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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autor: Nuno Mendes Duarte
Psicólogo Clínico
Quantas vezes, hoje, já levou a atenção ao seu coração? Esta é uma pergunta que lhe pode soar estranha ou, por outro lado, soar-lhe familiar. Não me estou a referir à sua condição cardíaca. Estou a perguntar-lhe se anda preocupado com as recentes manifestações de ansiedade que tomaram conta do seu coração. Como se já não confiasse tanto nele, tivesse perdido um pouco do controlo e o medo de que ele falhe se tenha apoderado de si. Hoje quero falar-lhe de Perturbação de Pânico…
Hugo Santos
Psicólogo Clínico
O conceito social e psicológico do “amor para sempre” tem sofrido metamorfoses culturais e representacionais ao longo do tempo. Digamos que actualmente as relações partem da lógica do para sempre, mesmo que mais inconsciente, até que o desentendimento as separe.
Neste sentido, os critérios de escolha da parceira ou parceiro para toda a vida para além de activarem emoções ambíguas (entre a crença e a descrença da durabilidade das relações), poderão incluir conscientemente dois critérios relevantes na nossa check-list interna:
Patrícia Aguiar
Psicóloga Clínica
Nem sempre enquanto somos miúdos, ouvimos aquilo que os nossos pais nos dizem e, na verdade, é difícil prever de entre a quantidade enorme de frases, avisos, pedaços de informação, confidências e afins, aquilo que vai ficar retido na nossa memória... para ser lembrado alguns bons anos mais tarde.
Vou revelar-vos em que contexto me recordei recentemente de uma frase que ficou guardada a sete chaves num qualquer espacinho de memória durante muito tempo.
Recordei desta frase, exactamente há 5 dias atrás no dia em que fiz 37 anos; esteve guardada durante 22 anos, ouvi-a exactamente no dia 15 de Fevereiro de 1988, dia em que a minha mãe fez 40 anos.
Se está neste momento ansiosa por saber que afirmação causou um tal impacto, espere só mais um bocadinho, para eu lhe contar em que contexto surgiu, já que este aspecto ajudará certamente a perceber a sua relevância.
O meu filho tem 23 anos e acabou de abandonar a Universidade porque já não conseguia sair de casa a tempo para chegar às aulas e sentia-se muito mal quando lá estava. Está acompanhado com um psiquiatra, a tomar medicação para a perturbação obsessivo-compulsiva, mas eu estou muito preocupada porque não o vejo a conseguir retomar uma rotina normal, apesar de estar um pouco mais calmo. O problema é que ele antes de sair de casa gasta 2 e 3 horas a verificar várias coisas, a tomar banho e a vestir-se (chega a vestir a camisola 15 vezes seguidas até sentir que a vestiu correctamente) e à noite tem de verificar várias vezes o gás, as luzes, os aquecimentos, as fichas nas tomadas, as torneiras... Com isto, acaba por se deitar muito tarde, o que ainda complica mais para conseguir ir às aulas porque, depois, não se consegue levantar horas de manhã. Por favor, digam-nos o que podemos fazer mais, além da medicação - ele está a ir-se completamente abaixo porque sempre foi muito bom aluno e, agora, corre o risco de perder um ano por faltas.
Obrigada.
I.
Autora: Madalena Lobo
Psicóloga Clínica
A hiperventilação corresponde a respirar mais depressa e mais superficialmente do que aquilo que o corpo precisa. Os efeitos deste acto são, habitualmente, desagradáveis – talvez uma forma de a Natureza nos dizer para voltarmos a repor o equilíbrio.
A hiperventilação pode ser crónica ou pontual; no primeiro caso é mais difícil de detectar e o padrão de respiração exige mais paciência para ser modificado. Quando é pontual, as consequências, ou seja, os sintomas, tornam-se subitamente mais visíveis para o próprio e, portanto, resultam mais assustadores.
Bom dia:
Pensei que me poderiam ajudar. O meu nome é I. e tenho 28 anos. Em Dezembro de 2008 deu-me uma dor de cabeça que nao aguentava, fui ao médico e ele disse-me que era uma enxaqueca, tomei medicação e passou a dor de cabeça. Passados uns meses andei com dor de costas e só estava bem deitada de barriga para cima, depois passou a dor de costas e começou-me uma dor do lado esquerdo do peito mais para o lado da cova de braço, fui novamente ao médico e ele disse-me que era dor muscular só que essa dor não passou com a medicação que me dava; será que esta dor teve a ver com a dor de costas ja que apareceu logo a seguir? Fui as urgencias tinha o coração alterado, e a tensão alta, melhorei com a medicação que me deram, só que essa dor nunca mais passou e voltei ao médico de família ele disse-me que é do sistema nervoso. As vezes é como que sinto um nó na garganta. Fiz um electrocardiograma para ver se essa dor era do coração mas estava tudo bem. e caroços no peito nao tenho. Nao sei o que fazer... pois a dor aumenta mais quando faço algum esforço ou quando estou mais nervosa.
Estive a ler um artigo sobre o esgotamento nervoso e queria que que explicassem quais são as causas, os sintomas.
O que me aconselham a fazer? Será que deva procurar novamente o médico de família para fazer exames? Ou devo procurar outro médico e qual médico devo procurar.
Obrigada
I.
“Ao longo do dia recorro várias vezes aos acontecimentos do passado e digo a mim própria: “se tivesses tomado outra atitude, se tivesses feito da outra maneira, seria tudo diferente e muito melhor. Sei que isto é uma tolice, que é estúpido pensar sobre coisas que não aconteceram, mas tenho pena que a minha vida tenha tomado um rumo e eu gostaria que tomasse outro. O meu marido foi-se embora e agora, sempre que oiço algo sobre ele, sinto-me cheia de ressentimentos. Estou cansada de viver assim, sinto que a minha própria vida está parada e sem cor. Como posso ultrapassar isto?”
T. S., 38 anos
Autora: Ana Crespim
Psicóloga Clínica
Todos temos espelhos em casa, certo? Grandes, pequenos, compridos, curtos, uns que aumentam, outros que diminuem, etc., etc., etc. Quem não se vê ao espelho pelo menos uma vez por dia? E quem não sente aquela vontade de dar uma olhadela sempre que passa por um? Os espelhos fazem parte da nossa vida e dão-nos a noção de como estamos. Será? Quem lhe garante a si que a imagem que vê reflectida no espelho corresponde à realidade? Ou à imagem percepcionada pelos outros? Nunca pensou nisso, em questionar o seu espelho? É verdade que os nossos comuns espelhos domésticos não têm o poder do da Branca de Neve, e que provavelmente não lhe vão responder. Mas não custa nada tentar.
Tenho 34 anos e, por diversas vezes, já tive de me deslocar às urgências hospitalares, com um mal-estar muito grande, uma sensação de que estava a ter um ataque de coração. Isto já dura há 7 ou 8 anos e penso que já fiz todos os exames médicos possíveis e tudo indica que eu não tenho nada. Ultimamente, os médicos têm-me dito que eu tenho ansiedade, que está tudo na minha cabeça e que devia procurar um psicólogo, porque são ataques de pânico. Há alguns anos que a minha vida tem sido um inferno: para além de me sentir mal, sem conseguir perceber porquê e sem conseguir prever, fui gradualmente optando por não andar de metro, por não ir a centros comerciais com muita gente, evito filas no supermercado, sinto-me mal em auto-estradas e começo a ter medo, mesmo, de conduzir em qualquer circunstância porque não sei o que posso acontecer quando tenho um destes ataques - tenho medo de desmaiar ou de me descontrolar completamente.
O que mais me baralha é dizerem-me que são coisas da minha cabeça, quando o que sinto é muito real e, por mais que me esforce e que tente lutar contra isto, não passa. Tenho uma profissão exigente, sou casada com dois filhos pequenos e começo a sentir que estou a limitar toda a minha vida.
É mesmo um psicólogo que tenho de procurar? Isto cura-se? E como é que se cura a falar, se o que sinto é físico?
Adaptado por: Madalena Lobo
Psicóloga Clínica
Vamos começar por nos focarmos nas reacções corporais que o perturbam. Se este for um momento de bem-estar, traga à memória as sensações físicas desagradáveis de ansiedade, depressão ou dor. Assim que conseguir activar a memória corporal destas sensações, responda mentalmente às seguintes questões: