Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Irina António
Psicóloga Clínica
As crianças sentem medo mais frequentemente do que aquilo que nós, adultos, possamos imaginar. Por cada caso de medo expresso, há muitos casos de medo experienciado em silêncio, de medo oculto e escondido por detrás dos comportamentos agressivos, da timidez excessiva ou das queixas somáticas. Este medo “vem à superfície” nos momentos em que se abre um espaço onde a criança possa falar sobre o que sente sem receio de ser julgada, de incomodar ou assustar os outros com a expressão do seu sentimento.
A maior parte dos medos aparece num período compreendido entre os 4 e os 6 anos, tendo um pico de sensibilidade aos 6. O facto de os medos serem compreendidos culturalmente como uma “emoção negativa” faz com que os pais se esforcem para explicar aos pequeninos como ultrapassá-los, mas poucas vezes darem atenção à aceitação das suas experiências emocionais. Esta estratégia também pode derivar da baixa tolerância às emoções fortes dos próprios pais, o que contribui para reacções como: ignorar, negar ou desvalorizar, tentar acalmar a todo o custo, rotular o medo como uma doença e insistir na medicação.
Autora: Irina António
Psicóloga Clínica
Hoje em dia já não ouvimos outra coisa que o apelo para manter um olhar realista: sobre a relação interior connosco próprios e, claro, sobre a relação com os representantes do sexo oposto. As idealizações do antigamente são vistos pelo prisma de ironia. Um verdadeiro: “sejam prudentes!”
E o sonhar? Na realidade, se a ideia do encontro com o homem dos seus sonhos não tocasse tão profundamente nas cordas da alma feminina, quem comprava os romances, revistas com fotografias e histórias sobre estrelas da música e do futebol, quem passava horas na conversa com amigas a falar sobre relações amorosas?
“Ao longo do dia recorro várias vezes aos acontecimentos do passado e digo a mim própria: “se tivesses tomado outra atitude, se tivesses feito da outra maneira, seria tudo diferente e muito melhor. Sei que isto é uma tolice, que é estúpido pensar sobre coisas que não aconteceram, mas tenho pena que a minha vida tenha tomado um rumo e eu gostaria que tomasse outro. O meu marido foi-se embora e agora, sempre que oiço algo sobre ele, sinto-me cheia de ressentimentos. Estou cansada de viver assim, sinto que a minha própria vida está parada e sem cor. Como posso ultrapassar isto?”
T. S., 38 anos
Autora: Irina António
Psicóloga Clínica
“Estou farta! Cada vez que vou a casa dos meus pais, saio dali irritada. Mas porque é que a minha mãe continua a tratar-me como se eu fosse uma adolescente de 12 anos, faz umas conversas que não me dizem nada, perguntas a que não tenho vontade de responder?” – lamenta a Teresa de 35 anos, funcionária do departamento de sinistros numa companhia de seguros, que mesmo em situações de maior stress consegue manter o domínio sobre as situações. Mas basta passar a porta da entrada da casa dos pais, e ela, como Alice no País das Maravilhas, começa a “diminuir em tamanho” e as perguntas da mãe entram nos seus ouvidos como intrusos ressuscitados dos tempos passados. A Teresa diz que começa a sentir-se invadida e desrespeitada e perde toda a capacidade de manter uma conversa de adultos.