Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Isabel Policarpo
Psicóloga Clínica
www.oficinadepsicologia.com
A Associação Americana de Reumatologia está a propor um novo conjunto de critérios de diagnóstico para a fibromialgia, que para além da tradicional dor, inclui sintomas como a fadiga, as perturbações de sono e os problemas cognitivos.
Este novo critério reconhece assim que a fibromialgia é mais do que as dores no corpo. Uma questão que pode ser particularmente importante, para todos os doentes que sofrem dos sintomas, mas que não têm ainda um diagnóstico definitivo.
O diagnóstico da fibromialgia, uma condição caracterizada pela presença de dores inexplicáveis que se podem estender da cabeça aos pés e por uma sensação de cansaço, é realizado com base num exame físico focado em 18 pontos do corpo - situados em torno da região do pescoço, ombro, peito, anca, joelho e do cotovelo. Sobre estes pontos é exercida uma pressão ligeira e verifica-se que os os doentes com fibromialgia sentem desconforto ou dor quando a mesma é aplicada.
Para o doente ter o diagnóstico definitivo de fibromialgia tem de apresentar dor disseminada
nos quatro quadrantes do corpo, pelo menos durante três meses consecutivos e experienciar dor ou desconforto moderado em 11 dos 18 pontos do corpo.
Estudos recentes indiciam que se pode estar perante um sub-diagnóstico da fibromialgia, em virtude do critério actual de diagnóstico – presença de dor em pelo menos 11 pontos, ser restritivo e não ter em conta outros problemas centrais da doença como a fadiga, a falta de clareza mental, os esquecimentos, os problemas de sono e a incapacidade para realizar as actividades do quotidiano.
Neste contexto propõe-se que o diagnóstico de fibromialgia passe a ser feito de acordo com um indice de dor disseminado e com uma escala de severidade de sintomas.
O valor do indice de dor disseminado é determinado pela contagem do número de áreas do corpo do cliente onde este sentiu dor durante a última semana . A listagem inclui 19 áreas específicas.
A severidade dos sintomas é determinada pelo grau de severidade de três sintomas comuns – a fadiga, a incapacidade para realizar as actividades do dia-a-dia e os sintomas cognitivos. A esta escala podem adicionar-se outros sintomas como a dormência, o enjoo, as nauseas, o sindrome do colen irritável ou a depressão.
Para o doente ter o diagnostico de fibromialgia, terá de apresentar 7 ou mais áreas de dor e um score de severidade de sintomas de 5 ou mais, ou em alternativa apresentar 3 a 6 áreas de dor e um score de severidade de sintomas de nove ou mais.
Alguns critérios mantêm-se inalteráveis, como o facto dos sintomas terem de estar presentes pelo menos ao longo de 3 meses e o cliente não ter outra doença que possa explicar a dor.
Admite-se que este novo critério de diagnóstico possa contribuir para um melhor diagnóstico da doença e consequentemente permitir que todos aqueles que até ao momento têm sido excluídos possam aceder a um tratamento mais focalizado e eficaz.