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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Joana Florindo
Psicóloga Clínica
Temos vindo a assistir, nos últimos tempos, a um crescente interesse social sobre a problemática da obesidade. A especial atenção que a comunicação social lhe tem dado, através de artigos, reportagens e programas de televisão, tem contribuído para uma mais ampla consciencialização desta realidade, bem como das suas consequências.
A Obesidade assume-se como um dos maiores problemas de saúde das sociedades ocidentais, devido à sua elevada taxa de prevalência, e é reconhecida mundialmente como um problema de saúde pública, que transporta graves problemas de saúde física, psicológica e social.
Sabemos que resulta de uma diversidade de factores, que se manifestam de forma diferente de pessoa para pessoa, e que vão desde a genética, a factores sociais e culturais, passando por factores comportamentais, como o consumo alimentar hipercalórico e o sedentarismo. Mas, convém realçar, que existem ainda variados aspectos psicológicos e emocionais que afectam este consumo alimentar, potenciando um maior aumento de peso.
Isto tende a acontecer quando a ingestão alimentar se apresenta como a resposta habitual a intensos sentimentos de tristeza, inquietação ou zanga, que parecem impossíveis de gerir. Quando a comida é percebida como a “melhor amiga” , que pode estar sempre presente, no confronto com situações particularmente difíceis, vão-se estabelecendo fortes relações de dependência. Estas, quando prolongadas no tempo, em muito favorecem o crescente aumento de peso.
Este movimento de procura de apaziguamento emocional imediato, que à primeira vista parece ser uma estratégia reconfortante e eficaz, é também bastante desadequada do ponto de vista do funcionamento emocional, impedindo a vivência, a expressão e a regulação natural dos sentimentos e emoções.
Nesse sentido, a intervenção da Psicologia nesta área, mais do que trabalhar a implementação e manutenção de hábitos alimentares saudáveis e de prática de actividade física, e incidir ao nível do controlo dos impulsos, promove um amplo trabalho de expressão emocional.