociável. Muitas delas têm grande vontade de estar com outras crianças, mas evitam porque têm receio de errar e estragar as suas amizades.
Existem muitas situações que podem contribuir para as crianças se tornarem mais tímidas: mudanças frequentes de escola, separação dos pais, pais rígidos ou perfeccionistas e um ambiente familiar que não favoreça o contacto social.
A fobia social tem variações: pode ocorrer em situações específicas ou em situações generalizadas. Para entender melhor a fobia social é importante associa-la à timidez e compreender que se trata de um problema de ansiedade e a ansiedade pode tornar-se patológica quando começa a afectar o funcionamento do nosso corpo. Não espere demais...