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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Filipa Cristóvão
Psicóloga Clínica
Agradecer, (ou reconhecer como um cliente me disse um dia) coloca-nos no aqui e no agora. Essa possibilidade vai ao encontro de movimentos terapêuticos actuais que têm vindo a afirmar que a capacidade de estar no presente contribui para o aumento dos níveis de bem-estar e saúde mental.
Por outro lado, estar reconhecido, serve-nos de lembrete de todos os recursos que possuímos. E por último serve ainda de “banco de créditos”. Em tempo de crise, a capacidade de avaliar e agradecer algumas coisas que estão a funcionar pode ser da maior importância.
Hoje ainda comece uma nova dinâmica:
Esteja presente em tudo o que faz e vive, exprimindo a sua gratidão. Por isso, agora que leu este artigo, o meu profundo agradecimento!
Autora: Filipa Cristóvão
Psicóloga Clínica
Muitas vezes somos apanhados em armadilhas mentais que tendem a aumentar o stress e a dor. São estilos de pensamento, hábitos mentais comuns que aprisionam, dão a sensação de se estar encurralado, condicionam o humor e prejudicam o bem-estar.
A capacidade de reconhecer essas “armadilhas” permite que não se caia tão facilmente nelas, contribuindo para uma perspectiva mais clara dos acontecimentos, com alterações nos níveis de stress, satisfação, e a forma como se vê a vida.
Vejamos algumas:
“O meu casamento não funciona e toda a culpa é do meu marido”. Por outro lado, culpar os outros ou as circunstâncias pelos seus problemas leva a sensações de impotência, pois é mais difícil mudar os outros ou o exterior. Para além disso, o relacionamento com os outros piora, pois ninguém gosta de se sentir culpado e perante uma acusação, o mais certo é que a mesma volte ao ponto de partida…Se considerar que a solução esta fora de si entra em frustração e reduz o poder para provocar mudança.
Noutras situações pode-se usar um processo de “adivinhação” onde arbitrariamente prevê que as coisas vão correr mal - “Vou estragar tudo, quando chegar à entrevista vou ficar paralisado, não conseguirei pensar em nada para dizer”.
Muitas pessoas tentam motivar-se com “devos” e não “devos” como se fossem delinquentes que têm de ser punidos antes que façam qualquer coisa errada. “Eu não devia comer esse gelado”. Contudo, tipicamente não funciona porque esses “devos” e “não devos” trazem sensações de rebeldia accionando impulsos para fazer o contrário.
Por outro lado, se são os outros a quebrar as regras surge zanga e ressentimento “Ela não devia ser teimosa”
Por outro lado, também se pode rotular outros. Quando alguém faz algo, rotula-se de e depois pensa-se que o problema da pessoa é o seu carácter em vez de ver que é o seu pensamento ou comportamento. Ao ver a situação como completamente má as sensações de hostilidade e impotência sobre a situação aumentam, deixando pouco espaço para a comunicação construtiva.
Agora que conhece algumas das típicas armadilhas. Faça um pequeno exercício. Em quantas destas armadilhas já se viu enredado? Permaneça consciente dos estilos de pensamento que o bloqueiam. Desta forma aumenta a oportunidade para escolher olhar para uma situação com outras lentes, ou olhar para os pensamentos como apenas simples acontecimentos, e não como factos per se. Ao ganhar este conhecimento de como a sua mente funciona, pode controlá-la melhor, ao invés de ser dominado por ela.
Vamos experimentar?
Autora. Filipa Cristóvão
Psicóloga Clínica
Enquanto pensava em factores que poderão contribuir para uma maior prevenção de saúde mental e promoção de bem-estar, ocorreu-me que na verdade uma pequena palavra podia bem englobar tanto: Coerência.
E essa mesma atitude que pode ser definida aqui como a capacidade de agir de forma estruturada, com compreensão, e previsível perante as situações pode ter inúmeras aplicações:
Esta capacidade de experimentar um sentido de coerência está também relacionada com a sensação de bem-estar subjectivo.
Filipa Cristovão
Autora: Filipa Cristóvão
Psicóloga Clínica
Um cliente entrou uma vez no consultório dizendo “Devia ter aí um cartaz com uma legenda sobre as emoções”. Às vezes não sabemos o que sentimos, outras vezes sabemos o que sentimos, mas não o nome a atribuir.
Que barreiras são estas que nos impedem a uma adequada identificação dos nossos estados emocionais?
As emoções devem ser vistas de uma forma intrinsecamente natural à existência humana. Assim sendo têm um papel fundamental na construção e estruturação do self. São ainda uma forma adaptativa de processar a informação, uma vez que funcionam como “sinalizadores”, informando o sujeito que uma necessidade, valor ou objectivo pode ser importante ou alvo de ameaça em determinada situação, ajudando assim a estabelecer prioridades e tendências de acção.
Experimente este exercício:
Que palavras/sinónimos pode associar a medo/tristeza/zanga/alegria? Como se manifestam no seu corpo? Que imagens lhe surgem?
Comece hoje mesmo a construir o seu dicionário emocional!
Autora: Filipa Cristóvão
Psicóloga Clínica
Contrariamente ao que se acredita, parece que o amor romântico pode durar e levar a relações cada vez mais felizes. O romance não tem de resfriar nas relações duradouras e evoluir para uma relação do tipo amizade companheira. É o que diz um estudo de Bianca P. Acevedo, da Universidade de Califórnia, publicado na of Review of General Psychology
Tipicamente, as pessoas confundem o amor romântico com o amor possessivo. Contudo, o amor romântico tem a mesma intensidade, envolvimento e química sexual que o amor apaixonado, mas não inclui a componente obsessiva. O amor apaixonado ou obsessivo inclui sentimentos de incerteza e ansiedade. Esse tipo de amor dirige as relações breves, mas não as relações de longa duração.
O estudo revela que aqueles que reportaram um maior amor romântico estavam mais satisfeitos tanto em relações breves como duradouras. O amor companheiro estava apenas moderadamente associado com a satisfação nas relações breves e longas. Por último, os sujeitos que reportaram maior presença de amor apaixonado nas suas relações estavam mais satisfeitos nas relações breves do que nas duradouras.
Os casais que reportaram maior satisfação nas suas relações também reportaram estarem mais felizes e com maior auto-estima.
Sentir que o parceiro “está lá para si” contribui para uma boa relação e facilita os sentimentos de amor romântico. Por outro lado, sentimentos de insegurança estão relacionados com menor satisfação e podem contribuir para o conflito na relação, podendo levar ao desenvolvimento do amor obsessivo.
Esta descoberta pode mudar as expectativas das pessoas sobre o que pretendem em relações duradouras. O amor companheiro, que é visto por muitos casais como a natural progressão de uma relação bem-sucedida, pode não ser a única opção de vivência dos afectos numa relação. Assim, mesmo os casais que já estejam juntos por um longo tempo podem focar os seus objectivos em recuperar o romance sabendo que é possível de atingir, embora com algum investimento, e que esse empenho poderá ter como retorno maior satisfação realização.
Acevedo, B. (2009)"Does a Long-Term Relationship Kill Romantic Love?" Review of General Psychology, Vol. 13, No. 1.
Public Affairs. (2009, March 19). "Romance Can Last In Long-Term Relationships Contrary To Widely Held Beliefs." Medical
Autora: Filipa Cristóvão
Psicóloga Clínica
“Este ano vou deixar de fumar”. “Vou emagrecer”. “Irei ao ginásio todos os dias”. “Vou ter mais tempo para mim”.” Vou ler mais”.
Já se ouviu a dizer alguma destas afirmações?
Um novo ano é sinónimo de resoluções e andamos por Janeiro ainda com a ideia de um reinício. A dificuldade reside na distância entre a resolução e a realização. Sem uma boa planificação corre-se o risco de daqui a 365 dias tudo estar igual, adicionando ainda uma dose de frustração pelos objectivos não estarem cumpridos traduzidos por “ eu bem digo que não vale a pena sonhar, já o ano passado tinha esta resolução de ano novo e está tudo na mesma”
Este ano aja de maneira diferente:
• Não se dedique a muitas resoluções - Que um ou dois objectivos podem introduzir alterações positivas na sua vida? Dedicar-se a mais que isso pode levar à dispersão, dificultando o enfoque de energia para o resultado final. Para além disso, pode também não querer introduzir alterações que virem a sua vida do avesso.
• Realismo- Questione-se: As minhas metas são reais? Ou demasiado ambiciosas? Se as metas forem desajustadas aos recursos que dispõe, pode estar a entrar numa armadilha que só o conduzirá a frustração.
• Quantificar-, Decisões vagas como “ ter uma melhor aparência” ou “ estudar mais”, são muito vagas e não contém em si indicadores de acção. Ter objectivos quantificáveis e concretos garantem a manutenção da motivação e o alcance do sucesso.
• Importância- Para quem são importantes estas metas? Realmente são importantes para mim? Existe um motivo para os querer? Tenha em atenção se as decisões que se presta a tomar se coadunam com o seu estilo de vida, ou se são imposições de outrem. É muito difícil de manter a motivação se não forem mesmo as SUAS resoluções.
• Planifique- Elabore um plano para atingir o seu resultado respondendo às seguintes questões: Que meios preciso? Que contactos preciso? Quem são as pessoas que me poderão ajudar ?
• Simplifique- Se possível, divida o seu plano em etapas mais pequenas, pois erá mais fácil cumprir pequenos passos.
• Calendarize - Sem datas atribuídas para cada pequena fase do seu plano, o ano acabará por passar e nada será alcançado
• Registe e comprometa-se – É importante que o seu plano exista em concreto, de outra forma corre o risco de se auto-sabotar, e com o tempo acabará por se esquecer daquilo a que se tinha proposto. Escreva, e de preferência coloque o seu plano num local visível, pois aumenta o seu grau de compromisso. Em alternativa pode também elaborar o plano a dois.
• Recompensa – Atribuir-se a si mesmo uma pequena recompensa por cada fase que conseguir atingir, é alimento para a sua motivação.
• Plano B- E se falhar? Não desista se não conseguir por o plano em prática à primeira. Mudanças implicam novos hábitos e o corpo (e cabeça ) tendem a reagir. Veja isso como parte do processo, e prossiga rumo às suas metas!
Boa Vida Nova!
Autora: Filipa Cristóvão
Psicóloga Clínica
Por estes dias, muitos são os amigos e conhecidos que revelam uma estranha sensação. É Natal, mas sente-se um desconforto “devia estar feliz, mas não estou e não consigo perceber porquê”; “à medida que se aproxima o Natal, sinto-me mais esquisito, mais ansioso”, “é tanta coisa que não consigo aproveitar” e assim se passa uma quadra com uma sensação mal definida de desconforto embora sem razão aparente.
Já lhe aconteceu?
Da próxima vez, páre por uns instantes. Sinta o seu corpo, que parte fica ativada quando se lembra do Natal? Surgem tensões? Em que zonas? Que emoções as acompanham? Que memórias? Que imagens lhe preenchem o espírito?
Podemos antever algumas hipóteses:
- Demasidos estímulos – “Compras, prendas, consoada, festa na escola das crianças, festa no lar dos avós, uff” Natal é sinónimo de correrias. Se para muitas pessoas, este acréscimo de actividade é sinónimo de entusiasmo e funciona como motor, para tantas outras, este ritmo não se coaduna com a sua natureza por isso um desequilíbrio de energia. Por outro lado, ficam muitas vezes evidentes dificuldades de gestão de tempo e de necessidades, que até podem acontecer ao longo do ano, mas dado o desafio da data tornam-se mais claras.
Autora: Filipa Cristóvão
Psicóloga Clínica
A doença oncológica é recorrentemente uma situação temida e traumática, constituindo uma experiência contínua de ansiedade e stress, assim como o seu tratamento, tendo impacto tanto ao nível individual, como familiar.
Também neste contexto a psicoterapia pode ser um recurso essencial, sendo que a investigação tem provado os seus benefícios ao nível das estratégias para lidar com a situação, nível do ajustamento doença e tratamento, bem como no prognóstico.
Em particular, a psicoterapia pode ajudar o doente a alcançar estes objectivos:
Para o efeito, na Oficina de Psicologia intervimos com um conjunto de técnicas entre elas EMDR, hipnoterapia, estratégias de relaxamento, que devidamente integradas no processo psicoterapêutico e em parceria com o tratamento médico proporcionam maiores níveis de bem-estar.
Fonte: Seligman, L. (1996). Promoting a fighting spirit – psychotherapy for câncer patients, survivors, and their families. San Francisco: Jossey-Bass Inc.
Autora: Filipa Cristóvão
Psicóloga Clínica
Os primeiros dias de Outono, que coincidem também com o final das férias são muitas vezes um momento em que surgem estados de desânimo. O voltar às rotinas que é conotado como algo aborrecido, tem contudo a vantagem de ajudar a introduzir algum equilíbrio no dia-a-dia.
Algumas pequenas regulações podem fazer desta entrada na estação toda uma experiência agradável, saudável e de mudança:
- Verifique a sua higiene de sono. Com o Inverno a aproximar-se, precisará de mais horas para fazer face ao desgaste. Dormir fora do horário, não é restabelecedor, pois o sono pode estar desfasado de outros ritmos biológicos do corpo.
Experimente acordar com uma luz natural, ou livre se do despertador e adquira uma luz gradual, pois esse é o sinal para o qual o nosso cérebro está preparado para acordar harmoniosamente.
- A luz é muito importante no bem-estar. Influencia diversas funções do cérebro emocional, os instintos vitais, apetite, libido, ciclos menstruais, humor, energia de acção e regulação da temperatura e do metabolismo das gorduras,
Tente dar um pequeno passeio a pé diariamente que lhe permitam receber este nutriente extra e gratuito.
- Enriqueça a sua alimentação. O cérebro é um órgão altamente especializado que beneficia de nutrição específica, dadas as exigências a que está sujeito. Alguns estudos sugerem que um desequilíbrio na relação entre ácidos gordos Ómega 3 e Ómega 6 podem contribuir para estados de tristeza, falta de energia, ansiedade, insónia entre outros.
- Pratique desporto – Aumentar o nível de actividade tem inúmeros benefícios, desde o humor, à prevenção da depressão, à capacidade de sentir e apreciar o prazer e restabelecimento da coerência cardíaca.
- Aprenda algo novo - Aproveite esta fase para aprender algo que sempre quis e não teve oportunidade. Quer seja uma arte, uma língua ou um desporto, irá certamente aumentar a sua motivação e interesse pelos pequenos prazeres da vida
- Descubra na meditação ou no relaxamento profundo, um recurso que lhe estará sempre disponível para os desafios que se lhe impõe diariamente http://oficinadepsicologia.com/loja/relaxamento/
- Inicie os seus dias com um pensamento ou imagem positiva que lhe traga bem-estar. E porque não, uma imagem do Verão que guardará até ao próximo ano!
Autora: Filipa Cristóvão
Psicóloga Clínica
Muito frequentemente ouve-se nos mais variados sítios, de cabeleireiros a lojas, de grupos de amigos a conversas de café, “ah eu também sou um pouco psicólogo”.
Apesar da familiaridade da frase, penso que é importante fazer algumas considerações.
Obviamente que a rede social de suporte de cada um de nós é uma peça importante na nossa saúde e equilíbrio. Estar integrado num grupo de amigos ou família, onde existe confiança, e com o qual se partilham preocupações, mas também alegrias, constitui um recurso inegável.
Por outro lado, conceitos como escuta activa, e empatia devem estar presentes nos mais variados contextos, sejam eles formais ou informais, para bem de uma comunicação eficaz, interessada e de respeito para com o outro.
Contudo, não se deve confundir estas componentes de relações humanas saudáveis com um processo terapêutico.
A psicoterapia é um processo de transformação, perante o sofrimento, auto-conhecimento ou crescimento pessoal. No espaço terapêutico encontra-se uma relação íntima, aceitante, disponível, segura, de confidencialidade, focada em objectivos e sustentada por profissionalismo e investigação científica.
Este confundir de papéis, muitas vezes traduzido em discursos como “ah eu vou contando a minha história aqui e ali e vou me sentindo assim assim” constitui recorrentemente uma maneira de aliviar mágoas, entrando em círculos, sem a garantia de um ambiente apoiante, e nem sempre tendo como resultado uma verdadeira mudança que conduza a maior satisfação interior.
Assim sendo, não deve afectar a decisão de investir na psicoterapia se o momento for considerado oportuno.