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Depressão pós-parto... ou algo mais?

por oficinadepsicologia, em 22.02.12

Autora: Ana Crespim

Psicóloga Clínica

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Ana Crespim

A Perturbação Obsessivo-Compulsiva no Pós-Parto

A maternidade é sem sombra de dúvida um dos momentos mais marcantes na vida de uma mulher. No entanto, o facto de muitas vezes ser “pintada como cor-de-rosa” por outros elementos do círculo relacional da grávida, pode criar uma série de ideias erradas sobre este período tão determinante para mãe e bebé. Ouvimos muitas vezes dizer “Assim que tive o meu bebé nos braços, compensou tudo” – depois de um parto de 30 horas, com não sei quantos pontos à mistura; ou “Quando ouço a minha bebé chorar, consigo perceber o que ela quer”… Correcto, mas será que isto é bem assim? Ou, será que todas as mulheres são uma espécie de “chapa 5” e reagem todas da mesma forma? Não me parece. O cerne do problema aqui reside no facto de que este tipo de afirmações constitui-se com um possível peso para quem esta nesta fase. Segurar o nosso bebé nos braços pela primeira vez, um ser que cresceu dentro de nós, que carregamos no nosso ventre durante 9 meses, é sem dúvida uma experiência impar. Mas as dores, o rasgar da pele, os pontos, não deixam de estar lá. Do mesmo modo, continuamos a ser humanas e a sentir um cansaço extremo por falta de uma noite de sono seguida; angustiadas quando eles choram sem parar e nós não percebemos porquê; com medo de cometer algum erro que possa prejudicar o bebé; culpadas por sentir tudo isto e não corresponder às nossas expectativas de perfeição – afinal, se algumas vezes ouvimos como tudo isto é maravilhoso, se nós não o estamos a encarar dessa forma, se calhar é porque não somos tão boas mães como as outras. Já sentiu ou sente isto? É muito pesado, não é? Ainda por cima porque se torna tão difícil verbalizar isto – o que é que os outros pensariam de nós? Quem iria compreender? São factores como estes que levam muitas vezes à chamada depressão pós-parto. Aos factores já apontados, juntam-se as alterações hormonais (normais desta fase) e possíveis experiências de parto traumáticas, que podem conduzir a desequilíbrios emocionais mais ou menos graves. Imagine uma linha recta, um continuo entre normal e patológico. Este tipo de experiências, conjuntamente com o nosso estilo de personalidade, as experiências vividas e o apoio percebido, pode determinar a nossa posição nesse contínuo.


Nesta linha de ideias, e considerando que a ansiedade também aparece para fazer uma visita, as mães podem desenvolver perturbação obsessivo-compulsiva, ou seja, uma perturbação do foro ansioso, que se caracteriza essencialmente por pensamentos intrusivos, com carácter obsessivo, e por manifestações comportamentais – comportamentos repetitivos, ritualizados, que se destinam a “esvaziar”, embora temporariamente, a ansiedade extrema provocada pelos pensamentos. Este pode ser considerado um quadro reactivo às exigências e preocupações típicas da maternidade, sendo comum que tenha um carácter reincidente, isto é, pode ocorrer sobretudo nos casos em que a mãe já tenha manifestado este tipo de sintomatologia em algum período da sua vida. Estes quadros manifestam-se por uma preocupação exacerbada com o bebé, que se reflectem em comportamentos de protecção excessivos, que se vão desenvolvendo de uma forma ritualizada – por exemplo, perante a preocupação com micróbios e bactérias, dar banho ao bebé vezes sem conta, chegando ao ponto de provocar irritações na pele ou até mesmo feridas.   

A boa notícia é que este tipo de quadros podem ser prevenidos. Segundo um estudo levado a cabo por Kiara Timpano (investigadora da Universidade de Miami, EUA), publicado no Journal of Psychiatric Research, a realização de sessões específicas de consciencialização dos primeiros sinais desta perturbação, conjuntamente com o ensino de técnicas para lidar com as mesmas no período da gravidez, conduzem a uma descida significativa da ansiedade durante o pós-parto e a uma maior habilidade para lidar com os pensamentos obsessivos que levam aos comportamentos ritualizados.   

Muitas vezes podemos assistir a uma “combinação” – depressão e perturbação obsessivo-compulsiva no pós-parto, ou seja, elas não são mutuamente exclusivas e importa estar atento.
Como “mais vale prevenir do que remediar”, e para que possa aferir da necessidade de realizar um acompanhamento pré-natal neste sentido, importa também dar atenção aos sinais de vulnerabilidade – relembro: ter sofrido deste tipo de perturbação em algum período da sua vida, ter casos na família e/ou a predisposição para sintomatologia ansiosa.
Cuide de si! “Em prevenir está o ganho”.

publicado às 10:09

O quê, não me ralar? Eu?

por oficinadepsicologia, em 13.01.12

Autora: Tânia da Cunha

Psicóloga Clínica

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Tânia da Cunha

Se se considera uma pessoa preocupada então a preocupação não lhe é estranha, e muito provavelmente reconhece frases como: “E se”. “E se eu não conseguir?”. “E se eu não fizer bem feito”. “E se ninguém perceber?”. Saiba que todos os “E se?” são uma verdadeira manobra defensiva contra coisas que correm mal ou de se perder o controlo.


Para quem é preocupado, a preocupação é tudo menos inocente. A preocupação, essencialmente a preocupação crónica, é a base sólida da ansiedade e depressão.


Se se preocupa demasiado, o seu corpo pode traduzir o stress e a tensão da preocupação em dores de cabeça, dores de estômago ou insónia. A bem da verdade, o nosso corpo detesta preocupação. Emocionalmente, a preocupação pode dificultar o sentido de equilíbrio e deixar-nos inseguros, inquietos e pessimistas.


Em suma, a preocupação é uma tentativa para contrariar aquilo de que se sente inseguro. Preocupar-se não é necessariamente preparar-se para uma apresentação na faculdade ou controlar os pneus do carro antes de uma longa viagem. A antecipação da vida não faz de si um preocupado, mas sim quando a antecipação se centra naquelas coisas que podem correr mal ou nos aspectos negativos. Despreocupe-se preocupando-se consigo próprio!

publicado às 11:32

Estar triste ou não estar: eis a questão

por oficinadepsicologia, em 10.01.12

Autora: Cristiana Pereira

Psicóloga Clínica

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Cristiana Pereira

“Deixa lá isso… Há pessoas que estão piores que tu! Amanhã já tudo passou…” É o que ouvimos constantemente quando nos sentimos mais tristes, mais “em baixo”. É como se fosse proibido sentir a tristeza ou melhor, sentirmos que, de facto, estamos tristes. Mas porque é que não podemos sentir essa tristeza ou a melancolia? Será assim tão má a tristeza para nós? Então para o que ela serve?


Muitas vezes passamos os dias com a sensação de que estamos tristes, mas nem sabemos dizer porquê. Não conseguimos exprimir o que vai “lá dentro”. No fundo, a tristeza tem precisamente esta função, ou seja, pararmos por momentos, interiorizarmo-nos. Por outras palavras, os momentos de tristeza são muitas vezes momentos de pausa para reflectirmos sobre a nossa vida. É como se fosse um aviso para procurarmos o motivo por que alguma coisa está mal connosco. Comparando com a alegria, por exemplo, ela dá-nos energia suficiente para planearmos o nosso dia-a-dia e abarcarmos tudo o que pudermos. E talvez por termos momentos como estes, por vezes existe a vontade de correr para o sentimento de felicidade e, assim, fugirmos a este diálogo connosco mesmos, ao confronto com o nosso interior.


E do que nos vale este confronto? Ora, da mesma maneira como há emoções que parecem estar mais ligadas à resposta de sobrevivência, como a aversão, o medo e a ira, há emoções que parecem aglomeradas a uma certa paragem para aprender, tal como acontece com a tristeza, ajudando-nos a crescer. Desta forma, pode dizer-se que a tristeza não só não é negativa em si, mas como é também extremamente necessária e produtiva. Por isso, não podemos dispensar as alturas em que nos sentimos tristes, pois nesta perspectiva, podemos dizer que se trata de uma fonte de mudança, de criatividade, na forma como ultrapassamos os nossos obstáculos e de autoconsciência.


No entanto, quando estamos em determinada altura da nossa vida em que não conseguimos alternar a tristeza com estados de alegria, e a tristeza é a emoção dominante, somos impedidos de viver e de estar uns com os outros. Quando isto acontece deve ser combatido, porque se torna um bloqueio na vida que rouba as reacções e leva à apatia. Mas isso acontece com qualquer outra emoção que, quando ultrapassar doses equilibradas, acaba por nos fazer mal.

publicado às 10:23

8 alimentos úteis no bombate à depressão

por oficinadepsicologia, em 08.01.12

Autor: Fabiana Andrade

Psicóloga Clínica

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Fabiana Andrade

A depressão, perturbação comum nos dias de hoje, tem como sintomas a  falta de energia,  o humor afectado, a falta de interesse e de vontade de fazer tarefas comuns, além de sintomas físicos como dor de cabeça e dor de estômago.

 

Segundo o médico e ortomolecular Clement Hajian nosso cérebro produz substâncias chamadas de neurotransmissores que controlam inúmeras funções cerebrais. Um destes neurotransmissores, a serotonina, é capaz de dar ao cérebro a sensação de bem-estar, regulando nosso humor e também a sensação de "saciedade".

É sabido que alguns alimentos ajudam o organismo a produzir essas substâncias, aumentando o bom humor e combatendo a depressão. Porém, o médico faz uma ressalva. "Apenas a alimentação não é suficiente para combater um quadro depressivo, sendo necessária uma associação de tratamentos". No entanto, a alimentação é um aliado eficaz no tratamento, não devendo ser subestimada.

 

Alimentos ricos em magnésio, cálcio, vitamina B6 e ácido fólico melhoram significadamente o humor.

 

Aqui fica uma lista de alimentos que melhoram o humor e são excelentes aliados no combate à doença:

 

Castanha-do-pará, Nozes e Amêndoas: Ricas em selênio e ômega 3, eficazes também como antioxidantes. Reduzem o stress e como consequência melhoram o combate a depressão. Recomenda-se a ingestão de duas a três unidades de castanha-do-pará ou cinco unidades de nozes ou dez a doze unidades de amêndoas;

 

Iogurte e Queijos: Auxiliam na eliminação da tensão e sintomas da depressão, além de ser possível reduzir e controlar o nervosismo e a irritação. O iogurte por ser rico em BCAA, ou amino-ácidos ramificados, fortalece a memória e ajuda para o bom-humor, já queijos sabiamente envelhecidos, são ricos em triptofano e fosfato de cálcio e magnésio devidamente balanceados, mantendo o bom funcionamento eléctrico cerebral;

 

Frutas: Melancia, abacate, mamão, banana, tangerina e limão são conhecidos como agentes do bom humor. Todas estas frutas são ricas em triptofano, aminoácido que ajuda na produção de serotonina. As frutas agem principalmente na fadiga, no stress e como relaxantes musculares, pela sua composição mineral. Devem ser consumidas diariamente através de três ou cinco porções;

 

Mel: Esse alimento estimula a produção de serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e bem-estar. Para usufruir dos benefícios, duas colheres de sobremesa, ao dia, são suficientes, de preferência misturados na água;

 

Ovos: São uma boa fonte de tiamina e a niacina (vitaminas do complexo B), que colaboram com o bom humor. São  ricos em vitamina E e vitaminas do complexo B, como B6,  precursora de dopamina, já a metionina e a colina, presentes no ovo, ajudam na produção de outros neurotransmissores. É recomendada uma unidade por dia, no máximo;

 

Carnes magras e peixes: O triptofano e o ômega 3, presentes nestas fontes de proteína, ajudam  na melhoria do humor, pois aumentam a produção de serotonina, que exerce grande influência no estado de humor,  é capaz de reduzir a sensação de dor, diminuir o apetite, relaxar, criar a sensação de prazer e bem-estar e até induzir e melhorar o sono. O recomendado é consumir entre uma e duas porções por dia, principalmente de peixes como atum, salmão, ou peixes anchovados que são ricos em fosfato e ômega 3 e tem ação de manter o potencial zeta (potencial elétrico correto), ao nível de sistema nervoso central;

 

Hidratos de carbono complexos:  Ajudam o organismo a absorver triptofano e estimulam a produção do neurotransmissor serotonina, que ajuda a reduzir as sensações de depressão. Uma alimentação pobre em hidratos de carbono, por vários dias, pode levar a alterações de humor e depressão. Alimentos fontes de hidratos: pães integrais, cereais integrais (trigo, arroz). A recomendação é de 6 a 9 porções diárias;

 

No caso de chocolates a preferência é pelos mais amargos, ou conjugados com fibras, pois devem ser consumidos em pequenas porções e são uma óptima forma de aumentar a serotonina e a dopamina.

 

Folhas verdes: Estudos mostram que uma alimentação com consumo elevado de folato (importante vitamina do complexo B) está associada a menor prevalência de sintomas depressivos. Um dos alimentos ricos em folato são as hortaliças folhosas verde-escuras (espinafre, brócolis, alface). Além disso, a alface quando fervida pode fornecer fito-hormônios, mesmo na forma de chá que ajudam a combater o mau-humor;

 

Bom apetite!

 

Aproveitamos para lembrar que o grupo terapêutico de tratamento de depressão tem início no dia 23 de Janeiro, tendo inscrições reduzidas e um custo igualmente mais reduzido por comparação com a intervenção individual. Inscreva-se já enviando um email para contacto@oficinadepsicologia.com

 

publicado às 10:40

Smartphones, depressão, stress e insónias

por oficinadepsicologia, em 02.01.12

Autora: Fabiana Andrade

Psicóloga Clínica

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Fabiana Andrade

De acordo com o professor de Psicologia Organizacional e Saúde da Universidade de Lancaster, Cary Cooper, o
uso excessivo de smartphones pode levar à depressão, estresse e insônia, . Segundo Cooper, os aparelhos oferecem uma saída passiva onde o usuário não precisa interagir com o mundo ou enfrentar os problemas.

Assim como a luz da televisão atrai e entorpece os sentidos, os aparelhos também, segundo o psicólogo que falou para o jornal The Sun; podem causar vício e destruição.  "As tecnologias de computador podem ser viciantes, porque elas são psicoativas -  alteram o humor e, muitas vezes desencadeam sentimentos agradáveis", explicou Cooper.

Veja a seguir dicas do professor Cooper para limitar o tempo de uso e evitar problemas de saúde:

Saiba o momento de usar:
O telefone está sempre lá, mas isso não significa que deve usá-lo o tempo todo. Existem momentos em que precisa  concentrar-se em outras coisas; como na condução.

Fale mais:
Use o telefone para organizar conversas pessoalmente. Estar fisicamente com alguém melhora a qualidade da comunicação. A linguagem corporal ajuda na transmissão das mensagens.

Exercite-se mais:
A menos que a sua profissão exija que esteja sempre contactável, fique algumas horas longe do telefone. Exercícios aeróbicos, como a corrida, aumentam o fluxo de sangue e oxigênio para o cérebro, que regenera os receptores e ajudam a raciocinar melhor.

Faça um balanço:
Da mesma forma que um fumador não consegue ficar sem os seus cigarros, uma pessoa viciada na tecnologia dos smartphones tem dificuldade em ficar sem seu telefone. Estipule horários do dia para o uso do telefone e evite fazer pequenos acessos fora destes períodos.

Use-o melhor:
Não há nada de errado com os smartphones, o problema é como a pessoa o usa. Como qualquer ferramenta, o telefone precisa ser usado com sabedoria.

Peça Ajuda:

Não está sozinho e não é vergonha pedir ajuda ao identificar que tem um problema.

publicado às 10:52

E quando as crianças deprimem...

por oficinadepsicologia, em 27.12.11

Autora: Tânia da Cunha

Psicóloga Clínica

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Tânia da Cunha

As depressões não se manifestam unicamente nos adultos. As crianças também podem sofrer desses sintomas e esses casos são mais frequentes do que geralmente se pensa. O problema é que muitas vezes a sintomatologia depressiva nas crianças é desvalorizada.

 

Durante muito tempo a depressão em crianças e adolescentes passou despercebida, não sendo alvo de muita atenção ou preocupação. Estima-se que cerca de dois por cento do total de crianças em idade escolar e aproximadamente cinco por cento dos adolescentes sofrem de depressão. No entanto, muitas vezes torna-se difícil fazer o diagnóstico, precisamente porque nestas idades é frequente que a depressão se manifeste simultaneamente com outras doenças.

 

Para além de uma predisposição genética, há outros factores que facilitam o aparecimento de uma depressão durante a infância. Um desses factores é a mudança natural do jardim infantil para a escola primária. O meio envolvente da criança age pois como uma influência directa.

Outro factor verifica-se quando os pais têm frequentemente discussões violentas e o ambiente em casa nada tem de afectuoso e de acolhedor para a criança.

 

Os primeiros sintomas de uma perturbação na primeira infância começam a manifestar-se quando a criança é ainda bebé. Uma das causas possíveis será o facto de separar da mãe uma criança de tenra idade, não lhe proporcionando uma relação estável com uma outra pessoa que a substitua. O sofrimento pode sobressair de diversas formas, desde o choro constante até à falta de apetite.

 

As crianças em idade pré-escolar expressam esse sofrimento mais através da mímica, da expressão do rosto, do que por palavras. Também pela observação da postura corporal se podem detectar sinais do seu estado anímico.

 

Quanto às crianças já em idade escolar, é importante dar atenção ao que elas nos dizem. Se lhes fizermos perguntas para explorar o seu estado de espírito, ou se estivermos atentos àquilo que pretendem transmitir pelas suas atitudes, saberemos que não se sentem suficientemente amadas.   

 

Existem determinados aspectos, como a expressão de uma tristeza profunda, que nos podem indicar sintomas depressivos numa criança. Simultaneamente a este estado psíquico e de uma diminuição da auto-estima, pode também manifestar-se um comportamento agressivo. Muitas crianças começam nesta fase a mentir cada vez mais, ou a evidenciar a prática de furtos. De modo geral, estas crianças tornam-se inseguras e revelam problemas de relacionamento. Tem se verificado que existem dificuldades no comportamento em grupo e que reagem pelo isolamento social.

 

No final da adolescência pode manifestar-se uma atitude triste e deprimida. A ausência de esperança e o medo do futuro podem até dar origem a uma fuga à realidade, através do consumo de drogas.

 

É inquietante o facto de as queixas depressivas de uma criança ficarem muitas vezes sem tratamento até à idade adulta. Lembre-se que o diagnóstico precoce e uma intervenção adequada são factores decisivos.

publicado às 18:45

De certeza que o seu filho não está deprimido?

por oficinadepsicologia, em 18.12.11
Depressão infantil

A depressão das crianças e dos adolescentes tem uma apresentação diferente da dos adultos e, por isso, comporta um risco elevado de não ser correctamente identificada por pais e professores e, portanto, de ficar por tratar. Os pais apenas se apercebem de uma diferença na forma de estar dos seus filhos, para a qual tentam ir encontrando explicações que lhes pareçam razoáveis face ao que conhecem deles – o rendimento escolar pode baixar sem razão aparente, ou o jovem pode demonstrar explosões inexplicáveis de agressividade, ou retirar-se em isolamento, ou o sono altera-se, ou surgem queixas físicas, ou… Existem muitas expressões de uma mesma realidade: depressão juvenil.

 

Por sabermos da dificuldade na identificação de um estado depressivo numa criança ou adolescente, a equipa MindKiddo - www.mindkiddo.com - vai oferecer o rastreio à depressão a 40 jovens (até aos 16 anos). As avaliações irão decorrer em Lisboa, ao longo do mês de Janeiro e são inteiramente gratuitas, ainda que limitadas aos 40 primeiros pedidos.

 

Para poder beneficiar desta avaliação e poder ficar tranquilo a propósito do seu filho, basta enviar um email para contacto@mindkiddo.com, pedindo para marcar o rastreio à depressão juvenil.

 

Fique bem e a sua família também!

publicado às 14:00

Perturbações emocionais e vulnerabilidade

por oficinadepsicologia, em 09.12.11

Autora: Tânia da Cunha

Psicóloga Clínica

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Tânia da Cunha

Estudos demonstram que a depressão e os estados de ansiedade constituem as duas principais perturbações baseadas nas emoções, afectando cada um cerca de um quinto das pessoas nas sociedades industrializadas ocidentais em qualquer altura das suas vidas.

Estas perturbações emocionais são geralmente causadas da mesma maneira que as emoções negativas, por acontecimentos graves. Mas as perturbações emocionais não são só emoções intensas ou duradouras. Para ficarem deprimidas geralmente as pessoas também têm de ser vulneráveis.

 

É amplamente aceite que os episódios de depressão são usualmente iniciados por qualquer evento grave na vida ou dificuldade. No entanto, nem todos os que experienciam sérias adversidades sofrem de depressão ou estados de ansiedade. O que tornará então uma pessoa mais vulnerável que outra?

 

Vários estudos apontam factores de vulnerabilidade para o aparecimento das perturbações emocionais como: a experiência precoce, a auto-estima, o pensamento baseado na apreciação, o apoio social ou até mesmo os efeitos genéticos.

No que diz respeito à experiência precoce, considera-se que a vulnerabilidade da negligência precoce pode enviesar a percepção que temos de nós próprios, como não merecedores de amor e cuidado. 

 

Relativamente à auto-estima, existem evidências científicas que pensar negativamente acerca de nós mesmos parece estar envolvido em casos sérios de depressão, bem como em casos menos sérios de fracasso nalguma tarefa.

 

As relações próximas têm um enorme efeito sobre o facto de as pessoas desenvolverem ou não uma depressão em resposta às adversidades. Parece que ter um relacionamento íntimo actua como um amortecedor. Neste sentido, o apoio social produz um pequeno efeito por si mesmo, mas amortece o impacto dos acontecimentos negativos e das dificuldades da vida quando estes ocorrem.

 

Quanto à influência dos efeitos genéticos, estudos sugerem que podemos herdar tendências que aumentem o risco de depressão e de ansiedade.

 

Ainda assim, se identificou alguns destes factores de vulnerabilidade, não desespere:

  • Não subvalorize as pequenas coisas. Aprender de novo a sentir prazer é uma forma de terapia;
  • Não queira exigir de si próprio tarefas exageradas;
  • Evite o isolamento social;
  • Não adie a procura de um apoio profissional.

publicado às 10:17

A tristeza e a depressão

por oficinadepsicologia, em 06.12.11

Autora: Joana Fojo Ferreira

Psicóloga Clínica

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Só se deprime quem não se deixa entristecer

António Branco Vasco

 

Joana Fojo Ferreira

Esta é sem dúvida uma das frases marcantes do meu percurso académico e a minha experiência clínica tem confirmado todos os dias quão verdadeira ela é.

 

Talvez soe estranho, estamos habituados a associar a depressão à tristeza e a temer que se nos permitirmos entristecer podemos acabar a deprimir. Por lógico que possa parecer o raciocínio, é na realidade falso.

 

A tristeza é uma emoção com funções adaptativas muito importantes: por um lado mostrarmos aos outros que precisamos de conforto e auxílio no sentido de reduzir o nosso sofrimento psicológico, por outro recolhermo-nos em nós próprios no sentido de ultrapassar as nossas perdas significativas. Ambos estes movimentos são fundamentais para recuperarmos o equilíbrio e voltarmos a investir nas nossas vidas.

 

A depressão é como uma panela de pressão, cheia de tristeza a ferver e sem que aliviemos o pipo para deixar alguma sair. Ao não nos permitirmos entristecer, não libertamos alguma desta energia dolorosa mas real, e ficamos inundados por ela; no esforço de não a deixarmos sair, bloqueamos todas as saídas, que são também as entradas, e a vida deixa de fluir.

 

Quando a tristeza lhe bater à porta, e ela bate com alguma frequência, dê-lhe alguma atenção, dê-lhe algum colo, procure algum conforto junto de quem lho saiba dar. Acredite que não vai deprimir.

publicado às 14:11

Excessos e lágrimas

por oficinadepsicologia, em 29.11.11
 
 
Chorar não é depressão. Estar triste também não. E uma fase negra, em que tudo corre mal, pode ser deprimente, mas também não determina depressão. É uma óptima ideia termos estes temas em mente, para não corrermos para comprimidos sem qualquer necessidade disso, em vez de nos focarmos em mobilizar as nossas estratégias e recursos pessoais para lidar de uma forma saudável e adaptativa com as situações que nos estão a perturbar um funcionamento optimizado.

As emoções negativas fazem parte da vida – são um acessório de base, quer as queiramos, quer não. E têm uma função de saúde, na medida em que são reacção saudável, protegendo-nos de ameaças externas ou internas, alertando-nos para situações que urgem ser resolvidas, obrigando-nos a defender as nossas necessidades ou permitindo-nos o tempo e condições de quietude para uma reorganização interna. Tentar terminá-las, a golpes de químicos, é tão pouco funcional como tentar silenciar um alarme sofisticado, por estarmos incomodados com o som, sem termos o cuidado de investigar porque disparou e fazermos o que houver a fazer para resolver esse motivo. De cada vez que interrompemos de uma forma artificial o fluxo das emoções, sem análise, sem alterações à nossa abordagem à vida e leitura do que se passa connosco, estamos a correr o risco de silenciar um mecanismo de vida precioso e que faz parte integrante de nós.

Naturalmente, que existem muitas situações que exigem intervenção psico-farmacológica – apenas não tantas quantas as que estão a ocorrer, com sério prejuízo da própria saúde mental que visam proteger. Nunca tome medicamentos psiquiátricos que não foram prescritos por um psiquiatra ou neurologista e, sempre que lhe forem recomendados, avalie se a psicoterapia não poderá ser uma alternativa ou um complemento eficaz.

publicado às 10:09


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