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Espelho meu, espelho meu

por oficinadepsicologia, em 22.01.10

Autora: Ana Crespim

Psicóloga Clínica

 

Todos temos espelhos em casa, certo? Grandes, pequenos, compridos, curtos, uns que aumentam, outros que diminuem, etc., etc., etc. Quem não se vê ao espelho pelo menos uma vez por dia? E quem não sente aquela vontade de dar uma olhadela sempre que passa por um? Os espelhos fazem parte da nossa vida e dão-nos a noção de como estamos. Será? Quem lhe garante a si que a imagem que vê reflectida no espelho corresponde à realidade? Ou à imagem percepcionada pelos outros? Nunca pensou nisso, em questionar o seu espelho? É verdade que os nossos comuns espelhos domésticos não têm o poder do da Branca de Neve, e que provavelmente não lhe vão responder. Mas não custa nada tentar.

De facto, a imagem que vemos diante dos nossos olhos e que, supostamente, é a nossa, pode ser influenciada por uma série de factores. Imagine que se está a sentir “em baixo”, acha que se vai ver com “os mesmos olhos” com os quais se vê quando está alegre? Por vezes olhamos para a nossa imagem reflectida e achamo-nos o máximo. Outras, por sua vez, dizemos algo do tipo: “Credo! Que horror!”. Mas a pessoa é a mesma, não é? São os mesmos olhos, o mesmo nariz, a mesma boca… O que é que muda? O nosso “estado de espírito”, humor, auto-estima, em suma, a forma como nos sentimos naquele dia, naquele momento específico, àquela dada hora.

Se sente isto como verdadeiro, deve conseguir perceber como se vê, por exemplo, uma pessoa com anorexia. E é inútil dizer-lhe, com toda a boa vontade do mundo, “Estás tão magra!”. Afinal, você também não iria acreditar se lhe dissessem que estava com um aspecto “x”, e, ao se olhar no espelho, visse o aspecto “y”.

Deve estar a questionar-se onde é que eu quero chegar. Não será mais fácil ajudar o outro se formos capazes de compreender o que ele está a sentir? E será que isso não nos permite falar a sua linguagem? A tão conhecida e publicitada palavra “empatia” (capacidade em colocarmo-nos no lugar do outro), parece então fazer todo o sentido.

Por vezes, o ser humano tem a tendência a julgar ou criticar aquilo que não percebe ou não conhece. E nem sempre é fácil que a nossa imagem física reflectida, o nosso “mundo interior” e a percepção que os outros têm do nosso aspecto, esteja em consonância. A expressão “viver de aparências” tem algo a dizer sobre isto. Nem sempre o que transparecemos corresponde à forma como nos sentimos e/ou nos vemos.

Se tivermos a capacidade, a abertura de mente, para procurar entender em vez de criticar e julgar, se recebermos as informações e as diferenças individuais sem que os nossos olhos estejam corrompidos, sem conceitos prévios, talvez seja mais fácil chegar à verdadeira imagem por detrás da reflectida no espelho ou nos olhos de quem vê.

Pense nisto e… seja e ajude os outros a serem felizes.

 

publicado às 13:07



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