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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Madalena Lobo
Psicóloga Clínica
www.oficinadepsicologia.com
Imagine um campo no Alentejo – pode ser feito dos verdes infinitos e improváveis que compõem o Inverno, ou na miríade de cores que os salpicam na Primavera ou ainda nos dourados e palhas que caracterizam o Verão. Enfim, dou-lhe liberdade criativa!
Agora imagine-se num carro (de preferência eléctrico, para ser mais ecológico, sim? E, já agora, um todo-o-terreno, que os campos podem ser traiçoeiros), escolha uma trajectória e passe pelo campo. Um, dois quilómetros, o que lhe apetecer e o que o seu carro aguentar, claro está. E ninguém disse que era fácil entrar por um campo adentro, aos altos e baixos, zonas enlameadas, covas insuspeitas escondidas atrás dos arbustos… Agora, olhe para trás. Vê-se bem por onde passou o carro, não vê? As ervas, flores, terra estão amassadas, calcadas, nos pontos onde as rodas passaram.
No entanto, se não voltar lá durante, digamos, umas duas semanas, já terá muita dificuldade em encontrar o sítio por onde passou. Mas continuemos a imaginar…
Agora o seu círculo de amigos do Facebook (sim, esses 5.000) vêm todos atrás de si, nos seus carros, a pisarem exactamente o mesmo caminho e todos os dias o voltam a percorrer (do outro lado há uma tasquinha com petiscos de “alto lá com ela”, claro). Uns dias depois de começar este estranho passatempo, teremos uma simpática estradinha de terra batida, por onde se transita facilmente, e com uma velocidade que já admite provas de rally. Se mantivermos o trajecto, o número de vezes que for necessário, pode ter a certeza que a Junta de Estradas começará a pensar asfaltar o caminho e, quem sabe mesmo, ainda nasça uma auto-estrada imponente, que nos faça ir do ponto A ao ponto B enquanto o Diabo esfrega um olho.
Também nós temos caminhos internos, neuronais, que nos permitem aceder a informações e estados emocionais ou somáticos. E quanto mais os percorremos, mais esses caminhos se estabelecem, gravam, ampliam, se tornam mais fluidos e rápidos. Há apenas um pequeno detalhe operacional que nos obriga a prestar atenção: o nosso corpo é basicamente amoral, ou seja, não tem qualquer noção de certo-errado, bom-mau, excepto no que diz respeito à sobrevivência do organismo. Por isso, tanto permite um caminho para o recanto mais paradisíaco, como um outro directo ao ermo mais inóspito e solitário – se o mandar ir por aí, é por aí que ele vai!
Agora lembre-se de todos aqueles momentos que se permite remoer sobre ofensas e preocupações várias, ou se deixa ficar a observar os filmes gravados na sua memória sobre as partes más da sua vida, ou a criar cenários futuros de negrume e catástrofe. De cada vez que o faz, acede ao estado interno correspondente, feito de pensamentos, conclusões, emoções e reacções corporais. De cada vez que o faz, ensina o seu organismo a aceder a esse estado interno de forma mais rápida e eficiente. De cada vez que o faz, contribui mais um pouco para uma auto-estrada de acesso a esse estado interno. Má ideia!
Mas se, em alternativa, trouxer à consciência, de uma forma pró-activa, os estados que gostaria que lhe estivessem mais acessíveis de uma forma quotidiana e os mantiver “acesos” por um ou dois minutos, várias vezes ao dia (vá, uma ou duas, se for uma pessoa horrivelmente ocupada…), estará a contribuir para uma rede viária interna que o leva direitinho ao bem-estar! Boa ideia, certo?
E como fazer? Nada mais simples! Aproveite os minutos de desperdício que pontuam os seus dias – todos os temos! São os semáforos fechados, as filas de trânsito, a pausa para anúncios a meio da série de TV favorita, aqueles momentos das reuniões em que falam mas não dizem nada, a espera para ser atendido na caixa do supermercado, o tempo do duche e até o de lavar os dentes… Todos somados, têm por resultado muito tempo diário que pode ser aproveitado para a construção de estradas internas que nos levem directos a bem-estar e ao pleno usufruto do nosso potencial intelectual, criativo e emocional.
Nesses momentos, traga à recordação uma memória que lhe transmita algo de positivo: um exemplo de auto-confiança ou de se sentir estimado, de orgulho pessoal ou de competência, de relaxamento ou de alegria. Escolha o que lhe parecer mais adequado à forma como se pretende sentir nesse momento. Se tiver dificuldade em encontrar uma recordação que corresponda à emoção desejada, encontre o que de mais próximo consiga ou, em alternativa, crie a imagem de um bom modelo da qualidade que gostaria de ter neste momento. Com essa recordação ou exemplo bem presente no seu espírito, visualize-a tão nitidamente quanto possível, incluindo todas as componentes sensoriais que lhe pertençam. Talvez esse seu modelo tenha uma voz ou riso muito característico – consegue escutá-lo? Talvez a sua memória de um acontecimento vivido contenha um cheiro ou uma qualidade de temperatura especial que lhe ficou associado – consegue senti-lo? Agora repare como o facto de estar a aceder a essa recordação ou modelo o faz sentir; repare como o seu corpo reage, as emoções que sente.
E permaneça durante esse minuto que, de outra forma, teria sido desperdiçado apenas embrenhado nas sensações, a deixar-se fluir com elas. E, em cada minuto subsequente de desperdício, faça o mesmo. E sempre que sentir que o seu espírito resolveu ir passear por caminhos que não lhe interessam, apenas são destrutivamente negativos, repita este exercício. De cada vez, traçando a sua estrada de acesso às emoções e qualidades que lhe são úteis, para que se torne progressivamente mais fácil, quase automático, chegar a um destino onde possa ser feliz e cumprir o seu potencial.
Autora: Inês Mota
Psicóloga Clínica
Lembre-se:
“Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão. (Artigo 19, Carta Universal dos Direitos Humanos)
- Eu tenho o direito de ser respeitado e tratado de igual para igual, qualquer que seja o papel que desempenho ou o meu estatuto social
- Eu tenho o direito de manter os meus próprios valores, desde que eles respeitem os direitos dos outros
- Eu tenho o direito de expressar os meus sentimentos e opiniões
- Eu tenho o direito de expressar as minhas necessidades e de pedir o que quero
- Eu tenho o direito de dizer não sem me sentir culpado por isso
- Eu tenho o direito de pedir ajuda e de escolher se quero prestar ajuda a alguém
- Eu tenho o direito de me sentir bem comigo próprio sem sentir necessidade de me justificar perante os outros
- Eu tenho o direito de mudar de opinião
- Eu tenho o direito de pensar antes de agir ou de tomar uma decisão
- Eu tenho o direito de dizer «eu não estou a perceber» e pedir que me esclareçam ou ajudem
- Eu tenho o direito de cometer erros sem me sentir culpado
- Eu tenho o direito de fixar os meus próprios objectivos de vida e lutar para que as minhas expectativas sejam realizadas, desde que respeite os direitos dos outros
- Eu tenho o direito de ser quem sou
Autora: Susanne Diffley
Hipnoterapeuta Clínica
Agora com a chegada da bem-vinda Primavera, sentimos aquela vontade de limpar e arejar as nossas casas, gavetas e armários. Abrimos as nossas janelas logo de manhã para deixar entrar os raios de sol luminoso, dar cor e luz ao nosso quarto de dormir. Até parece que “ganhamos uma nova alma”, com todo este esplendor….
Mas será que é mesmo assim que você se sente nesta Primavera?
A realidade está esbanjada nas caras das pessoas que todas as manhãs apanham os transportes públicos (quando os conseguem apanhar porque não há greve), e vão mais um dia para o seu emprego (sortudos aqueles que ainda o têm), para regressar a casa ao fim do dia e ouvir as Noticias no Telejornal, que nos relembra diariamente do pesadelo que implica a mais famosa palavra portuguesa (crise). Automaticamente, imaginamos e antecipamos todas as preocupações e privações que prometem durar e perdurar.
Mas será que a nossa realidade interior tem que ser mesmo assim?
Autora: Susanne Diffley
Hipnoterapeuta Clínica
Então como vão os preparativos do Natal? Já entrou em contagem decrescente?
Se é super-organizado aproveitou os saldos de Setembro para comprar os presentes de Natal. Se é organizado anda com listas e “sub-listas” nos bolsos, e já só lhe faltam uns presentes de ultima hora. Até já encomendou o peru e comprou as nozes. Se é do tipo descontraído deixa que os outros se preocupem com os preparativos de Natal e encolhe os ombros sem compreender bem o porquê de todo este rodopio. Se é mesmo muito descontraído, até aproveita o Natal para fazer umas férias até às Bahamas e evitar aquela reunião anual de família, que termina inevitavelmente em discussões acesas e desgastantes. E por último pode ser daquelas pessoas que está em negação relativamente ao Natal, e no dia 24 de Dezembro salta da cama e corre freneticamente (sem levar a lista das compras), para as lojas e compra todos os presentes à última hora (esquecendo-se de algumas pessoas claro).
Será então que o Natal pode ser aquilo que nós decidimos que seja? Podemos criar o nosso Natal?
Por curiosidade fiz uma busca no Google acerca do stress no Natal. Surgiram 20.600.000 resultados!
Depois lembrei-me duma família com quem passei alguns Natais, que parece ter criado o seu próprio estilo Natalício. São muitos filhos e vivem espalhados por vários países. Todos os Natais tiram férias e reúnem-se na casa dos pais. Trazem as mulheres, os maridos e os filhos e todos de algum modo cabem naquela casa. Não existem presentes, mas existe árvore de Natal e uma enorme lareira. Desligam-se os telemóveis e a televisão. Na mesa de Natal há sempre pão caseiro, um enorme bolo, e um bule de chá Earl Grey. A família passa os dias de Natal em casa, saindo só para brincar na neve com as crianças no quintal. Ficam à volta da mesa, conversam, cantam, contam histórias. Os amigos vão entrando pela porta da cozinha, bebem chá e aquecem as mãos na lareira. Tudo parece fluir…de um modo natural, sem discussões, sem correrias e sem barrigas a abarrotar de comida.
Autora: Joana Florindo
Psicóloga Clínica
Ingressamos muitas vezes em ginásios na esperança de obter resultados milagrosos, baseando-nos apenas na prática de exercício físico para compensar os excessos do dia-a-dia. Imaginamos que com determinação e empenho, rapidamente nos conseguimos libertar dos excessos calóricos de muitas deliciosas tarde de maçã com canela ou de muitos outros refrescantes e doces gelados de fruta, obtendo o emagrecimento ambicionado. No entanto, parece que a realidade nos pode pregar algumas partidas, e nem todos conseguiremos emagrecer apenas com a ajuda do exercício físico.
Um estudo conduzido pelo “Brigham and Women’s Hospital” e pela “Harvard Medical School” de Boston, Estados Unidos da América, citado na edição on-line de 20 de Abril de 2010 do ScienceDaily, investigou a relação entre a prática de actividade física e as alterações de peso, num grupo de 34.079 mulheres saudáveis, ao longo de 13 anos, e revelou que o sucesso do exercício físico na manutenção de uma boa forma física, parece dever-se ao Índice de Massa Corporal (IMC) de cada uma.
As mulheres que apresentavam um IMC inicial igual ou inferior a 25, consideradas de “peso normal”, tenderam a responder melhor ao exercício físico como forma de controlar o seu peso, contrariamente àquelas que apresentavam um IMC superior a 25, consideradas com “excesso de peso”. Tais resultados levaram os autores a sugerir que para estas mulheres, com peso elevado à partida, a prática de exercício físico como forma de controlo de peso não é suficiente. Uma redução adequada da ingestão diária de calorias torna-se igualmente necessária.
Pois bem, sejamos Magrinhas, Gordinhas ou Assim-Assim, contrariando ao máximo a tal tendência natural de aumento de peso com o avançar da idade, conciliemos a prática de exercício físico regular a uma dieta alimentar cuidada, e sejamos nós a pregar uma partida a essa tendência.
Autora: Irina António
Psicóloga Clínica
Já não é nenhum segredo que as práticas físicas são um caminho seguro para prevenção na área de saúde psíquica nas idades mais avançadas. No entanto, a percentagem dos seniores que têm levado esta recomendação a fim de incluírem os exercícios na sua rotina diária, é bastante baixa. Mais ainda, o estado depressivo que assombra as vivências de muitos idosos não facilita a situação.
Autora: Madalena Lobo
Psicóloga Clínica
O exercício que lhe proponho é o melhor que conheço, do ponto de vista da eficácia; tanto assim que lhe chamo ‘Valium instantâneo’...