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Stress, depressão e fertilidade

por oficinadepsicologia, em 30.07.10

Autora: Madalena Lobo

Psicóloga Clínica

 

Adaptado de Sjanie Hugo – The Fertile Body Method – A Practitioner’s Manual

 

Stress e fertilidade

 

Uma vez que o stress causa modificações elevadas na bioquímica e ritmos do organismo, perturba o equilíbrio natural do corpo, podendo levar, ao longo do tempo a problemas crónicos de saúde. Além do impacto na saúde em geral, o stress ou a ansiedade durante um período de tempo prolongado pode afectar a produção das hormonas necessárias à ovulação, à implantação e a qualidade do esperma. Uma vez que a prioridade do corpo é manter-nos fora de perigo quando estamos sob uma ameaça ou stress, cuidar de um feto apenas nos iria colocar num maior desgaste.

  • O hipotálamo regula tanto a reacção ao stress como as hormonas sexuais, razão pela qual o stress excessivo pode levar à não ovulação, a ciclos menstruais irregulares e, em casos mais graves, à supressão total do ciclo menstrual.
  • A adrenalina é libertada pelas glândulas supra-adrenais quando estamos sob stress. A adrenalina ajuda-nos a fugir ao perigo mas também inibe a produção de progesterona, essencial para construir e manter o revestimento do útero, e portanto tem impacto na fertilidade.
  • A prolactina (habitualmente libertada pela glândula pituitária para estimular a lactação na preparação para o aleitamento) inibe a fertilidade, tornando a mulher menos apta a conceber durante o aleitamento. Em tempos de stress, a pituitária liberta níveis elevados de prolactina.
  • Sob stress prolongado, o sistema nervoso simpático pode ficar hiper-estimulado – e, nessa situação, envia menos sangue para o útero e ovários, prejudicando o seu funcionamento óptimo.”

 

Depressão e fertilidade

 

Tem sido documentado que “as mulheres diagnosticadas como inférteis têm o dobro da probabilidade de se encontrarem deprimidas, e que a depressão atinge o seu máximo dois anos após terem iniciado tentativas para engravidar. E, apesar da infertilidade não representar uma ameaça de vida, as mulheres inférteis têm níveis de depressão idênticos aos das mulheres com doenças oncológicas, enfermidades cardíacas e infectadas com o vírus HIV. (…)

A depressão pode desestabilizar o equilíbrio hormonal saudável, afectando negativamente a fertilidade. Num estudo foi sugerido que a depressão se encontra associada a uma regulação anormal da hormona luteínica, que tem um papel importante na concepção. O sistema imunitário também resulta enfraquecido na depressão o que, por sua vez, afecta a fertilidade. (…)

Num estudo, 60% das mulheres cuja depressão foi tratada engravidaram num período de 6 meses, por comparação com apenas 24% das que não foram tratadas.”

 

 

Se está com dificuldades em engravidar, uma das acções que deverá considerar é procurar apoio psicológico que possa ajudá-la a reduzir os níveis de stress e tratar uma eventual depressão. Os psicoterapeutas estão habilitados a ensinar-lhe diversas técnicas de regulação emocional e a analisar consigo eventuais bloqueios emocionais que possam estar a dificultar o equilíbrio necessário para que o corpo se encontre receptivo a uma gravidez. De igual forma, existem diversos modelos de eficácia comprovada na intervenção nas perturbações depressivas, que permitem, num espaço de tempo curto, devolver-lhe o bem-estar.

publicado às 12:45

Trapos no passado, recordações no presente

por oficinadepsicologia, em 29.07.10

Autora: Ana Crespim

Psicóloga Clínica

(A propósito da participação hoje nas Tardes da Júlia, TVI)

 

Roupas… Ahhhhhh! Poucas são as mulheres que não vibram com este tema. De facto, aquilo que vestimos tem muito a dizer sobre nós, sobre a nossa forma de ser, de pensar… mas nem só de aparências vivem as roupas. Elas são muito mais do que isso, são memórias, recordações. Elas podem ajudar-nos a fazer a ponte entre o presente e um momento mais distante da nossa vida, podem até chegar a constituir-se como uma extensão de nós próprias.

E quem as guarda? Não, não me refiro às que usamos no quotidiano. Refiro-me sim àquelas peças que algumas senhoras guardam cuidadosamente no seu roupeiro ou arca, mas que remontam a 10, 20, 30 anos atrás. Porquê guardá-las? Porque não?

 

Não tem de ser um problema, ou sinal de que algo não está bem connosco só porque gostamos de guardar peças de vestuário que nos acompanharam durante os vários momentos da nossa vida. Tudo depende do propósito com que o fazemos e do que retiramos desse gesto. Se é algo que nos traz recordações, boas ou más, mas que fazem parte da nossa história, que guardamos porque representam para nós, algo pelo que passamos, porque não? Se, por outro lado, este acumular de peças for um mecanismo para preencher algum vazio interno, que teima em nos queimar por dentro, então sim, podemos estar perante algo que se enquadre dentro da psicopatologia, e que se constitui como uma forma desadequada e inglória de resolver um problema que não terá fim, se continuarmos a fazer mais do mesmo e não procurarmos ajuda para encontrar o que realmente nos pode preencher.

 

 

 

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publicado às 14:04

Será depressão?

por oficinadepsicologia, em 28.07.10

Email recebido

 

Boa noite:

Preciso de ajuda: podiam-me dizer quais os sintomas da depressão?

teno 28 anos e trabalho num gabinete de Contabilidade. Ultimamente nao me tenho sentido bem, tenho tonturas e dor de cabeça, ma disposição, medo de conduzir e de estar em sitios onde esta muita gente(é como que entro em panico), as vezes ate tenho a sensação de que vou desmaiar. Fui ás urgencia e la disseram-me que era o sistema nervoso e receitaram-me o BIALZEPAM 3 e PAROXETINA ratiopharm 20 mg.

O que me aconcelham a fazer em relação a isto?

 

publicado às 16:54

Vejo tudo negro!

por oficinadepsicologia, em 26.07.10

Autora: Madalena Lobo

Psicóloga Clínica

 

Desde sempre, em todos os campos, e intuitivamente para todos nós, a depressão é associada aos tons escuros com que percepcionamos o que nos rodeia. A vida é negra ou cinzenta para quem está deprimido e agora descobriu-se que isto não é apenas uma metáfora com que tentamos explicar o que sentimos.

Investigadores da Universidade de Freiburg (Alemanha) publicaram um estudo na Biological Psychiatry demonstrando com suporte de um electroretinograma que, efectivamente, as pessoas clinicamente deprimidas têm dificuldades visuais em detectar as diferenças de contraste preto-branco. Esta dificuldade em distinguir visualmente os contrastes transforma o mundo num local menos aprazível, mais monótono e… bem, mais deprimente.

 

A medida efectuada permitiu, inclusivamente, distinguir graus de gravidade da depressão e os resultados obtidos foram idênticos, quer as pessoas testadas estivessem sob anti-depressivos ou não.

 

Ainda que seja um estudo preliminar, exigindo ser replicado e aprofundado, poderemos estar perante conclusões com implicações muito interessantes para a intervenção e o tratamento na depressão. Entretanto, se está deprimido, a quem tiver a ousadia de lhe dizer que “isso são coisas da sua cabeça”, poderá responder que são os seus olhos que lhe estão a atraiçoar o bem-estar.

 

publicado às 09:57

Acho que a nossa história acabou...

por oficinadepsicologia, em 24.07.10

Email recebido

Senhores
Tenho 44 anos e namoro uma moça de 24. Sou realizado profissional e financeiramente; ela é de família humilde e terminou recentemente seus estudos de nível superior. Começamos nosso relacionamento amoroso de forma deslumbrante, com grande admiração dela por mim, apesar de ela nunca ter negado que o amor dela pelo namorado anterior ainda permanecia. Com o tempo, ela foi tendo menos lembrança desse relacionamento, até que, segundo ela, praticamente desapareceu.
Temos uma identidade muito grande, tanto afetiva, quanto sexualmente. No início, tínhamos planos de ficar noivos e casar. Eu sempre fui muito educado e carinhoso, com demonstrações constantes do meu amor por ela. Um dia, porém, ela falou que, se eu fosse mais grosseiro e agressivo, ela já teria se apaixonado por; na segunda vez que ela falou isso, disse que eu já tinha sido assim, grosseiro e agressivo, e que tinha superado por não valer a pena. E ela não acreditou que eu já tinha sido assim. E eu falei que, se ela quisesse, eu poderia voltar a ser grosseiro e agressivo. Como ela não acreditou, eu disse que seria dali em diante. E assim o fiz.
O resultado geral dessa minha mudança de comportamento foram brigas e discussões constantes, desconfianças (ciumes em mim) e progressivo afastamento dela. Hoje, nosso relacionamento está em crise, inclusive, segundo as palavras exatas dela "axo que nossa história acabou...". Essa frase foi me mandada por telemóvel no dia em que estava com Tensão Pré-Menstrual. Eu a amo muito. Ela disse a amigos que meu comportamento mudou muito (realmente mudei a pedido dela).
No entanto, no dia 4 de julho deste ano, disse a ela que eu tinha cansado de ser grosso e agressivo. E voltei a ser como era no início. O resultado foi interessante, porque ela voltou a ficar comigo, passamos a brigar bem menos.
Estou com muitas dúvidas sobre o que aquela mensagem significa. Será que ela já decidiu me deixar e, para não falar de uma vez (a característica dela é falar as coisas diretamente, sem rodeios), está apenas me preparando para a notícia fatal? Ou será que realmente ela ainda tem duvidas se deve ou não continuar comigo? Ela disse que vai conversar comigo pessoalmente, assim que for possível, uma vez que ela está viajando.
Preciso de ajuda.

publicado às 14:35

Dicas para um Verão de boas emoções

por oficinadepsicologia, em 23.07.10

Autor: Hugo Santos

Psicólogo Clínico

 

O Verão é aquela altura desejada por uma grande maioria pois é o equivalente a férias, lazer, tempo livre, descanso, viajar, etc.

Por isso, partilhamos algumas dicas para ter um Verão com Boas Emoções.

 

Auto-Estime-se

Esta é uma altura para cuidar de si. Usufrua de momentos de prazer e satisfação, permitindo-se simplesmente estar consigo e com os outros.

Desfrute do tempo, no aqui e agora, como se toda a sua existência se concentrasse neste momento.

Sinta-se, sorria e repare no que se passa dentro de si e à sua volta.

No dia-a-dia andamos sobretudo a correr, num ritmo acelerado. Agora poderá desacelerar e outras vezes acelerar. Dirija a velocidade das suas emoções.

Auto-Estimar-se é também estar e sentir a satisfação desse encontro.

 

 

publicado às 14:24

Sabia que...?

por oficinadepsicologia, em 22.07.10

Está demonstrado que as nossas pequenas superstições nos ajudam a aumentar a auto-confiança e, consequentemente, a termos desempenhos melhores?

Por isso, não deixe que todo o seu racionalismo menospreze aquelas pequenas tentações de se fazer acompanhar do seu amuleto da sorte para situações que desafiem as suas capacidades – os amuletos e as acções que associamos à boa sorte podem não convocar a boa sorte mas inspiram-nos a confiança necessária para investirmos todos os nossos recursos pessoais no desempenho das tarefas que temos pela frente!

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publicado às 08:52

Quando doer é bom!

por oficinadepsicologia, em 21.07.10

Autora: Madalena Lobo

Psicóloga Clínica

 

Recentemente foi publicado um estudo na revista Neuron com uma conclusão surpreendente: para algumas pessoas, o alívio de uma dor aguda é percebido como uma desilusão. Como assim?

 

Para si e para mim que, felizmente, não sofremos de dores crónicas, quando temos uma dor aguda (por exemplo, uma dor de dentes pontual ou uma dor de cabeça esporádica), sentimos alívio quando ela cessa – o que foi identificado pelo tipo de activação de uma pequena estrutura cerebral – o núcleo accumbens.

 

No entanto, para pessoas que sofrem de dores crónicas (como é o caso, por exemplo, de algumas dores de costas, ou da fibromialgia, ou das dores de cotovelo… de tenista, bem entendido), quando termina a dor aguda a que estiveram sujeitos, o alívio não surge – é quase como se, ao terminar esta dor pontual, as pessoas se sentissem desiludidas, já que apenas podem esperar que a dor crónica volte a sobressair, impondo-se, mobilizadora, desgastante, de novo bem à frente do seu plano de consciência.

 

 

 

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publicado às 09:17

Stress e cancro

por oficinadepsicologia, em 20.07.10

Autora: Madalena Lobo

Psicóloga Clínica

 

Numa investigação patrocinada pelo National Cancer Institute, EUA, e liderada pela Universidade do Texas, tornada pública em Abril deste ano, verificou-se que níveis elevados das designadas hormonas do stress – adrenalina e noradrenalina -, em pacientes afectadas por cancro nos ovários, criam condições facilitadas para que as células malignas saiam em segurança do tumor primário. Sendo este um passo para as metástases e consequente progressão das situações cancerosas, é de prever que uma boa regulação do stress em doentes oncológicos possa ser uma ajuda para o aumento da expectativa de vida.

 

De salientar que, neste estudo, foi avaliada a presença de depressão, assumida como um indicador de stress, por isso, quando falamos na regulação de stress neste contexto, estamos a referir-nos a perturbações do humor (como a depressão) e da ansiedade, que devem ser acompanhadas de perto em doentes oncológicos, num esforço pluridisciplinar, para melhorar a qualidade e expectativa de vida.

 

Sendo certo que a própria doença oncológica, em todas as suas vertentes, do diagnóstico, passando pelos tratamentos, a incerteza quanto aos seus resultados e, naturalmente, os grandes temas de vida que se colocam à maioria destes doentes, é, em si própria um precipitante de tristeza e stress, todo e qualquer doente oncológico deveria ter o apoio de um psicoterapeuta especializado neste campo. Se for esse o seu caso ou o de um familiar, não hesite em aconselhar-se com o seu médico, colocando-lhe o tema frontalmente!

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publicado às 07:41

Neurónios-espelho

por oficinadepsicologia, em 19.07.10

Autora: Madalena Lobo

Psicóloga Clínica

 

Uma das características de base da chamada inteligência emocional é a empatia – a capacidade para vibrarmos com o outro, percebermos a um nível profundo as emoções, motivações, construções da realidade que nos são alheias.

 

Esta capacidade fundamenta uma grande componente da eficácia interpessoal, e todos nós nos encontramos num qualquer ponto de uma linha que une a enorme capacidade empática à sua quase ausência, como acontece nalgumas patologias da saúde mental.

 

Na base da empatia encontra-se um grupo de neurónios, dispersos por várias áreas do cérebro: os neurónios-espelho, assim designados porque permitem espelhar um conjunto completo e diversificado das acções humanas. Pelo facto de estes neurónios se activarem quando observamos os outros, acredita-se, hoje, que sejam os responsáveis pela nossa capacidade para os percebermos, em profundidade, para ressoar com os outros de uma forma empática.

 

Por isso, da próxima vez que se irritar por o seu chefe não perceber que está cansado e incapaz de continuar até horas improváveis, ou achar que o seu marido/mulher é insensível às suas necessidades, ou que os seus pais não o percebem… bem, em vez de se irritar com eles, presumindo-lhes defeitos de carácter ou de se sentir rejeitado, imagine que os neurónios-espelho deles, essas célulazinhas algures nos seus cérebros, estão em baixo de forma ou foram apenas fazer uma sesta. Está bem, pronto! Nalguns casos, terão ido fazer uma cura de sono… Mas não é por não gostarem de si ou por não quererem vê-lo feliz!

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publicado às 10:07

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