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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Fabiana Andrade
Psicóloga Clínica
Em Montreal, especialistas do hospital Sainte-Justine associam medicina, psiquiatria e artes digitais para oferecer a crianças doentes terapias que possam acelerar a sua recuperação ou reduzir a sua angústia.
Através da criação de ambientes virtuais, é possível oferecer estímulos que serão úteis em situações reais. Por exemplo, no caso de uma criança que sofreu queimaduras, colocá-la num ambiente virtual em que está dentro de um bloco de gelo virtual, poderá fazê-la sentir-se melhor. Ou ainda, acalmar a anisedade de uma criança recriando nas paredes do quarto de hospital, as imagens do seu quarto real.
Ao lado de um domo de aço de 18 metros de diâmetro, o "primeiro teatro por imersão do mundo", que permite projeções de 360 graus em torno do paciente-espectador, os médicos do Sainte-Justine instalaram um quarto de hospital.
É um "living lab", um dispositivo de pesquisa que explora as tecnologias existentes em função das necessidades expressas pelos pequenos usuários, explica Patrick Dubé, coordenador desta empresa comum.
Um dos instrumentos-brinquedos, propostos a crianças e jovens de 6 a 18 anos, é uma simples câmara de vídeo adaptada a um computador com duas telas, uma para a imagem em tempo real, e a outra para visualizar as gravações. Ela permite às crianças familiarizarem-se com instrumentos médicos, como a seringa.
Outra aplicação terapêutica para a qual os pesquisadores prevêem uma bela carreira: os avatares, personagens de desenho animado que se comunicam com as crianças através de uma tela, manipulados por um terapeuta posicionado numa outra peça. Algumas crianças, traumatizadas por uma doença ou por um acidente, muito ansiosas, têm dificuldades em comunicar-se com uma pessoa real. Um avatar é, para elas, um intermediário aceitável com quem podem retomar as relações sociais.
Este tipo de tecnologia é com frequência familiar às crianças e podem ser extremamente úteis para ajudá-las a socializar e superar os seus medos. "Essa disciplina tem um potencial enorme, mas estamos, ainda, numa fase de exploração", explica a Dra. Patricia Garel, do Departamento de Psiquiatria do hospital Sainte-Justine.
A invasão em massa nas nossas vidas de instrumentos de comunicação ou de jogos munidos de telas, pode ter um impacto muito nocivo na socialização das crianças mais frágeis que se fecham em si mesmas, diz Garel. Mas os mesmos instrumentos, bem utilizados, podem, ao contrário, favorecer sua inserção na sociedade.