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“Voltar para Casa”

por oficinadepsicologia, em 18.12.12

Autora: Ana Beirão

 

Psicóloga Clínica

 

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Ana Beirão

Voltar para casa dos pais, hoje em dia, é cada vez mais comum.

 

O movimento de sair de casa é algo natural que deve ser feito, é um passo para a independência e autonomia do(s) filho(s) e, devido à situação económica, à dificuldade em encontrar trabalho ou em permanecer naquele onde estavam, os adultos jovens optam por voltar para a casa dos pais.

 

Chamam-na “Geração Bumerangue”. O bumerangue é um objecto de arremesso usado na Austrália, que volta a quem o arremessa quando não acerta o alvo. O que acontece hoje é uma simbologia do uso desse objecto, os filhos que haviam saído de casa estão novamente a regressar. E agora, como vivem novamente pais e filhos adultos debaixo do mesmo tecto?

 

Os filhos viveram durante algum tempo sozinhos, aprenderam a gerir o seu dia-a-dia, a controlar o dinheiro que ganhavam para as suas despesas, a regular as tarefas da casa da sua própria maneira, a terem as actividades dentro e fora de casa, tais como receber amigos ou irem ao cinema ou ao teatro. Mas ficaram sem emprego ou o ordenado diminuiu e de repente já não conseguem coordenar como antes as suas vidas e pedem aos pais para regressarem durante algum tempo.

 

Começa então uma nova co-habitação entre adultos que são pais e filhos. É necessário haver uma mudança, os filhos já não são crianças mas é com os pais que se encontram novamente e estes têm a sua maneira de viver e gerir a sua casa. Existem regras, tarefas, lidas da casa para fazer, contas para pagar.

 

Antes de mais é preciso distribuir tarefas e discutir os limites, as regras da casa. Por vezes ambas as partes voltam a uma época passada e acabam por retomar os papéis que antes tinham, como por exemplo, geralmente são os pais que acabam por ficar responsáveis por todas as tarefas e deveres da casa. Começam os conflitos, a diferença de ideias e comportamentos.

 

Assim, dialogar sobre o que vai acontecer com esta reunião é o melhor caminho para que todos se sintam confortáveis e para que haja espaço para uma adaptação de papéis. Deve-se falar sobre a possível duração da estadia, a responsabilidade que ambas as partes assumem nesta nova etapa de vida. As novas rotinas são importantes e demora algum tempo até se ajustarem, por isso é importante que não se esqueça de si, seja pai/mãe ou filho(s), encontre os meios necessários para ter tempo para si e tente ter algum descanso e espaço para usufruir de alguma actividade que proporcione prazer. Só assim poderá estar mais disponível para os outros e ultrapassar os pedidos e as preocupações que advém do dia-a-dia.

 

Não se esqueça, quanto mais clara for a dinâmica que se pretende estabelecer, melhor. Viverão todos mais tranquilamente ajudando-se mutuamente.

 

Para quem gosta de passar os olhos pelas revistas, no mês de Outubro o Courrier Internacional publicou vários textos sobre o papel da família. São artigos que proporcionam uma leitura diferente e com direito a várias abordagens, sem no entanto deixarmos de ser críticos quanto ao que nos informam.

publicado às 08:43

Os pais e os filhos – Os seus afastamentos e reencontros

por oficinadepsicologia, em 07.11.12

Autor: António Norton

 

Psicólogo Clínico

 

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António Norton

 

Quando era adolescente ouvi um célebre raciocínio que desde então, de alguma forma, me acompanha e que contém uma sabedoria inquestionável. Esta frase sintetiza de uma forma engenhosa, divertida e sábia como é que os filhos percepcionam os pais à medida que vão crescendo. Vou procurar sintetizar este raciocínio.

        

Entre os 0 e a entrada na pré-adolescência (11-12 anos) os pais são vistos como pessoas que sabem tudo. São as fontes de conhecimento máximas.

 

Entre os 12 e os 15 anos - da pré-adolescência até meados da adolescência – Os pais afinal não sabem tudo!

O seu conhecimento é posto em causa. O adolescente entra na fase de se questionar sobre o seu próprio questionar, entra na fase existencial de pôr tudo em causa, sente um grande distanciamento e uma contra-dentificação com a mundivisão e o estilo de vida dos seus pais.

        

Entre os 15 e os 25 anos – Os pais afinal não sabem nada de nada!

Os pais são vistos como uns caretas, desadequados e descontextualizados, completamente ultrapassados, são apelidados de “cotas” ou de “os meus velhos”. As suas opiniões são pouco tidas em consideração.

        

Entre os 25 e os 35 anos- Os pais afinal até sabem umas coisas!

Para muitos, esta fase corresponde à  emancipação, corresponde à vida fora da casa onde sempre viveram, ao assumir responsabilidades, pagar a renda da casa, a água, a luz, é preciso fazer compras, cozinhar e então a opinião e os conhecimentos dos pais são tidos em maior consideração. Também, esta fase corresponde ao assumir da paternidade ou maternidade. Os pais, os seus conselhos e a sua experiência ganham nova importância e pertinência.

        

Entre os 35 e os 45- Os pais afinal até sabem bastante!

Esta é a fase em que, muitas vezes, os jovens pais se deparam com problemas de comportamento por parte dos seus filhos e em que se apercebem de quão difícil é educar... O paralelismo e a empatia pela experiência dos seus pais ganha outra dimensão.

        

Dos 45 em diante – Os pais afinal sabiam tudo!

Fase em que muitas vezes os pais já faleceram e em que os adultos, finalmente, se apercebem da enorme sabedoria que os seus pais encerravam.

 

E que tal pensar sobre a Psicologia que encerra este texto?

 

publicado às 09:18

Autora: Fabiana Andrade

 

Psicóloga Clínica

 

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Fabiana Andrade

Olá a todos!

 

Espero que tenham lido e gostado dos primeiros episódios dos Contos Terapêuticos.

Para quem não sabe o que são os Contos Terapêuticos, fica aqui a breve explicação desse projeto: são um apanhado de várias temáticas que surgem diariamente nos consultórios da Oficina de Psicologia. Para falar dessas temáticas, criei personagens que representam muitas pessoas com quem trabalhei ao longo dos anos. Dessa forma, espero que o leitor se possa identificar com um ou mais personagens, e assim, beneficiar das estratégias utilizadas por eles.

Boa leitura!

 

Maria – E quando o filho não é meu?

Maria tem 35 anos, e aos 30 tornou-se uma madrasta. Nunca pensou em estar casada com alguém que já tivesse filhos, e por isso mesmo, nunca deu muita importância ao assunto.

 

Já tinha tido amigos e amigas em situações semelhantes. Uns com boas experiências e outros nem por isso, e sempre disse, que se pudesse escolher, gostaria de estar com alguém que não tivesse filhos.

 

Conheceu Paulo e como que numa brincadeira do destino, apaixonou-se. E logo por um homem que tinha um filho de 7 anos!

Maria, que nunca tinha tido um convívio próximo com crianças, não sabia como agir.

 

Enquanto namorou Paulo manteve uma relação relativamente distante com João, seu filho. Faziam programas a três, mas para Maria, o convívio só com Paulo era de facto mais gratificante.

 

Sem perceber, começou a sentir alguma tensão, cada vez que João estava presente e essa tensão era traduzida em rigidez física, sentia-se extremamente cansada depois destes programas. Sentia-se ainda impaciente e irritada. Nunca tratou mal o João nem partilhou esse desconforto com Paulo.

 

Maria e Paulo decidiram casar após um ano de namoro, sem que o assunto “João” fosse abordado.

Após o casamento, o João passou para um regime partilhado entre Paulo e a mãe. Passou a estar 15 dias na casa do pai e de Maria, e 15 dias em casa da mãe.

 

Essa mudança mudou a vida de Maria e de Paulo, e é nesse momento que decide procurar ajuda.

 

Maria faz as seguintes observações:

- Sinto-me constantemente tensa e cansada nos 15 dias que temos o João

- Gosto muito do miúdo e sinto-me culpada por não querer a sua presença

- Sinto que minha casa é invadida e o meu espaço perturbado

- Não posso falar nada disso ao Paulo pois ele ficaria extremamente zangado e magoado

- Não sei qual deverá ser o meu papel na vida do João. Por vezes parece que devo intervir, noutras, a minha intervenção é mal recebida pelo Paulo que me diz “eu é que sou o pai dele”, deixando-me extremamente magoada

 

Nestas observações, estão resumidas muitas das queixas que ouço no consultório, por parte de padrastos e madrastas.

Parece existir uma sensação de viver num “limbo”. Um cliente meu dizia outro dia, “não sou pai nem mãe, mas também não sou um desconhecido, por vezes sinto-me necessário e noutras sou descartado”.

 

Também é frequente surgir a sensação de culpa, por estarmos a falar de algo “sagrado”, uma criança, o filho da pessoa que amo.

Essa culpa não permite uma comunicação fluída e honesta com o parceiro, gerando medos e tensões que se refletem de seguida na relação do casal e na relação com as próprias crianças.

 

Existem casos extremos em que os conflitos atingem proporções tão graves, que a relação chega a terminar por incapacidade dos dois adultos falarem livre e honestamente sobre o assunto, encontrando um terreno comum.

 

Outro tema referido por madrastas e padrastos, é a sensação de invasão de espaço e de “estou a levar com uma situação que não é minha, e não escolhi”.

É importante lembrar que a escolha de estar com alguém, não é uma escolha apenas daquilo que gostamos nesta pessoa. A relação é a aceitação de um todo, que é o outro. E essa escolha deve ser consciente e pacífica. Quanto mais eu for responsável pela minha escolha, mais me tranquilizo com os prós e contras da mesma.

 

De todas as histórias que fui recolhendo, inspirando-me na Maria, acabei por criar algumas dicas gerais para transformar madrastas em “boasdrastas” (sem esquecermos dos padrastos!).

 

Depois de utilizar todas essas dicas, Maria tem hoje uma relação extremamente gratificante com o João, sendo uma adulta de referência na vida do rapaz. Encontrou também em Paulo o parceiro ideal para essa experiência, ajudando-o a ser melhor pai, e ele, ajudando-a a ser uma “otimadrasta”, como João a chama.

 

Hoje já têm um filho em conjunto, e sentem-se bastante realizados com essa família moderna.

 

DICAS:

- defina com o/a parceiro/a quais são as expectativas e limites do papel de madrasta/padrasto

- conheça a criança com uma atitude aberta e curiosa. Está perante uma pessoa única que também está a viver uma situação potencialmente perturbadora. Faça perguntas e procure conhecer como é a sua experiência

- estabeleça um diálogo constante consigo mesmo, observando os seus pensamentos, o seu corpo e as suas emoções, dentro da sua experiência enquanto madrasta/padrasto

- livre-se de culpa e passe a aceitar as suas zonas de conforto e de desconforto. É preciso encontrar um local onde as suas necessidades, as da criança e as do seu/sua parceiro/a, sejam respeitadas

- fale abertamente com o seu companheiro sobre o assunto, utilizando linguagem clara, focando nos seus próprios sentimentos e numa solução comum

- converse abertamente e frequentemente com o/a parceiro/a numa lógica de partilha de informação sobre os diferentes papéis, o ser pai ou mãe e o ser madrasta ou padrasto. Cada um pode ter muito para dizer sobre o seu próprio papel, e essa conversa permite que cada um se possa colocar mais facilmente na pele do outro

 

A experiência de ser padrasto ou madrasta, somos nós que criamos. Ela pode ser a pior situação da sua vida, com potencial para acabar com a sua relação, como pode ser a experiência mais gratificante e enriquecedora de sempre.

 

Se precisar de nós, estamos aqui para o ajudar a viver a situação de forma plena e feliz!

 

 

publicado às 17:46

Famílias adoptivas

por oficinadepsicologia, em 11.09.12

Autora: Inês Mota

Psicóloga Clínica

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Inês Mota

Através das histórias de conhecidos e amigos bem como pelas imagens e histórias transmitidas pelos meios de comunicação social, relativas às vidas e decisões das figuras públicas, deparei-me com uma expressão e visibilidade crescente relativamente às famílias adoptivas.

Por saber que estas famílias conhecem e atravessam desafios difíceis, pareceu-me pertinente partilhar convosco etapas e fases cruciais relativas ao desenvolvimento destas famílias.

 

As famílias adoptivas são constituídas por famílias de pais e filhos que não tendo uma ligação biológica estão ligadas por laços afetivos ou legais.

Segundo Rosenberg, a família adoptiva nasce com a chegada da criança e esta etapa constitui-se como fase primordial na qual irá ser estabelecido o vínculo entre pais e filhos, que será tanto mais difícil quanto mais avançada a idade da criança, visto, nestes casos, já estar estabelecido um modelo interno de vinculação.

 

Palácios, com o intuito de avaliar o nível de risco que pode caracterizar a família adoptiva propõe um modelo em que cruza factores de risco relativos aos pais adoptivos e factores de risco relativos aos filhos adoptivos. Assim, explicita que contribuem para o nível de risco dos pais, expectativas inadequadas, pouca capacidade em lidar com o conflito e a tensão, atitudes pouco comunicativas, pouca expressão de afeto e escassez de apoios sociais e profissionais e para os factores de risco dos filhos, a elevada idade de adoção, a institucionalização prolongada, história prévia de conflitos graves e presença de problemas sérios de comportamento.

 

Todas estas questões poderão emergir durante o processo de adopção e ao longo do ciclo vital destas famílias e é importante que estas famílias consigam recorrer ao apoio da família alargada, social e mesmo apoio técnico.

 

Uma das dificuldades que os pais podem sentir com filhos pequenos diz respeito ao desenvolvimento de uma autoridade e disciplinas eficazes, por exemplo, por medo de não conseguirem o afeto da criança ou por receio de serem muito duros devido ao passado da criança.

 

Uma tarefa importante a realizar na idade escolar, quando a criança já é mais capaz de compreender cognitivamente o significado de adopção, será exatamente a veiculação da notícia, pois o segredo é destrutivo na estrutura familiar. Após a revelação é importante apoiar a criança a compreender esta realidade, pois esta poderá realizar nesta altura confabulações relativas aos motivos de adopção, por exemplo, assumi-la como retaliação pelo seu comportamento, podendo assim emergir problemas escolares, dependência emocional ou comportamentos agressivos ou de desafio, de forma a testar a garantia e disponibilidade do amor dos pais.

 

A adolescência nestas famílias constitui-se como um dos períodos mais difíceis, pois pode nascer no adolescente o desejo de ligar as várias partes da sua história de vida e assim querer conhecer a sua família biológica e raízes geográficas, sem que isso signifique que queira deixar a sua família adoptiva. No entanto, estas são tarefas dolorosas que despertam medos e angústias na díade de pais e filhos.

 

Apesar das tarefas difíceis explicitadas que estas famílias atravessam, segundo Relvas, observa-se que relativamente ao nível de coesão e adaptabilidade não se registam diferenças significativas relativamente às famílias biológicas, visto haver um grande investimento na coesão por parte das famílias adoptivas para fazer nascer a família, por saberem que a coesão não germina espontaneamente, sendo também que a maior parte das famílias adoptivas revela satisfação pela adopção, caracterizando-se como famílias funcionais.

 

Fonte: Alarcão, M. (2000), (des)Equilíbrios Familiares, Quarteto, Lisboa

publicado às 16:41

Mãe preocupada

por oficinadepsicologia, em 08.04.11

E-mail recebido

 

"Boa noite,

 

Gostaria da sua opinião no seguinte assunto:

 

Tenho uma filha com 27 anos que está a fazer o seu doutoramento no estrangeiro. Tem uma relação de 8 anos com uma pessoa e há cerca de um ano atrás pediram para eu e o meu marido fazermos de fiadores numa casa. Na altura o argumento apresentado pela minha filha, foi de que precisava de manter algo que fosse comum aos dois para a relação se manter. Recordo-me de dizer que os sentimentos é que mantinham a relação e não as paredes de uma casa. Mas lá se fez a compra. Ela partiu em estágio para um país bem longe daqui, mas regressou passados dois meses para a Europa para continuar o estágio e posteriormente está a fazer o doutoramento. A relação foi sempre muito complicada com muitas discussões à mistura. Conhecem-se desde crianças. Agora ele descobriu emails (entrou ma área dela) escritos para uma pessoa com quem se encontrou talvez duas vezes, mas que vive em Portugal. Isto deu origem a uma ruptura. Ela tentou tudo porque sempre lhe deu razão a ele, mas ele não quer continuar e agora ela já está cansada de "pedir" até porque como deve calcular, está com uma grande responsabilidade de fazer o seu doutoramento nos próximos 3/4 anos. Ele nunca quis arriscar ir viver para lá, apesar de dizer que a "ama" muito. Isto já falei com os dois, não tomo partidos, dei-lhe razão a ele, mas agora já acho que é demais. Se não quer, cada um parte para o seu caminho. Ela já pensa assim também. Acontece que a casa está aqui a entravar a questão , porque ele diz que ela não tem sequer direito à casa para dormir. Ora eu só quero saber, se eu estou a pensar mal, ou se agora ele já não está a exagerar e a "servir-se" da atitude dela para ficar por "cima". Isto provoca muito sofrimento de parte a parte e também o meu porque até sempre o tratei como filho. Devo desligar-me e aconselhar que se separem definitivamente? ou devo fazer ainda mais um esforço para que se entendam? É o que tenho feito sempre, mas já estou cansada e agora tenho de ouvir o pai, como se a culpa fosse minha. Isto já é peso a mais.

 

Muito obrigado pelo sua atenção. Aguardo os seus comentários.

 

 

Com os melhores cumprimentos

D"

 

 

 

 

publicado às 16:45

Crise? Falemos de oportunidade!

por oficinadepsicologia, em 17.02.11

Autora: Inês Afonso Marques

Psicóloga Clínica

 

 

Nos últimos anos parece que a palavra crise anda na boca, nos pensamentos, nos bolsos de todos nós. A verdade é que, cada um de nós pode “dar a volta à crise, trocando-lhe as voltas”.

 

Pensemos sobre um tema familiar que surge muitas vezes associado a esta palavra, que apesar de pequena parece ter um poder enorme, pois dá a sensação que não conseguimos parar de a usar como justificação para uma imensidão de coisas que achamos estarem fora do nosso controlo.

Ser pai. Ser mãe. Que ideias lhe vêem à cabeça?

 

Vou ser pai! Vou ser mãe! Sinto que estou prestes a alcançar um objectivo de vida, mas… E agora? Chegou a altura de escrever um novo capítulo, quiçá se o mais belo, do livro da vida. Atenção! Está prestes a entrar num “espaço” que requer mudanças e adaptações constantes, capazes de o surpreender a si e aos que o rodeiam. Deixe-me adivinhar… Estava convicto de que o que tinha visto, lido e conversado com os amigos, colegas e familiares lhe teria dado toda a informação que necessitava para ser “o melhor”… O melhor? Deixe-me adivinhar. Nalguns dias e nalgumas noites, aquelas estratégias que sempre resultaram com a sua família e os seus amigos não resultaram consigo. Verdade? Pior ainda. Como se não bastasse as receitas familiares não funcionarem, as poucas horas de sono e descanso pareciam querer diminuir a falta de paciência e aumentar a intolerância e irritação para com o seu parceiro. Tudo parecia servir para uma enorme discussão. Como se sentiu? Frustrado? Irritado? Triste? Desesperado? Desanimado? Angustiado? Receoso? Em crise?!?

 

 

 

publicado às 09:47

Custódia parental

por oficinadepsicologia, em 25.01.11

E-mail recebido

 

Olá,
Preciso de ajuda, será que podem me ajudar?
Tenho uma sobrinha de 1 ano e 11 meses que, através de um acordo (forçado) de visitas está sendo obrigada a conviver com o pai nos finais de semana.
Na primeira vez que foi ficou estranha durante a semana, na segunda foi aos berros. O que posso fazer para amenizar o sofrimento dela? Não concordo que o direito de pai de conviver tenha que ser assim imposto a uma bebé. Me ajudem, me informem ou dêem literatura a respeito. Algo que me ajude a minimizar o sofrimento dela, algo que possa conversar com o pai e fazê-lo entender que as coisas têm que ser feitas de acordo com a vontade dela por se muito pequenina ainda.
Grata, T

 

 

 

 

publicado às 10:52

Família(s), Lugar(es) de afecto

por oficinadepsicologia, em 23.03.10

Autora: Inês Mota

Psicóloga Clínica

 

A família é esse lugar onde habitamos e nos desenvolvemos. É esse espaço privilegiado de interacções e aprendizagens. É esse local de vivência de relações afectivas profundas, lugar de emoções e afectos intensos e duradouros.

 

Nesse espaço e nesse lugar, na família, todo este conteúdo elaborado dá forma àquele vívido sentimento de sermos quem somos na pertença ou relação com aquela particular, sempre diferente, sempre única e sempre especial: a nossa Família.

 

“A Família” e a(s) nossas família(s) da actualidade acompanharam as mudanças religiosas, económicas e sócio-culturais de todos os tipos de sociedades nas quais estiveram sediadas e pela sua natureza criativa e inspiradora são hoje esse espaço continuamente renovado, continuamente reconstruído.

 

De facto, o ritmo célere da vida da contemporaneidade, o individualismo, a lei do mercado anunciam e afirmam por todo o lado o direito à reversibilidade das escolhas tendo sido a(s) família(s) marcadas por um aumento do número de separações, divórcios e recasamentos.

 

A Família encontra-se em vias de extinção?

A(s) família(s), lugar de afectos, fonte inspiradora continuadamente em re- criação, assume-se na actualidade sob  novas formas de organização familiar que já não pedem para ser escondidas, embora a sua configuração familiar e social possa ainda não ser legalmente aceite.

Essas formas de organização familiar, (que estiveram sempre presentes, no entanto, ocultas e condenadas) constituem-se como famílias que assumem composições que a sociedade de outrora não estava habituada a observar.

 

 

 

publicado às 10:01

Depressão: um assunto de família

por oficinadepsicologia, em 15.01.10

Autora: Catarina Mexia

Psicóloga Clínica

 

 

Os dados estatísticos relativos à depressão demonstram que, de facto, o número de deprimidos tem vindo a crescer de forma consistente nos últimos 50 anos e que esse crescimento se verifica sobretudo nas pessoas nascidas depois de 1945. Por sua vez, os sintomas depressivos têm vindo a surgir cada vez mais cedo, perto dos 20 anos, enquanto antes não seria de esperar encontrar pessoas com esta doença com menos de 30.

 

A análise dos dados de estudos transculturais tem demonstrado que, embora tenham vindo a ser descobertas causas associadas a factores individuais, bioquímicos e genéticos, esta é uma condição fortemente associada a factores culturais. Podemos encontrar inúmeros factores depressores na nossa cultura e, entre outros, destacam-se a facilidade de acesso a enormes quantidades de informação e a alteração da noção de tempo, causados pela súbita evolução tecnológica. Só desde 1945 devemos ter acumulado e criado mais formas de acesso a informação do que aquelas que produzimos até então.

 

publicado às 09:37


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