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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autores: Oficina de Psicologia
“Fico com o coração apertado”
“O coração tem razões que a razão desconhece”
“No coração do homem é que reside o princípio e o fim de tudo”
O coração é o órgão que tem sido usado metaforicamente desde há muitos anos, para designar o centro das emoções dos Homens. Mesmo sabendo que as emoções começam no cérebro, continuamos a referir-nos ao coração como o seu regente.
O coração, tal como o resto do corpo todo, podem e devem ser vistos como a totalidade do nosso ser. Emoção, pensamento, sensação, espiritualidade, sexualidade, são as nossas dimensões e estão todas interligadas e relacionadas, funcionando como um conjunto que pode ser mais ou menos saudável.
Se algo em nós não funciona bem, um órgão, um pensamento, uma emoção, nós na nossa totalidade sofremos com isso, assim, cuidar de nós passa a ser a nossa principal tarefa na vida. Cuidar do corpo é cuidar de tudo.
Nesse dia, dia do Coração, torne o seu corpo mais saudável do que estava ontem: faça uma caminhada, faça um check up, coma refeições saudáveis, fume menos um cigarro ou não fume de todo. Ame-se e cuide-se hoje e sempre!
Bia Andrade
A linguagem do coração que por vezes não sabemos ou não queremos ler, porque se aproxima daquilo que temos na alma.
Ao ler um livro de Kahlil Gibran retirei alguns excertos que nos põem a pensar e que pensei partilhar convosco em torno deste tema.
“…Eu gostaria de abrir o meu peito, tirar o meu coração dali, e levá-lo nas minhas mãos para que todos o pudessem ver. Porque não há maior desejo num homem do que revelar-se a si mesmo, ser compreendido pelo seu próximo; todos nós queremos que a luz que colocamos atrás da porta seja posta no meio da sala, à frente de todos.
O primeiro poeta deste mundo deve ter sofrido muito quando pôs de lado o arco e a sua flecha, e tentou explicar aos seus amigos o que tinha sentido diante de um pôr-do-sol. É bem possível que esses amigos tenham ridicularizado o que ele dizia, mas ele fê-lo mesmo assim, porque a verdadeira Arte exige que o artista tente mostrar-se. Ninguém pode conviver sozinho com a beleza que é capaz de perceber…”
“…Os nossos corações são muito melhores que nós mesmos e-entre os sentimentos e as maneiras que temos para descrever esses sentimentos-existem mil véus. Quando alguém consegue trabalhar de dentro para fora, vive num estado de constante renascimento. É uma reconstrução diária de si mesmo.”
Ao ler estas passagens pensei que num processo terapêutico é muitas vezes o que acontece, um trabalhar de dentro para fora, um permitir de um abrir daquilo que temos no coração, um expressar de emoções que por vezes são difíceis de tocar, tirando véus que colocamos ao longo das passagens da nossa vida e que nos vão permitindo viver sem vergonhas porque o que achamos de pior está escondido por receio do julgamento, e não precisamos de ser poetas para podermos usar esta arte.
Esquecendo que o que vemos com o coração por vezes é invisível aos nossos olhos.
“Na sombra de um templo, o meu amigo apontou-me um cego.
O meu amigo disse-me: “Este é o homem mais sábio do mundo”.
Aproximámo-nos, e eu perguntei “desde quando é o senhor cego?”
“Desde que nasci”
“Eu sou um astrónomo”, comentei.
“Eu também”, respondeu o cego. E disse, colocando a mão no peito: “Observo aqui dentro os muitos sóis e as muitas estrelas.”
Neste dia do coração, vamos abri-lo e ver com ele o que está à nossa volta, vamos tratar dele com carinho pois ele é promotor do nosso bem-estar não só físico como também psicológico
E vamos poder dizer:
“O meu coração hoje está sereno, e as angústias de sempre foram substituídas pela calma e pela alegria que sempre procurei”.
Bem ajam as estrelas e os sóis que temos nele.
Fátima Ferro
www.youtube.com/watch?v=01R9PHbSkDE&feature=related
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Uma história para o coração:
Quando eu não estava olhando
"Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você pegar o primeiro desenho que fiz e prendê-lo na geladeira e, imediatamente, eu tive vontade de fazer outro para você.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você dando comida a um gato de rua e eu aprendi que é legal tratar bem os animais.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você fazer meu bolo favorito e aprendi que as coisas pequenas podem ser as mais especiais na nossa vida.
Quando você pensava que eu não estava olhando, ouvi você fazendo uma oração e aprendi que existe um Deus com quem eu posso sempre falar e em quem eu posso sempre confiar.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você fazendo comida e levando para uma amiga que estava doente e aprendi que todos nós temos que ajudar e tomar conta uns dos outros.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você dando seu tempo e seu dinheiro para ajudar as pessoas mais necessitadas e aprendi que aqueles que têm alguma coisa devem ajudar quem nada tem.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu senti você me dando um beijo de boa noite e me senti amado e seguro.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você tomando conta da nossa casa e de todos nós e aprendi que temos que cuidar com carinho daquilo que temos e das pessoas que gostamos.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi como você cumpria com todas as suas responsabilidades, mesmo quando não estava se sentindo bem, e aprendi que tinha que ser responsável quando eu crescesse.
Quando você pensava que eu não estava olhando eu vi lágrimas nos seus olhos, e aprendi que, às vezes, acontecem coisas que nos machucam, mas que não tem nenhum problema a gente chorar.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi que você estava preocupada e eu quis fazer o melhor de mim para ser alguem melhor.
Quando você pensava que eu não estava olhando eu aprendi a maior parte das lições de vida que eu precisava para ser uma pessoa boa e produtiva quando eu crescesse.
Quando você pensava que eu não estava olhando, eu olhava para você e queria te dizer:
Obrigado por todas as coisas que eu vi e aprendi quando você pensava que eu não estava olhando!"
Precisamos estar cientes daqueles olhos e ouvidos observando e escutando tudo que fazemos e falamos. Todos nós influenciamos não somente os mais novos, que nos observam, mas outros também. Aqueles ao nosso redor, no trabalho ou na escola, pessoas estão nos observando, até em momentos quando não percebemos.
Mary Rita Schilke Korzan (livro "Stories For The Heart" - “Contos Para O Coração"
Cristina Sousa Ferreira
Sobre o tema do coração começaria com esta frase do pensador francês Blaise Pascal:
"O coração tem razões que a razão ignora."
É uma frase muitissimo interessante, uma vez que nos leva à eterna dicotomia entre razão e coração, entre a parte racional, cognitiva, dos pensamentos, das cognições, das teorias, das percepções, das expectativas, das construções, das elaborações, das interpretações e a parte das emoções, do inconsciente, do irracional, do sensitivo, do intuitivo, do visceral, do impulsivo, do imediato, do não pensado.
Tanto a razão como a emoção são ambos veiculos que tomamos para expressar o nosso comportamento, as nossas acções no plano prático, quotidiano da vida.
Qualquer momento da nossa vida, qualquer estímulo, qualquer situação é permeado e percorrido por um lado racional e um lado emocional. Todos os momentos da nossa vida existem na simultaneidade desta dicotomia eterna.
Perante qualquer situação existem pensamentos que desencadeiam interpretações, muitas vezes, esses pensamentos nem sequer são conscientemente elaborados, mas isso não impede que estes tenham a sua actuação implicita, automatizada. São aquilo a que chamamos os pensamentos automáticos e estes estão sempre presentes.
Mas além deste fluxo cognitivo constante que pauta a percepção de qualquer realidade ainda existem as emoções... Estas emoções podem ser congruentes com os nossos pensamentos, andar lado a lado ou de mão dada com eles, ou ser oposta a tais pensamentos.
Quando estamos perante contradições entre a razão e o coração é importante ouvir o coração. E porquê? Porque a razão é filha da nossa maturidade cognitiva, é uma intepretação da realidade mais recente e que não passa de uma percepção ou de uma construção da realidade. A emoção, ou se quisermos, o coração é mais primitivo, no sentido de mais inconsciente, de mais antigo. As emoções escondem algo mais profundo, menos construido, menos intelectual, mais virgem, mais puro, mais original, no sentido de origem.
Quando surgem as emoções, quando ouvimos as emoções, quando brotam as emoções então as máscaras da razão, da intelectualização caiem por terra e a pureza e a crueza das emoções surge.
As emoções alojam-se no nosso corpo, no sentir o corpo, na dinâmica do corpo.
Quando ouvimos o coração percebemos os conflitos que existem dentro de nós mesmos, os conflitos com os outros, as alegrias e o amor que sentimos.
Toda a educação deveria visar entender ou sentir as razões da razão e as razões do coração.
Já os filosofos gregos entenderam o quão fundamental é a Arte como veiculo de expressão emocional e a Matemática como apologia da racionalidade. E é fundamental balancear e conviver harmoniosamente com estes dois polos.
Entendo a psicoterapia justamente como o reequilibrio desta díade. A psicoterapia não é um debate intelectual, um esgrimir argumentos de forma arrogante ou narcisica, é um trabalho genuíno de reencontro, de reequilibrio da razão e da emoção.
Pessoas excessivamente emocionais, muito impulsivas, muito imediatas, que vivem constamente dramas emocionais precisam de ouvir a razões da razão, encontrar a sua parte adulta dentro delas mesmas que impoe limites, que prioriza situações, que estabelece regras internas, que esquematiza e da ordem ao caos e pessoas excessivamente racionais, que vivem no mundo da razão, do dever ser, dos conceitos, das teorias, que vivem apenas e só na sua cabeça, nos seus pensamentos, que teorizam sobre tudo e sobre todos, que vivem presos às suas armadilhas conceptuais precisam de ouvir aquilo que Pascal chamou as razõoes do coração, precisam de escutar o seu corpo, ouvir as suas emoções, conhece-las, explora-las e não ter medo delas, nomeá-las, aprofudar a sua capacidade imagética, o seu fluir e o seu sentir, não ter medo de entrar e mergulhar nas suas emoções.
Qualquer psicoterapia deverá procurar o abraço entre a razão e a emoção.
Neste dia tão especial oiça verdadeiramente o seu coração.
Lembre-se que tanto a razão como o seu coração são fundamentais para o seu equilibrio e para a sua harmonia interior.
António Norton
O risco cardiovascular e o Stress
Como é amplamente conhecido a Doença Cardiovascular é uma doença relacionada com: factores de risco não modificáveis, como hereditariedade, idade e sexo; factores de risco convencionais modificáveis (como hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, obesidade, vida sedentária); determinados aspectos de ambiente social.
Pode-se considerar, que, na actualidade, se vive em reacção crónica de alarme, com “cargas” e “descargas” viscerais constantes, o que contribui para se desenvolvam “problemas” de saúde, nomeadamente estados ansiosos e depressivos, fadiga crónica, originando má qualidade de vida.
Qualquer acontecimento desagradável, pode-lhe causar preocupações, provocar stress – emocional e psicológico – que é vivido como ameaça. Por este motivo, logo que a situação provocadora de stress seja identificada, é necessário recorrer a estratégias apropriadas de gestão de stress e ansiedade (http://oficinadepsicologia.com/loja/shop/stress-ansiedade/).
Não se esqueça que o sistema cardiovascular é um dos mais afectados na resposta biológica ao stress.
Tânia da Cunha
Imagino que já sabia que o nosso coração não é só um simples órgão, mas sim uma das estruturas com o mais alto nível de organização e o índice de variabilidade do ritmo cardíaco é um dos mais precisos parâmetros do organismo que sinaliza o nosso estado psicoemocional. O Coração é um laboratório complexo com o seu centro de coordenação que elabora e transmite informação, dando uma contribuição valiosa para o modo de perceber e interagir com o mundo. Nos anos 70 John e Beatrice Lacey chegaram à conclusão que o cérebro e o coração comunicam entre si, estando numa troca de informação permanente. O coração, com sua lógica própria, e as suas “linhas de orientação” não são só reconhecidas pelo cérebro, mas também cumpridas pelo mesmo.
O sistema cardiovascular retém conhecimento sobre desenvolvimento de outros sistemas do organismo e crie uma espécie de suporte para seu crescimento e evolução, construindo literalmente uma base que predetermina o nosso desenvolvimento. No período embrionário o coração “cria” o nosso cérebro.
Será que a complicação de tomar decisões em diversas áreas da nossa vida vai precisamente da falta de comunicação entre o coração e o cérebro, apoiando–se na racionalidade? Será que o aumento da popularidade de técnicas meditativas, técnicas que ajudam estabelecer o contacto entre o nosso corpo e a mente que tranquilizam a mente desacelerando a sua actividade e abrindo espaço para o prazer de sentir e de estar? Se calhar, precisamos mesmo de “voltar” às origens para encontrar o equilíbrio, cuja falta sentimos com tanta intensidade nos dias de hoje.
Cuide do seu coração, cuide de si!
Irina António
Técnica Quick Coherence (para obter rapidamente a coerência cardíaca)
Para conseguir chegar rapidamente a um estado de coerência cardíaca, no tempo de um minuto, guiando-se pelas 3 eficazes etapas da técnica Quick Coehrence
Usando o poder presente no seu coração de forma a equilibrar pensamentos e emoções, conseguirá atingir um estado mais elevado de energia, clareza mental e pode, basicamente, sentir-se rapidamente melhor em qualquer situação ou contexto.
Use esta técnica de coerência cardíaca, especialmente quando começar a sentir-se agastado por uma emoção negativa tal como a frustração, irritação, ansiendade ou zanga.
Permita-se encontrar a calma e a harmonia interior que serão reflectidas num batimento cardíaco mais coerente, facilitando as funções cerebrais e permitindo o melhor acesso a uma inteligência superior.
- Esta técnica de coerência cardíaca ajuda-o a atingir um estado de equilíbrio e coerência internos, permitindo o acesso à inteligência do Coração.
Usa o poder do seu coração para equilibrar pensamentos e emoções, permitindo que atinja um estado neutro e plácido, que lhe proporcionará uma maior clareza de pensamentos.
É uma técnica poderosa que lhe permitirá conectar-se com a zona energética do seu coração, ajudando-o a reduzir estados de stress, equilibrando as suas emoções, fazendo-o sentir-se melhor rapida e eficazmente.
- Esta técnica eficaz permite-lhe reduzir o stress no próprio momento, acalmando-o e fazendo sentir-se mais confortável com a situação que atravessa.
- Permitirá que se ligue mais ao momento presente e à própria vida.
- Poderá rapidamente experienciar uma “ injecção” de clareza mental.
O coração é um gerador primário do ritmo corporal, influenciando os processos cerebrais que controlam o sistema nervoso, a função cognitiva e as emoções.
Conseguindo uma maior coerência cardíaca, facilitará a função do cérebro, permitindo-lhe acesso à sua inteligência superior, ajudando-o assim a melhorar a sua concentração, a sua intuição, a sua criatividade e melhorando a sua capacidade de decisão.
Quando se experimenta a coerência cardíaca, a performance é indubitavelmente melhorada, tal como se pode observar nos atletas de alto nível.
Irá sentir-se confiante, positivo, concentrado e calmo, sentindo ao mesmo tempo um aumento da sua energia.
A técnica para obter a coerência cardíaca (Quick Coehrence Technique)
1º passo- Foque toda a sua atenção na zona em volta do seu coração, a zona no centro do seu peito.
Se preferir, nas primeiras vezes que utilizar esta técnica, coloque a sua mão no peito ajudando a focar-se na zona do coração.
2º passo- Respirar com o coração.
Respire profundamente mas de forma normal e sinta a respiração passando através da zona do coração.
Ao inspirar, sinta a sua respiração fluindo pela zona do coração e ao expirar, sinta a sua respiração como saindo de dentro dessa mesma zona.
Respire devagar, um pouco mais profundamente que o normal.
Continue com estes movimentos respiratórios até sentir que encontrou o seu ritmo interno natural, um ritmo que o faça sentir-se bem.
3º passo- Sinta com o coração.
Ao mesmo tempo que mantém a sua concentração no acto de “respirar através do coração”, active uma emoção positiva.
Relembre uma sensação que lhe traga alegria ou prazer, uma situação em que se sentiu feliz e tente voltar a experimentar o sentiu nesse momento.
Uma das formas mais fáceis de conseguir gerar uma sensação positiva, uma emoção focada no coração, é recordar um lugar especial ou lembrar o amor que sente por um familiar ou amigo ou mesmo a afeição que sente pelo seu animal de estimação.
- Este é o passo mais importante deste processo!
Aplique esta técnica de um minuto, logo de manhã quando acordar, antes ou durante telefonemas ou reuniões laborais, no meio de uma conversa difícil, debaixo de pressão ou quando se sentir esmagado pelo peso dos acontecimentos.
Também poderá usar esta técnica sempre que precisar de maior coordenação, rapidez e fluidez nas suas acções.
Este texto foi adaptado ao português e foi baseado nos ensinamentos de Heathmath, de Childre e Rozman.
Maria João Galhetas
http://www.aniboom.com/animation-video/241955/Radiohead---Reckoner/
Temos apenas 1 coração por isso cuide dele, cuide de si!
http://www.aniboom.com/animation-video/85201/Amor-Redondo/
O que molda o seu coração?
Helena Gomes
Autora: Filipa Cristóvão
Psicóloga Clínica
Os primeiros dias de Outono, que coincidem também com o final das férias são muitas vezes um momento em que surgem estados de desânimo. O voltar às rotinas que é conotado como algo aborrecido, tem contudo a vantagem de ajudar a introduzir algum equilíbrio no dia-a-dia.
Algumas pequenas regulações podem fazer desta entrada na estação toda uma experiência agradável, saudável e de mudança:
- Verifique a sua higiene de sono. Com o Inverno a aproximar-se, precisará de mais horas para fazer face ao desgaste. Dormir fora do horário, não é restabelecedor, pois o sono pode estar desfasado de outros ritmos biológicos do corpo.
Experimente acordar com uma luz natural, ou livre se do despertador e adquira uma luz gradual, pois esse é o sinal para o qual o nosso cérebro está preparado para acordar harmoniosamente.
- A luz é muito importante no bem-estar. Influencia diversas funções do cérebro emocional, os instintos vitais, apetite, libido, ciclos menstruais, humor, energia de acção e regulação da temperatura e do metabolismo das gorduras,
Tente dar um pequeno passeio a pé diariamente que lhe permitam receber este nutriente extra e gratuito.
- Enriqueça a sua alimentação. O cérebro é um órgão altamente especializado que beneficia de nutrição específica, dadas as exigências a que está sujeito. Alguns estudos sugerem que um desequilíbrio na relação entre ácidos gordos Ómega 3 e Ómega 6 podem contribuir para estados de tristeza, falta de energia, ansiedade, insónia entre outros.
- Pratique desporto – Aumentar o nível de actividade tem inúmeros benefícios, desde o humor, à prevenção da depressão, à capacidade de sentir e apreciar o prazer e restabelecimento da coerência cardíaca.
- Aprenda algo novo - Aproveite esta fase para aprender algo que sempre quis e não teve oportunidade. Quer seja uma arte, uma língua ou um desporto, irá certamente aumentar a sua motivação e interesse pelos pequenos prazeres da vida
- Descubra na meditação ou no relaxamento profundo, um recurso que lhe estará sempre disponível para os desafios que se lhe impõe diariamente http://oficinadepsicologia.com/loja/relaxamento/
- Inicie os seus dias com um pensamento ou imagem positiva que lhe traga bem-estar. E porque não, uma imagem do Verão que guardará até ao próximo ano!
Autor: Luis Gonçalves
Psicólogo Clínico
Nestes anos que levo como profissional, tenho encontrado tantos e tantos portugueses capazes que, simplesmente, não conseguem ter um emprego aceitável. É que, por mais que se esforcem, parece que todas as portas se lhes fecham sem lhes perguntar o nome. Os exemplos são tantos que ficamos sem esperança de algum dia conseguir ter uma vida tranquila. Muitos deles acabam por sair de cá e ir conquistar outros países, com mérito amplamente conhecido. Mas Portugal ainda tem heróis que a história irá um dia lembrar e contar. Pessoas que lutam até ao limite das suas forças para conseguir uma oportunidade na vida. Pessoas que me inspiram todos os dias com a sua perseverança. Com a sua fé.
Existe uma história que conheci há uns anos atrás e que me fez tanto sentido que decidi vir partilhar consigo hoje. Tanto pela sua aplicação na vida de todos nós como pela dose de humor que contém, ingrediente essencial para lidar com momentos de crise.
Esta pequena história fala de um pescador português que, quando ia à pesca, nunca tapava o balde onde colocava os caranguejos que apanhava. As pessoas que o conheciam achavam aquela situação um tremendo mistério. Até ao dia em que alguém lhe perguntou se ele não se preocupava com a possibilidade dos caranguejos apanhados fugirem, já que tinha sempre o balde destapado. O pescador respondeu prontamente e acabou por revelar o seu segredo. É que ele apanhava caranguejo português, uma espécie destes crustáceos que tem uma característica peculiar: é que quando um deles começava a tentar trepar o balde, os outros iam logo atrás dele e puxavam-no para baixo!
Autor: Francisco de Soure
Psicólogo Clínico
“Não sei o que se passa comigo. Acho que estou deprimido, não percebo o que se passa. Só sei que odeio estar assim!”
Era assim o discurso do Ricardo quando o conheci. Quando veio procurar ajuda, o Ricardo dizia-se deprimido. Sentia um aperto no peito, uma falta de ânimo e de energia e tinha dificuldade em dormir e em comer. Confessou-me que estava assim há duas semanas. Uma exploração de o que poderia estar a provocar este aparente estado de depressão revelou que o Ricardo tinha perdido o avô exactamente há 2 semanas. Que o Ricardo estava em baixo, não havia dúvida. O que parecia escapar-lhe era a definição de o que era este estar em baixo. O Ricardo estava triste. Pura e simplesmente triste. O que, pensando bem nisso, é o que é esperado que aconteça quando perdemos alguém de quem gostamos. Aquilo que parecia ser mais difícil para o Ricardo era reconhecer e aceitar esta emoção. O Ricardo rejeitava-a, via-a como um estado intruso, indesejado. Como se o desconforto da tristeza fosse sinónimo de que algo não estava bem. Nesta altura, o Ricardo ainda não estava deprimido. Estava profundamente triste, mas a força que investia a manter esta tristeza longe de si era surpreendente. E, ao não viver esta tristeza, ao não a deixar correr em lágrimas, estava a mantê-la presa dentro de si. O que o Ricardo não sabia era que as emoções são como a água. Se as deixarmos correr, podem limpar-nos, matar-nos a sede, levar-nos para a frente. No caso do Ricardo, chorar a tristeza dele permitir-lhe-ia procurar apoio, libertar a dor, criar espaço dentro de si para aquelas saudades boas que nos aquecem por dentro quando nos lembramos de alguém de que gostamos muito mas já não está cá. Ora, quando as emoções estagnam, apodrecem e transformam-se em algo que nos fere. A dor engaiolada dentro de nós não nos deixa libertar da sensação de perda e vazio, não nos autoriza a procurar outras pessoas. Quase como se, deixando correr a tristeza e andando em frente, fôssemos trair quem perdemos. E a energia que mantermo-nos assim nos consome deixa-nos absolutamente exaustos.
Felizmente, o Ricardo procurou ajuda a tempo. Deixou a tristeza correr. Chorou pelo avô e, no seu íntimo, despediu-se dele. Libertou-se da mágoa e criou espaço para se lembrar do avô com ternura, e transportar essa ternura para os filhos dele. Felizmente, o Ricardo não chegou a deprimir. Infelizmente, muitos de nós não nos damos conta do que está a acontecer, e acabamos por cair no poço da depressão. Se ao ler estas palavras se revê nesta descrição, não perca tempo. Não se permita deprimir, nem tão pouco se permita manter-se deprimido se for isso que está a sentir. Procure ajuda. O Grupo Terapêutico de Tratamento da Depressão inicia-se dia 26 de Setembro, às 19h, na Oficina de Psicologia, com uma duração de 12 sessões, com uma periodicidade semanal e um custo de apenas 25€ por sessão.
Autora: Fabiana Andrade
Psicóloga Clínica
Falamos constantemente em pessoas perturbadas, em patologias, mas raramente falamos sobre pessoas saudáveis e sobre o que é ser saudável.
A verdade é que muitas das pessoas que nos procuram têm expectativas irrealistas sobre o que é ser saudável. Muitas vezes atribuem o ser saudável a condições externas, como o sucesso, o casamento e por aí em diante. Muitas dessas pessoas até são saudáveis em determinadas dimensões, mas têm um olhar redutor e limitado sobre as suas capacidades e potencial.
Então o que é ser saudável?
A Organização Mundial se Saúde define saúde como “ um estado completo físico, mental e social de bem- estar, e não apenas a mera ausência de doença”. Eu acrescentaria ainda a noção de movimento e de integração ao meio, ou seja, saúde será a manutenção deste estado completo de bem-estar num continuum de equilíbrio e de direcção no meio em que o indivíduo está inserido.
Para olharmos para o que é ser saudável, temos antes que olhar para o que é o ser humano.
Os autores da Gestalt Terapia definem o ser humano de uma forma que considero brilhante: “o ser humano é um conglomerado de forças polares que se entrecruzam.” (Zinker. J. 2007). Por exemplo, uma pessoa que tem como característica a doçura, também tem a sua polaridade, a dureza.
Uma característica não tem necessariamente só uma polaridade, tem várias, por exemplo, a crueldade pode não ser a única polaridade da delicadeza, a insensibilidade e a frieza perante os sentimentos dos outros, também pode ser uma polaridade da delicadeza.
Autor: António Norton
Psicólogo Clínico
Gostaria de propor reflectir sobre que consequências psicológicas decorrem da situação em que uma mulher, que sofreu um aborto espontâneo, ao voltar a engravidar resolve esconder o seu estado biológico.
Resolvi escolher esta questão, uma vez que é um tema comum dentro do universo psicológico de uma mulher que sofreu um aborto e voltou a engravidar.
Uma gravidez interrompida involuntariamente traz uma herança psicológica pesada. O corpo deixa de ser cem por cento confiável, passa a ser uma “casa” que gera insegurança, desconforto e desconfiança. Uma mulher que sofreu um aborto espontâneo sente que o corpo a traiu, sente quase como uma incapacidade de identificação com o seu corpo. É frequente surgirem pensamentos como: “ Como foi possível o meu corpo fazer-me algo assim?” “Eu estava tão feliz, como foi possível?”.
A incredulidade e a desilusão são motores psicológicos que geram na futura gravidez insegurança e desconforto: “Eu não confio no meu corpo”. É comum surgir a hipervigilância com todos os sinais que o corpo apresenta e a gravidez deixa de ser vivida de forma harmoniosa para passar a ser habitada por estados de tensão e ansiedade.
É comum surgirem pensamentos como “E se corre mal?” “E se o meu corpo volta a rejeitar o meu bébé?”.
A dúvida passa a habitar e não abandona a grávida, mantendo-se até ao nascimento.
As ecografias positivas que garantem a saúde do feto dão alguma segurança, mas a dúvida continua sempre a corroer interiormente e a ter o seu efeito na criação de tensão.
Autora: Madalena Lobo
Psicóloga Clínica
Quando pensamos em educação, automaticamente pensamos em crianças. E, no entanto, os adultos com quem lidamos no dia-a-dia também são passíveis de serem educados – assim mesmo, sem aspas! – e, curiosamente, com um conjunto de regras muito semelhante ao utilizado para a educação infantil.
Se na base de qualquer acto educativo se encontra a tentativa de conformidade ao meio ambiente, seja ele social ou familiar, com vista à melhoria das interacções interpessoais, então porque é que, regra geral, nos esquecemos de educar pessoas que gostaríamos que tivessem uma melhor relação connosco – mais útil, mais respeitosa, mais proveitosa, mais agradável? Por exemplo, o nosso chefe?
Alguns aspectos a ter em conta na “educação” dos chefes:
Autora: Irina António
Psicóloga Clínica
Ser pontual é uma virtude que todos nós procuramos conquistar ao longo da vida, uns com mais sucesso que outros. O caminho desta conquista guarda um mistério: se uns conseguem naturalmente chegar a horas, outros nem por isso. Sendo que as circunstâncias da vida não se diferenciam: vivem na mesma cidade, passam pelas mesmas estradas, apanham o mesmo comboio, compram o despertador nas mesmas lojas, trabalham mais ou menos as mesmas horas por dia, a questão não parece estar presa às mesmas, mas sim à atitude assumida perante o seu tempo e o dos outros.
Ser pontual é chegar mesmo à hora marcada, nem mais tarde, nem mais cedo. O exercício de afinar a atitude pontual inicia-se por admitir que se tem um problema com a pontualidade. Para obter uma melhor percepção do impacto dos seus atrasos, ponha-se no lugar da pessoa que está à espera há horas e imagine também como estará o seu estado emocional. E o que poderá surgir desta experiência? “Está atrasado porque tem coisas mais importantes para fazer”, “está atrasado porque se esqueceu de mim”, “está atrasado porque não é uma pessoa de confiança”, “está atrasado porque não tem respeito pelo meu tempo” e tantas outras do género. A disposição para estar com a pessoa atrasada já não é a mesma, e no caso contrário, a pessoa pontual acaba sempre por ganhar “um bónus” perante os olhos dos outros.
Se pretende ficar com esse bónus mais vezes, experimente as seguintes sugestões:
Autora: Helena Gomes
Psicóloga Clínica
Ao se comprometerem como pais, o homem e a mulher estão solidários a uma tarefa conjunta, cujos papéis são fundamentais para o desenvolvimento psico-afectivo do filho. A mãe tem, para muitos, um papel incontestável, mas o pai tende a ser visto como personagem secundária, principalmente nos primeiros anos de vida da criança. Sabemos agora que o pai está a redefinir o seu papel colocando-se como personagem principal ao lado da mãe. O documentário da BBC “Biology of Dads” ( http://www.youtube.com/watch?v=o800Whxw1fk) vem confirmar essa tendência com base em estudos realizados em todo o Reino Unido por psicólogos.
Ao contrário do que se poderia pensar, o laço entre pai e filho é anterior ao nascimento, sendo a voz do pai reconhecida pelo recém-nascido. Mas também o será ainda no útero? Sim, para além de reconhecer a voz do pai, o recém-nascido reage com um aumento do batimento cardíaco superior ao que demonstra quando ouve a voz da mãe. Outro dado fascinante revela que, após o nascimento do filho, existe uma alteração nas hormonas masculinas, acreditando-se que tal sucede para ajudar o pai a cumprir o seu papel na criação do filho. O vínculo com o filho transforma o pai biologicamente, algo de extraordinário acontece no momento do nascimento e regista-se uma diminuição da testosterona. Os níveis normais vão sendo restituídos ao longo do crescimento do filho, mas os instintos paternos continuam a ser cuidar e proteger o filho.
Autora: Joana Florindo
Psicóloga Clínica
Falar sobre sexualidade talvez não seja uma tarefa fácil para a maioria das pessoas. Falar abertamente sobre sexualidade com os filhos, então, não será certamente mais simples.
Arrisco dizer, que a maioria dos pais, quando confrontados com as primeiras questões sobre tal temática, especialmente quando colocadas de forma directa e espontânea, sentem-se assustados e constrangidos, sem saberem ao certo o que responder aos seus filhos. Nessas situações, tendencialmente, ou tentam desviar o assunto ou tentam adiar uma resposta, na esperança de que tal questão não volte a surgir. Mas, na maioria dos casos, acabam por ver as suas estratégias defensivas sabotadas porque a dúvida persiste e a questão volta a emergir.
É fundamental dar-se uma resposta à criança, mesmo que não seja no momento em que ele coloca a pergunta, revelando disponibilidade e abertura ao diálogo perante todos os temas da sexualidade. E embora não exista uma receita específica, que possa ser aplicada a todos os casos, os pais devem encarar todas as questões com a maior naturalidade e tranquilamente responder aos seus filhos.