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Este consultório da Oficina de Psicologia tem por objectivo apoiá-lo(a) nas suas questões sobre saúde mental, da forma mais directa possível. Coloque-nos as suas dúvidas e questões sobre aquilo que se passa consigo.
Autor: Pedro Garrido
Psicólogo Clínico
“O meu filho não dá trabalho nenhum”
Este tipo de verbalização quando estamos a falar de um adolescente pode ser sinal de alerta. Partindo do pressuposto que a adolescência é um período de ebulição, trazendo consigo uma serie de alterações na forma como o próprio vive a realidade, a não exteriorização destas características podem indicar algumas pistas para alguns problemas:
Uma avaliação acaba por não ter um custo emocional e financeiro elevado e pode evitar problemas que podem assumir dimensões permanentes ou de um processo difícil de tratamento.
Já falou com o seu filho hoje?
Autor: Pedro Garrido
Psicólogo Clínico
Hoje gostaria de refletir com todos vós sobre uma consequência de se viver em sociedade, falando de uma forma de conformismo social denominado de Bystander effect ou The Genevose effect. É denominado de síndrome Genovese pois foi a partir do assassinato de Kitty Genovese que os investigadores se debruçaram sobre esta temática. O efeito espectador ou síndrome Genovese é um fenómeno social psicológico que se refere aos casos em que espectadores de situações de perigo ou violência não oferecem qualquer meio de ajuda em situação de emergência para a vítima quando outras pessoas estão presentes. De facto, parece que quanto maior o número de espectadores, menos provável será que qualquer um deles vá ajudar.
Neste sentido, quando se dá o efeito de responsabilidade partilhada, a probabilidade de a pessoa individual agir diminui. Podemos através destes dados reflectir sobre a nossa atitude. Mesmo a nível da nossa vida pessoal isto pode ser sentido. Eis um exemplo explicativo: Quando vamos a conduzir e partimos do pressuposto que o outro condutor já nos viu não conduzimos de forma a certificar a nossa segurança. O problema levanta-se quando o outro condutor sente o mesmo. Quando deitamos um papel para o chão pensamos: “que mal faz um papel?”. Os outros também poderão pensar assim. Quando vemos um buraco na rua, assumimos “alguém já deve ter dado parte da situação”.
Gostaria de concluir isto com um desafio. Tem conduzido de forma segura? Tem feito a sua parte como cidadão? Ou espera que a mudança comece nos outros?
Quando abrimos mão da responsabilidade, abrimos mão do poder de mudar e decidir. Como quer fazer?
Autor: Pedro Garrido
Psicólogo Clínico
Quando crescemos somos constantemente motivados a procurar e pensar num percurso de vida. Elaboramos planos e sonhos, que passam a ser para nós motores que nos puxam em direcção a um futuro que nos parece sorrir. O que fazer quando as circunstâncias de vida nos fazem parar e repensar um futuro alternativo. A Esquizofrenia é uma doença que afecta 1% da população mundial (OMS), e que surge normalmente entre os 18 e os 25 anos. Foi também verificado que quando mais precoce é o seu surgimento, mais grave são as suas consequências. Sendo que surge numa idade ainda de maturação da pessoa e de implementação de um projecto de vida, torna-se complicado sem apoio especializado, aprender a viver nesta nova condição. Assim sendo o que fazer quando uma família se depara com esta problemática? Com a mudança da lei da saúde mental, permitiu estabelecer locais onde pessoas com um grau de incapacidade devido a esta doença pode começar a projectar um possível futuro. Podemos encontrar fóruns sócio-ocupacionais, que são espaços de horário laboral, nos quais os utentes podem adquirir competências que ainda não tinham conseguido ou perderam com o decorrer da doença. Existem também residências, onde vivem, com apoio especializado, que variam mediante o grau de incapacidade e empresas que foram criadas com o objectivo de integrar profissionalmente pessoas portadoras de doença mental.
Assim sendo o primeiro passo é contactar uma das várias IPSS (ex: ARIA, GIRA, AEIPS, etc) que trabalham com esta doença e solicitar a integração nos seus espaços ocupacionais. Depois da avaliação das competências a adquirir é elaborado um Programa Integrado de Reabilitação, no qual consta os diferentes objectivos (hábitos de higiene, competências pessoais e profissionais, adesão à medicação). O processo de integração profissional é um passo seguinte. No caso de haver necessidade residencial, visto que pessoas com esta doença puderam nunca ser totalmente autónomas, a integração em residências é uma possibilidade, e são várias as instituições que providenciam este serviço, sendo que assim as próprias famílias podem ter uma vida mais autónoma, podendo assim estabelecer relações mais saudáveis com os seus familiares. Estas instituições são comparticipadas pela Segurança social e assim os preços praticados são bastante razoáveis.
Hoje já é possível viver uma vida, mesmo sofrendo de esquizofrenia.