Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



O mundo secreto da Anorexia e da Bulimia

por oficinadepsicologia, em 13.03.11

Autora: Joana Florindo

Psicóloga Clínica

 

 

Joana Florindo

Imagine-se insatisfeita com o seu corpo, descontente com a imagem “gorda e disforme” que ele anuncia. Imagine-se decepcionada consigo própria por ter experimentado inúmeras dietas, sem conseguir obter qualquer resultado estável e duradouro. Sente-se culpada por não controlar o seu corpo, e pensa que precisa de seguir uma dieta mais rigorosa, que não lhe dê espaço para falhar. Pensa que precisa também de ser mais rigorosa na sua postura, ter maior controlo sobre si, para não ceder às tentações da comida. Controlo e rigor, se quer mesmo emagrecer.

 

 

Naturalmente, liga-se à Internet, e num motor de busca procura informação sobre dietas rápidas, rígidas e eficazes. Depressa encontra inúmeros sites carregados de material que considera útil e convincente. Entre eles, destaca-se um em particular, diferente de todos os outros, e para o qual dirige a sua atenção. Trata-se de um site, criado provavelmente por uma jovem que partilha dos seus problemas, que apresenta ideias e formas de atingir o emagrecimento idealizado, controlando-se ao máximo e ingerindo o menor número possível de calorias. Nesse site, surge em destaque a fotografia de uma modelo, adorada pelos media e famosa pela sua magreza, ao lado de “10 Mandamentos” para se obter um corpo assim:

 

 

publicado às 22:40

Vozes e Infidelidade

por oficinadepsicologia, em 11.03.11

Autor: Nuno Mendes Duarte

Psicólogo Clínico

 

 

Acha que consegue perceber se o seu parceiro a está a trair? E o senhor tem alguma ideia de como está a sua percepção no que toca à traição? Pois bem, vamos falar sobre tom de voz, ao que parece está tudo nos agudos e graves da voz. Notícias importantíssimas do mundo da ciência poderão ajudar-nos a perceber melhor do que queremos falar neste artigo! Um grupo de investigadores da Universidade de Macmaster no Canadá investigou pela primeira vez a ligação entre o tom de voz e a percepção de infidelidade e a sua relação com a escolha de parceiros que fazemos.

 

 

Segundo os autores “em termos de estratégia sexual, descobrimos que os homens e mulheres utilizam o tom de voz como um aviso sobre futuras traições. Assim, quanto mais atractiva a voz – tom agudo para mulheres e tom grave para homens – maiores as probabilidades de que ele ou ela possam ser traídos. O estudo indica que ao longo do nosso processo evolucionário aprendemos a evitar parceiros que nos possam trair. A relação complexa que se propõe neste estudo, entre tom de voz e infidelidade, tem na base uma proposta de explicação biológica. Segundo um dos consultores do estudo a razão pela qual o tom de voz influencia a percepção de traição é muito provavelmente devido à relação entre tom de voz, hormonas e infidelidade isto porque os altos níveis de testosterona nos homens produzem vozes mais graves e o aumento desta hormona está associada a comportamentos adúlteros. Também nas mulheres o que acontece é que o aumento dos níveis de estrogénio está associado com um aumento da probabilidade de traição. Este estudo parece reflectir que os indivíduos que, de alguma forma, têm consciência desta ligação usam-na na busca de um parceiro romântico.

 

Agora já sabe… a próxima vez que escolher um futuro parceiro, a sua ideia sobre se ele(a) a(o) poderá trair pode, nalguma medida, depender da forma como a voz lhe soar. A verdade é que também o tom de voz nos leva muitas vezes a ignorarmos os mais primários sinais evolutivos.

 

Parece residir aqui a piada que a vida tem… poderá existir incerteza na voz, mas quem resistirá à irredutível certeza que um beijo encerra?

 

publicado às 11:13

O mistério dos nossos sonhos

por oficinadepsicologia, em 10.03.11

Autora: Irina António

Psicóloga Clínica

 

 

Chega ao fim mais uma maratona diária e aproxima-se a noite, um momento de descanso. Momento em que o corpo pára e a intensidade das emoções começa a atingir seu volume superior. As emoções são matéria preciosa para criações do nosso “romancista” interno que sem censura fala dos medos, ilusões, projectos e desejos mais íntimos.

 

 

Do ponto de vista psicofisiológico, a exploração dos sonhos permite-nos levantar o pano do segredo da comunicação interna da nossa psique, um processo específico da recodificação da informação vinda do mundo interno e externo. Apesar das inúmeras pesquisas sobre a actividade cortico-frontal direita, sob o controle do sistema límbico (faz gestão das emoções e da memória) e hipotalâmico que marca o sonho, o nosso conhecimento sobre a mesma ainda é bastante escasso. As ferramentas de “investigação” psicoterapêutica oferecem outras perspectivas à exploração dos tesouros do nosso banco privado de memórias carregadas de emoção, uma vez que segundo vários investigadores as memórias não acompanhadas de emoção, ficam registadas nas fases do sono sem sonhos.

 

 

 

publicado às 11:44

Quem sou eu?

por oficinadepsicologia, em 05.03.11

Autora: Tânia da Cunha

Psicóloga Clínica

 

 

 

 

Existem algumas perguntas básicas sobre a natureza humana que as pessoas fazem a si próprias há milhares de anos: “Quem sou eu?” “Até que ponto me conheço a mim próprio?”.

 

Gostava de vos falar sobre o fenómeno do “dar-se conta” como facilitador das questões enunciadas. O dar-se conta é a capacidade que cada ser humano tem para perceber o que está a acontecer dentro de si mesmo e do mundo que o rodeia. Por outras palavras, a capacidade de compreender e entender aspectos de si mesmo e situações ou qualquer outra circunstancia ou acontecimento que aconteça no seu mundo.

Podemos distinguir três tipos de dar-se conta:

  • Dar-se conta de si mesmo ou do mundo interior.
  • Dar-se conta do mundo exterior.
  • Dar-se conta da zona intermédia ou zona da fantasia.

O dar-se conta de si mesmo abarca todos aqueles acontecimentos, sensações, sentimentos e emoções que estão a ocorrer no nosso mundo interno. Este nível permite aceder ao modo de sentir, à experiência pessoal e existência aqui e agora e são independentes de qualquer argumento e juízo por parte dos outros.

O dar-se conta do mundo exterior relaciona-se com o contacto sensorial, ou seja, perceber que tipo de contacto mantém em cada momento com os objectos e acontecimentos do mundo que nos rodeia.

A zona intermédia inclui toda a actividade mental mais além daquilo que acontece no presente. O nível da fantasia abarca o passado, o futuro, e compreende todas as actividades relacionadas com o pensar, adivinhar, imaginar, planificar, recordar o passado antecipar o futuro.

Experimente: diga a si próprio “agora eu dou-me conta de...” e finalize a frase com aquilo que se dá conta. Quando entramos em contacto com a nossa própria vivência podemos não estar de imediato a solucionar os problemas da vida, mas na grande maioria das vezes damo-nos conta dos nossos recursos internos para fazer face às dificuldades e adversidades que a vida impõe.

 

Falar de si

 

publicado às 21:15

Quando queremos aquilo de que alguns se queixam...

por oficinadepsicologia, em 24.02.11

Autora: Ana Crespim

Psicóloga Clínica

 

 

É frequente ouvir algumas pessoas (ou quase todas) a queixarem-se do cansaço do trabalho, do chefe(a) que não para de chatear, do trânsito que têm de enfrentar todos os dias, etc., etc., etc.  O problema é que, e por vezes infelizmente, nem todos se podem queixar do mesmo, embora dessem tudo para ter este tipo de “chatices”.

 

 

Não é segredo nenhum que o nosso país (e o mundo) está a atravessar uma crise marcada e que existem inúmeros desempregados. Todos os dias somos bombardeados com notícias nos jornais, telejornais e revistas, com fechos de fábricas, estatísticas, médias e números. Por detrás destes números estão pessoas, famílias, pequenos e grandes dramas pessoais ou colectivos, mascarados pelos inúmeros estudos que se têm realizado sobre o assunto. 

 

Associados às dificuldades financeiras, aparecem muitos outros problemas, que agravam o quadro. Para quem responde a inúmeros anúncios, vai a uma série de entrevistas e ainda não conseguiu o seu “lugar ao sol”, os sentimentos de inutilidade, falta de préstimo ou valor, de incapacidade tendem a apoderar-se.

 

Método trevo de 3 folhas

Não é um trevo qualquer, é um trevo da sorte. Por isso, leia com atenção:

 

 

Primeira folha -  Dê a si próprio o direito de “cair”

Sim, leu bem. Todos temos o direito de desanimar. Por vezes, de tanto tentarmos superar as coisas e não dar parte de fracos, passamos por cima das nossas necessidades e, mais tarde ou mais cedo, dos nossos limites.

Imagine um poço, fundo e estreito. Se cairmos para o poço e nos tentarmos segurar, vamo-nos cansando. Frequentemente, como a queda é pequena e não entramos muito fundo, conseguimos voltar para cima com mais ou menos força. Outras, além da queda ter sido maior, vão-nos caindo mais coisas em cima, que nos vão empurrando cada vez mais para baixo. Nós vamos aguentando e fazendo força para subir, mas… por vezes a carga é demasiado pesada. Quando isto acontece, se nos dermos a hipótese de cair, isto é, de ficar tristes e de o demonstrar, batendo no fundo do poço e ficando lá um pouco até recuperar as forças, por vezes é mais fácil ganhar balanço e subi-lo mais facilmente. O que eu quero dizer com isto é que é importante que respeitemos o que estamos a sentir. Isto de representar é tão cansativo… se estamos tristes, em baixo, não nos adianta muito fazer de conta que nada se passa – “aquilo” está lá e não vai desaparecer a menos que lide com isso. E para isso, muitas vezes temos que nos dar ao luxo de entristecer, para conseguir gerir e digerir o que nos está a acontecer. Respeite o que sente! Ouça o seu corpo e os sinais que ele lhe dá;

 

Segunda folha -  Tempo de voltar para cima!

Depois de se dar a si próprio o direito de sentir o que está a sentir, importa perceber o que pode fazer para deixar de se sentir assim e recuperar a sua alegria de viver. Nem sempre é fácil fazê-lo sozinho, por isso, o segundo passo passa muitas vezes por aprender a pedir ajuda. É vital que se consiga equilibrar primeiro para conseguir vencer o monstro do desemprego. Afinal, pense comigo: acha mesmo que vai conseguir tomar as melhores decisões, dar os passos certos em direcção ao que pretende, se não estiver bem? Pois… tudo é mais fácil quando estamos bem connosco próprios. Antes de olhar para os classificados, olhe para si primeiro. São sete cães a um osso, é verdade, mas ajuda estar bem para apanhar um ossinho e conseguir roê-lo em condições.

Fale com a família, com os amigos, partilhe as suas dúvidas e inquietações, descanse e faça algumas actividades que lhe dêem prazer, como ler um livro, beber calmamente um café, dar um passeio numa zona agradável. A verdade é que a tendência é para aproveitarmos todo o tempo disponível para encontrarmos um novo trabalho, quando nos devemos encontrar primeiro a nós próprios. Sim, falar é bonito, mas quem é que paga as contas nesse meio tempo? Não quero de forma nenhuma tentar pintar isto de cor-de-rosa, nem nenhuma das folhas do trevo, de que vos estou aqui a falar, tem um tempo definido. São só uma proposta para evitar o que muitas vezes acontece: a depressão;

 

Terceira folha – Preparem-se! Aí vou eu!

Hora de preparar currículos, ler os classificados, pesquisar na internet e tudo o que se consiga lembrar. Depois de ter tido tempo para cair, para se encontrar a si próprio e se fortificar, todos os possíveis “nãos” ou falta de resposta a candidaturas, não terão o mesmo impacto em si se não tivesse passado pelas duas primeiras folhas do trevo. Já sabemos que esta não é uma fase fácil, pelo que, quem explorou os seus recursos pessoais e sentiu o apoio de pessoas que o envolvem anteriormente, terá uma maior resistência à frustração de que muitas vezes se é alvo nesta fase. Faz-lhe sentido? Nada impede que seja invadido por sentimentos de desânimo e revolta volta não volta. Seria de estranhar o contrário. O que importa é que nada nem ninguém o leve a colocar em causa o seu valor.

 

Se há crise, que seja no país, no mundo, mas não dentro de si.

Pense nisto e… seja feliz!

publicado às 08:52

Autora: Inês Afonso Marques

Psicóloga Clínica

 

 

Percorrendo locais frequentados por crianças e jovens é cada vez mais notório o excesso de peso existente entre eles. A obesidade infantil é mesmo um caso de saúde pública nos países industrializados.

 

Na sua génese parece existir consenso quanto à interferência de factores genéticos e ambientais. Os factores genéticos espelham a predisposição que uma pessoa possui para manifestar determinada “característica”, tendo em conta a história familiar. Os factores ambientais, como o estilo de vida ou a dieta alimentar, podem interferir no potenciar, ou não, dessa predisposição genética.

 

No decorrer do processo educativo das crianças, infelizmente, deparamo-nos com alguns deslizes que, com facilidade, abrem portas à instalação, de armas e bagagens, do sr. excesso de peso.

É relativamente fácil usarmos a comida como prenda por um bom desempenho ou como castigo por um mau comportamento. Contudo, tanto quanto possível a comida não deve ser usada como recompensa, como punição ou expressão de afecto. É importante que os mais novos encontrem motivações internas para agirem de acordo com aquilo que é esperado deles. O consumo de alimentos hiper-calóricos, como as bebidas gaseificadas, os bolos e os chocolates deve ser controlado e ocorrer de forma esporádica, constituindo excepções a uma dieta alimentar equilibrada.

 

 

 

publicado às 10:50

Crise? Falemos de oportunidade!

por oficinadepsicologia, em 17.02.11

Autora: Inês Afonso Marques

Psicóloga Clínica

 

 

Nos últimos anos parece que a palavra crise anda na boca, nos pensamentos, nos bolsos de todos nós. A verdade é que, cada um de nós pode “dar a volta à crise, trocando-lhe as voltas”.

 

Pensemos sobre um tema familiar que surge muitas vezes associado a esta palavra, que apesar de pequena parece ter um poder enorme, pois dá a sensação que não conseguimos parar de a usar como justificação para uma imensidão de coisas que achamos estarem fora do nosso controlo.

Ser pai. Ser mãe. Que ideias lhe vêem à cabeça?

 

Vou ser pai! Vou ser mãe! Sinto que estou prestes a alcançar um objectivo de vida, mas… E agora? Chegou a altura de escrever um novo capítulo, quiçá se o mais belo, do livro da vida. Atenção! Está prestes a entrar num “espaço” que requer mudanças e adaptações constantes, capazes de o surpreender a si e aos que o rodeiam. Deixe-me adivinhar… Estava convicto de que o que tinha visto, lido e conversado com os amigos, colegas e familiares lhe teria dado toda a informação que necessitava para ser “o melhor”… O melhor? Deixe-me adivinhar. Nalguns dias e nalgumas noites, aquelas estratégias que sempre resultaram com a sua família e os seus amigos não resultaram consigo. Verdade? Pior ainda. Como se não bastasse as receitas familiares não funcionarem, as poucas horas de sono e descanso pareciam querer diminuir a falta de paciência e aumentar a intolerância e irritação para com o seu parceiro. Tudo parecia servir para uma enorme discussão. Como se sentiu? Frustrado? Irritado? Triste? Desesperado? Desanimado? Angustiado? Receoso? Em crise?!?

 

 

 

publicado às 09:47

Oh, culpa! Até nunca!

por oficinadepsicologia, em 15.02.11

Autor: Luis Gonçalves

Psicólogo Clínico

 

Terminei mais um dia de trabalho com a sensação de que o cansaço era superado pelo bem estar que penso ter ajudado a construir nos meus clientes. No entanto, havia aqui qualquer coisa que me deixava desconfortável. Parei então para pensar e, principalmente, sentir...

 

De forma espontânea, emergiu a palavra culpa. E todas as vezes que os meus clientes a referiram naquele dia. E sendo esta uma emoção tão intensa, apeteceu-me escrever-lhe sobre ela. Não que ela mereça atenção mas você sim e bem!

 

 

Pergunto-lhe agora: já se sentiu culpado(a) por alguma situação? Ou então, já sentiu culpa por não estar a sentir culpa após um evento? Ou ainda, já o fizeram sentir culpado por algo que tenha realizado (ou não realizado)? Acredito que tenha respondido afirmativamente a pelo menos uma das questões. A culpa está de tal forma enraizada na nossa cultura que é quase impossível fugir-lhe, parece até que faz parte de nós! Não o vou cansar com as origens desse facto, prefiro focar-me na sua solução.

 

 

A questão é que mesmo que tenhamos feito algo “negativo” perante nós e/ou perante outros, fizémos o melhor possível naquele momento. Não teve os melhores resultados mas agora é tão fácil constatá-lo. Faz lembrar uma aposta desportiva na vitória de um dado clube de futebol. Apostamos no clube que julgamos constribuir, em maior escala, para os nossos ganhos. Depois de sabermos o resultado final, é tão fácil sentir culpa por termos apostado naquele clube e não no outro. É também possível sentir culpa por, simplesmente, termos apostado um cêntimo que fosse.

 

 

 

 

publicado às 09:59

O que há-de ser de nós...?

por oficinadepsicologia, em 31.01.11

Autora: Inês Alexandre

Psicóloga Clínica

 

Que há-de ser do mais longo beijo
que nos fez trocar de morada
dissipar-se-á como tudo em nada?

(Sérgio Godinho)

 

 

 

O tempo passa, e eu não paro de me surpreender. Não há um só dia em que atenda um casal que não venha para casa pensativa. Como terapeuta, estou cada vez mais atenta às minhas próprias perguntas sobre as pessoas que atendo, porque julgo que são as elas, e não as afirmações, que mais me dizem sobre os casais e que mais me apontam soluções. Noto então que, à medida que o tempo passa, as minhas perguntas vão mudando. Vasculho os meus papéis de quando comecei a fazer terapia de casal:

 

 

- como é que comunicam? Que forma assume os conflitos neste casal?

 

- têm papéis de simetria, de complementaridade, ou alternam?

 

- por que razão surgiu uma terceira pessoa?

 

- qual é o problema principal deste casal? Quais são os temas que me trazem?

 

- Como funcionam as relações de poder neste casal?

 

E num relance vejo como, ao longo dos anos, os casais me foram transformando na minha forma de olhar para eles e para o que os traz à terapia. O que me terá levado a mudar a forma como olho para os casais? O que me ensinaram eles?

 

 

 

publicado às 17:55

Autor: António Norton

Psicólogo Clínico

 

 

Quando se fala de partilhar a intimidade falamos essencialmente de aprofundar as partes mais sensíveis. Os maiores erros, as maiores faltas, os maiores defeitos, falhanços, medos, mas também as maiores loucuras, ousadias, desejos e sonhos mais recônditos. Partilhar a intimidade é partilhar o bom e o mau. Vivenciar até aspectos muito negativos da outra pessoa e partilhar as “birras”, as frustrações, mesmo as iras. Partilhar a intimidade não é só partilhar algo de belo e inspirador. É partilhar o lado mais negro e o melhor. É partilhar a pureza sem disfarces sociais.

 

Em qualquer relação que se pretenda profunda, existe necessariamente a partilha de intimidade. É uma condição "sine qua non".

 

Mas a intimidade, o revelar aspectos muito profundos, ou muito pessoais, implica outra condição fundamental: a condição da confidencialidade. A intimidade é preciosa e rara e deve ser conservada como um segredo. São aspectos que devem pertencer ao casal e à sua intimidade.

 

Mas, para haver intimidade tem de haver igualmente confidencialidade. São como irmãs, ou pólos que necessariamente se complementam. Uma relação para ser forte e duradoura tem que ter alicerces muito fortes. Esses alicerces assentam a sua força justamente na intimidade. Dois amantes quando vêm o seu amor como verdadeiro, devem ser quase como dois irmãos, dois companheiros que querem partilhar a sua vida e caminhar juntos, ajudando-se mutuamente. Então para isso, muitas vezes, mesmo sem se aperceberem de tal, lançam as fundamentais sementes da intimidade e partilham e dão a conhecer o seu interior. Mas esses momentos são só deles...Não é algo para partilhar, ou para comentar!É algo para respeitar e valorizar. São como o seu mais íntimo segredo. E a sua confidencialidade revela justamente a sua importância.

 

 

 

publicado às 14:11


Mais sobre mim

foto do autor



Arquivo

  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2012
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2011
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2010
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2009
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D