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Meses Difíceis

por oficinadepsicologia, em 21.12.12

Autor: Gustavo Pedrosa

 

Psicólogo Clínico

 

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Gustavo Pedrosa

Muitas vezes, após o Verão, os clientes tendem a falar-nos de meses de “depressão”, meses difíceis. Mas serão mesmo os piores meses para quem sofre de depressão? Será mesmo a pior altura do ano para as pessoas com predisposição para a Depressão?

 

Primeiro há que clarificar o porquê das pessoas ficarem com maior apatia ou aparente tristeza nos primeiros dias de Inverno. Tudo está relacionado com o quotidiano, com o regresso às rotinas após as férias, com o inicio das aulas, com os dias mais frios e com menos horas diárias de luz, sintomas ampliados pela mudança horária, que pode implicar um menor contacto social e uma menor motivação para “sair de casa”. Chegam os dias descritos como “dias de sofá”...

 

A menor exposição com a luz solar leva a ligeiras alterações hormonais, que nos podem deixar menos activos ou com maior procrastinação, mas estes sintomas não deverão ser confundidos com depressão, pois a Depressão Major tem critérios que não se enquadram nesta astenia temporal e vão muito mais além dela.

 

Tal como a “Astenia de Outono”, se assim a podemos chamar, a Depressão envolve perca de interesse, lentificação psicomotora e perda de energia. Mas a Depressão envolve também sintomas como o choro e a irritabilidade ou, mais importante, a sensação de vazio e de tristeza.

 

As alterações de sono e do apetite são comuns, tal como as alterações de peso, a fadiga recorrente, pensamentos de desvalorização ou culpa excessiva. E podem até aparecer pensamentos recorrentes sobre a morte. Tal como todas as psicopatologias, a Depressão tem que cumprir uma linha temporal em que os sintomas são persistentes.

 

Ao contrario da normal “preguiça” no fim de semana de Inverno e da menor vontade de realizar tarefas fora das nossas rotinas habituais ou das nossas obrigações, que nem todas as pessoas sentem de igual forma, a Depressão é algo de mais profundo, mais concreto no diagnóstico e no que toca a sintomas, que não depende apenas do ambiente exterior ou dos dias mais ou menos solarengos.  Para o tratamento da Depressão existem protocolos terapêuticos específicos, diferentes dos criados para lidar com a desmotivação ou a astenia.

 

No entanto, se tem dúvida relativamente aos sintomas sentidos ou às alterações sofridas nestes meses outonais e de invernia, não há nada melhor do que contactar profissionais indicados para o diagnostico dos mesmos.

publicado às 11:25

Autora: Tânia da Cunha

 

Psicóloga Clínica

 

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Tânia da Cunha

O comportamento dos familiares e amigos reveste-se de grande importância na tentativa de ajudar o doente deprimido. De modo geral, a depressão não surge de repente, vai-se desenvolvendo despercebidamente durante um longo espaço de tempo, mas, mais tarde ou mais cedo, acaba por se reparar que algo não está bem. E agora, o que fazer?

 

- É fundamental ter muita paciência: Mesmo que tenha dificuldade em entender, por detrás do comportamento de alguém deprimido não há preguiça nem intenção de sobrecarregar os outros. Bem pelo contrário, o doente depressivo sente um enorme desejo de se libertar o mais rapidamente possível do seu estado.

 

- Prudência: A pessoa que está mais próxima tem de estar envolvida no processo, mas tem de pensar também em si própria, caso contrário acabará igualmente por precisar de ajuda. A compreensão com o outro é adequada mas é preciso estabelecer limites de forma a proteger-se.

 

- Estimule o doente a consultar um médico: Quando a pessoa que está mais próxima do doente constata que ele está cada vez mais deprimido, não deve hesitar em aconselhar-se com um médico ou com um psicoterapeuta, mesmo que não seja essa a vontade dele. Quanto mais cedo falar com o doente sobre o assunto e o convencer a tratar-se, melhor será.

 

- Não desista: Quem está deprimido tem tendência para isolar-se cada vez mais, e frequentemente dizem até que querem que os deixem em paz. A insistência pode ser prejudicial, mas pode tentar arranjar sempre novas propostas de atividades para praticarem em conjunto, por exemplo um passeio que possa proporcionar alguns momentos de prazer a ambos.

 

- Apenas o médico ou o psicoterapeuta têm preparação para o tratamento: Os familiares e amigos do doente não podem tentar substituir o médico. Não é esse o seu papel, nem têm a preparação necessária para o fazer, nem mesmo o distanciamento profissional que permite uma saída segura para vencer a depressão.

 

publicado às 11:37

A Depressão é Mais do que “Tristeza Melancólica”

por oficinadepsicologia, em 02.12.12

Autora: Tânia da Cunha

 

Psicóloga Clínica

 

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Tânia da Cunha

Mencione que está deprimido e todos saberão do que está a falar. Sentir-se em baixo, infeliz, negativo, oprimido, sem valor – todos estes sentimentos são sintomas do que geralmente é designado por depressão.

 

A depressão pode ser uma condição séria e ameaçadora da vida, é um problema que afeta todo o corpo, com raízes bioquímicas e emocionais. Com sintomas como a tristeza, fadiga, sono, perturbações do apetite, medos, preocupações, decréscimo do desejo sexual, dificuldades de concentração e sentimentos de desespero, pode constituir um problema sério se não for tratada.

 

Seguem-se algumas sugestões com o intuito de o ajudar a desenvolver estratégias em relação à doença e questionar novas atitudes:

 

- Em vez do caos, um programa diário: Quem conhece o caos que implica estar deprimido, bem sabe que existe uma enorme dificuldade em estruturar o seu dia-a-dia. É característico desta doença o facto de determinadas atividades, anteriormente realizadas com prazer, passarem a ser difíceis ou até mesmo impossíveis de realizar. Experimente anotar as várias tarefas a desenvolver ao longo de um dia normal, sem esquecer de registar as horas a que devem ser cumpridas. Não queira exigir de si próprio tarefas exageradas. De início, basta fazer uma pequena coisa de cada vez.

 

- Recompense-se a si próprio: Na depressão é preciso recuperar o prazer da vida. Neste sentido, no programa diário acima sugerido, inclua não só as obrigações mas também aquelas pequenas atividades que anteriormente lhe proporcionavam prazer, tente planifica-las com horários fixos e com regularidade, para que tornem a ser sentidas como atividades positivas.

 

- Evitar o isolamento social: Na depressão há uma tendência para vivenciar a sensação de ser incompreendido por toda a gente, o que poderá implicar a quebra de relações significativas e inevitavelmente deparar-se com o isolamento. Lembre-se que o isolamento social nada tem de benéfico, pode até agravar a sua situação.  É importante continuar a cultivar os contactos antigos, mesmo aqueles que lhe pareçam superficiais. Fale com as pessoas que o rodeiam sobre os seus receios e preocupações.

 

- Deixe extravasar os sentimentos: Há pessoas que não se importam de exprimir abertamente os seus sentimentos e emoções. Mas há outras que são mais reservadas e como que se fecham em si mesmas. Na depressão, pode ser um alívio dar livre curso às emoções, visto que assim diminui a tensão interior.

 

Bem sei que o caminho a percorrer não é fácil, mas não tem necessidade de o percorrer sozinho, procure um profissional para o ajudar.

 

publicado às 11:15

O Inverno e a Depressão

por oficinadepsicologia, em 25.11.12

Autora: Ana Beirão

 

Psicóloga Clínica

 

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Ana Beirão

O Outono chegou com as suas características próprias, chuva, dias cinzentos e curtos. O frio bate à porta, entra e apoquenta-nos com as mudanças que temos de fazer em nós e lá por casa. É altura de mudar a hora, de mudar as peças de vestuário, abrir o baú, começar a aquecer a casa.

 

A mudança chega, instala-se e como é que nós ficamos? Para alguns de nós surgem sintomas depressivos como a fadiga, dificuldade de concentração, aumento da necessidade de dormir ou dificuldade em dormir, isolamento da família e dos amigos, aumento de peso, falta de esperança, diminuição acentuada de interesse nas actividades que habitualmente dão prazer.

 

Estes são alguns dos sintomas que relacionamos com a depressão mas que, neste caso, devem-se à época do ano, à depressão sazonal. Nesta altura, o tempo frio e a ausência de luz natural, faz com que fiquemos mais vulneráveis a flutuações normais do humor.

 

Assim recomendamos que durante esta altura:

- Tenha em conta o que come, uma dieta pobre pode contribuir para as mudanças de humor e para a falta de energia, por isso não exagere em produtos “fast food”.

  • - Faça algum exercício fora de casa, pois ajuda a melhorar o humor e contribui para noites bem dormidas, além de receber alguma luz natural.
  • - Deite-se a horas regulares.
  • - Como temos menos luz natural nesta altura do ano, pense em ter mais luzes ligadas pela casa, a quantidade de luz ajuda a diminuir alguns dos sintomas.
  • - Não se isole em casa, invista o seu tempo com família e amigos, visto que o isolamento pode levar a um aumento do estado depressivo.

Faça uma nova actividade, mais criativa, aprenda algo novo. Comece uma colecção de folhas de árvores por onde passa nos seus passeios, por exemplo.

 

Estes são apenas alguns exemplos que lhe podem ajudar durante esta época, mas se perceber que a sua depressão vai tomando outras proporções com as quais não consegue lidar, contacte um profissional e peça uma ajuda mais especializada.

 

Deixo-vos aqui um provérbio chinês, que pode ajudar a clarificar a necessidade de uma monitorização quando afectados pela depressão “Não tenha receio de caminhar devagar, tenha apenas receio de ficar parado”.

 

 

publicado às 12:42

Depressões zangadas

por oficinadepsicologia, em 10.10.12

Autor: Francisco de Soure

Psicólogo Clínico

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Francisco de Soure

Num artigo anterior, tive a oportunidade de ilustrar a utilidade da zanga enquanto emoção promotora da qualidade de vida, e protectora dos nossos limites individuais. Vimos a forma como a sua repressão e expressão excessiva (e, por vezes, como uma implica a outra) podem trazer-nos dissabores, assim como os claros benefícios que podem advir da sua expressão adequada.

 

Neste artigo, vamos poder olhar para as consequências a longo prazo da expressão desadequada de zanga para a nossa saúde mental. Tomemos como ponto de partida uma consideração fundamental que foi referida no anterior artigo: a zanga é a emoção que nos permite estabelecer limites, desempenhando um papel fundamental na regulação das nossas relações com os outros.

 

Para todos nós, existe um conjunto de necessidades psicológicas básicas que necessitam ser supridas de forma a assegurar a nossa saúde mental. A segurança, afecto, suporte emocional, autonomia e lazer são apenas algumas destas necessidades. Quando estas necessidades não estão satisfeitas, surgem dificuldades, muitas delas configurando quadros de perturbação psicológica. Por exemplo, a maioria das pessoas que sofrem de ansiedade não têm a sua necessidade de segurança satisfeita. Vivem com uma sensação profunda (e, muitas vezes, não reconhecida) de vulnerabilidade. Seja uma vulnerabilidade física (aprendida, por exemplo, ao longo de anos de agressões físicas às mãos de figuras de cuidado, ou de sofrimento físico causado pela negligência das mesmas), seja uma vulnerabilidade emocional ou social (aprendidas com experiências de humilhação ou abuso emocional), esta resulta uma constante quase subentendida na sua experiência de estar vivos. Esta vulnerabilidade sentida origina uma expectativa permanente de risco pessoal, que resulta num estado ansioso. Com expressões tão diversas, entenda-se, como a perturbação de pânico – na qual expressamos um medo desadequado da possibilidade de sofrer repentinamente perigo de vida ou de descontrolo total – ou a ansiedade social – a expectativa permanente de sermos avaliados muito negativamente pelos outros, com consequências catastróficas. É através da expressão das emoções que regulamos as nossas relações com os outros de forma a garantir a satisfação destas necessidades – por exemplo, num contexto adequado, a expressão adequada de medo por parte de uma criança conduz a que os seus pais procurem protegê-la. O exercício continuado destas emoções permite-nos criar uma expectativa de que, caso expressemos as nossas emoções de uma forma adequada, as nossas necessidades serão satisfeitas como resposta. Quando isto não acontece, o quadro torna-se muito diferente.

 

No caso particular da zanga, temos duas situações. Quem aprende desde cedo que só uma expressão constantemente intensa e agressiva da zanga consegue estabelecer os limites, tende a generalizar esta expressão agressiva em todas as situações nas quais sente que os seus limites estão a ser infringidos. Todos conhecemos alguém assim. Aquela pessoa que reage agressivamente de forma inesperada sempre que lhe é feito um pedido, ou reage constantemente com agressividade a brincadeiras que pretendemos ser inofensivas. Ou aquela pessoa que dá sempre feedback aos outros com “sete pedras na mão”. O contrário também conhecemos, seguramente. A pessoa que parece aceder a todos os pedidos e exigências sem argumentação. A pessoa que fica sem reacção quando confrontada, e parece acatar docilmente afrontas e insultos. Muitas vezes, a pessoa que parece explodir quando menos esperamos…

 

Imaginemos, por um momento, o efeito destas situações a longo prazo para ambos os estilos de expressão de zanga. A primeira, seguramente, sentir-se-á frequentemente distante dos outros. A sua zanga será reciprocada com zanga, pelo que será provável que sinta também que os outros levam sempre a mal quando estabelece limites. Sentirá que os seus limites não são respeitados, já que quando os estabelece estas tentativas são sempre correspondidas com mais agressão. Como se nunca fosse verdadeiramente aceite e respeitada. Já a segunda estará regularmente a privar-se de necessidades como tempo pessoal, o livre uso de recursos pessoais como a energia, o dinheiro, ou o seu espaço físico. A vida pode tornar-se muito pouco gratificante para quem parece estar sempre disposto a abdicar. Com o tempo, a repetição destas formas de abuso poderá resultar numa crença como: “eu tenho o que mereço. Se tenho muito pouco, deve ser porque mereço muito pouco”, ou “se os outros gostam de mim, tratar-me-ão bem. Se me tratam mal, deve ser porque não há grandes motivos para gostar”. Qualquer um destes cenários pinta um quadro de crónica insatisfação. Necessidades como a aceitação social, autonomia pessoal, privacidade, ou lazer poderão ser das mais afectadas.

 

Qualquer um de nós conhecerá seguramente alguém que já viveu uma depressão. Quem escutou o seu sofrimento, reconhecerá seguramente muitas destas privações como parte das queixas que quem está deprimido elenca: sentir que não é apreciado pelos outros; sentir que nada vale a pena porque os outros nunca o permitirão/respeitarão; sentir que o seu valor pessoal é diminuto; sentir-se encurralado por circunstâncias nas quais os outros parecem nunca estar disponíveis para ir de encontro às suas necessidades. Não pretendo, de modo algum, advogar que a expressão desadequada de zanga é a causadora exclusiva de aparecimento de sintomas de depressão. Tal alegação teria tanto de redutora como de absurda. No entanto, parece-me inegável que a dificuldade na expressão da zanga se pode constituir como um potentíssimo ingrediente no seu desenvolvimento.

 

Ao longo dos anos, a prática clínica tem-me posto em contacto com dezenas de pessoas com sintomatologia depressiva. Estaria a mentir se as dificuldades no estabelecimento de limites não fossem algo relatado pela vastíssima maioria destas pessoas. Num recente grupo de Depressão, como é regular realizar na Oficina de Psicologia, 6 dos 7 membros do grupo tinham nesta dificuldade o principal motivos das situações que precipitaram a sua situação. Da esposa que não conseguia que o marido regulasse as invasões de privacidade dos seus sogros, à mulher de meia-idade que não conseguia demonstrar aos seus filhos e amigos que determinados pedidos excediam a sua capacidade de lhes dar satisfação sem se sacrificar, o resultado era muito semelhante. Todas estas pessoas sentiam as transgressões que sofriam como o resultado da falta de valor pessoal, ou de afecto daqueles de quem gostavam

 

Deixo-lhe um convite: reflicta sobre a forma como estabelece limites. Sobre a forma como se posiciona face às suas necessidades e dos outros. O que quer partilhar connosco?

publicado às 12:39

O fim das férias e a depressão

por oficinadepsicologia, em 12.09.12

Autora: Cristiana Pereira

Psicóloga Clínica

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Cristiana Pereira

Como assim depressão e férias!? À primeira vista são duas palavras que não se relacionam! Quem nunca passou pela experiência de quase ter um ataque só de lembrar que as férias acabaram e vai começar tudo de novo?

O mal-estar e o desânimo aparecem quando a data de regresso ao trabalho se aproxima. Podem surgir insónias, ansiedade, tristeza e irritabilidade e os sintomas depressivos ocorrem.

 

A depressão pós férias não é mais do que uma depressão reactiva a um acontecimento desagradável. Voltar ao ritmo de trabalho é uma tarefa difícil para o nosso organismo, assim como desabituar-nos das obrigações laborais e do ritmo profissional acelerado.

É natural que, no início das férias, algumas pessoas experimentem nos primeiros dias sensações de ansiedade e angústia pela mudança de ritmo. O nosso cérebro e o nosso corpo precisam de tempo para adoptar outro ritmo de vida. O não ter horas para se levantar, as refeições em horários diferentes, o não sentir a pressão do telefone ou do chefe, são factores que levam algum tempo a serem interiorizados.

Da mesma forma, voltar ao ritmo de trabalho pode tornar-se angustiante nos primeiros dias ou, para alguns, esta angústia surge uns dias antes por antecipação daquilo que o espera, ou seja, a mudança de ritmo novamente.

 

Para que o regresso ao trabalho não seja algo tão penoso, deixo-lhe algumas estratégias para amenizar o regresso ao trabalho:

  • Se vai viajar ou passa férias fora de casa, nunca volte na véspera de retornar ao trabalho. O choque é maior para o seu cérebro e para o seu corpo.
  • Se puder faça férias repartidas. As férias prolongadas aumentam essa sensação de desprazer ao voltar. O ideal seria fazer férias duas a três vezes no ano.
  • Volte três a quatro dias antes e comece a levantar-se mais cedo progressivamente nesses dias para que se habitue a um novo horário.
  • Pratique actividades físicas e de lazer, além de actividades sociais prazerosas.
  • A carga de e-mails e de problemas pendentes será menor se puder encarregar alguém que o possa ajudar; caso contrario, faça uma lista de prioridades e comece pelos projectos que não foram concluídos antes das férias.
  • Evite marcar reuniões e outros compromissos muito importantes para a primeira semana.

 

O regresso ao trabalho sem qualquer preparação pode causar uma extrema produção de cortisol (hormona do stresse), mudanças na taxa glicémica, alterações de pressão, tensão muscular, problemas digestivos, taquicardia e até desencadear um processo de depressão. Quando os sintomas se recusam a ir embora, então é porque algo não está bem. Podem persistir os sintomas de cansaço, insónia, irritabilidade, angústia ou tristeza e, nesta altura, é recomendado perceber junto de um profissional qual o problema.

publicado às 10:47

Fluoxetina na ansiedade

por oficinadepsicologia, em 28.08.12

 

E-mail recebido

 

Bom dia equipa!

Ao realizar uma busca sobre sites fidedignos que me pudessem ajudar com algumas questões, encontrei o vosso.
Tenho 31 anos e aos 16 sofri de Distúrbio de Pânico associado a Depressão. Desde essa altura que tenho regularmente crises de ansiedade agudas e que entro e saio de quadros depressivos. Na altura não fui acompanhada por um psicólogo tendo apenas tomado um ampla gama de fármacos que pararam os sintomas mais graves mas não preveniram a sua reaparição. Desde alguns anos a esta parte, também influenciada pela minha própria formação em psicologia, tenho tido acompanhamento e tentado de todas as formas que conheço "ficar boa". Digo assim, "ficar boa" porque para mim é como se tivesse uma espécie de entidade maligna dentro do meu peito. Que me engana, me impede de ver, de sentir, de viver "normalmente". Enfim, todos aqueles sintomas típicos mas que experimentados são tão mais aterradores e assassinos do que quando os lemos num livro da especialidade.
A minha questao prende-se essencialmente com o uso da Fluoxetina. Comecei a usar este farmaco há uma semana por primeira vez.  Não sei se todas as pessoas que sofrem ansiedade ou depressão passam pela rejeição aos fármacos mas eu passei. Preconceito, medo etc. Agora "rendo-me" e estou a iniciar a conselho da minha psiquiatra a fluoxetina. Gostaria de saber a vossa opinião sobre o seu uso em quadros de ansiedade e depressão com uma duração de muitos anos, Também referir que desde que comecei a tomar aumentou bastante a minha ansiedade, tenho rigidez muscular principalmente nos ombros e braço direito e tenho insónias. Vejo pelo folheto que é normal mas como poderei baixar a ansiedade até que comece a fazer efeito? Coloco estas questões porque as consultas de psiquiatria e psicologia  aso espaçadas no tempo e apenas voltarei no fim do mês, vivo fora de Portugal. Não sei se este tipo de questões são as que se colocam no vosso site, de qualquer forma muito obrigada!
R.M.


publicado às 21:14

O calor da humanidade

por oficinadepsicologia, em 24.07.12

Autor: António Norton

Psicólogo Clínico

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Antonio Norton

Como sair da depressão? Se ajudar o outro ajuda-se a si!

Quando falamos de depressão falamos de uma estado de lassidão, de falta de energia anímica, de motivação, falta de vontade de lutar e de enfrentar os desafios que a vida, continuamente, coloca.

Falamos de uma anulação do investimento que a pessoa faz sobre si mesma. De algum modo, deixamos de acreditar em nós mesmos.

Quando penso em depressão, surge-me a ideia de subnutrição de afecto e de encurralamento. Alguém deprimido, é alguém que sente que chegou ao "fim da linha" e que não existe nem nunca existirá uma saída.

Gostaria de reflectir sobre a ideia de subnutrição de afecto. Quando estamos deprimidos sentimos uma carência de afecto. É como se estivéssemos fechados sobre nós próprios. É como se nada tivéssemos para dar e como se as outras pessoas à nossa volta não existissem. Estamos, pois, afundados num poço escuro.

 

Como sair deste buraco? Como encontrar alguma luz?

As nossas emoções são o principal responsável pela forma como percepcionamos a realidade que nos rodeia. Quando nos sentimos tristes e desamparados, fechados sobre nós mesmos, é natural que vejamos a nossa vida como um lugar cinzento onde não apetece estar, viver, sentir, ser.

Estamos desvitalizados, murchos e sem vida...

O que é preciso? O que fazer?

 

Na minha opinião de Psicólogo Clínico algo de extrema importância para a resolução do quadro negro que apresento é o contacto humano, o toque humano, o sentir que o outro nos quer bem e nos valoriza. Se estivermos abertos ao outro poderemos reciclar-nos emocionalmente. A espontaneidade de alguém que vive e está noutro "comprimento de onda" poderá ser um tónico para abalar a nossa rigidez depressiva. O rir, o brincar, a espontaneidade, a partilha que outro ser humano nos pode proporcionar poderá abalar e contribuir enormemente para colorir o nosso mundo interno.

 

Com isto quero dizer que é muito importante conviver! Estar com outras pessoas. O isolamento na depressão agrava o quadro. A nossa ruminação depressiva apodera-se de nós, vivemos totalmente encerrados e cada vez o nosso mundo fica mais negro.

Mas mais importante que o convívio é a partilha de significativas experiências no contacto humano. Se estamos deprimidos muitas vezes saímos e procuramos conviver mas, como estamos “negros”, as nossas interacções e partilhas redundam em futilidade e superficialidade. Se nos encontramos simplesmente por encontrar e se não damos nada de nós, é natural que o outro se torne aversivo.

O que é importante é ter experiências de contacto humano, ricas! Muito ricas!

 

E com esta ideia gostaria de introduzir a importância de nos sentirmos úteis! De podermos ajudar o próximo! Poder e conseguir ajudar outra pessoa, é algo extremamente valioso. Se sentirmos que alguém estima e reconhece esta ajuda, a nossa auto-estima começará a modificar-se!

Se agradecerem a nossa ajuda com uma palavra, com um olhar ou com um gesto, a nossa auto-estima muda!

O importante é ajudar!

E por vezes, para ajudar nem é preciso falar muito. Quando estamos muito deprimidos não desejamos falar. Tudo nos cansa. Então, podemos simplesmente ajudar com gestos ou com acções.

 

E como podemos ajudar?

Eu proponho acções de voluntariado, de humanismo, de partilha, de dar e receber!

Existem inúmeras acções de voluntariado espalhadas pelo país.

Vou deixar aqui uma lista delas:

http://www.fundacaoeugeniodealmeida.pt/banco-voluntariado/areas.asp

Esta é apenas uma de inúmeras listas de voluntariado que existem.

 

Quando você ajuda outro ser humano, também se ajuda a si mesmo.

Quando você faz bem a outra pessoa, também faz bem a si mesmo.

O amor que dá ao outro, é o amor que dá a si.

E quando se sentir nutrido afectivamente começará a ver o mundo de outra forma. O negro e o cinzento deixarão de ser as cores dominantes do seu mundo interior. Vai sentir-se melhor! Acredite!

Vai conhecer pessoas sem segundas intenções que estão na onda de ajudar e que vão transmitir-lhe energia positiva.

 

Mudando o outro, muda-se a si mesmo.

Pense nisto.

publicado às 16:06

Depressão prolongada

por oficinadepsicologia, em 29.03.12

E-mail recebido

 

"Caros  Oficina de Psicologia

  

 

Gostaria de ter alguma atenção da vossa parte se possivel, para o meu caso que tenho esperança conseguir alguma coisa perto da cura.

 

Acho que fazem um excelente trabalho, porque é importante alertar,informar, para que as pessoas tenham mais conhecimento sobre as doenças do foro mental.

 

E conseguir fazer campanhas como se fazem em outros paises, para prevenir este sofrimento atroz que causam estas doenças.

 

 

 

Chamo-me Maria e sou apenas mais uma pessoa que faz parte dos 22% neste momento o numero que existe para estas doenças reacionadas com o foro mental, (como sabem) estas doenças a que chamam silenciosas, depressão,bipolaridade,borderline, etc... Deixo aqui o meu testemunho pessoal.

Tenho depressão á 10 anos, não chegou de mansinho,nem lentamente, chegou de um dia para o outro abruptamente, numa altura

 

de enorme stress profissional. Lutei com todas as minhas forças para a combater. (psiquiatras,psicologos,ginástica,caminhadas,socializar, sair de casa todos os dias) Mas apesar de tudo.VENCEU-ME!

 

 

 

Estávamos em Setembro de 2001,deixei de trabalhar em finais de Novembro e obviamente piorei, mas decidi lutar com todas as forças que tinha, eram dias muito dificeis acompanhados com medicações erradas e com muitos sintomas dificeis de aguentar, fui ficando cada vez mais debilitada e em Junho a alternativa foi ir para casa dos pais, para não estar sozinha. A minha filha que era muito pequena ficou com o pai e o meu sofrimento é indescritivel. Foi um dos momentos mais dificeis de aguentar.

 

 

 

Fiquei quase 2 anos sem sair de casa ao cuidado dos meus pais,sem conseguir sequer aproximar-me da porta de entrada, devido ao sindrome

 

que desenvolvi.

 

Consegui recuperar e comecei a trabalhar num negócio de familia, e surgiu-me também uma oportunidade para os fins de semana que aceitei de imediato,porque queria recuperar a minha vida e o tempo perdido.  Dessa oportunidade surgiu a possibilidade de fazer parte desse negócio,aceitei também julgando assim ser mais fácil chegar ao meu objectivo. 

 

O meu marido quis o divórcio. Estava divorciada e perdi a custódia da minha filha.

 

Investi todo o dinheiro que tinha, força, trabalho e esperança em detrimento da minha saude. E convenci a minha filha que o pouco tempo que tinha para ela seria para podermos ter uma casa, uma nova vida,que tinhamos que começar do inicio.

 

 

 

PERDI! O dinheiro e a saude que tinha conseguido recuperar.

 

Fiquei mais uma vez 1 ano em casa e desta vez muito mais doente, em alguns dias perdia a locomoção em outros a fala, deixei de comer, dai a ser internada foi apenas um passo. O internamento foi dos momentos também muito dificeis pelos quais passei.

 

Recuperei-me, mas não consegui voltar a trabalhar durante 4 anos. 

 

Em Fevereiro recomeçei um trabalho que me surgiu e agarrei-o com todas as minhas forças, agora estou de baixa porque me mandaram para casa.

 

Voltaram as crises de ansiedade,o choro consecutivo,o estado de deprimida  mas não se pode trabalhar assim disseram-me, foi apenas o que me disseram.

 

Fiz um esforço enorme para não deixar de ir trabalhar,para não desistir. Não foi suficiente!

 

Nestes dias que tenho estado em casa não melhorei, sinto-me no limite,naquele limite em que ou consigo continuar ou vou desistir de viver.

 

E tenho alertado quem está á minha volta.

 

Ninguem ouviu!  E  tentei suicidar-me. Não por não querer viver,mas porque não conseguia aguentar mais a dor.(os deprimidos não querem morrer,querem não sentir mais o sofrimento diario da doença).

 

Esta semana recebi a carta em como o meu contrato não seria renovado,porque extinguiram o meu posto de trabalho.

 

 

 

Este é um pequeno resumo da minha história ao longo destes anos e é também um apelo, porque estamos a atravessar uma época muito dificil e irão aparecer mais casos e é preciso que as entidades patronais percebam que os deprimidos ficam piores em casa,mesmo muitas vezes querendo lá ficar. E é preciso alertar e esclarecer as pessoas que esta é uma doença dificil,com dor, e em que os que estão mais próximos sofrem muito também.

 

E fazer saber às pessoas que de profissionais com sucesso,tornamo-nos pessoas com muitas sequelas e limitações, não por preguiça,nem por não querermos,mas porque esta terrivel doença nos obriga.

 

Atentamente

 

Maria"

 

 

 

 

 

publicado às 12:00

Ansiedade e depressão: que relação?

por oficinadepsicologia, em 24.02.12

Autora: Tânia da Cunha

Psicóloga Clínica

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Tânia da Cunha

Habitualmente pensa-se ansiedade e depressão como dois problemas totalmente separados e sem qualquer tipo de relação. O que não é totalmente verdade. Muito embora sejam diferentes, efectivamente estão intimamente relacionados.

A ansiedade pode existir sozinha como pode existir a depressão. Outras vezes, a ansiedade pode levar à depressão ou a depressão pode conter elementos de ansiedade.

 

Por exemplo, se estiver ansioso então a ansiedade estará em primeiro plano. E embora não suspeite que a depressão pode contribuir, para as suas dificuldades, ela pode realmente fazer parte do seu problema. Por outro lado, se apresentar sintomatologia depressiva, suspeite que a ansiedade pode estar escondida.

 

Quer sofra de ansiedade, depressão, você está tão simplesmente a tentar sobreviver àquilo que percepciona como uma ameaça à sua segurança. A ansiedade e a depressão, mais suaves ou severas, irão sempre diminuir a qualidade da sua vida. A palavra crucial aqui é escolha. Escolha não estar deprimido ou ansioso e procure ajuda de um profissional.

 

Muito provavelmente nunca se apercebeu que pode escolher estar deprimido ou ansioso. A psicoterapia poderá ensiná-lo que tem escolha. Independentemente da maior ou menor duração dos seus hábitos de insegurança, uma vez aprendido a trocar um pensamento inseguro e confuso por um pensamento mais maduro e responsável, deixarão de poder contaminar a sua vida.

 

É importante ter uma atitude mental mais positiva, motivação e acreditar que é possível, bem como conhecer o modo como se organizam estes processos ansiosos e depressivos. A motivação é o que lhe permite suster os seus esforços e fazer a caminhada da mudança.

publicado às 10:56


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