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Já ouviu falar em "Binge Eating"?

por oficinadepsicologia, em 15.06.12

Autora: Joana Florindo

Psicóloga Clínica

www.oficinadepsicologia.com

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Joana Florindo

Poderá não reconhecer a expressão, mas certamente já ouviu falar dela, em português designamo-la de “Crises de Voracidade Alimentar” ou “Ingestão Compulsiva”.

 

Ocorrendo nas perturbações alimentares Bulimia Nervosa e Ingestão Compulsiva, traduz-se num comer excessivo e descontrolado de uma quantidade de alimentos considerada exagerada pela maioria das pessoas, que só termina quando um intenso mal-estar ou exaustão física extrema são atingidos. Distingue-se dos episódios de comer desmedido que todos tendemos a conhecer, particularmente quando em reuniões familiares ou convívios entre amigos, pela elevada quantidade de alimentos ingeridos, num reduzido espaço de tempo e a um ritmo acelerado, e pela sensação de falta de controlo sobre o que está a acontecer.

 

Embora seja ainda necessário, do ponto de vista científico, percorrer um longo caminho de investigação que nos permita conhecer com maior rigor e clareza o que acontece num episódio de voracidade alimentar, uma vez que a maioria das descrições que dispomos nos são dadas por quem os vivenciou, e estando essas descrições à partida abraçadas pela experiência emocional de cada um, poderemos realçar algumas características comummente referidas na prática clínica, associadas a estes episódios:

 

Sentimentos – Se inicialmente parece existir alguma sensação de prazer ou saciedade, sendo possível desfrutar do sabor e da textura dos alimentos, rapidamente emergem sensações desagradáveis e de falta de controlo, e surgem sentimentos de angústia, vergonha ou culpa. A repulsa sobre o comportamento que se está a ter é também uma sensação comum, que tende a intensificar-se por não se ser capaz de parar de comer.

 

Velocidade de ingestão – Num ritmo acelerado e num curto intervalo de tempo são mecanicamente ingeridas grandes quantidades de comida. De acordo com os resultados de um estudo efectuado por um grupo de investigadores da Universidade de Columbia, Estados Unidos da América, as mulheres que sofrem de Bulimia apresentam uma velocidade de ingestão alimentar duas vezes superior à das mulheres que não têm qualquer perturbação alimentar: 81,5 calorias por minuto e 38,4 calorias por minuto, respectivamente.

 

Agitação – São bastante comuns os relatos de rebuliços e deambulações desassossegadas que antecedem e acompanham os episódios de voracidade alimentar. De uma forma quase desesperada, é sentido um intenso desejo por comida que incita forçosamente à sua procura e ingestão. Quando os alimentos à disposição são escassos, ou inexistentes, é possível que estas pessoas se desloquem propositadamente a supermercados ou lojas de conveniência para adquirirem os alimentos desejados.

 

Secretismo – A intensa vergonha que tipicamente acompanha estes comportamentos, leva a que eles sejam na sua grande maioria praticados às escondidas, longe dos olhares e críticas dos outros, acontecendo quando se encontram sós, ou sob estratégias como as de levar a comida para locais seguros, como o quarto, onde à partida não serão descobertas.

 

Sensação de consciência alterada – Surge por vezes em consulta o relato de um comportamento involuntário e mecânico, sentido como se não fosse consciente. Instala-se um estado de “piloto automático” em que a consciência sobre o comportamento está momentaneamente desligada. Muitas vezes, as pessoas relatam que isto acontece porque acompanham o episódio de voracidade alimentar com distracções como ver televisão ou ouvir música num volume elevado, distanciando-se à partida do que estão a fazer.

 

Perda de controlo – Assume-se como uma das características centrais das crises de voracidade alimentar, mas parece variar de pessoa para pessoa. Enquanto umas referem sentir esta sensação ainda antes de começarem a comer, outras expressam senti-la a aumentar gradualmente à medida que vão comendo mais e mais, e outras ainda, referem que ela surge subitamente, quando se dão conta da quantidade excessiva de comida ingerida. Contudo, em qualquer dos casos, a sensação é a de que não se consegue parar de comer, nem controlar o quê e o quanto se come.

 

Cada caso é um caso, e deve-se sempre considerar a experiência individual de cada um. Não hesite em procurar ajuda especializada, de forma a avaliar cuidadosamente o seu caso, e, se necessário, poder actuar o mais precocemente possível no seu problema.

Para saber mais sobre Perturbações do Comportamento Alimentar, consulte a nossa página: http://oficinadepsicologia.com/corpo/peso/comportamento-alimentar

publicado às 12:59

Não consigo parar de comer!

por oficinadepsicologia, em 12.08.11

Autora: Filipa Jardim da Silva

Psicóloga Clínica

www.oficinadepsicologia.com

 

Filipa Jardim da Silva

Apesar de se ouvir falar menos, o Binge Eating constitui, tal como a bulimia e a anorexia nervosa, uma doença do comportamento alimentar. Este distúrbio é caracterizado por episódios de ingestão descontrolada de comida, pelo menos 2 dias por semanas durante pelo menos 6 meses, e consequente aumento de peso. Na maioria das vezes, a grande ingestão de comida não significa que a pessoa sinta fome, mas sim uma vontade incontrolável e inexplicável de comer, à qual tende a seguir-se sentimentos de culpa e vergonha, o que leva a que muitos destes episódios aconteçam quando a pessoa está sozinha. A voracidade alimentar assemelha-se à bulimia no que respeita à elevada ingestão de alimentos mas, ao contrário desta, não é provocado o vómito nem é feito qualquer tipo de comportamento compensatório do excesso alimentar.

 

De um modo geral, as pessoas com crises de voracidade alimentar sentem-se fora de controlo, perdidas num ciclo vicioso de ingestão alimentar excessiva, sentimentos de culpa e arrependimento, restrição alimentar/ dieta e nova ingestão alimentar voraz.

 

O problema da compulsão alimentar tem muitas vezes origem na infância aquando da formação dos hábitos alimentares, em que a comida pode ser associada a compensação, amor, conforto ou a uma forma de ultrapassar o stress e conflitos emocionais. O excesso de peso serve igualmente de escudo, sobretudo quando se tratam de vítimas de abuso sexual, constituindo uma estratégia de desinvestimento no corpo com vista a tornarem-se menos atraentes e a manterem os outros à distância.

 

 

 

publicado às 10:44

Ingestão compulsiva

por oficinadepsicologia, em 15.01.10

Joana Florindo

Psicóloga Clínica

 

 

Comida, comida, comida... Preciso de comer, preciso de comer mais!!! Posso comer os cereais, as bolachas, os pães e um pacote de batatas fritas também. Estou a sempre a falhar! Não quero saber se agora vou falhar outra vez. Acabei por comer também os restos do bolo de chocolate que tinha no frigorífico... Sinto-me tão cheia e mal disposta. Estou tão cansada que nem me consigo mexer. Porque é que voltei a fazer isto?... Não devo gostar de mim. Não, não posso gostar mesmo. Não tenho amor-próprio. Aliás sinto repulsa por mim e pelo que acabei de fazer! Estou tão, tão triste...

 

Esta é a típica descrição de um episódio de ingestão compulsiva. Ele caracteriza-se pela ingestão de uma quantidade excessiva de alimentos com uma sensação associada de perda de controlo, que só termina quando fortes dores de estômago e um profundo mal estar físico se instalam. Sentimentos de intensa tristeza, culpa, revolta e até mesmo repugnância por si e pelo que acabou de fazer, surgem por fim. E embora cheia de comida, a sensação é a de um enorme vazio interior.

 

publicado às 08:57


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