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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Inês Mota
Psicóloga Clínica
É sabido que manter os níveis de bem-estar regularizados no seio da família não é de todo uma tarefa fácil. Desde que os mais pequenos assumem um papel e um espaço na família, inúmeros são os factores que acrescem para a entropia deste sistema, às quais reciprocamente os mais pequenos também reagem com as mais finas das sensibilidades
Como se não bastasse a multiplicação de esforços em família, surge o contacto com o meio através de uma instituição que pautará o percurso de vida dos mais novos: a escola!
Boas notícias para os pais dos mais novos, os estudos mostram que o reforço do acompanhamento parental ao nível do percurso escolar, tem uma influência considerável no desenvolvimento mais ajustado das crianças, através de tarefas simples como, visitas regulares e participação nas actividades promovidas pela escola.
À medida que os mais pequenos vão crescendo, continue a acompanhar de perto e a encorajar, a motivar e a reforçar o progresso educativo dos seus filhos, através da participação ao nível dos trabalhos de casa, partilha e revelação de situações/tarefas em conversas de família, participação e envolvimento nas actividades escolares.
Os resultados são surpreendentes: os comportamento agressivos e/ disruptivos, bem como a ansiedade ou humor depressivo diminuem. Ao mesmo tempo verifica-se que comportamentos pró- sociais como atitudes de cooperação e auto-controlo aumentam.
Todos os pais sabem que as dores de cabeça estarão sempre presentes na educação, pois “filhos e sarilhos” andam de mãos dadas, no entanto faça a experiência: decida-se pelo envolvimento parental.
Os mais novos continuarão a crescer e os sarilhos serão outros, “filhos crescidos, sarilhos acrescidos”, serão outros graus de desafios, a caminho da autonomia.
Os estudos mostram que os mais novos começam a participar em decisões familiares gradualmente dos 9 aos 14, sendo atingindo o pico da participação entre os 15 e os 20. Esta participação está directamente relacionada com o grau de abertura dos pais, para a consideração destes inputs na tomada de decisão.
Assim, e nesta tarefa de fórmula difícil de tomar decisões, entre pais e filhos, maior número de inputs são considerados em decisões para a vida dos pré adolescentes em matérias como a aparência, actividades extra- curriculares, trabalhos escolares e actividades sociais. Na adolescência, entre os 18 e os 20 anos, as decisões sobre dinheiro e saúde continuam a ser feitas conjuntamente o que sugere que há um desenvolvimento da autonomia mais gradual em relação a este tipo de temas e áreas.
De acordo com Wray-Lake (2010) não há um padrão único e universal no desenvolvimento de tomada de decisões. Este processo é um reflexo do desenvolvimento da independência e responsabilidades dos adolescentes, de acordo e relacionado com o tipo de decisões que enfrentaram ao longo da sua vida e de acordo com as circunstâncias que foram proporcionadas.
Todos sabemos que não é tarefa fácil, mas na hora de decidir, todos participam!