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Loucura, para que te quero

por oficinadepsicologia, em 17.10.11

Autor: Nuno Mendes Duarte

Psicólogo Clínico

www.oficinadepsicologia.com

 

Nuno Mendes Duarte

Agora que já passámos pelo Dia Mundial da Saúde Mental, agora que já mudámos mentalidades, agora que já derrubámos estigmas, agora que já percebemos o que é a loucura e a normalidade (ou não!), agora que já todos ponderámos, reflectimos e avaliámos na absoluta necessidade de saúde mental… agora…

Falemos de flexibilidade! Sim, flexibilidade mental… ou acha que só os corpos são flexíveis?

 

Dizia Erasmo de Roterdão no seu brilhante Elogio da Loucura:

“Fala a loucura

XII – Mas de pouco valeria apresentar-me como seminário e fonte de vida se não vos demonstrasse também que me deveis todos os prazeres da existência. Que seria a vida, que poderia dizer-se da vida, se lhe faltasse a voluptuosidade? Aplaudis, meus amigos? Já sabia que nenhum de vós é bastante sábio, ou bastante louco, digamos bastante douto, para ter outra opinião. Nem mesmo os estóicos desprezam a volúpia; e se em público a escarnecem, dissimulam para assim afastarem os outros e gozarem sossegadamente. Mas dizei-me por Jove: Não é verdade que a vida seria triste, aborrecida, insípida, molesta, se não tivesse o condimento do prazer, da folia e da loucura? Posso invocar o testemunho idóneo de Sófocles, nunca por demais louvado, que me fez o mais belo elogio:

Quanto maior a sabedoria, menos feliz a vida.”

 

 

 

publicado às 10:15

O stress e o olfacto

por oficinadepsicologia, em 22.02.10

Autor: Nuno Mendes Duarte

Psicólogo Clínico

 

Se parou nesta página de internet, neste momento, para ler este texto, digo-lhe desde já que por estranho que pareça vai começar a dar mais atenção aos cheiros à sua volta… a partir de agora. Isso, inspire… expire… volte a inspirar, verifique bem os diferentes aromas à sua volta. Sim, esse que lhe parece desagradável também. Mas, observe que ao inspirar novamente aparece um outro mais agradável.

Se sofre de stress ou ansiedade saiba que a ciência que se debruça sobre o mundo dos cinco sentidos está a descobrir situações fantásticas! Um grupo de investigadores no Japão apresentou a primeira evidência científica de que inalar certos aromas pode reduzir os níveis de stress das pessoas.  

 

 

publicado às 12:03

Pânicos do coração

por oficinadepsicologia, em 30.01.10

Autor: Nuno Mendes Duarte

Psicólogo Clínico

 

Quantas vezes, hoje, já levou a atenção ao seu coração? Esta é uma pergunta que lhe pode soar estranha ou, por outro lado, soar-lhe familiar. Não me estou a referir à sua condição cardíaca. Estou a perguntar-lhe se anda preocupado com as recentes manifestações de ansiedade que tomaram conta do seu coração. Como se já não confiasse tanto nele, tivesse perdido um pouco do controlo e o medo de que ele falhe se tenha apoderado de si. Hoje quero falar-lhe de Perturbação de Pânico…

 

publicado às 09:04

O acidente

por oficinadepsicologia, em 15.01.10

Autor: Nuno Mendes Duarte

Psicólogo Clínico

 

 

A valeta doutor. Eu lembro-me da valeta. Como é que posso falar do que não me quero lembrar. Posso acender este cigarro? Importa-se, doutor? Claro que não se importa… As pessoas não se importam de aturar quem sofre. Sim, porque eu sei que me está a aturar. No fundo, que é que quer de mim, ah claro, eu é que vim ter consigo. Engana-se. Eu não vim ter consigo. Eu estou aqui. Mas não vim ter consigo. Porque eu não consigo estar com ninguém agora… sou uma amálgama de destroços de carro embutidos em mim. Oiço berros de vidros estilhaçados e gemidos de ferro torcido que surgem do vento. A valeta. A valeta era uma poça de sangue. Cor de rubi, escarlate, sangue vivo que se esvai de um corpo que ainda corre para apanhar a vida, que já começou a fugir pela ladeira abaixo. Não sabe que isto é uma ladeira desde que nascemos. É sempre a descer e acaba a qualquer instante. Se fecho os olhos é isto que está cá. Uma valeta em tons de escarlate com cheiro a morte. Eu não me quero lembrar, mas tenho um filme a correr no limite do meu olhar. Um filme com ligação directa ao peito…

Imagine alguém sentado sobre o seu peito doutor, a fazer força. Agora experimente respirar quando o horror lhe sopra ao ouvido. O ar não entra, e há um choro sufocado que aperta ainda mais. Que vida é esta de sobressalto e tremuras? Eu não consigo pensar em entrar num carro. São varas verdes, trémulas e gelatinosas que me enchem o lugar das pernas. E o horror do sangue na valeta que não me larga a pele… não lhe cheira aqui a sangue, doutor?

 

publicado às 08:41


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