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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Fátima Ferro
Psicóloga Clínica e Educacional
A separação conjugal ou o divórcio para além de poderem ser experiências potencialmente angustiantes e perturbadoras para os membros do casal e respectivos filhos, implicam uma série de tomadas de decisão que podem ser críticas e que requerem um conjunto de reajustamentos pessoais e relacionais.
Este é um período em que os pais podem sentir o mundo a desabar sobre as suas cabeças, caracterizado por um profundo desgaste emocional, criado por múltiplas perdas, nomeadamente de investimento afectivo e material, repleto de idealizações significativas para ambos os membros.
Para além de tudo isto, existem também as crianças que muitas vezes são apanhadas por toda esta corrente sem conseguirem perceber o que se está a passar à sua volta criando fantasias explicativas, algumas delas carregadas de culpabilizações achando que os pais se estão a separar por sua causa.
E é neste turbilhão de responsabilidades, que os pais têm que ver mantidos os seus comportamentos e capacidades afectivas independentemente do seu estado psicológico. Trabalho complexo mantido muitas vezes a um peso demasiado elevado de exaustão emocional.
O casamento ou a união entre o casal pode terminar mas a sua funcionalidade enquanto pais e educadores não. A família deve continuar estruturada em dois lares distintos.
E por mais difícil que isto possa parecer, há etapas que devem e podem ser cumpridas garantindo momentos de reparação e reconstrução para todos.
A ideia é que os pais consigam criar uma parceria em que são estabelecidas regras de relação explícitas e expectativas claramente definidas para que, depois do divórcio ou separação, possam continuar a educar os seus filhos da melhor forma possível com práticas parentais eficazes e saudáveis agindo como agentes de prevenção para dificuldades futuras.
Para isso os filhos precisam que os pais se relacionem de uma forma construtiva, independentemente de estarem separados ou não. Eles sofrem quando estes discutem e sofrem ainda mais se se vêem envolvidos nessas mesmas discussões o que abala profundamente os seus sentimentos de segurança. E todas as crianças precisam de desenvolver esse sentido, a flexibilidade e a independência necessárias a um mundo repleto de alterações que serão rápidas e constantes.
Os pais podem ter deixado de gostar um do outro mas podem continuar a trabalhar em conjunto para um objectivo comum.
Para que tal aconteça pais e filhos devem comunicar uns com os outros, as crianças devem ter liberdade para poderem expressar as suas preocupações e sentimentos, caso lhes apeteça partilhar, e estes devem ser aceites pelos adultos. Os pais vão continuar a ser um casal de pais, e desta função não podem pedir o divórcio.
Para a preservação da estrutura, funcionalidade familiar e bem-estar das vossas crianças devem ter em conta que:
Estes conselhos poderão ser-vos úteis para continuarem a desenvolver o vosso papel de pais com sucesso sendo pais para sempre, e para a prevenção não só de comportamentos desadaptativos como também para a prevenção do desenvolvimento de possíveis perturbações herdadas pela disfuncionalidade do casal.