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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
“Ao longo do dia recorro várias vezes aos acontecimentos do passado e digo a mim própria: “se tivesses tomado outra atitude, se tivesses feito da outra maneira, seria tudo diferente e muito melhor. Sei que isto é uma tolice, que é estúpido pensar sobre coisas que não aconteceram, mas tenho pena que a minha vida tenha tomado um rumo e eu gostaria que tomasse outro. O meu marido foi-se embora e agora, sempre que oiço algo sobre ele, sinto-me cheia de ressentimentos. Estou cansada de viver assim, sinto que a minha própria vida está parada e sem cor. Como posso ultrapassar isto?”
T. S., 38 anos
Cara T.,
A resposta está na última parte da sua pergunta. A única maneira de ultrapassar a sua situação é começar a interessar-se mais pela sua própria vida e não pela vida do seu ex–marido. E interessar-se, significa deixar de mastigar infinitamente os seus erros e insucessos. Porque a energia psíquica é única, e vai buscar a sua força à mesma fonte que, por incrível que pareça, tem limites. A agressão contra o ex-marido faz uma inversão de marcha e vira para dentro, transformando-se em culpa. E depois, da auto-crítica vira novamente para a agressão. O rancor é, nada mais, nada menos, uma mistura entre estes dois componentes. E a sua energia fica presa no círculo vicioso sem conseguir uma libertação. Não é de ficar surpreendida que a sua vida parece um tédio, até porque a força da sua energia fica esgotada nesta corrida. Experimente resgatá-la dos pensamentos ruminativos sobre “o que não fiz” e faça algo novo, algo diferente. Introduza uma novidade na sua vida, proponha a si própria uma nova experiência. E para iniciar, não precisa de nada radical. Acredite que com experiência vai conseguir tomar gosto pela mudança e ganhar mais garra para assegurar a sua vida. Até porque viver para si própria é muito mais agradável do que dedicar a vida ao homem que decidiu sair dela.
Um abraço solidário
Irina António
Oficina de Psicologia