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Autora: Vera Lisa Barroso

 

Psicóloga Clínica

 

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Vera Lisa Barroso

O relacionamento com os pais é determinante para lidar com emoções negativas.  Por exemplo, a capacidade dos casais resolverem os seus conflitos pode estar ligada ao tipo de relacionamento que cada uma das partes teve com os pais durante a infância, revela um estudo realizado por psicólogos da Universidade de Minnesota, nos EUA.

 


De acordo com o artigo publicado na revista "Psychological Science", quanto melhor o relacionamento com o pai e a mãe durante a infância, mais as pessoas conseguem superar discussões na idade adulta.
 Uma equipa de investigadores acompanhou um grupo de crianças de 12 a 18 meses nascidas nos anos 70. Duas décadas depois, avaliaram a forma como estes indíviduos resolviam os conflitos nos seus relacionamentos e verificaram quais os assuntos que para eles eram mais sensíveis.

 


Constataram então que aqueles que tiveram boas relações com os pais durante a infância se mostraram melhores na resolução de conflitos na fase adulta, visto que os progenitores ajudam a regular as emoções negativas das crianças. Desta forma elas crescem mais capazes de regular as suas próprias emoções após um desentendimento ou uma discussão.

 


De acordo com os psicólogos, mesmo aqueles que tiveram uma infância insegura podem aprender a resolver conflitos com um parceiro emocionalmente mais equilibrado. Jessica Salvatore, uma das autoras do estudo, sublinhou que "se uma pessoa puder guiar o processo de superação de um conflito, torna-se capaz de ajudar o companheiro e melhorar o relacionamento".  

 


Com o objectivo de encontrar relação entre o estado de saúde e os nível de felicidade e se as pessoas felizes são mais ou menos propensas a problemas de saúde, a instituição espanhola Instituto Coca-Cola da Felicidade e a Universidade Complutense de Madrid realizaram um estudo que confirma a relação entre bem-estar psicológico e saúde.

 


Dirigido pelo professor Carmelo Vázquez, o estudo conclui que perante um problema de saúde, as pessoas mais felizes sentem-se mais saudáveis do que as pessoas infelizes. A família e os amigos são outros factores que ajudam ao bem-estar.

 


As conclusões do estudo estão publicadas no quarto relatório «A Felicidade e a Percepção da Saúde» («La felicidad y la percepción de la salud», no original). O estudo foi feito através de três mil entrevistas a cidadãos espanhóis entre 18 e 65 anos. Percebeu-se que, perante um problema de saúde, as pessoas mais felizes sentem-se mais saudáveis do que as infelizes.

 


A sensação de saúde, segundo a investigação, está relacionada com a felicidade e esta com os afectos. “Um aspecto muito relevante é a influência da família e dos amigos no processo, já que os que se sentem acompanhados sentem-se também mais saudáveis do que os que têm menos apoio”. Isto significa que as pessoas doentes podem sentir-se mais saudáveis do que as outras, independentemente da gravidade da doença. “O apoio social fomenta a felicidade”, assegura Gonzalo Hervás, médico e co-autor do estudo.

 


Na verdade, os problemas físicos acabam por ser menos importantes do que os psicológicos quando se avalia a satisfação com a vida. A depressão, os problemas de concentração, o stress e a ansiedade são os principais problemas que aparecem com a insatisfação.

 


O relatório estabelece uma cadeia de conclusões. As boas relações sociais tornam-nos mais optimistas, o optimismo faz-nos mais felizes e a felicidade faz-nos sentir mais saudáveis.
 

 

 

 

publicado às 10:02

Autora: Susanne Marie França

 

Psicóloga Clínica

 

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Susanne França

Os resultados de um estudo efectuado na Mayo Clinic nos Estados Unidos, apontam para uma associação entre a vivência de experiências traumáticas na infância e na vida adulta e o desenvolvimento da Síndrome do Cólon Irritável (SCI).

 

Na realidade, há muito que se acredita que o stresse e ansiedade estão associados aos sintomas característicos desta síndrome. E parte deste stresse e ansiedade poderá provir de experiencias traumáticas, uma vez que cerca de 50% das pessoas diagnosticadas com SCI reportam terem sido vítimas de abuso sexual na infância.

 

Todavia, um dos factores cruciais neste estudo é a chamada de atenção para o facto de existirem outras formas de trauma associadas à SCI que no passado têm sido provavelmente ignoradas. Referimo-nos a experiências como a morte de um ente querido, catástrofes naturais, divórcio, acidentes, etc.

 

É importante salientar que os resultados deste estudo apontam para o facto de que pessoas com SCI reportam experiências presentes e/ou passadas de trauma quando comparadas com pessoas sem SCI. Acredita-se que situações de trauma poderão estar na origem de um desequilíbrio na relação entre a mente e o intestino, nomeadamente no controlo dos músculos e nervos intestinais.

 

Existem diversas abordagens terapêuticas que podem ajudar no processamento de experiências traumáticas e no controlo dos sintomas da SCI. A Hipnoterapia Clínica tem excelentes resultados no controlo e atenuamento da sintomatologia associada à SCI, e o EMDR é a terapia de eleição para o processamento de experiencias traumáticas.

 

Uma abordagem integrativa e focada em objectivos bem delineados e realistas pode contribuir para facultar uma melhor qualidade de vida às pessoas com SCI, cuja sintomatologia pode ser de tal modo debilitante ao ponto de condicionar o funcionamento quotidiano e o bem-estar emocional e físico.

 

 

 

Fonte: American College of Gastroenterology (2011, October 31). Psychological traumas experienced over lifetime linked to adult irritable bowel syndrome. ScienceDaily.

 

publicado às 10:23

Hábitos e costumes – Impedidores de mudança?

por oficinadepsicologia, em 19.04.13

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Conta a lenda que, numa determinada região, as árvores estavam a morrer e os frutos eram muito raros. Um profeta chamou um representante do povo e disse:

- Cada pessoa só pode comer uma peça de fruta por dia.

 

A ordem foi obedecida por gerações e a ecologia do local foi preservada. Como os frutos restantes davam sementes, outras árvores surgiram e toda aquela região se transformou num solo fértil, invejado pelas outras cidades. O povo, contudo, continuava a comer apenas uma peça de fruta por dia, fiel à recomendação que um antigo profeta tinha passado aos seus ancestrais. Além do mais, não deixava que os habitantes das outras aldeias se aproveitassem da farta produção que ali acontecia todos os anos. E o resultado era só um: a fruta apodrecia no chão.

 

Um novo profeta surgiu e disse ao representante do povo:

- Deixe as pessoas comerem a fruta que quiserem e digam-lhes que dividam esta abundância com os vizinhos.

O representante do povo chegou à cidade com a nova mensagem, mas acabou por ser apedrejado, já que o costume estava arraigado no coração e na mente de cada um dos habitantes. Com o tempo, os jovens da aldeia começaram a questionar aquele hábito bárbaro e, como a tradição dos mais velhos era intocável, resolveram afastar-se da região. Assim, podiam comer quanta fruta quisessem e dar a restante a quem necessitava de alimento.

 

No antigo local, só ficaram as pessoas incapazes de ver que o mundo se transforma e que nós nos devemos transformar com ele.

 

Esta história ajuda-nos a perceber que devemos estar menos presos a hábitos e rotinas já ultrapassadas, e mais abertos para ouvir sugestões, permitindo a MUDANÇA. Quando temos algum padrão profundamente arreigado dentro de nós, devemos em primeiro lugar, tornar-nos conscientes dele para podermos alterar a condição.

 

Tal como nesta história existia uma resistência que impedia a mudança, também na nossa vida arranjamos várias resistências que nos impedem de alcançar a consciência do padrão existente, nomeadamente as nossas fugas aos assuntos; muitas vezes para justificar a nossa resistência, presumimos com frequência coisas acerca dos outros; crescemos com crenças que se transformam na nossa resistência à mudança; possuímos ideias acerca de nós mesmos que usamos como limitações a mudar; a nossa resistência manifesta-se frequentemente em desculpas (ex.: não consigo pensar agora, faço-o depois); medo da mudança; entre muitas outras resistências que criamos como “antidoto” à mudança.

 

Muitas vezes também utilizamos aqueles que nos são mais próximos como ”resistências”, achando que eles é que precisam de mudar algumas coisas e não nós.

 

Olhe para si! Permita-se a “comer mais de que um fruto por dia” e conheça-se sem resistências! Este é o primeiro passo para a transformação.

publicado às 15:18

Dilemas de Mulher, um equilibrio!

por oficinadepsicologia, em 11.04.13

Autora: Maria Palha

 

Psicóloga Clínica

 

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Maria Palha

Tenho recebido cada vez mais mulheres no consultório com níveis de sofrimento elevados e pedidos de ajuda embebidos em frases do género: “Não era suposto ser assim”, “eu devia gostar de trocar fraldas”, “Não sou uma boa mulher, porque não gosto de cozinhar”, “Não consigo ser uma MÃE PERFEITA”, “OBVIAMENTE que ser Mãe é o que me faz sentido...”, “CLARO que quando tiver filhos vou querer abdicar da minha carreira”.

 

A mulher portuguesa do séc. XXI depara-se com um sofrido dilema, por um lado é espectável que tenha uma carreira profissional, estude e queira ter a sua independência económica, por outro, o preço que tem que pagar por isso, é por vezes tão alto que quase prefer adaptar estilos de vida tradicionais, mesmo que isso se traduza em infelicidade.

 

Refiro-me a emoções como a culpa, a ansiedade ou a tristeza por não se sentirem realizadas com as tarefas relacionadas com o lar, de muitas se sentirem pouco estimuladas pelo ferro de engomar ou seduzidas pela cozinha; e dizem que não é suposto sentirem-se assim.

 

Relatam também o seu isolamento social, acham que é suposto saberem gerir a situação e fantasiam que todas as outras mulheres o conseguem fazer.

Este isolamento agrava-se ao funcionar como mecanismo compensatório, como se sentem em falta, acham que se devem dedicar mais.

 

E é exatamente este processo que as traz ao consultório com discursos como “Eu só posso estar doida…” ou “nunca fui assim”.

 

O que raramente acontece é a indagação do que é ser uma mulher portuguesa saudável, na atualidade, o reconhecer dos papéis socialmente exigidos e que tipo de respostas são possíveis a cada uma de nós (sem ser, com isto, totalmente infeliz). E é exatamente nesta regulação que pode estar uma possível solução.

 

Há décadas atrás, as principais  funções da mulher eram, cuidar dos filhos, da casa e do marido. Hoje há muitas mais opções e é talvez por isto que as mulheres desenvolvem os seus maiores bloqueios emocionais, e até físicos.

 A palavra-chave para um possível sucesso neste dilema, entre papéis sociais e a procura de ser uma mulher com diferentes desejos dos de outras épocas, é o equilíbrio. Re-equilibrar o casamento, a família e o trabalho.

E que equilíbrio é este?

 

Por exemplo, o poder organizar dentro do tempo disponível do seu dia-a-dia. Enumerar as suas prioridades diárias, alternar tarefas que exigem maior sacrifício com aquelas que podem trazer mais satisfação. Ter tempo para namorar, cuidar de si, orar, estar com os amigos (se não pode sair, porque não convidá-los?). É provável que as suas formas de diversão tenham mudado, pondere outras opções, enfim...

 

Será que tem tido momentos destes?

 

 

 

publicado às 14:31

O gosto pela leitura

por oficinadepsicologia, em 02.04.13

Autora: Maria de Fátima Ferro

 

Psicóloga Clínica

 

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Maria de Fátima Ferro

A aprendizagem sempre foi e sempre será um fator inerente ao crescimento pessoal. Por tentativas e erros, todos nós fazemos o nosso caminho ao longo dos anos, iniciando nas fases mais precoces de desenvolvimento.

 


É uma parte fundamental na vida das crianças e daí a importância que tem o facto dos pais e professores entenderem como é que ela aprende e possam ter as ferramentas para a conduzir neste processo de uma forma segura, positiva e fortalecedora.

 


A aprendizagem da leitura e o tomar o gosto por ela, também não são uma exceção. E poucas são as crianças que logo desde cedo desenvolvem esta preferência.

 


As histórias e os contos de fadas têm um valor fundamental nesta evolução, ajudando a criança na estimulação da sua criatividade e na aquisição das competências necessárias para a aprendizagem do gosto pela leitura e pela escrita.

 


É importante que ela tenha contacto com os livros. Quando se lê em voz alta não estamos só a prepará-la para aprender a ler, estamos a expô-la a novas palavras e novas estruturas de linguagem. Um ambiente rico em livros e em leitura oral estimula-os a novos conhecimentos sejam eles de outros mundos, os mundos das histórias, seja o conhecimento profundo do significado das palavras e capacidades de pensar.

 


Transforme a sua casa num ambiente de juntar de letras, faça da leitura um hábito divertido:

 


- Escolha um ambiente bem iluminado e convidativo para colocar os livros. Preencha-o com um tapete fofinho, almofadas ou poltronas para que os seus filhos gostem de ir para lá;

 


- Respeite o gosto deles, e peça-lhes que escolham os livros que querem comprar e ler;


 

- Ajude-a a respeitar e tratar bem os livros. Recupere com eles os que têm as capas rasgadas ou danificadas e não os deixe na estante com folhas arrancadas;


 

- Use as prateleiras mais baixas para os colocar, para que a criança os alcance com facilidade;


 

- De vez em quando mude-os de lugar, isso amplia as escolhas e torna a estante um lugar cheio de surpresas;


 

 - Crie o “momento da leitura” em que tanto pais como as crianças fazem uma pausa para ler, faça-as perceber que você também gosta;

 


- Converse com os outros pais e sugiram trocas de livros, isso estimula-os também à partilha;


 

- Favoreça o seu espirito crítico e capacidade de compreensão, peça-lhe que conte a história que acabou de ler, discuta com ela os temas;


 

- Mostre-lhes que também elas podem escrever um livro, inventem uma história em conjunto e transformem-na num livro. Escrevam-na e coloquem ilustrações. No final criem uma capa e coloquem-no na estante;


 

- Ao ler o jornal ou uma revista, chame a atenção do seu filho sobre algumas noticias relacionadas com o desporto, atividades que elas gostem, temas engraçados, etc.

 



Boas Leituras.



 

publicado às 11:53

Sabe o que deve fazer se ficou sem emprego esta manhã?

por oficinadepsicologia, em 16.01.13

Autora: Cristina Sousa Ferreira

 

Psicóloga Clínica

 

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Cristina Sousa Ferreira

Ficou sem emprego esta manhã? Não sabe o que fazer? Então siga-nos...

 

1-      Telefone, envie mails, contacte pelo menos 10 dos seus amigos mais próximos nas próximas horas e conte-lhes o que aconteceu. Dá-lhe algo para fazer e, para além disso,  contar a sua história ajuda-o a sentir-se menos mal.

 

2-  Tenha uma conversa com a sua família próxima e conte-lhes o que precisam de saber sobre a sua perda de emprego. Eles preocupam-se  consigo mas também se perguntam como se estará a sentir e como podem ajudar. Podem ter receio de perguntar, por isso “abra o jogo” voluntariamente e mantenha-os informados.

 

3- Se tem papéis legais para rever e assinar, peça uma opinião jurídica.

 

4- Mantenha-se calmo, respire, mantenha-se calmo, respire, mantenha-se calmo. Respire. Experimente este exercício disponivel no site da OP .

http://www.oficinadepsicologia.com/PDF/respiracao.pdf

 

5- Se precisar de chorar chore. Chorar não é vergonha. Chorar não vai mudar a situação mas liberta um pouco as emoções causadas pelo despedimento. Cada lágrima  tem algo para contar e traz consigo o peso das preocupações e tristezas, contribuindo deste modo para uma sensação de alívio.

 

6- Se não conseguir dormir esta noite navegue pela internet, vai ver que não está sózinho.

 

7- Vá a uma livraria ou procure on-line dicas sobre a transição de carreira e comece já a ler e aprender mais sobre o processo de procura de emprego.

 

8- Vá ao site da Oficina de Psicologia e descubra o Programa que temos para si - Brevet OP.  Em sessões individuais e em  Grupo pode melhorar a sua qualidade de vida, aprender a descomplicar as suas emoções e aprender e a reaprender competências diversas.

 

Há muita, muita coisa para pensar, contemplar e fazer enquanto lida com esta situação. Hoje, amanhã, este fim de semana, um passo atrás do outro, você pode fazer isto – dizer a si mesmo que vai conseguir.

Conte com a nossa ajuda e o nosso Brevet OP.

Inscrições a decorrer, basta enviar email para brevetop@oficinadepsicologia.com

publicado às 10:14

Sedução

por oficinadepsicologia, em 11.01.13

Autora: Catarina Mexia

 

Psicóloga Clínica

 

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Catarina Mexia

Don Juan e Casanova são exemplos clássicos de sedutores inquietantes, bem falantes e mal pensantes que precipitam as senhoras no mau caminho. Hoje, no mundo das SMS, da Internet e de outras tecnologias, existirá ainda lugar para sedutores?

 

Terá o sedutor desaparecido da nossa sociedade tendencial e sexualmente igualitária? Não me parece. Aliás, a curta duração de muitas relações, que morrem nas suas fases mais iniciais, comprovam o domínio do reino da sedução.

 

Em 1995, o filme Don Juan De Marco, de Jeremy Leven, interpretado por dois grandes sedutores do cinema, Marlon Brando e Johnny Deep, veio reanimar o personagem literário de Don Juan, tido como símbolo de sedução e libertinagem. Este personagem, cuja existência real ainda hoje é discutida, mas largamente representada nas mais variadas formas de arte, procura representar um padrão de personalidade narcísica, sem escrúpulos, amada e odiada e que não olha a meios para conquistar uma mulher.

 

Curiosamente, este protótipo não é descrito para o sexo feminino - tido sempre como vítima do sedutor -, ainda que muitas mulheres sejam mestras na arte de seduzir.

 

Atualmente a referência ao Don Juanismo serve para caracterizar uma situação que muitas vezes se torna patológica para o sedutor e para aqueles com quem ele se relaciona. Trata-se de uma forma de estar caracterizada por uma forte compulsão para a sedução de alguém que procura enamorar-se da pessoa mais difícil de conquistar para a abandonar em seguida.

 

São pessoas que não conseguem manter uma relação por muito tempo, partindo logo em busca de novas conquistas.

 

Para o Don Juan apenas interessa o instante do prazer e o triunfo sobre a sua conquista, principalmente quando o alvo do seu interesse tem uma situação relacional e civil proibida. É o aspecto do desafio que o mobiliza, fazendo com que a conquista amorosa tenha contornos de desporto e competição. O narcisismo destas pessoas é um aspecto que melhor as caracteriza, ao ponto de se amarem muito mais a si mesmas que a qualquer outra pessoa.

 

Estes Don Juan não são obrigatoriamente mais viris ou sexualmente ativos. A sedução contínua nem sempre se dá à custa de um eventual desempenho sexual excecional, mas devido à habilidade em oferecer sempre às mulheres aquilo que elas mais desejam. São, por isso, o protótipo do príncipe encantado, tão valorizado pelo sexo feminino desde a mais tenra infância, e têm a capacidade de perceber rapidamente os gostos e fraquezas das suas vítimas, sendo muito rápidos em satisfazer as mais diversas expectativas. Não é de estranhar, por isso, que as mulheres que se envolvem em ligações deste tipo saem muito magoadas e com uma profunda sensação de raiva e abandono.

 

Para além da faceta negativa da capacidade de seduzir, geralmente instalada em personalidades imaturas, o uso da sedução no dia-a-dia deveria ser uma arte a desenvolver e a aplicar com frequência, qualquer que seja a nossa condição. Muitos casais beneficiariam desta arte se a praticassem mais e melhor, quebrando assim rotinas maçadoras e espevitando relações mornas.

 

O dia de São Valentim tornou-se na festa instituída para pôr em prática a capacidade de agradar ao outro, de lhe mostrar que nos importa a sua presença. É o amor com dia e hora marcada. Mas porque hoje nos casamos ou nos unimos a alguém por amor, sentimento muito pouco racional, feito de ternura e sexo, a sedução está cada vez mais que nunca na ordem do dia.

 

O objectivo da sedução é obter a atenção da pessoa por todos os meios possíveis, para conseguir o controlo emocional e criar uma fonte de prazer. As etapas e rituais de sedução são universais, com poucas nuances, geralmente de natureza cultural. Por exemplo, quer no mundo dos humanos como no animal, é sempre a fêmea que é o sujeito da sedução e o macho o sedutor. Mas o sedutor nem sempre é aquilo que julgamos. Se um homem tentar seduzir uma mulher que não o queira, rapidamente compreenderá quem tem o poder no processo de sedução.

 

Mas quais são as famosas etapas de sedução?

 

O primeiro passo é prender a atenção do outro. Geralmente as mulheres valorizam os atributos físicos (ao contrário do mundo animal), enquanto os homens ostentam o seu poder e riqueza. Os homens exibem-se e as mulheres provocam. E vem o momento em que os olhares se cruzam. Se o olhar perscrutador do homem encontra o olhar receptivo da mulher, produz-se uma faísca repleta de promessas. Se a mulher sorri, revolve o seu cabelo com os dedos, o homem tem permissão para avançar. Caso contrário as suas hipóteses são reduzidas. O olhar é o instrumento de sedução mais eficaz no ser humano e tem o poder de decidir o sucesso ou insucesso de uma potencial relação.

 

A seguir há que iniciar uma conversação. A naturalidade e curiosidade em conhecer o outro um pouco melhor criam melhores probabilidades de gerar uma conversação, cujo conteúdo até nem é muito importante. A manutenção do interesse do outro é extremamente importante e para tal temos que ser observadores, estar atentos, esquecermo-nos de nós. A conversação é o ponto de ruptura: a sedução passa ou acaba, o encantamento permanece ou parte-se. De acordo com os antropólogos, é geralmente a mulher que gera o primeiro contacto físico, através de um leve aflorar da mão com a mão, sempre de forma fortuita e ingénua, ainda que premeditada e calculada quanto aos seus fins. É aí que começa o verdadeiro teste às capacidades de sedução. Com este ligeiro toque foi dito "sim interessas-me, continua a seduzir-me."

 

A arte da sedução não diz respeito apenas àqueles que se querem envolver numa relação. Ela permite fazer durar um amor e reacender momentos de paixão numa relação ameaçada pelo tempo e pelas crises.

 

A sedução e o amor necessitam de manutenção, no sentido de haver uma ajuda mútua na satisfação das nossas necessidades de afeição, crescimento pessoal, necessidades sexuais, sonhos, projetos conjugais. Em suma, a ser felizes.

publicado às 15:16

Aprenda a Gerir o seu Tempo no Trabalho

por oficinadepsicologia, em 09.01.13

Autora: Cláudia Almeida

 

Psicóloga Clínica

 

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Cláudia Almeida

Um dos principais sintomas de stress no local de trabalho é sentir que o dia não tem horas suficientes para se fazer tudo o que é preciso. Este sentimento pode ser reduzido, organizando melhor o tempo, com a implementação de algumas dicas.

 

1) Crie objetivos

Para gerir melhor o seu tempo, comece por avaliar quais os seus objetivos gerais na vida. O que quer conseguir – um equilíbrio feliz entre o trabalho e a vida familiar? Quais os seus objetivos no domínio profissional? Pretende mudar de emprego, subir na carreira, manter-se na posição em que se encontra? Quando tiver decidido, pense nas suas prioridades a longo prazo e, de acordo com elas, planeie o seu trabalho.

 

2) Planeie tarefas

Divida a sua carga de trabalho em três categorias principais:

A – tarefas urgentes e importantes,

B – tarefas importantes, mas menos urgentes,

C – tarefas rotineiras e de pouca prioridade.

 No final de cada dia, planeie o que tem que fazer no dia seguinte. Intercale as tarefas importantes A e B com as tarefas C, tais como arquivo ou leituras de menos relevância, para variar e aliviar as constantes pressões das tarefas importantes.

Cada vez que realizar uma tarefa, risque-a da sua lista de coisas para fazer. É satisfatório ver a sua lista a diminuir.

 

3) Distribuição tempo

Para usar o tempo o melhor possível e minimizar o stress, tem que o gerir cuidadosamente todos os dias. Pense em todas as tarefas que tem que realizar e reserve um período de tempo para cada uma. Marque uma ou mais tarefas importantes (categoria A) de manhã, para evitar a pressão de passar o dia todo a pensar nelas. Elabore as marcações usando um sistema com o qual se identifique (agenda, uma pagina no computador, um caderninho, um diário, …).

De hora a hora, tente fazer um intervalo de cinco minutos.

 

Não se esqueça:

  • §  Os objetivos mudam com o tempo. Quando eles mudam, a prioridade que atribuímos às diferentes tarefas altera-se.
  • §  Uma tarefa de objetivos não é estática. Uma situação repentina e inesperada no trabalho ou em casa pode mudá-la, assim como às prioridades.
  • §  Muitas reuniões são desnecessárias.
  • §  A indecisão faz perder tempo, mas uma decisão errada e apressada causará mais stress, a longo prazo.
  • §  Controlar os subordinados em pequenos detalhes leva tempo e provavelmente desmoraliza-os.
  • §  As interrupções telefónicas são perdas de tempo. Peça às pessoas que voltem a telefonar ou a algum dos seus colegas que atenda as chamadas.

publicado às 20:15

Hipnose Clínica e Demência?

por oficinadepsicologia, em 07.01.13

Autora: Susanne Marie França

 

Psicóloga Clínica

 

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Susanne França

Num estudo comparativo entre dois grupos de pessoas com demência, em que um grupo foi submetido a uma intervenção terapêutica convencional, e o outro, a uma intervenção com Hipnoterapia Clínica, foi verificado que as pessoas do grupo da Hipnoterapia registaram uma melhoria significativa na capacidade de concentração, memória e socialização, comparativamente ao grupo não submetido à terapia com hipnose. 

 

Um dos factores importantes é o efeito do relaxamento induzido pela hipnose. Este ajuda a lidar com a sintomatologia associada à ansiedade e humor depressivo, e contribui para o aumento dos níveis de motivação para levar a cabo rotinas diárias e participar em actividades de carácter social. A terapia de sugestão associada ao relaxamento pode igualmente ajudar a melhorar a capacidade de concentração e memória.

 

Os sintomas característicos da demência são a perda lenta e progressiva da memória, concentração e capacidade de aprendizagem. A perda de memória pode envolver a memória a curto prazo em que factos recentes são esquecidos, ou a longo prazo, com perda de memórias e recordações antigas, perda da capacidade de escrever, dificuldade em reconhecer pessoas chegadas, reconhecer lugares e executar rotinas diárias e sofrer alterações no modo de ser e de interagir com os outros.

 

Apesar de ser mais comum em pessoas com mais de 65 anos, a demência pode igualmente afectar pessoas jovens que tenham determinadas doenças, lesões cerebrais ou estejam expostas e/ou consumam substâncias tóxicas.

 

Estima-se que cerca de 7.3 milhões de cidadãos europeus sejam vítimas de uma forma de demência. Em Portugal o numero ronda os 90 000, com tendência a aumentar em parte devido ao envelhecimento cada vez mais característico e notório da população. O prognóstico ainda é mais deprimente quando nos deparamos com uma previsão de duplicação destes valores até ao ano de 2040 (European Collaboration on Dementia).

 

Se é verdade que a Hipnose Clínica não cura a sintomatologia associada à demência, é igualmente verdade que  pode ajudar em muito a controlar e gerir a ansiedade, aumentar a capacidade de concentração e memória e motivar para a socialização diminuindo assim o isolamento e a depressão associada.

 

Assim, o mais importante a reter parece ser que a Hipnose Clínica parece poder contribuir para o melhoramento da qualidade de vida dos pacientes com demência.

 

 

Fonte: University of Liverpool (2008, July 28). Hypnosis Shown to Reduce Symptoms of Dementia.

publicado às 19:46

A ausência de desejo sexual na mulher

por oficinadepsicologia, em 06.01.13

Autora: Joana Florindo

 

Psicóloga Clínica

 

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Joana Florindo

Um número cada vez maior de mulheres tem chegado à consulta de Sexologia com queixas de falta de desejo sexual. Afirmações como “não tenho qualquer vontade de me envolver sexualmente”, “tento sempre arranjar uma desculpa para não chegarmos aí” ou “por mim não tínhamos sexo”, são frequentemente escutadas em espaço terapêutico, sendo expressas quer por mulheres mais jovens quer por mulheres mais maduras, e comummente acompanhadas por sentimentos de tristeza e frustração.

 

Na maioria dos casos, encontramo-nos perante o que clinicamente se designa de “Desejo Sexual Hipoactivo”. E o que é que isto quer dizer? Que existe uma forte diminuição, ou ausência, de fantasias e pensamentos sexuais, de desejo de se envolver sexualmente, ou não se sentir de todo disponível para esse envolvimento, causando sofrimento e mal-estar individual e no casal.

 

E contrariamente ao que se possa pensar, não se tratam de casos isolados. O desejo sexual hipoactivo é mesmo apontado como a disfunção sexual mais frequente no universo feminino.  A investigação nacional sobre a prevalência das disfunções sexuais femininas indica mesmo que cerca de um terço das mulheres portuguesas sente falta de desejo sexual.

 

Convém, contudo, destacar que a diminuição ou a ausência do desejo sexual nem sempre se traduz numa disfunção sexual. Não nos podemos esquecer que “desejo” resulta de uma interacção complexa entre factores biológicos, psicológicos, socioculturais e relacionais, sendo flutuante ao longo da vida.

 

Devemos considerar que o desejo pode estar relacionado, por exemplo, com factores de stress e cansaço, com estados emocionais de ansiedade e depressão, com a toma de determinados medicamentos como alguns antidepressivos ou agentes quimioterapêuticos, com conflitos relacionais no casal, ou com factores biológicos como as alterações hormonais.

 

Se considerarmos todas as idiossincrasias contextuais com que os casais se deparam e a ausência de desejo se prolongar no tempo, durante pelo menos 6 meses, e for vivenciada com sofrimento e mal-estar individual e relacional, é fundamental a consulta de um especialista.

 

A intervenção psicológica nestes casos, após um processo inicial de avaliação completa e cuidadosa, que abranja as componentes médica e psicológica, passa essencialmente pela psicoterapia e pela terapia sexual, tendo como principal objectivo o re-enfoque da vivência sexual no prazer, trabalhando destacadamente a intimidade emocional e comunicacional do casal.

 

Mas porque cada caso é um caso, devendo-se sempre considerar a experiência individual, não hesite em procurar ajuda especializada de forma a avaliar cuidadosamente o que se passa consigo.

 

Para saber mais sobre Desejo Sexual Hipoactivo, ou qualquer outra disfunção sexual, não hesite em consultar a nossa página: http://oficinadepsicologia.com/psicoterapia/sexologia-clinica

 

publicado às 18:33


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