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Hiperventilação - sintoma ansioso

por oficinadepsicologia, em 24.01.10

 

Autora: Madalena Lobo

Psicóloga Clínica

 

A hiperventilação corresponde a respirar mais depressa e mais superficialmente do que aquilo que o corpo precisa. Os efeitos deste acto são, habitualmente, desagradáveis – talvez uma forma de a Natureza nos dizer para voltarmos a repor o equilíbrio.

 

 

A hiperventilação pode ser crónica ou pontual; no primeiro caso é mais difícil de detectar e o padrão de respiração exige mais paciência para ser modificado. Quando é pontual, as consequências, ou seja, os sintomas, tornam-se subitamente mais visíveis para o próprio e, portanto, resultam mais assustadores.

 

 

Quando a hiperventilação é consequência da ansiedade é fácil perceber porque surge: se estivermos perante uma ameaça importa fugir ou lutar. Para qualquer uma destas acções precisamos de um extra de oxigénio, por isso, quando o cérebro (mais concretamente a amígdala) detecta uma potencial fonte de perigo, transmite imediatamente a ordem para começarmos a tratar da questão do oxigénio, isto é, para hiperventilarmos.

 

 

 

Esta respiração rápida resulta num equilíbrio anormal de dióxido de carbono e oxigénio no sangue. Ao diminuir a quantidade de dióxido de carbono, o sangue torna-se básico (isto é, com mais base do que ácido). Dito de outra forma o equilíbrio de cálcio e potássio nas membranas celulares é modificado, o que produz funções nervosas e musculares deficitárias. Por isso, se estava a pensar que os sintomas que tem não podem derivar de uma coisa tão simples como respirar mais do que a conta, já deve ter uma ideia de que, ao fazê-lo, põe em marcha um processo fisiológico complexo que vai afectar muitas funções corporais.

 


Sintomas típicos da hiperventilação

 

  1. “Engolir ar” é, muitas vezes, uma consequência da hiperventilação. Como o estômago não foi desenhado para digerir ar (enfim, esse é mais o departamento dos pulmões), de uma forma prática, o que pode acontecer é:

·        Flatulência

·        Inchaço abdominal

·        Arrotos

·        Dores de estômago

    1. A maior passagem de ar pela boca pode criar secura na boca

  1. A hiperventilação causa algumas alterações químicas no organismo, nomeadamente, provoca um decréscimo de dióxido de carbono no sangue. Isto, por sua vez, reduz o fluxo sanguíneo ao cérebro, o que pode causar:

·        Fraqueza

·        Sensação de desmaio ou desmaio

·        Tonturas

·        Confusão mental

·        Agitação

·        Sensação de estar fora do seu corpo

·        Ver imagens de coisas que não estão presentes

·        Sensação de que não se consegue respirar

  1. A hiperventilação também pode provocar uma queda nos níveis de cálcio no sangue, o que pode causar:

·        Dormência e formigueiro (normalmente nos braços e à volta da boca)

·        Espasmos ou caimbras nas mãos e nos pés

·        Latejar dos músculos

  1. Quando se hiperventila, os músculos expandem mais do que o normal o que, sem que se tenha consciência disso, faz com que os músculos do peito expandam, para que a caixa toráxica acomode a maior dimensão dos pulmões. É este trabalho muscular adicional que cria a sensação de respiração ofegante e dificulta que se consiga uma inspiração funda porque os músculos do peito se cansam, tal como as pernas se cansam depois de uma boa corrida. Os níveis mais baixos de dióxido de carbono no sangue podem provocar o estreitamento temporário das vias aéreas o que cria um som sibilante ao respirar, característico das pessoas asmáticas. Resumindo, a hiperventilação pode criar:

·        Dores no peito

·        Respiração ofegante ou sensação de sufoco

Som sibilante ao respirar

 

 

publicado às 21:41


103 comentários

Sem imagem de perfil

De Anónimo a 16.06.2018 às 21:03

Amém 🙏🏻

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