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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autora: Cláudia Almeida
Psicóloga Clínica
O ataque de pânico é um episódio de intenso medo ou desconforto acompanhado por pelo menos 4 de 13 sintomas físicos ou cognitivos. Tem início súbito e aumenta rapidamente, atingindo um pico (geralmente em 10 minutos) acompanhado por um sentimento de perigo ou catastrofe iminente e uma vontade de fugir.
Os sintomas físicos são:
- Coração batendo rapidamente / palpitações,
- Tremores,
- Tontura ou vertigem com/sem sensação de desmaio,
- Sensação de falta de ar ou sensação de asfixia,
- Dores no peito,
- Sudorese (transpiração),
- Agitação
- Náuseas ou desconforto abdominal,
- Medo de perder o controlo ou enlouquecer,
- Medo de morrer,
- Desrealização (sensação de irrealidade) ou despersonalização (estar distanciado de si mesmo),
- Parestesias (dormencia ou formigueiro),
- Calafrios ou ondas de calor.
Os pensamentos/cognições podem incluir a sensação de que se:
- Está fora de controlo físico e/ou emocional,
- Quer fugir do sitiu onde se está,
- Está a ter um ataque cardíaco,
- Está a desmaiar,
- Está a enlouquecer ou morrer.
Um ataque de pânico é uma intensa reação em cadeia, física e mental. Pode começar com uma simples sensação corporal ou um pensamento sobre algo ameaçador. Em poucos segundos, uma reação em cadeia é accionada, envolvendo pensamentos de medo, reações físicas e sentimentos de terror e desespero. Na maioria dos casos, um ataque de pânico pode começar com uma variedade de sintomas e atingindo um pico dentro de 10 a 15 minutos, sendo que depois vai gradualmente diminuindo.
É importante relembrar-se que está a sentir uma intensa ansiedade e o mais certo é ser desproporcional a qualquer perigo real que possa julgar estar presente nesse momento.
É importante relembrar-se que o pânico nunca é permanente, a maioria dos ataques de pânico nunca duram mais do que alguns minutos (em média, 4 a 6 minutos). Depois de atingir um pico de desconforto a tendência é para que a intensidade dos seus sintomas diminua.
Relaxe
O relaxamento é a chave para superar os ataques de pânico. As técnicas de relaxamento, tais como, relaxamento imagético, controlo da respiração e meditação podem ser praticados para ajudar a relaxar.
Um exemplo de controlo da respiração é a respiração lenta e profunda. Exemplo: respire calmamente e em silêncio, conte para si mesmo à medida que vai inspirando: 1 … 2 … 3 … 4 … 5…, e expire continuando a contar para si: 1 … 2 … 3 … 4 … 5 …, mantenha um pouco a respiração pelo periodo que considere confortável. Repita o processo durante cerca de cinco minutos para que o equilíbrio de oxigénio e dióxido de carbono possa voltar ao normal. Este é um processo muito eficaz quando utilizado aos primeiros sinais de um ataque de pânico.
Alguns pontos-chave que se deve ter em consideração são:
- Não evitar situações ou atividades habituais;
- Evitar a auto-medicação;
- Evitar o desenvolvimento de hábitos prejudiciais.
Autora: Tânia da Cunha
Psicóloga Clínica
Os medos são considerados patológicos quando começam a dominar todo o quotidiano, tornando-se difíceis de controlar. Neste sentido surge a necessidade de distinguir entre um medo generalizado, dificilmente compreensível, e um medo concreto que aparece perante uma situação ou um determinado objeto.
O medo enquanto emoção adaptativa e necessária tem a função de nos proteger de “disparates” que poderiam ter más consequências. Se esta emoção não for adequadamente experimentada, a pessoa não consegue cuidar de si mesma e estaria exposta aos perigos de forma continuada.
Nem sempre é fácil determinar a verdadeira origem do medo. Muitas vezes trata-se de um medo difuso, ou flutuante, que domina tudo e controla completamente o nosso estado de espírito. O que acontece com frequência é que de pouco ou nada serve sabermos que esse medo não tem razão de ser, pois a sensação inexplicável permanece. Outras vezes existe um motivo concreto, ao qual, em condições de saúde normais, não atribuíamos grande importância. Frequentemente, basta apenas uma ideia preocupante, como por exemplo pensarmos que pode acontecer algo de negativo a um ente querido.
Numa situação de Pânico, todo o corpo reage. A inquietação interior e o medo podem dar origem a crises de pânico. Estes podem manifestar-se sob a forma de uma ou mais crises diferentes e completamente inesperadas. Isto significa que podem surgir independentemente de uma situação determinada. Tais crises de pânico são muitas veze vividas como um medo de morte, trazendo consigo diversos sintomas físicos:
O ponto crucial no tratamento da Perturbação de Pânico reside em não errar o diagnóstico. Quem sofre de pânico encontra-se muitas vezes preocupado com o facto de os sintomas somáticos poderem ser manifesto de doença física grave (por exemplo ataque de coração). No entanto, sublinha-se que existe uma grande variedade de tratamentos disponíveis:
Autora: Tânia da Cunha
Psicóloga Clínica
Sabe-se que o pânico pode ser despoletado pelo medo do futuro. Para muitas pessoas, o pânico ocorre quando se veem confrontados com um aumento de exigências e/ou responsabilidades. Nessas alturas, podem deparar-se com a incapacidade em gerir as pressões das suas responsabilidades, acreditando que não possuem força, vontade, perícia, inteligência ou estabilidade emocional para lidar com determinada tarefa.
O pânico está muitas vezes associado à falta de confiança das capacidades do próprio e pode ser sustentado pela crença de que o seu mundo é demasiado exigente ou que a tarefa a realizar é demasiado opressiva. Esta temerosa antecipação pode manifestar-se fisicamente através de períodos de extrema angustia ou pânico que pode ter como consequência uma ida às urgências do Hospital.
Os ataques de pânico acontecem com alguma frequência e são muitas vezes descritos como das mais aterradoras experiencias humanas.
Há um caminho melhor...
Saiba mais sobre Pânico e Agorafobia em http://oficinadepsicologia.com/sobre-ansiedade/panico-e-agorafobia
Os grupos psicoterapêuticos na Oficina de Psicologia agregam pessoas que sofrem de uma mesma perturbação. Dado que utilizamos um modelo estruturado nos grupos de intervenção psicoterapêutica, ou seja, um número pré-definido de sessões, previamente organizadas em torno de material e exercícios relevantes, estes tornam-se muito eficazes e permitem, num curto espaço de tempo, lidar com a sintomatologia mais representativa das perturbações a serem trabalhadas. O contexto de pequenos grupos (de 6 a 12 pessoas) tem vantagens muito específicas, das quais destacamos:
Não sou o único – momentos de partilha com alguém que sofre da mesma problemática, tem um efeito terapêutico significativo. De alguma forma, e a um nível profundo, é um grande passo para a normalização daquilo que sentimos e somos e para a aceitação de nós próprios;
Aceleração da mudança – técnicas de intervenção específica à problemática apresentada;
Perspectivas múltiplas – várias pessoas a observar uma mesma realidade podem obter uma riqueza de perspetivas e ângulos, impossível de conseguir em outro contexto - o que viabiliza a rapidez dos processos de reequilíbrio pessoal.
Espelhos – quem nos rodeia pode constituir-se como um espelho de nós mesmos, reflectindo a nossa imagem e expondo a nossa forma de lidar com a vida e connosco próprios. Num grupo de psicoterapia esta reflexão é incentivada num contexto seguro e terapêutico, com o objetivo de nos conduzir a opções mais úteis e geradoras de satisfação pessoal.
Custos – A psicoterapia de grupo resulta inevitavelmente mais económica.
É já no dia 15 de Maio que vamos dar início a mais uma edição do Grupo Terapêutico para a Perturbação de Pânico. Se sofre desta patologia, junte-se a nós numa caminhada conjunta por uma vida sem pânico. Esperamos por si!
Terapeuta responsável: Ana Crespim
Data: 15 de Maio
Hora: 20h00
Local: Avenida de Paris, nº4, 5º andar
Preço: 20€
Autora: Cristina Sousa Ferreira
Psicóloga Clínica
O mês de dezembro foi desgastante! O João teve que mobilizar todas as suas energias para se distribuir entre as mudanças para a casa nova e a entrega do relatório final daquele projeto à sua responsabilidade. A casa antiga tinha que ser entregue até ao final do ano e o prazo de entrega do relatório tinha que ser respeitado para não comprometer a sua empresa perante o cliente. Os dias passaram a correr e a tal velocidade que muitas foram as noites mal dormidas para que o João conseguisse cumprir com estes dois objectivos. Mas conseguiu!
Merecia os últimos 4 dias do ano de férias na Costa do Alentejo com os amigos. As férias iriam ajudá-lo a recuperar os sonos, a livrar-se do cansaço e a encontrar a tranquilidade perdida.
Tudo estava a correr bem. Apesar do frio estava um sol radioso, o grupo estava animado, o primeiro dia de passeio tinha sido retemperador e à noite dormiu como um “anjinho”. No dia seguinte, último dia do ano, estava todos inscritos para fazer aquela Caminhada pelo trilho dos pescadores. Desde que tinham iniciado o planeamento destas férias que todos falavam desta Caminhada de sonho e o entusiasmo e expectativa eram grandes.
O passeio começou pela manhã. Depois de um pequeno percurso de carro começaram a andar pelos carreiros dos barrancos, montes e vales e junto às arribas e falésias abruptas e recortadas. O passeio estava a ser agradável e divertido. Num dos trilhos, no cimo de uma falésia, o João começou subitamente a sentir o coração muito acelerado e uma dor no peito, a cabeça zonza, nauseado, com a sensação de que não estava a conseguir respirar. Achou que ía morrer! Bloqueou, não conseguia dar mais um passo. Estava pálido, suava em “bica” e as suas mão estavam geladas. Alguns dos amigos preocupados, não sabiam como ajudar. Uma das amigas do João , Psicóloga na Oficina de Psicologia, conversou com ele numa voz pausada e traquilizante, chamou-lhe a atenção para o que o rodeava, os amigos que estavam com ele, como se chamavam, quantos eram, o equipamento que tinham trazido, as botas de caminhada que tinham calçado, trazendo-o para o aqui e agora dos seus sentidos e enumerando objectos visíveis e as suas características: os sons, os cheiros, e aquilo que objectivamente o João podia sentir. O chão sobre os pés, o calçado adequado, e a segurança dos amigos. Tranquilamente disse-lhe para fazer a respiração abdominal e respirou com ele.
Passaram alguns minutos até o João voltar a ter a noção de que o mundo que o rodeava era mesmo real e que era, de facto, dono incontestável do seu corpo. O João conseguiu sair da falésia e regressou pelo trilho dos barrancos até ao local de encontro.
O pânico, é uma perturbação progressiva: sem tratamento eficaz, vai piorando. O João vai iniciar o Grupo de Pânico. Aqui vai encontrar pessoas que passaram por experiências semelhantes e que viveram e conhecem este tipo de sofrimento.
Para si que se identifica com este tipo de sofrimento perante exames, apresentações em público, locais públicos ou conhece alguém que também queira retirar este “peso” da sua vida a Oficina de Psicologia tem a solução no Grupo de Pânico ou em Psicoterapia Individual.
Autora: Tânia da Cunha
Psicóloga Clínica
Quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau... É uma “letra” que acompanha o universo do imaginário de muitas crianças, mas também de alguns adultos. O medo é uma emoção inevitável que pode ter contornos sérios quando falamos de perturbação de pânico.
A perturbação de pânico é caracterizada por episódios recorrentes e inesperados de ansiedade grave (ataques de pânico), apresentando vários graus de ansiedade antecipatória entre os ataques. Entende-se por ataques de pânico períodos breves de medo ou desconforto intenso, acompanhados de vários sintomas físicos e psíquicos de ansiedade, tais como: Palpitações; Suores; Tremores; Dispneia; Sufocação; Dor no peito; Náusea ou mal-estar abdominal; Tonturas; Despersonalização (sentir-se desligado de si próprio) ou Desrealização (sensações de irrealidade); Medo de se descontrolar ou enlouquecer; Medo de morrer; Parestesias (dormências ou formigueiros); Sensação de calor ou frio.
O contacto com o medo pode despoletar recordações de sentimentos de desprotecção e desamparo. O medo manifesta-se perante um perigo físico imediato concreto. Pode gerar estratégias de evitamento ou de fuga que permitem evitar ou fugir de uma ameaça real.
Algumas vezes interiorizamos medos acerca de coisas, que não deveriam produzir em nós tal efeito. Muitos desses medos de nada servem e só atrapalham a vida. O trabalho terapêutico com os medos pode passar por o desvendar um rosto ao medo, identificá-lo, ainda que possa sentir uma vulnerabilidade indesejável ou até mesmo refém dos seus fantasmas. Um medo sem rosto tem a capacidade de nos paralisar e confundir.
Na presença de um terapeuta é possível redimensionar a experiência do medo, e correr o risco de entrar em contacto com esta emoção inevitável. Este trabalho implica deparar-se com algumas estratégias de sobrevivência inadequadas actualizando-as no aqui e agora da sua vida.
Autora: Madalena Lobo
Psicóloga Clínica
“Vou morrer!”, pensa quem tem um ataque de pânico. Com uma convicção absoluta, porque o que sente é demais para viver e manter-se vivo – não é possível, diz uma lógica interna que não admite réplica, ter esta dificuldade em respirar, o coração feito louco, este aperto no peito e ir sobreviver.
De facto, quando a configuração de sintomas de um ataque de pânico é semelhante à descrita, qualquer pessoa acredita que está a sofrer um enfarte e a morte é eminente. Este é um dos motivos principais pelos quais não resultam as tentativas para acalmar alguém no pico de uma crise destas, recorrendo às fórmulas instintivas que nos são naturais - “Calma, não é nada; é só ansiedade; já passa”. Este tipo de discurso é tão profundamente contrastante com aquilo que a pessoa está a sentir que nem chega a ser registado ou, pior, agrava a situação porque a pessoa se sente desamparada num caso que pensa ser de vida ou de morte.
As pessoas que sofrem de pânico “voam” para as urgências hospitalares mais próximas, sendo frequente que os sintomas de ansiedade comecem a desvanecer-se assim que se sentem em segurança; por isso, e porque uma crise de pânico tem uma duração restrita, numa média de 10 minutos, ainda que possa perdurar por uma hora ou hora e meia. Nas urgências hospitalares, infelizmente, não existem psicólogos e os profissionais da área médica não têm formação específica para lidar e diagnosticar a perturbação do pânico, o que deixa as pessoas num vazio assustador – fazem uma bateria de testes, é-lhes dito que está tudo bem, de um ponto de vista médico, e que devem relaxar. Mas não basta relaxar... Nem isso é simples de fazer quando se está refém de uma perturbação ansiosa.
Em média, 10 a 12 anos depois da primeira crise, quem sofre de perturbação de pânico recorre a tratamento psicológico. E isto é triste... Em primeiro lugar, pelo sofrimento decorrido; em segundo, porque se submeteram, entretanto, a variadíssimas avaliações médicas, com o incómodo e custos que isto comporta; e, em terceiro lugar, porque a perturbação do pânico foi evoluindo, adensando-se, criando ramificações em várias áreas e aspectos do funcionamento humano, tornando-se muito mais complicada de ser eficazmente tratada.
“Vou enlouquecer”, pensam muitas pessoas que sofrem da perturbação de pânico, e este é um terror que as consome e incapacita, retirando-lhes confiança no seu livre arbítrio e no carácter voluntário dos seus actos.
Trata-se do pior medo de quem tem crises de pânico centradas em sintomas como incapacidade para estar quieto, desrealização (sensação de irrealidade) ou despersonalização (sensação de não habitar o seu próprio corpo ou não se reconhecer), parestesias (dormência e formigueiro numa ou mais zonas do corpo). Evitam situações e locais pelo medo de se descontrolarem totalmente, fazerem algo de embaraçoso ou mesmo perigoso para si próprios ou para os outros, desconhecendo que isso nunca acontece e que o que sentem é temporário e inócuo, apenas resultando de uma forte activação súbita do sistema nervoso.
No entanto, a imprevisibilidade destas crises deixa qualquer um “sem chão” - como explicar o inexplicável, senão recorrendo a conceitos de loucura, construídos de acordo com representações mais ou menos cinematográficas, tão fantasiosas e extremas quanto raras?
Para estas pessoas, uma percentagem significativa da população, é fundamental explicar o funcionamento desta perturbação de pânico, os mecanismos da activação nervosa e formas de a regular de uma forma eficaz.
“Que vergonha!”, pensam alguns outros, que sofrem de perturbação de pânico. Talvez menos frequentes, ainda que não existam estudos que o permitam saber com certezas, o pior medo de algumas pessoas face a um ataque de pânico é o embaraço público que pensam ir atrair sobre si durante uma crise.
Mais frequente em pessoas cuja configuração de sintomas se refere a náuseas, suores e tremuras, o medo da atenção e reprovação social é de tal forma elevado que basta para evitarem diversos locais - especialmente complicado quando pensamos nos contextos profissionais (as reuniões, por exemplo, são objecto frequente de evitamento)...
Por vezes, por detrás da perturbação de pânico encontra-se escondida uma fobia social, outra perturbação da categoria da ansiedade, que interage com o pânico, complicando a intervenção psicoterapêutica e exigindo um foco múltiplo de tratamento.
Em qualquer circunstância a intervenção por parte de um psicólogo clínico devidamente habilitado é crítica para a não progressão da perturbação e para o seu tratamento eficaz.
Se conhece alguém que sofra da perturbação de pânico, faça-lhe um enorme favor: encaminhe-a para a nossa página onde este problema é descrito, para que ela ou ele possa saber exactamente o que se passa consigo e possa optar por um tratamento eficaz.
E-mail recebido
"Boa tarde,
Precisava da vossa ajuda, pois tenho sentido alguns sintomas como tremores, dor no peito, ansiedade, palpitações, sensação de desmaio..
já fiz análises e estava tudo bem, fui a 2 médicos que dizem que estou com uma depressão. O que acontece é que eu sinto-me realmente em baixo, triste por não estar bem de saúde.
Receitaram-me alprazolam e procoralam, mas o 2º medico receitou-me paroxetina 1x ao deitar.
Não sei que fazer...sinto-me confusa.
Atentamente,
J."
Sobre perturbação de pânico, de uma cliente da Oficina de Psicologia, que teve a gentileza de nos enviar a sua reflexão sobre a experiência do acompanhamento na Oficina de Psicologia e permitir a sua publicação.
Estou muito grata por poder prestar o meu testemunho em benefício de pessoas que tenham este mesmo problema para que se consciencializem de que o podem ultrapassar e ter uma vida normal, sem limitações ou restrições.
Na altura em que me dirigi à Oficina de Psicologia tinha 34 anos, uma profissão extremamente stressante e responsabilidade acrescida, era Directora do Departamento de Recursos Humanos de uma empresa do sector de limpezas industriais que passava por uma situação crítica em termos de pagamentos aos seus colaboradores. Diariamente era deparada por uma infinidade de telefonemas feitos pelos colaboradores a solicitarem os pagamentos em atraso… o telemóvel da empresa não parava de tocar, o fixo a mesma coisa e as pessoas amontoavam-se na sala de espera de forma a poderem receber o dinheiro a que tinham direito pelo trabalho prestado. As discussões com a Administração eram uma constante e o ambiente na Empresa era cada vez mais tenso e hostil. Passaram-se meses, um ano, e comecei a sentir-me cada vez mais debilitada psicologicamente, acordava com uma angústia intensa e os pensamentos de medo começaram a ocupar a minha mente. De tal forma este processo evoluiu que deixei de conseguir exercer as minhas actividades diárias, com medo de me sentir mal. Em suma, a minha vida ficou extremamente limitada… deixei de conseguir trabalhar, de conduzir, de ir a centros comerciais, de ir ao cinema, de viajar, de conviver, de ir à praia… limitava-me a estar em casa e saía muito raramente, acompanhada pelos Pais ou pelo marido. Mesmo acompanhada, fazia-me muita confusão ambientes amplos, desconhecidos, com muitas pessoas ou com grande ruído.
Foi neste momento que pedi ajuda à Oficina de Psicologia, tendo tido conhecimento da sua existência através de uma reportagem que deu na televisão acerca das fobias e da respectiva intervenção desta Instituição. Após a minha solicitação a Oficina de Psicologia actuou de imediato de acordo com a minha disponibilidade e condição económica. Foram-me dados a conhecer todos os parâmetros que regem esta instituição.
Confesso que já estava um pouco desacreditada e desesperançada de algum dia conseguir ultrapassar todos estes medos que se apoderavam de mim pois já era seguida há dois anos por uma Psicóloga e por um Psiquiatra e, provavelmente, por não ter tido um acompanhamento especializado nesta área específica, os resultados não foram contínuos mas, sim, momentâneos, tendo recaídas frequentes, onde o medo continuava presente.
A partir do momento em que comecei a fazer terapia individual com o Dr. Nuno Duarte, foram-me dadas a conhecer diversas estratégias de controlo da ansiedade, a nível físico e psicológico, que até então desconhecia. Fiz vários exercícios, em sala, com o Psicólogo acima referido e outros era da minha responsabilidade praticar diariamente.
Através das sessões de terapia, de periodicidade semanal, foi-me possível regredir aos momentos que me criaram os medos, ter uma compreensão dos mesmos, ao mesmo tempo que me era explicado, de uma forma concisa e lógica, todos os processos mentais. Foi-me possível reflectir, analisar e, mesmo, alterar todo o meu processo de pensamento que até então ia somente num sentido: “e se eu me sinto mal?”.
Sessão, após sessão, foram notáveis os progressos obtidos e hoje posso afirmar que a vida “sorri” para mim, como sempre o desejei!!!
A todos aqueles que não se consideram capazes de enfrentar algum medo, recomendo fortemente a ajuda, de grande mérito, dos Profissionais da Oficina de Psicologia, a eles um “Obrigada Sincero !!!”
E-mail recebido
Olá,
Tenho 21 anos e sofro de ataques de pânico e ansiedade desde os 18 anos. Já faço psicoterapia e tomo medicação. No entanto, nada parece resultar e quando pensava que já estava curada tive uma recaída. O que eu gostaria de saber é se existe alguma cirurgia que possa ser feita ao cérebro/amigdala para acabar com a ansiedade os ataques de pânico? Mesmo que isso signifique não ter ansiedade em situações em que a ansiedade é normal.
Obrigada,
N