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Ao soar das badaladas

por oficinadepsicologia, em 31.12.11

Autora: Madalena Lobo

Psicóloga Clínica

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Madalena Lobo

 

Desejo é algo que se idealiza como bom, mas nem sempre está sob o nosso controlo – desejo de saúde, de segurança, de… Intenções equivalem a uma mobilização para um curso de acção, habitualmente sob o nosso controlo. Assim, de um ponto de vista de saúde mental, melhor será irmos comendo as passas da meia-noite ao ritmo de intenções para o próximo ano e não da formulação de desejos vagos que magicamente acreditamos que se vão realizar apenas porque tocam as 12 badaladas. Troquemos, portanto, desejos por intenções e, para dar uma ajuda, deixamos 12 intenções promotoras de equilíbrio emocional – talvez queira aproveitar alguma ou talvez fique motivado a reflectir um pouco sobre as suas, para condicionar o curso da sua vida.

  1. Movimentar-me todos os dias um pouco – está demonstrado que o exercício físico aeróbico regular e moderado tem um forte efeito regulador das emoções e melhora o funcionamento cerebral
  2. Permitir-me dormir 7 a 8 horas por noite – é a dormir que o cérebro integra as aprendizagens e processa as emoções
  3. Comer saudável – os nutrientes físicos com que carregamos o corpo estão intimamente ligados à saúde mental
  4. Manter as situações em perspectivas – uma certa higiene diária da escala que aplicamos às situações vividas é fundamental para não aumentarmos desnecessariamente as proporções do que nos vai acontecendo
  5. Relaxar diariamente – entre 10 a 20 minutos diários dedicados a uma qualquer actividade de relaxamento tem um efeito estabilizador das emoções
  6. Sociabilizar-me regularmente, garantindo um pouco de tempo de qualidade entre amigos e família – ajuda fortemente no bem-estar emocional, já que é através e com os outros que nos integramos a nós próprios
  7. Defender as minhas necessidades individuais, para estar bem e tranquilo e poder recarregar-me e disponibilizar recursos também para aqueles que me rodeiam
  8. Procurar activamente fontes de prazer e bem-estar para a minha vida, para evitar o desgaste emocional que advém do uso excessivo do cinzento e descolorido
  9. Investir em cursos de acção que me possam trazer maior crescimento pessoal e ocupacional no futuro
  10. Focar a minha atenção naquilo que quero, naquilo que valorizo, naquilo que me é confortável em vez de me deixar monopolizar pelo outro lado da medalha
  11. Fazer um esforço consciente por me recordar diariamente daquilo que gosto em mim e nos que me rodeiam, naquilo por que posso estar grato, deixando que o meu olhar repouse nas coisas que me aquecem a alma
  12. Contribuir, de qualquer forma, para o bem-estar de quem me rodeia e o bem global da minha comunidade

FELIZ ANO NOVO!

publicado às 09:20

Saúde Mental Infantil

por oficinadepsicologia, em 29.12.11

Autora: Fátima Ferro

Psicóloga Clínica e educacional

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Fátima Ferro

A promoção da saúde mental tornou-se crucial para qualquer sociedade sendo considerada um sinal de qualidade de vida, levando a um olhar mais atento de todos os profissionais que trabalham nesta área.

 

Do ponto de vista da saúde mental infantil, a compreensão das etapas de desenvolvimento do ciclo vital é fundamental, é nela que se estrutura o psiquismo e se constituem os recursos essenciais numa perspectiva de evolução. Dentro deste âmbito é necessário percebermos que se tornaram comuns os problemas infantis de foro psiquiátrico, que um número significativo destes problemas podem ter um mau prognóstico e que muitas das perturbações da idade adulta têm as suas raízes em factores de risco da infância.

 

Uma intervenção inicial na promoção de competências que visem aumentar o bem-estar pode ter efeitos preventivos importantes, como é o caso do aumento da auto-estima e da diminuição do comportamento anti-social.

 

O campo da psicopatologia desenvolvimental clarificou de que forma os aspectos do comportamento normativo, tais como as relações com o grupo ou a auto-estima podem estar ligados à propensão para problemas posteriores, como, por exemplo a depressão e o comportamento anti-social. Os problemas com as relações interpessoais entre iguais, parece aumentar o risco de ocorrência de perturbações na infância e no inicio da adolescência.

 

Outros factores de extrema importância são os factores de risco familiar. As crianças cujos progenitores sofrem de problemas de saúde física ou mental têm sido foco de considerável atenção. Vários estudos de crianças cujos pais sofrem de perturbação afectiva demonstram a importância das intervenções na família.

 

Os mecanismos psicossociais por meio dos quais o distúrbio nos pais influencia o desenvolvimento das crianças parecem ser, principalmente, a discórdia familiar e a interferência com as funções parentais.

 

A maior possibilidade que as crianças com problemas de conduta e perturbações emocionais (especialmente as que foram diagnosticadas numa idade precoce) têm de mudar o seu comportamento, reside principalmente na melhoria dos factores circunstâncias familiares, nas relações positivas de grupos de pares e nas boas experiências escolares.

 

À laia de exemplo, as crianças agressivas provocam, muitas vezes, retaliações e provocações nos outros, o que incrementa e amplia o desenvolvimento dos seus problemas anti-sociais, tendo igualmente a probabilidade de serem rejeitadas pelos pares que são menos agressivos. Estas crianças cometem desde cedo, erros e distorções no que são as percepções face às atitudes do outro, assumindo, com frequência, uma intenção agressiva onde ela não existe.

 

Por serem rejeitadas, as crianças que têm este tipo de características tendem a tornar-se amigas. O que reforça ainda mais o aumento do risco de desenvolvimento do comportamento anti-social, e agrava os seus problemas de conduta.

 

Considerando as intervenções, o alvo deverá ser não só a criança mas também o meio envolvente, os pais, os professores e as escolas onde as crianças passam a maior parte do tempo.

 

Como observadores mais próximos da saúde e do bem-estar da criança, os pais devem atender às suas próprias dúvidas e intuições. Se por algum motivo o aspecto do seu desenvolvimento, seja ele motor cognitivo, emocional ou comportamental os preocupa, deverão pedir ajuda.

 

Para concluir, o que salientamos ao longo de todo este processo de análise, é a importância da Saúde Mental como uma prioridade educativa e uma perspectiva de intervenção multimodal como prevenção, referente aos vários contextos onde a criança se insere, desta forma promover-se-á também factores de resiliência e saúde mental dos, professores e pais.

 

publicado às 17:29

E quando as crianças deprimem...

por oficinadepsicologia, em 27.12.11

Autora: Tânia da Cunha

Psicóloga Clínica

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Tânia da Cunha

As depressões não se manifestam unicamente nos adultos. As crianças também podem sofrer desses sintomas e esses casos são mais frequentes do que geralmente se pensa. O problema é que muitas vezes a sintomatologia depressiva nas crianças é desvalorizada.

 

Durante muito tempo a depressão em crianças e adolescentes passou despercebida, não sendo alvo de muita atenção ou preocupação. Estima-se que cerca de dois por cento do total de crianças em idade escolar e aproximadamente cinco por cento dos adolescentes sofrem de depressão. No entanto, muitas vezes torna-se difícil fazer o diagnóstico, precisamente porque nestas idades é frequente que a depressão se manifeste simultaneamente com outras doenças.

 

Para além de uma predisposição genética, há outros factores que facilitam o aparecimento de uma depressão durante a infância. Um desses factores é a mudança natural do jardim infantil para a escola primária. O meio envolvente da criança age pois como uma influência directa.

Outro factor verifica-se quando os pais têm frequentemente discussões violentas e o ambiente em casa nada tem de afectuoso e de acolhedor para a criança.

 

Os primeiros sintomas de uma perturbação na primeira infância começam a manifestar-se quando a criança é ainda bebé. Uma das causas possíveis será o facto de separar da mãe uma criança de tenra idade, não lhe proporcionando uma relação estável com uma outra pessoa que a substitua. O sofrimento pode sobressair de diversas formas, desde o choro constante até à falta de apetite.

 

As crianças em idade pré-escolar expressam esse sofrimento mais através da mímica, da expressão do rosto, do que por palavras. Também pela observação da postura corporal se podem detectar sinais do seu estado anímico.

 

Quanto às crianças já em idade escolar, é importante dar atenção ao que elas nos dizem. Se lhes fizermos perguntas para explorar o seu estado de espírito, ou se estivermos atentos àquilo que pretendem transmitir pelas suas atitudes, saberemos que não se sentem suficientemente amadas.   

 

Existem determinados aspectos, como a expressão de uma tristeza profunda, que nos podem indicar sintomas depressivos numa criança. Simultaneamente a este estado psíquico e de uma diminuição da auto-estima, pode também manifestar-se um comportamento agressivo. Muitas crianças começam nesta fase a mentir cada vez mais, ou a evidenciar a prática de furtos. De modo geral, estas crianças tornam-se inseguras e revelam problemas de relacionamento. Tem se verificado que existem dificuldades no comportamento em grupo e que reagem pelo isolamento social.

 

No final da adolescência pode manifestar-se uma atitude triste e deprimida. A ausência de esperança e o medo do futuro podem até dar origem a uma fuga à realidade, através do consumo de drogas.

 

É inquietante o facto de as queixas depressivas de uma criança ficarem muitas vezes sem tratamento até à idade adulta. Lembre-se que o diagnóstico precoce e uma intervenção adequada são factores decisivos.

publicado às 18:45

Música e bem-estar

por oficinadepsicologia, em 26.12.11

Autor: António Norton

Psicólogo Clínico

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António Norton

 

O que nos leva a nos sentirmos bem quando ouvimos música?
 
O nosso complexo e maravilhoso cérebro está equipado desde que nascemos para entender e processar a música.

 
Porque razão assim é?
 
A compreensão da música e a sua necessidade sempre foi um mistério, uma vez que não é fundamental para a nossa sobrevivência. As necessidades básicas são sexo, comer e dormir. Quando preenchemos estas necessidades o nosso cérebro liberta dopamina. A dopamina é o neuroquímico envolvido na experiência do prazer e da recompensa.
De igual forma, quando ouvimos música este químico é libertado.

Em 2011, foi realizado um estudo na Universidade de McGill no Canadá. O estudo teve o seu inicio com 217 participantes que acabaram por ficar reduzidos a 8. Todos estes sujeitos respondiam da mesma forma sempre que ouviam música, independentemente do ruido exterior.
Para realizarem este estudo, os investigadores recorreram à tecnologia do PET scanning (tomografia de emissão de positrões) e ao fMRI (Técnica de Imagem de Ressonância Magnética), com o objectivo de analisar o cérebro dos 8 participantes enquanto ouviam música durante três sessões. Era também pedido para os participantes preencherem um questionário, no qual, avaliavam quantitativamente quão prazeirosa tinha sido a experiência musical.
O PET scanning revelou que a dopamina era libertada no corpo estriado durante momentos de intensidade emocional que surgiam durante a audição musical. A técnica de fMRI, por sua vez, mostrou uma diferença distinta entre timing e estruturas envolvidas. O núcleo caudado estava activo, quando antecipava a activação emocional e o núcleo accubens ficava mais activo quando a intensidade emocional era efectivamente experiênciada.
Portanto, quando antecipamos e depois fruimos da experiência intensa da música o nosso cérebro reage diferentemente para libertar a Dopamina.

 
O que é que isto significa?
 
Do ponto de vista académico este é um estudo fascinante. Podemos estar perante o primeiro estudo que prova a libertação de dopamina como efeito de recompensa de prazer quando se dá a realização de uma actividade não fundamental para a sobrevivência como o é a fruição da música.
 
Sempre se pensou que as recompensas provenientes das actividadades não fundamentais para a sobrevivência fosse muito mais de natureza cognitiva, ligadas ao pensamento, à auto-estima e à identidade. Este estudo revela, de alguma forma, a importância evolutiva da experiência musical. Existem circuitos e caminhos neuronais antigos envolvidos na fruição musical. O nosso cérebro está preparado para tal experiência e reage evolutivamente sinalizando estados de prazer no organismo, através da libertação da dopamina e da reacção selectiva de diferentes partes do cérebro.
 
Este estudo leva-nos efectivamente a pensar na ligação entre o corpo e a mente e na importância evolutiva da música.
 
Portanto quando ouve música dá prazer a sí próprio! E felizmente cada vez é mais fácil poder ouvir música, onde quiser e como quiser.
 
Lembre-se disso e boa música!!
 

 
Referencia:

Salimpoor, V.N., Benovoy, M., Larcher, K., Dagher, A. & Zatorre, R.J. (2011). Anatomically distinct dopamine release during anticipating and experience of peak emotion to music. Nature Neuroscience

publicado às 18:05

É Natal mas sinto-me estranho...

por oficinadepsicologia, em 24.12.11

Autora: Filipa Cristóvão

Psicóloga Clínica

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Filipa Cristóvão

Por estes dias, muitos são os amigos e conhecidos que revelam uma estranha sensação. É Natal, mas sente-se um desconforto “devia estar feliz, mas não estou e não consigo perceber porquê”; “à medida que se aproxima o Natal, sinto-me mais esquisito, mais ansioso”, “é tanta coisa que não consigo aproveitar” e assim se passa uma quadra com uma sensação mal definida de desconforto embora sem razão aparente.

 

Já lhe aconteceu?

 

Da próxima vez, páre por uns instantes. Sinta o seu corpo, que parte fica ativada quando se lembra do Natal? Surgem tensões? Em que zonas? Que emoções as acompanham? Que memórias? Que imagens lhe preenchem o espírito?

 

Podemos antever algumas hipóteses:

 

- Demasidos estímulos – “Compras, prendas, consoada, festa na escola das crianças, festa no lar dos avós, uff” Natal é sinónimo de correrias. Se para muitas pessoas, este acréscimo de actividade é sinónimo de entusiasmo e funciona como motor, para tantas outras, este ritmo não se coaduna com a sua natureza por isso um desequilíbrio de energia. Por outro lado, ficam muitas vezes evidentes dificuldades de gestão de tempo e de necessidades, que até podem acontecer ao longo do ano, mas dado o desafio da data tornam-se mais claras.

 

 

 

publicado às 10:54

O menino e o jardim mágico

por oficinadepsicologia, em 23.12.11

Autor: Luis Gonçalves

Psicólogo Clínico

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Luis Gonçalves

A época Natalícia é uma altura de emoções fortes, ninguém duvida. Sentimos alegria por estarmos com quem mais amamos. Sentimos tristeza se não os temos por perto. Voltamos atrás no tempo e relembramos quem um dia fomos, as pessoas que nos sorriram, as prendas que nos deram e os locais onde crescemos. Onde tudo era deliciosamente simples e, ao mesmo tempo, transcendente. Para dizer a verdade, vivemos tão ocupados na nossa vida presente que esquecemos as nossas raízes, onde tudo começou. Há dias em que sentimos a necessidade de lá voltar… ao nosso jardim mágico.

 

Era lá que um menino brincava sem fim. Onde árvores imponentes lhe davam sombra e escondiam aves que o deixavam estupefacto. Onde lagos cristalinos davam vida a peixes que o intrigavam ansiosamente. Havia também  águas sem fim onde se banhavam imponentes patos que passeavam todo o seu esplendor. Tudo servia para o menino se fascinar. Não lhe interessava o que vinha a seguir ou se se ia aleijar ou sujar, simplesmente tinha tanto prazer naquele momento que se esquecia que o sol se punha dali a pouco. Corria por caminhos de terra sem fim e tropeçava por vezes, na azáfama de um menino com ânsia de viver. A dor da queda fazia-o mais forte, mais crescido, mais confiante. As folhas caiam por entre céus intermináveis e dormiam sobre a terra húmida de vida. Apanhava também as castanhas que se desprendiam de castanheiros anciãos e ia dar aos seus pais com o orgulho de quem dá uma prenda tão valiosa. Esse menino jogava à bola acreditando que era uma estrela de futebol mundial. Bastava essa fé para marcar mais golos porque era assim que jogava o seu ídolo, não o podia desiludir. Corria sem fim enquanto sorria para os pais que o observavam calmamente de um banco vermelho de madeira intemporal. O menino mostrava-lhes os seus dotes e mesmo quando a finta não saía bem, tinha por perto o afeto dos cuidadores e as palavras de incentivo levantavam-no rapidamente da areia, que se colava nas calças tão docemente preparadas pela mãe. O cansaço era tanto que se deixava cair e rebolar na relva viva de esperança. Logo a seguir, o menino observava o seu pai a dar milho aos pombos e queria tanto ajudar. Aprender tudo com o mestre para ser como ele e, finalmente, ser “um homem”. Como era importante para aquele menino saber todos os detalhes da vida animal e vegetal. Era mesmo fascinante cuidar da Natureza e invadir os seus sentidos com todo o seu agradecimento. Por fim, era altura de mais uma corrida atrás do esférico, driblando as sombras da noite bela que chegava. Esse menino não conhecia limites, aquele jardim era à medida da sua imaginação incontrolável. Outros meninos e seus pais brincavam com aquela criança ávida de vida. A sua energia era contagiante e o seu sorriso um hino à humanidade. O corpo já pedia descanso, tinha sido uma longa tarde. Até que os pais o chamavam, chegara a noite de Natal e o lar acolhedor já os esperava… era tempo de sair do jardim mágico, até ao próximo Domingo.

 

Naqueles anos, tínhamos ideais e ídolos. Acreditávamos no Amor, na Justiça e na Verdade. Sonhávamos em salvar o mundo, sorrindo sem hesitar. Todos nós fomos crianças e se a vida nos parecer uma grande dúvida, talvez precisemos de voltar atrás no tempo. É que éramos tão felizes como agora podemos ser.

publicado às 10:09

FELIZ NATAL!

por oficinadepsicologia, em 21.12.11

Este Natal, quisemos dar-lhe um bocadinho de nós.
Quisemos oferecer-lhe votos de bem-estar que fossem um presente único, pensado com antecipação, construído em equipa, em momentos dedicados a todos aqueles que nos honram com a sua companhia e a sua confiança.
Por isso, aqui fica a nossa prenda especial: momentos de boa disposição e carinho, entoados a uma só voz. Para si, claro!
FELIZ NATAL!
 

 

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publicado às 21:21

Educar

por oficinadepsicologia, em 20.12.11

MindKiddo

 

Fátima Ferro

Muito se tem falado deste conceito tentando perceber-se aquilo que está certo ou errado, sendo algo que causa alguma insegurança aos pais, que tentam fazer o melhor que podem e que sabem.

 

Todos sabemos não só pelas nossas experiências, como pelos relatos que ouvimos de familiares e amigos, que perante a mesma situação muitos pais agem de formas diferentes.

 

Por vezes parecemos alquimistas experimentando isto e aquilo juntando em ensaios tudo o que são os nossos ingredientes, tentando criar a fórmula mágica de resolução de problemas.

 

Não existe no entanto uma estratégia infalível, há regras básicas que nos demonstraram serem as mais eficazes, mas como cada adulto é único e cada criança é diferente de todas as outras, qualquer regra deverá ser adaptada à situação concreta sendo o bom senso um ingrediente imprescindível.

 

Cada pai educa o melhor que sabe e pode e não se devem fazer comparações com outros pais ou com outras crianças, pois estas podem traduzir-se em frustrações tanto para estes como para elas.

 

No processo de educação, a persistência será um dos fatores de maior relevância para se conseguir alcançar os nossos objetivos e deverá traduzir-se num processo de aprendizagem feito de avanços e recuos. Por isso é importante não desanimar e nem desistir nesta árdua tarefa, cada um deve confiar nas suas capacidades e nas potencialidades do seu filho.

 

Costuma-se dizer que as únicas pessoas que acham que é fácil educar uma criança são as que não tiveram nenhuma, e faz parte do processo de aprendizagem estarem sempre a testar os limites, a desafiar regras tentando perceber onde termina a sua liberdade e começa a autoridade. O grande trabalho da disciplina passa pelo investimento na prevenção numa fórmula essencial de 90% de prevenção e 10% de punição demonstrando-se que aquilo que fazemos tem consequências que podem ser boas ou más.

 

Não devemos esquecer que não há crianças nem pais perfeitos, é importante conhecer o temperamento dela, o seu grau de desenvolvimento e de maturidade. Quanto mais velha ela for, mais difícil será mudar o que está mal, por isso, o melhor é começar já.

 

Quanto a nós pais, é fundamental sabermos quais são os nossos pontos fortes e os nossos pontos fracos, quais as nossas limitações, quais os aspetos com os quais sabemos lidar melhor, e quais os que lidamos pior, e quais os momentos em que devemos pedir ajuda.

 

E não se esqueça, também faz parte do papel de ser pai ou mãe frustrar os seus filhos, eles não podem ter tudo o que querem ou comportar-se sempre da forma que desejam. É importante estabelecer limites pois as crianças precisam deles para se sentirem seguras.

O nosso papel é ensiná-las a lidar com as frustrações e não a evitá-las.

 

O grande objetivo não é só termos uma criança obediente, é termos crianças capazes de estabelecer os seus próprios limites e as suas próprias regras, emocionalmente estáveis possuidoras de valores fundamentais, e capazes de também elas virem a educar os seus próprios filhos sendo adultos felizes integrados na sua família e comunidade.

 

 

Maria de Fátima Ferro

Psicóloga Educacional e Psicóloga Clínica

Formação Profissional em Educação Parental

publicado às 10:36

De certeza que o seu filho não está deprimido?

por oficinadepsicologia, em 18.12.11
Depressão infantil

A depressão das crianças e dos adolescentes tem uma apresentação diferente da dos adultos e, por isso, comporta um risco elevado de não ser correctamente identificada por pais e professores e, portanto, de ficar por tratar. Os pais apenas se apercebem de uma diferença na forma de estar dos seus filhos, para a qual tentam ir encontrando explicações que lhes pareçam razoáveis face ao que conhecem deles – o rendimento escolar pode baixar sem razão aparente, ou o jovem pode demonstrar explosões inexplicáveis de agressividade, ou retirar-se em isolamento, ou o sono altera-se, ou surgem queixas físicas, ou… Existem muitas expressões de uma mesma realidade: depressão juvenil.

 

Por sabermos da dificuldade na identificação de um estado depressivo numa criança ou adolescente, a equipa MindKiddo - www.mindkiddo.com - vai oferecer o rastreio à depressão a 40 jovens (até aos 16 anos). As avaliações irão decorrer em Lisboa, ao longo do mês de Janeiro e são inteiramente gratuitas, ainda que limitadas aos 40 primeiros pedidos.

 

Para poder beneficiar desta avaliação e poder ficar tranquilo a propósito do seu filho, basta enviar um email para contacto@mindkiddo.com, pedindo para marcar o rastreio à depressão juvenil.

 

Fique bem e a sua família também!

publicado às 14:00

Axandra-se* porquê?

por oficinadepsicologia, em 17.12.11

Autora: Madalena Lobo

Psicóloga Clínica

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Madalena Lobo

 

Dizemo-nos de brandos costumes, mas logo outros nos recordam Aljubarrota e assassinatos vários. Reclamamos por não reclamar, mas há quem nos lembre que as contestações recentes de outros povos andam a perder eficácia, logo não será por brandura mas talvez sabedoria. Os estrangeiros acham-nos “so very nice”, mas não nos ensaiamos nada em por na ordem qualquer um de fora que tente ter privilégios territoriais. Contradições à parte, parece seguro pensarmos nos portugueses como um povo algo acomodatício e suave. Infelizmente, do outro lado desta delicadeza simpática, reside a passividade: axandramo-nos* com facilidade, pelo menos a título individual.

 

E, se bem que de um ponto de vista social, a agressividade - sua contraparte pendular – possa ser mais preocupante, quanto mais não seja, porque pode resultar em prejuízo de terceiros, a passividade representa uma janela de oportunidades perdidas. A ela associam-se verbos pouco recomendáveis, do ponto de vista de saúde mental - recear, encolher, calar, penalizar-se – e efeitos em áreas que não se querem a descoberto – auto-estima, auto-confiança, satisfação pessoal, sucesso.

 

Por isso, se a passividade nos faz mal, axandramo-nos* porquê?

  • Restos de um passado feito de pressão para o silêncio – e o passado de um povo é capaz de condicionar mais do que a geração que o viveu…
  • Medo das consequências – “se eu me impuser, vou sofrer retaliações”, pensamos nós
  • Desejabilidade social – ser bonzinho e acatar a ordem estabelecida das coisas, não pedir e dizer sim é socialmente bem visto, logo dá direito a que gostem de nós, nos reforcem e apontem como exemplo de bom escuteiro que sabe jogar o jogo das conveniências sociais.

 

publicado às 14:52

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