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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Isabel Policarpo
Psicóloga Clínica
Sempre que estamos com um problema, isto é com uma situação em relação à qual prevemos um desfecho potencialmente negativo, sentimos desconforto e ansiedade e uma das primeiras estratégias que utilizamos para fazer face a essa circunstância é através da preocupação.
A preocupação é uma actividade iminentemente cognitiva que permite identificar ameaças potenciais e activar a resolução de problemas quer através da construção de cenários, quer através do equacionar de hipóteses e/ou soluções alternativas.
A preocupação surge assim como uma tentativa de maximizar os bons resultados e de minimizar o impacto dos efeitos negativos, ou seja de reduzir a imprevisibilidade e simultaneamente aumentar a sensação de controle face ao desconhecido e/ou inesperado.
Será que toda a preocupação é útil e desejável? Quando é que a preocupação deixa de ser funcional para passar a ser disfuncional?
É importante ter a noção de que estamos a falar de um continuum entre o “normal” e o “patológico” e não numa situação em que há pessoas que não se preocupam e outras que se preocupam. Todos nós temos algum nível de preocupação, a diferença está na quantidade e na capacidade de controlar a preocupação, isto é para lá de um determinado limite ela é disfuncional e perturbadora do funcionamento normal e regular da pessoa.
Autora: Cristina Sousa Ferreira
Psicóloga Clínica
Nos tempos que correm pode dispensar conselhos de como gastar o dinheiro com sabedoria? Eu não dispenso!
Dunn, Gilbert e Wilson publicaram um artigo em que nos alertavam: “ Se o dinheiro não o faz feliz então provavelmente não o está a gastar bem “. É com base neste artigo, e em estudos realizados por Nelson & Meyvis (2008), que Jeremy Dean “researcher” na University College London nos dá alguns conselhos.
Começo por partilhar alguns estudos bastante curiosos.
Duas massagens pelo preço de uma!
Constituíram-se dois grupos de pessoas a quem foram feitas massagens de 3 minutos. Num dos grupos fez-se uma interrupção de 20’ a meio, enquanto que no outro grupo a massagem foi contínua.
Quem gostou mais? O que lhe parece?
Estava à espera que fosse o grupo que teve uma massagem contínua? Pois enganou-se, aconteceu exactamente o contrário. As pessoas do Grupo em que a massagem foi interrompida durante 20’’, gostaram mais do que os outros. Esta quebra impediu-os de se aclimatarem à massagem e ao prazer que ela proporciona. Quando nos habituamos às coisas elas dão-nos menos prazer. Pois, é mesmo assim.
Duas vezes o preço será duas vezes mais agradável?
Se comer dois queques em vez de um acha que vai sentir o dobro da satisfação? Ficar mais satisfeito até fica, mas não fica 2 vezes mais satisfeito.
É certamente melhor dar uma dentada num queque do que não comer queque nenhum, mas não é duas vezes melhor dar duas dentadas seguidas.
Quando vamos a um jogo de futebol, a um teatro ou a um concerto gostamos mais de ficar nos lugares da frente do que nas cadeiras lá de trás. Vemos melhor, ouvimos melhor e estamos mais próximo dos “artistas”. Mas acha que valerá a pena pagar o dobro do preço? Em termos de prazer que retiramos não vale a pena. Não vamos apreciar o espectáculo duas vezes mais e a nossa satisfação não vai ser duas vezes maior.
Saboreie as pequenas coisas
Normalmente evitamos quebrar as experiências agradáveis e optamos por interromper as desagradáveis procurando aumentar o prazer e diminuir o desprazer. Será que resulta?
Em alguns estudos foi possível demonstrar que, interrompendo experiências de consumo, podemos tornar as experiências agradáveis mais agradáveis e, as desagradáveis mais irritantes.
E é aqui que o mistério dos queques e das massagens é revelado.
Se fizermos muitas pequenas coisas que nos dêem prazer teremos mais prazer de uma forma geral e sentir-nos-emos mais felizes. É por isso que muitas vezes pequenos prazeres batem prazeres maiores. É por isso que 2 massagens de menor duração nos dão maior prazer e um queque de cada vez também.
As quebras impedem a adaptação ao prazer ou ao desprazer e, como resultado, intensificam a experiência seguinte que se torna mais prazeirosa.
Em termos da nossa satisfação global resulta melhor comprarmos bilhetes mais baratos e irmos a 2 espectáculos, do que irmos a 1 só porque resolvemos comprar os bilhetes mais caros para as filas da frente.
Se formos capazes de apreciar as pequenas coisas da vida seremos mais felizes!
Vá, vá lá a um café com um amigo, a um passeio à “borla” pelo jardim ou à beira-mar e porque não ver aquele espectáculo que tanto gosta mas nos lugares mais atrás.
Aprecie a sua vida e os seus pequenos prazeres. Será mais divertido e mais feliz a longo prazo.