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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Madalena Lobo
Psicóloga Clínica
Acabou de surgir um estudo que demonstra haver uma explicação biológica, a um nível molecular, para o facto conhecido mas intrigante de as mulheres serem mais vulneráveis do que os homens a patologias da ansiedade e depressão, numa proporção geral de 2 para 1. Ainda que este estudo não tenha sido efectuado com seres humanos, há razões para pensar que as suas conclusões possam ser extrapoladas: as mulheres parecem estruturalmente serem mais sensíveis a níveis baixos de uma importante hormona do stress e terem maior dificuldade na adap
tação aos seus níveis mais elevados.
Curioso mesmo é o facto de isto só agora ter sido identificado – parece que anteriores estudos, com base em simpáticos ratinhos de laboratório, tal como este, foram invadidos de um sexismo impensado. Habitualmente, os investigadores em perturbações ligadas ao stress que
recorrem
a ratos para testar as suas hipóteses neuro-biológicas têm vindo a utilizar maioritariamente machos (vá-se lá saber porquê…), pelo que as diferenças biológicas entre géneros no que se refere à reactividade ao stress têm passado despercebidas; será que muito do que tem vindo a ser apurado tenha de ser confinado ao universo masculino?
A confirmarem-se estas conclusões, existem fortes implicações no que diz respeito à medicação psiquiátrica que, talvez, no futuro, se tenha de diferenciar consoante esteja a ser prescrita a um homem ou uma mulher.
Quanto à psicoterapia, os modelos eficazes que existem hoje em dia para intervenção em perturbações ansiosas e depressivas não parecem sensíveis ao género, resultando igualmente bem nos universos femininos e masculinos. Felizmente, não foram apurados com base em ratinhos…