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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Ana Crespim
Psicóloga Clínica
Cada vez mais ouvimos falar de stress. Tanto, que acabamos por banalizar o termo e retirar-lhe importância, não a que ele merece, mas sim a que implica. Stress não é só e apenas estar um bocado mais agitado ou cansado, ansioso, nervoso, por uma série de exigências do meio, nem tão pouco se apresenta apenas através dos sintomas enunciados e outros semelhantes. Ele pode mesmo matar. Como? Quando as pessoas descuidam aqueles primeiros sintomas de alerta, deixam que eles se instalem, se habituam a eles ao ponto de já nem terem consciência da sua presença, podem estar no caminho que conduz ao stress crónico. Pode estar a pensar: “Sim, e depois?” e depois que as pessoas que sofrem de stress crónico tendem a fumar, beber e/ou a usar drogas. Este tipo de comportamentos são sinais de alerta para uma cascata biológica que pode conduzir à depressão, bem como a outras perturbações psíquicas e físicas, que podem contribuir para uma morte precoce.
Mais grave ainda, é que quanto “mais crescidinhos” somos, maiores proporções ganham os nossos maus hábitos. Para além do referido, o efeito do consumo de tabaco, álcool e/ou drogas tende a ser mascarado pela vitalidade característica da juventude. Com a continuação dos consumos e com o normal envelhecimento do organismo, os efeitos dos erros cometidos tendem a sobressair.
Autora: Madalena Lobo
Psicóloga Clínica
Adaptado de Sjanie Hugo – The Fertile Body Method – A Practitioner’s Manual
Stress e fertilidade
“Uma vez que o stress causa modificações elevadas na bioquímica e ritmos do organismo, perturba o equilíbrio natural do corpo, podendo levar, ao longo do tempo a problemas crónicos de saúde. Além do impacto na saúde em geral, o stress ou a ansiedade durante um período de tempo prolongado pode afectar a produção das hormonas necessárias à ovulação, à implantação e a qualidade do esperma. Uma vez que a prioridade do corpo é manter-nos fora de perigo quando estamos sob uma ameaça ou stress, cuidar de um feto apenas nos iria colocar num maior desgaste.
Depressão e fertilidade
Tem sido documentado que “as mulheres diagnosticadas como inférteis têm o dobro da probabilidade de se encontrarem deprimidas, e que a depressão atinge o seu máximo dois anos após terem iniciado tentativas para engravidar. E, apesar da infertilidade não representar uma ameaça de vida, as mulheres inférteis têm níveis de depressão idênticos aos das mulheres com doenças oncológicas, enfermidades cardíacas e infectadas com o vírus HIV. (…)
A depressão pode desestabilizar o equilíbrio hormonal saudável, afectando negativamente a fertilidade. Num estudo foi sugerido que a depressão se encontra associada a uma regulação anormal da hormona luteínica, que tem um papel importante na concepção. O sistema imunitário também resulta enfraquecido na depressão o que, por sua vez, afecta a fertilidade. (…)
Num estudo, 60% das mulheres cuja depressão foi tratada engravidaram num período de 6 meses, por comparação com apenas 24% das que não foram tratadas.”
Se está com dificuldades em engravidar, uma das acções que deverá considerar é procurar apoio psicológico que possa ajudá-la a reduzir os níveis de stress e tratar uma eventual depressão. Os psicoterapeutas estão habilitados a ensinar-lhe diversas técnicas de regulação emocional e a analisar consigo eventuais bloqueios emocionais que possam estar a dificultar o equilíbrio necessário para que o corpo se encontre receptivo a uma gravidez. De igual forma, existem diversos modelos de eficácia comprovada na intervenção nas perturbações depressivas, que permitem, num espaço de tempo curto, devolver-lhe o bem-estar.
Autora: Madalena Lobo
Psicóloga Clínica
Acabou de surgir um estudo que demonstra haver uma explicação biológica, a um nível molecular, para o facto conhecido mas intrigante de as mulheres serem mais vulneráveis do que os homens a patologias da ansiedade e depressão, numa proporção geral de 2 para 1. Ainda que este estudo não tenha sido efectuado com seres humanos, há razões para pensar que as suas conclusões possam ser extrapoladas: as mulheres parecem estruturalmente serem mais sensíveis a níveis baixos de uma importante hormona do stress e terem maior dificuldade na adap
tação aos seus níveis mais elevados.
Curioso mesmo é o facto de isto só agora ter sido identificado – parece que anteriores estudos, com base em simpáticos ratinhos de laboratório, tal como este, foram invadidos de um sexismo impensado. Habitualmente, os investigadores em perturbações ligadas ao stress que
recorrem
a ratos para testar as suas hipóteses neuro-biológicas têm vindo a utilizar maioritariamente machos (vá-se lá saber porquê…), pelo que as diferenças biológicas entre géneros no que se refere à reactividade ao stress têm passado despercebidas; será que muito do que tem vindo a ser apurado tenha de ser confinado ao universo masculino?
A confirmarem-se estas conclusões, existem fortes implicações no que diz respeito à medicação psiquiátrica que, talvez, no futuro, se tenha de diferenciar consoante esteja a ser prescrita a um homem ou uma mulher.
Quanto à psicoterapia, os modelos eficazes que existem hoje em dia para intervenção em perturbações ansiosas e depressivas não parecem sensíveis ao género, resultando igualmente bem nos universos femininos e masculinos. Felizmente, não foram apurados com base em ratinhos…
Autora: Madalena Lobo
Psicóloga Clínica
Quando me detenho um pouco a pensar sobre o assunto, sou forçada a admitir que as férias são, muitas vezes, um mau negócio…
Desde logo, com a chegada do calor, disparam as queixas em consultório – talvez porque o calor obrigue o organismo a reagir de uma forma que copia muito da sintomatologia ansiosa ou apenas porque nos faz lembrar a impaciência com que esgotamos as últimas reservas de energia para as tão aguardadas férias.
Depois, e aguentando-nos à custa de muito sonho e fantasia com aquelas semanas que magicamente acreditamos tudo irem consertar, lá chega o dia das malas feitas, óculos escuros a postos e rumamos ao nosso paraíso desse ano, no nosso melhor estilo veraneante. E aqui, também, muitas vezes, as coisas correm mal, no embate com a realidade que, antes de nos relaxar, cobra mais uma factura de re-ajuste ao nosso organismo. Férias, sim, mas não é por isso que não deixam de ser uma fonte de stress, por implicarem na necessidade de nos adaptarmos: ao novo ritmo de sono e de alimentação, à mudança de local, ao convívio condensado com quem nos desabituámos de lidar na correria dos dias em que sobra stress e faltam horas, no confronto com expectativas sociais que idealizam capacidades relacionais e exigem físicos de excepção. Estou a exagerar? Então porque é que os psicólogos são tão solicitados no Verão, incluindo Agosto?
Autora: Ana Crespim
Psicóloga Clínica
Estar grávida é fantástico! A possibilidade de gerar uma vida dentro de nós, de a sentirmos a crescer, a mexer, é algo único. Mas este período não é só feito de bons momentos, quer por receios associados ao próprio estado, quer por factores externos que não podemos controlar. E esta não é uma questão que se possa negligenciar. Afinal, está em causa a saúde da mãe e do bebé.
É sabido que a gestação é um período em que muito do que a mãe experiencia, é também vivido pelo bebé. Existem inúmeros estudos nesse sentido, que realçam a importância de uma gravidez saudável, com baixos níveis de stress, de nervosismo, num contexto apoiante, no intuito de proteger a criança de possíveis sequelas. Mas agora, um estudo foi um pouco mais longe e os seus resultados deixam-nos a pensar ainda mais na importância deste tema.
De acordo com um estudo de um Hospital em Boston (Intitulado: Stress During Pregnancy May Increase Offspring's Risk of Asthma – ScienceDaily, 19 de Março de 2010), a vivência de stress durante a gravidez pode conduzir ao aumento do risco para criança de vir a sofrer de asma sazonal – mais concretamente, na Primavera. Este estudo contemplou as diferenças nos marcadores imunológicos em dois grupos diferentes: crianças filhas de mães inseridas em ambientes de elevado stress; e crianças em que as mães estavam inseridas em ambientes com baixo nível de stress. A comparação entre estes dois grupos, permitiu concluir que existe uma maior probabilidade de que as crianças do primeiro grupo venham a desenvolver asma em algum período do seu desenvolvimento. Isto é, estas crianças sofrem uma diminuição no seu sistema imunológico, ficando mais susceptíveis a certos factores ambientais.
Autora: Ana Crespim
Psicóloga Clínica
Isto de que homens e mulheres são criaturas diferentes, já não é novidade nenhuma para ninguém. Aliás, se “As Mulheres são de Vénus e os Homens são de Marte”, está tudo dito: planetas distintos, características também. No entanto, mais importante do que seguir estereótipos e generalizações, é saber o que de facto nos distingue.
Um estudo publicado no jornal Psychophysiology, alerta-nos para uma destas diferenças. Parece que mulheres e homens reagem de forma diferente ao stress, e que a idade também tem algo a dizer sobre o assunto. Assim, as mulheres que tendem a ser mais defensivas – reagindo activamente a críticas ou a ameaças à sua auto-estima, vêem aumentado o risco de sofrer de doenças cardiovasculares. Enquanto a postura menos defensiva, parece prejudicar a saúde, nos mesmos contornos, quando presente em homens mais velhos.
Autora: Ana Crespim
Psicóloga Clínica
É maravilhoso quando temos tudo arrumadinho e organizado, não é? Pena que nem sempre seja possível… Então e quando já andamos armados em polvo, com uma série de coisas e tarefas diferentes entre mãos, e de repente nos surge algo de que não estávamos à espera? Pois, parece que aí é que o caldo fica todo entornado…
Aqui a literatura tem algo a dizer. Pesquisas realizadas sobre este tema, revelam que, ao contrário do que se possa pensar, pessoas com um elevado nível de controlo, são mais susceptíveis a sofrer de burnout quando comparativamente com os mais “descontraídos”. Burnout é o termo que se refere ao stress num dado domínio da nossa vida, por exemplo, no domínio profissional, pessoal, familiar, etc., em que já deitamos tudo o que diga respeito àquele campo pelos olhos! Refere-se a uma situação de exaustão e stress intenso, que se pode revelar como prejudicial para a nossa saúde e para o nosso funcionamento.
Um vídeo do Sapo Saúde com a Oficina de Psicologia:
Autora: Inês Alexandre
Psicóloga Clínica
Os conflitos nos casais constituem uma das principais fontes de stress actuais. Estudos indicam que os casais satisfeitos com o seu relacionamento têm tantas discussões quanto os não satisfeitos. Então o que é que os casais satisfeitos e com menores níveis de stress conjugal tentam fazer de diferente?
Os casais satisfeitos falam mais sobre as suas emoções, desejos e necessidades, comunicam com mais clareza, expressam mais acordo, aceitação e aprovação e menos desacordo, crítica e desqualificações. São capazes, não só de compreender e aceitar o ponto de vista do outro, como também de mudar algumas coisas nesse sentido.
Autora: Patrícia Aguiar
Psicóloga Clínica
Infelizmente ou não o stress não fica apenas dentro de nós..., o stress afecta várias áreas da nossa vida, incluindo as nossas relações mais próximas.
Se tem filhos pequenos sabe que por vezes parece que o dia encolhe mas a lista de tarefas continua interminável.
Imagine as seguintes cenas: até acordou bem-disposta depois de um sono calmo ( seu nível de stress, está calminho, no verde);