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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autor: Luis Gonçalves
Psicólogo Clínico
A época natalícia mexe sempre com os clientes, de uma forma ou de outra. E uma vez mais, inspirei-me neles para vos trazer este texto. Independentemente das crenças religiosas de cada um, esta época não passa ao lado de ninguém. Inclusivé das pessoas que não têm uma relação amorosa, de qualquer tipo. Este texto é, especialmente, para elas.
Idealmente, o Natal deve envolver partilha, afectividade, tolerância e humanidade. O calor humano que se cria nestes dias pode ser realmente incrível, superando o maior dos frios polares! O contacto entre famílias é central, o dar e receber incondicional, o relembrar pessoas importantes uma constante. Viver estes dias com a pessoa amada é fantástico, partilhando com ela todos os passos para o evento Natalício com um grande sorriso cúmplice, mesmo em filas intermináveis nas lojas!
E é por isso mesmo que nesta altura, muitos clientes ficam tristes. Como se o Natal sem um parceiro perdesse cor, calor ou vida. Como se o Natal fosse uma época que desejam passar depressa. Porque lhes faz doer a alma, porque leva a momentos melancólicos e sem esperança. Ou porque, simplesmente, os faz sentir sós. São convidados por familiares ou amigos para viverem o Natal acompanhados. Mas mesmo que aceitem, sentem um vazio enorme na altura de voltar para casa depois das festividades. Das janelas das suas casas observam vizinhos em grande alegria, asáfama e aconchego. E as paredes de casa parece que ficam ainda mais frias...
No entanto, são tão humanos como eles. Também eles ficam com os olhos mais brilhantes nestes dias. Só que neste Natal não estão acompanhados por um parceiro amoroso. Porque no Natal passado estiveram mas neste já não. Porque sonhavam viver este Natal a dois e, simplesmente, não aconteceu. Talvez até ambicionando uma casa cheia de gente, com uma família cheia de crianças iluminadas pela vinda do Pai Natal. Mas esta época pode bem ser para eles também, uma época festiva. Uma época de renovação, de paz, de plenitude. Acima de tudo, uma época de amor próprio. Vivermos plenamente conosco mesmos, em contacto com as nossas emoções mais profundas. E se não temos parceiro, parceira, namorado, namorada, marido ou esposa, temos certamente pessoas ansiosas pelo nosso afecto. Conhecidas ou não. Porque o verdadeiro Amor é assim, espontâneo, omnipresente e feito da mais pura existência humana. Faça do seu Natal uma época onde faz aquilo que sempre sonhou mas não teve possibilidade ou ocasião. Feche então os olhos, respire fundo e sinta agora todos os pequenos grandes actos de amor que pode fazer por si, que pode fazer pelos outros nestes dias...surpreenda-se.
Sozinho ou acompanhado, ame-se incondicionalmente. Feliz Natal!
“Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos.”
Shakespeare