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A plasticidade do cérebro

por oficinadepsicologia, em 13.04.11

Autora: Inês Afonso Marques

Psicóloga Clínica

 

 

Inês Afonso Marques

A plasticidade do cérebro significa que ele é feito de plástico? Claro que não!

 

Imagine que quer gravar o relevo de uma moeda num bocado de plasticina. Para que a moeda fique “impressa”, a forma da plasticina é modificada à medida que a moeda é pressionada contra a sua superfície, ocorrendo mudanças na plasticina.

De forma semelhante, os circuitos neuronais no cérebro têm de ser reorganizar em resposta a novos estímulos. A neuroplasticidade constitui a capacidade do cérebro se reorganizar, ao longo da vida, face a novas aprendizagens.

A Universidade de Washington realça quatro factos importantes sobre o conceito de neuroplasticidade.

1 – A neuroplasticidade inclui diferentes processos que ocorrem ao longo do ciclo de vida do indivíduo.

A neuroplasticidade não se resume a mudanças morfológicas de um único tipo. Ela engloba distintos processos que ocorrem ao longo do ciclo de vida da pessoa, estando envolvidas no decurso das alterações diferentes células cerebrais (não apenas os neurónios).

2 – A neuroplasticidade está relacionada com a idade.

Apesar da plasticidade ocorrer ao longo de toda a vida, diferentes tipos de neuroplasticidade dominam determinados períodos da vida do individuo e outros são menos prevalentes noutros períodos.

3 - A neuroplasticidade ocorre no cérebro em duas condições:

- durante o normal desenvolvimento do cérebro, quando o cérebro imaturo começa a processar informação sensorial até à idade adulta (plasticidade associada ao desenvolvimento e plasticidade da aprendizagem e da memória);

- como um mecanismo adaptativo de compensação pela perda de uma função e/ou como forma de maximizar funções que permaneceram intactas após uma lesão cerebral.

4 – O ambiente desempenha um papel fundamental influenciando a plasticidade.

Para além dos factores genéticos, o cérebro é moldado pelas características do ambiente em que a pessoa se insere e pelas acções levadas a cabo pela própria pessoa.

Realço este último facto, pelo papel preponderante que os pais desempenham no desenvolvimento global dos seus filhos. São eles os principais responsáveis por proporcionar ambientes estimulantes, geradores de novas aprendizagens e por ajudar o cérebro da criança a “treinar” a sua neuroplasticidade.

 

publicado às 12:42



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