Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Luis Gonçalves
Psicólogo Clínico
Após uma das consultas desta semana, lembrei-me de trazer este tema. Foi uma sessão sobre voltar a ter os comportamentos que se procura eliminar. Aqueles que fazem mal. E sobre o impacto devastador que isto pode ter.
Quantas e quantas pessoas passam por momentos difíceis, começando a ver a sua vida como um caminho sem luz ou esperança. Mas quantas delas ultrapassam essas alturas e ganham uma vida com um bem estar maior que nunca? Pois bem, parece que precisaram de descer um degrau para subirem dois (quando não são mais!).
Para “ganharmos” o que precisamos podemos ter que “perder” o que já temos. Não é fácil passar por isso mas, tempos mais tarde, podemos achar que foi a melhor coisa das nossas vidas. Relembrem momentos da vossa vida em que tal aconteceu. Se não aconteceu, algum dia poderá acontecer. É como termos um automóvel já com muitos kms em cima. Precisamos e temos possibilidade de adquirir um novo. Mas enquanto o antigo andar, vamos andando com este... até parar de todo!
E ao longo do processo psicoterapêutico, tropeçamos várias vezes. Logo quando achávamos que estávamos no bom caminho, tropeçamos. Quando menos esperamos, tropeçamos. Voltamos a repetir as acções que nos levaram à terapia. Tropeçamos uma, duas, três vezes e achamos, legitimamente, que caimos.
Mas será mesmo assim?
Na verdade, precisamos mesmo de tropeçar para ganhar confiança nos nossos progressos. Como uma criança que lida com os tropeções tão bem até aprender a andar. E nós, enquanto adultos, também aprendemos a andar num consultório. Ou reaprendemos.
E sempre que se tropeça, é o terapeuta quem está lá sempre. E sempre que se anda, é também ele que está por perto. E sempre que simplesmentes “estamos”, é novamente ele quem lá está. Aconteça o que acontecer, teremos sempre o nosso valor enquanto pessoas. E aprender a olhar para os momentos difíceis como desafios e não como fracassos é algo que mudará a sua vida.
Tropeçar não é cair, faz parte do andar!