Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Text and drive? O que isso tem a ver com Mindfulness?

por oficinadepsicologia, em 25.10.12

Autora: Fabiana Andrade

 

Psicóloga Clínica

 

www.oficinadepsicologia.com

 

Facebook

 

 

Fabiana Andrade

Hoje uma amiga que conduzia o carro em que estávamos recebeu uma mensagem, imediatamente pegou no telefone para ver quem era e, de seguida, responder.

 

Fiquei zangada e depois de lhe pedir que não o fizesse, pus-me a pensar no assunto.

 

Muito tem sido escrito sobre os malefícios de escrever ou ler mensagens no telemóvel enquanto se conduz.

 

De facto, esse é um comportamento de risco e já é sabido que seus resultados são catastróficos. Causa mortes, lesões para a vida, famílias desfeitas e por aí em diante.

 

Também já é sabido que existem muitas campanhas de sensibilização para evitar este tipo de comportamento. Famílias que perderam pessoas dessa forma mostram as consequências, pessoas que ficaram lesionadas para sempre fazem campanhas para sensibilizar outros a não repetirem o comportamento, celebridades criam movimentos com o objetivo de sensibilizar a população para a questão. A verdade é que o comportamento continua!

 

Muitas vezes nós, humanos, somos perfeitamente capazes de observar uma situação, de ficarmos tocados por ela, de termos receio, de pensar “se fosse comigo nem sei o que faria”, mas como na verdade “não é comigo”, não tomamos nenhuma atitude.

 

Então, o que fazer para ajudar as pessoas a mudarem a sua atitude, sem terem tido de passar por esta situação?

E quando se trata de adolescentes, que à partida têm menos noção de consequências?

 

Depois de ver muitas campanhas sem resultado, de ouvir relatos da GNR a falar sobre o número de acidentes causados por este comportamento, lembrei-me do Mindfulness.

 

E porquê?

 

Observando o comportamento de várias pessoas que falam ao telefone ou enviam mensagens a conduzir, observei também um padrão comum. A ansiedade!

 

Perante o som do telefone sinalizando a entrada de uma mensagem, parece surgir em nós, uma urgência de responder. Parece que estamos condicionados a ter de reagir no segundo em que somos solicitados.

 

Nestas situações ficamos “reféns” da situação. Perdemos o poder, perdemos o controlo sobre o nosso comportamento e a nossa vontade.

O Mindfulness permite o reaver desse controle, pois permite uma distância entre a situação e o Eu. Através da auto-observação, ganho mais consciência de mim e do impacto que as situações têm em mim.

 

Cada vez mais utilizo o Mindfulness para trabalhar a ansiedade e vejo ótimos resultados. A pessoa passa a estar mais centrada no aqui e agora, menos refém das situações, sente menos urgências.

 

E como fazer isso?

 

Em primeiro lugar respirando!

 

Por exemplo, se eu estiver a conduzir e ouvir o barulho do telefone, em vez de ir buscar imediatamente o telefone com a mão, ou desviar o olhar, posso respirar. À medida que ouço o barulho do telefone, deixo-o tocar e respiro.

 

Esse simples acto de respirar, permite-me distanciar-me da situação. Vou relaxando o meu corpo à medida que o telefone toca e aí posso perguntar-me: seja quem for, vale a pena colocar a minha vida em risco para atender?

 

Nesse momento, seja qual for a minha opção, de responder ou não, de atender ou não, já estarei plenamente consciente e responsabilizado. Saberei que se atender, estarei a colocar a minha vida e a de outras pessoas em risco.

 

Respirar é a ferramenta chave para quem quer criar alguma distancia entre si e as situações.

 

Permite-me parar. Ao parar, posso observar a mim mesma e perguntar: o que eu quero?

O parar e o observar-me, faz com que eu esteja no controle de mim, das minhas opções em cada situação. Sou mais livre, porque não fico refém de solicitações, prazos, urgências. 

 

Todos os dias, somos inundados com urgências constantes, pessoas que querem falar connosco, que querem respostas aos seus SMS, prazos no trabalho, e, ao não respirarmos, essas urgências passam a ditar o nosso ritmo, pondo em risco a nossa saúde e mesmo, a nossa vida.

 

Já respirou hoje? Já se perguntou o que quer?

publicado às 10:18


Mais sobre mim

foto do autor



Arquivo

  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2012
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2011
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2010
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2009
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D