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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
O meu filho tem 23 anos e acabou de abandonar a Universidade porque já não conseguia sair de casa a tempo para chegar às aulas e sentia-se muito mal quando lá estava. Está acompanhado com um psiquiatra, a tomar medicação para a perturbação obsessivo-compulsiva, mas eu estou muito preocupada porque não o vejo a conseguir retomar uma rotina normal, apesar de estar um pouco mais calmo. O problema é que ele antes de sair de casa gasta 2 e 3 horas a verificar várias coisas, a tomar banho e a vestir-se (chega a vestir a camisola 15 vezes seguidas até sentir que a vestiu correctamente) e à noite tem de verificar várias vezes o gás, as luzes, os aquecimentos, as fichas nas tomadas, as torneiras... Com isto, acaba por se deitar muito tarde, o que ainda complica mais para conseguir ir às aulas porque, depois, não se consegue levantar horas de manhã. Por favor, digam-nos o que podemos fazer mais, além da medicação - ele está a ir-se completamente abaixo porque sempre foi muito bom aluno e, agora, corre o risco de perder um ano por faltas.
Obrigada.
I.
Resposta
Cara I.,
O que nos descreve é característico de uma perturbação obsessivo-compulsiva - as verificações que o seu filho faz correspondem a rituais compulsivos, profundamente desgastantes e com tendência a piorarem em situações de stress. A medicação é importante, ainda que demore algum tempo até se poder saber qual o impacto que tem na contenção destes sintomas. No entanto, e com total independência da intervenção farmacológica, que deve ser mantida em conformidade com as instruções do psiquiatra responsável, é crítico que exista acompanhamento psicoterapêutico, sem o qual dificilmente poderá existir uma remissão total ou muito significativa e permanente destes sintomas.
Na intervenção psicoterapêutica, o seu filho poderá efectuar vários exercícios que lhe vão permitir re-adquirir o controlo sobre estes seus actos compulsivos e enfrentar os pensamentos que lhe provocam ansiedade, voltando a rotinas de vida funcionais e que lhe permitam retomar o seu percurso académico.
Sugiro que descarregue o documento que oferecemos na página http://www.oficinadepsicologia.com/ocd.htm, sobre a perturbação obsessivo-compulsiva, para se identificar mais aprofundadamente sobre a situação do seu filho e o que pode esperar de um acompanhamento psicológico.
Ficamos à sua disposição para vos ajudar da melhor forma possível.
Abraço solidário,
Madalena Lobo