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Procrastinação - um exemplo da atitude não "green"

por oficinadepsicologia, em 29.08.10

Autora: Irina António

Psicóloga Clínica

 

A palavra ecologia está ligada aos espaços. Proveniente do grego “oikos”, expressa vivências que se organizam entre o organismo e o meio da sua habitação. Dos espaços que conheço melhor é o espaço interno humano, um mundo enorme delineado pelas fronteiras no corpo, um sistema complexo de mecanismos com inúmeras funcionalidades, entre quais os mecanismos psicológicos, cuja existência é reconhecida pelas expressões comportamentais e emocionais, pelos pensamentos e desejos, pelas atitudes e fantasias.

O contacto é uma via exploratória que nos leva a conhecer o estado do espaço interno no presente momento, tendo em conta a importância da fluidez e diversidade emocional e relacional perante uma mudança contínua das circunstâncias em que a pessoa está envolvida, a capacidade em ajustar às exigências vindas do exterior.

Como um exemplo de desequilíbrio da ecologia interna apresento “a procrastinação”, um estado psicológico que encontramos com tanta frequência nas queixas dos nossos clientes. “Isto é ridículo, refere uma jovem profissional, cheguei a uma conclusão que a minha produtividade do dia resume-se em 4 horas enquanto trabalho 8 e muitas vezes termino muito para além da hora de expediente! Entre abrir a caixa de email, pausas para visitar a minha pagina do facebook, procura do filme que me lembrei pelo caminho ao trabalho, leituras das notícias, perco horas.”

 

Motivos para desenvolver a procrastinação não faltam. Alguns só conseguem trabalhar sobre o efeito de adrenalina e esperam inconsciente- ou conscientemente até que o limite do tempo começa a servir de motivador principal, os outros sobre pressão da responsabilidade sentem-se bloqueados e imóveis. A procrastinação é uma óptima solução para quem tem medo de errar, de enfrentar o futuro, entrar para a idade adulta, experimentar fazer coisas não perfeitas, etc.

Esta atitude é um sinal da alteração do contacto entre os sinais exteriores e o comportamento que serve de aviso da desregulação do ecosistema interno composto pelos pensamentos, emoções, sinais do corpo que cada vez mais tem dificuldade em resistir aos inimigos externos: “you tube”, Messenger, iPhones, redes sociais, inúmeros canais de televisão, jogos on-line e tantos outros.

A história do combate contra estes “inimigos ecológicos” já conheceu muitas estratégias. Eis um exemplo: (10+2) X 5. Primeiro, colocas uma meta, por exemplo, escrever um texto. Depois, executas a tarefa durante 10 minutos, depois durante 2 minutos tiras uma pausa em que fazes tudo que tua alma te pede: fumas cigarro, tomas café, imaginas próximas férias ou saída com amigos. E depois, voltas ao início. E no final de uma hora tens 5 parágrafos. Temos uma feliz perspectiva, se não tiver um “se não”… Este “se não” chama-se “força de vontade” que tem manifestado alguns sinais de fraqueza nos indivíduos modernos. Por isso, deixo-vos outra proposta ecológica: introduza nos seus planos futuros o seguinte: diminuir a quantidade de horas passadas no facebook e chats em 70%, pausas para fumar em 40%, aumentar os contactos ao vivo em 50%, diversificar os desafios diários e outros atitudes para que o seu ecosistema interno tiver oportunidade em reencontrar o estado de equilíbrio físico, emocional e relacional.

publicado às 11:00



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