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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Madalena Lobo
Psicóloga Clínica
A hiperventilação corresponde a respirar mais depressa e mais superficialmente do que aquilo que o corpo precisa. Os efeitos deste acto são, habitualmente, desagradáveis – talvez uma forma de a Natureza nos dizer para voltarmos a repor o equilíbrio.
A hiperventilação pode ser crónica ou pontual; no primeiro caso é mais difícil de detectar e o padrão de respiração exige mais paciência para ser modificado. Quando é pontual, as consequências, ou seja, os sintomas, tornam-se subitamente mais visíveis para o próprio e, portanto, resultam mais assustadores.
Quando a hiperventilação é consequência da ansiedade é fácil perceber porque surge: se estivermos perante uma ameaça importa fugir ou lutar. Para qualquer uma destas acções precisamos de um extra de oxigénio, por isso, quando o cérebro (mais concretamente a amígdala) detecta uma potencial fonte de perigo, transmite imediatamente a ordem para começarmos a tratar da questão do oxigénio, isto é, para hiperventilarmos.
Esta respiração rápida resulta num equilíbrio anormal de dióxido de carbono e oxigénio no sangue. Ao diminuir a quantidade de dióxido de carbono, o sangue torna-se básico (isto é, com mais base do que ácido). Dito de outra forma o equilíbrio de cálcio e potássio nas membranas celulares é modificado, o que produz funções nervosas e musculares deficitárias. Por isso, se estava a pensar que os sintomas que tem não podem derivar de uma coisa tão simples como respirar mais do que a conta, já deve ter uma ideia de que, ao fazê-lo, põe em marcha um processo fisiológico complexo que vai afectar muitas funções corporais.
Sintomas típicos da hiperventilação
· Flatulência
· Inchaço abdominal
· Arrotos
· Dores de estômago
· Fraqueza
· Sensação de desmaio ou desmaio
· Tonturas
· Confusão mental
· Agitação
· Sensação de estar fora do seu corpo
· Ver imagens de coisas que não estão presentes
· Sensação de que não se consegue respirar
· Dormência e formigueiro (normalmente nos braços e à volta da boca)
· Espasmos ou caimbras nas mãos e nos pés
· Latejar dos músculos
· Dores no peito
· Respiração ofegante ou sensação de sufoco
Som sibilante ao respirar